• • 📚 EPÍLOGO

𓏲  . THE WILD . .៹♡
EPÍLOGO
─── FIXAÇÕES EMOCIONAIS

MINHA VOZ CANTANDO NUNCA MAIS SERÁ A MESMA.

Embry olhou para mim, confusão flagrante evidente em seu rosto enquanto olhava para a expressão de desânimo no meu. — Desculpa, o que?

Olhei para o meu namorado, minha voz rouca repetindo o que eu havia dito anteriormente. — Minha carreira de cantor acabou.

— Você nunca teve uma carreira de cantor.

— Bem, agora eu nunca poderei também.

Embry se arrastou para pressionar sua mão contra minha testa. — Quantas drogas o Cullen te deu?

Minha carranca se aprofundou. Se eu dissesse que minha garganta não estava doendo, estaria mentindo. Carlisle disse que não havia como saber se minha voz voltaria a soar como sempre, ou se sempre soaria como se eu tivesse acabado de acordar. 

Eu nem processei nada do que aconteceu até que eu acordei. Mesmo assim, percebi automaticamente que estava sofrendo muito. Como se eu tivesse levado um soco na garganta de alguém usando uma luva de ferro. Não é uma sensação agradável saber que você estava preso dentro de sua própria mente, enquanto seus amigos e familiares sofriam no mundo real... O mundo dos vivos.

Aparentemente eu estava morto... Ok, isso significa que meu coração parou. Isso é o que significa morto, essa é a explicação científica. Você está morto, seu coração para... Legal. É realmente muito simples, não sei por que as pessoas complicam tanto. Se seu coração está batendo, você está vivo. Mas, tecnicamente, ainda há tempo depois que seu coração para, quando seu cérebro ainda está vivo. Um tempo curto, sim, mas um tempo muito real.

Acho que tive alucinações naquela época.

Aqui está o que aconteceu, eu não vi Deus. Não vi nenhum parente falecido, nem criaturas da floresta, nem nada disso. Não, eu só vi a escuridão. A parte de trás das minhas pálpebras é a escuridão usual que você vê no sono, mas isso era mais escuro. Como se eu tivesse caído em um abismo. E então, acendeu.

Branco... Flashes de luz, como em um show quando todos levantam a mão e acendem a lanterna do celular. Então eu vi... Eu. Eu vi Anthony Carter... Não muito longe no passado.

Foi antes de qualquer um dos meus amigos se transformar, naquele dia no penhasco. Era como se eu estivesse assistindo de uma perspectiva de terceira pessoa, de mim agarrando Embry para salvar minha vida enquanto Jake e Quil tentavam me colocar na água. Eu era tão pequeno... Eu realmente não percebi o quão baixo eu realmente era, e é ridículo agora. Bem, não necessariamente para mim, mais para meus amigos do passado.

Só agora estou vendo isso claramente.

Então eu vi aquela vez que me lembro de alguns verões atrás. Nós estávamos na cidade, obviamente passeando com os outros - embora eu quase tenha tido um ataque de ansiedade antes - quando Jacob quase foi atropelado por um ônibus de turismo. Tenho certeza de que foi a primeira vez que disse mais de cinco palavrões em uníssono perfeito com Quil. 

— Puta merda! — Jake gritou, conseguindo pular na calçada assim que o ônibus parou onde ele estava momentos antes. Seu rosto estava vermelho brilhante, e ele se virou para o ônibus assim que as portas se abriram. — Quem diabos treinou você? Jesus Cristo, você está correndo para chegar ao seu compromisso matando um monte de bebês? Que porra cara, arrume um emprego de verdade!

Enquanto esse discurso estava sendo emitido, um grande grupo de idosos lançou-lhe olhares de mortificação e confusão ao sair do ônibus. O aperto de Embry lentamente soltou meu braço enquanto observávamos sua troca, e lentamente, muito lentamente, Quil começou a rir.

Então Embry fez.

E então eu.

Rindo até que estávamos nos apoiando um no outro para obter apoio, nossos rostos ficaram quase vermelhos quanto Jacob quando ele começou a discutir com o motorista do ônibus. Essa não foi a viagem favorita dele, mas ainda é uma das coisas mais engraçadas que já me aconteceram.

A última coisa que ouvi no meu estado de inconsciente foi meu pai.

Eu não vi nada. Não, acabei de ouvir a voz dele na minha cabeça. Era tudo tão real - desde seu sotaque pesado, até a maneira como ele limpou a garganta antes de olhar para uma nova frase. Era tão real que eu tinha certeza de que estava morto... Mas então percebi que o ouvi dizer isso antes.

