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𓏲 . THE WILD . .៹♡
CAPÍTULO QUATRO
─── O NOVO ESTILO DE VIDA
EU PODIA OUVIR vozes ressoando em minha cabeça, vozes que não eram minhas, apenas me convencendo ainda mais de que eu estava morto ou apenas enlouquecendo.
Minhas pernas bateram no chão, impulsionando-me para frente com uma velocidade que eu nunca soube que poderia alcançar, o vento soprando o cabelo que agora cobria cada centímetro do meu corpo para trás, minha visão clara, meu nariz no ar, cheirando tudo, desde a grama o chão ao doce tom do vento.
Algo saltou em minha linha de visão, seguido por um pensamento que não era meu.
Fique abaixado, Tony, está tudo bem.
Eu rosnei para o lobo prateado na minha frente, agachado em uma posição defensiva para o canino na minha frente. Não sei por que, mas os instintos estavam assumindo