E não foi dirigido a mim.

Ele estava falando com Alyssa.

Mi amor. — ele diria gentilmente, e eu poderia imaginá-lo escovando o cabelo do rosto dela. — Você não é como as outras crianças, mas tem algo que nenhuma delas tem.

O quê? — essa era Alyssa, em sua voz inocente de menina de treze anos.

Você tem coragem. Você tem uma voz que pode usar para mostrar às pessoas o quão brilhante você é. Você agora é o que meu pai me disse quando eu era criança? Diga a ela, Ant.

A única pessoa que já me chamou de Ant.

Eu ouvi minha voz, minha voz que permaneceu a mesma até que eu me phased. — Um, lucha con un escudo hecho de independencia.

Exatamente. O que isso significa, Allie?

— Luta com um escudo de independência?

— Exatamente! E você sabe o que isso significa? Isso significa que, mesmo que as outras crianças zombem de você, você mostra a elas que não precisa que elas sejam fantásticas.

Alyssa teria cheigado e limpado o rosto com a manga, antes de rir. — Isso é tão idiota, papai.

Papai riu, sua risada alta e barulhenta que não pode deixar de fazer você sorrir para si mesmo. — Viu? Você já o derrubou.

Outra risada. — Eu te amo.

Eu também te amo, linda.

Ela teria subido as escadas correndo, e então papai teria seguido e se virado para mim, batendo em meu ombro e respirando profundamente. — Sua irmã é forte, você precisa garantir que ela continue assim, certo? Sempre cuide dela, mesmo quando eu não puder.

— Eu prometo que vou.

Isso foi o que me pegou. Eu prometo que vou. Uma promessa a meu pai, quando ele sabia que não sobreviveria e queria garantir que seus filhos tivessem a melhor vida possível. Prometi que garantiria que Lyssa permanecesse forte, então como diabos eu faria isso se morresse? Morrer é para pessoas que não têm escolha - mas eu serei amaldiçoado se não puder tomar uma dose de vodca para fazer meu coração disparar e seguir em frente.

Na verdade, isso não é inteligente, por favor, não façam isso, crianças. 

Mas agora eu estava preocupado. Eu estava preocupado que tudo fosse diferente agora. E se eu não for tão inteligente? E se de alguma forma meus genes fossem afetados pelas... Você sabe... Drogas? E sugador de sangue apertando.

— Eu não sei, eu só... — a h me mexi no meu lugar para poder encarar Embry, minhas sobrancelhas franzidas juntas. — Tudo vai continuar igual, certo? Você ainda vai me amar mesmo quando eu soar como se o Batman tivesse um bebê com Dora, a Aventureira?

O rosto de Embry se contorceu em confusão por um breve momento enquanto ele entendia minha analogia, antes de balançar a cabeça. — Estranho... Uh, sim, claro que ainda te amo, por que você perguntaria algo assim?

— É impossível que os danos nas cordas vocais cheguem ao cérebro, certo?

— Vamos testar. — Embry sentou-se, virando-se para poder olhar diretamente para mim. — Conte-me um fato aleatório e nerd sobre ciência.

— Vênus é o único planeta a girar no sentido horário.

Embry sorriu, inclinando-se para pressionar seus lábios nos meus, sua mão alcançando meu queixo. Estendi a mão para passar a mão por seu cabelo, a sensação quente de alívio borbulhando em meu peito.

Então, eu ainda poderia ser inteligente... Isso é um começo. 

— Vou te contar um segredo antes que Paul ou algo apareça subindo as escadas... — ele balançou as sobrancelhas. — Eu acho que sua voz é meio sexy.

Eu bati em seu braço, resultando em uma animada rodada de risadas do meu namorado enquanto ele tentava se esquivar do golpe. Inclinei-me para beijá-lo novamente, a sensação de efervescência em meu peito sendo uma coisa que definitivamente não mudou.

— Eu te amo, nerd, nunca se esqueça disso.

Eu sorri novamente. — Eu também te amo, esquisita.

E isso era uma coisa que eu sabia que nunca mudaria.



FIM

Este é o fim da jornada de The Wild. Eu amo essa história. Irei sentir muita falta de Tony, Embry e Alyssa, eles tem meu coração.

Amo todos vocês, muito obrigada por suas leituras, votos e comentários. Obrigada por me apoiarem nessa tradução.

Quero agradecer também a poseyfilms, por ter me dado a oportunidade de traduzir essa história. Thank you!

Obrigada e adeus!

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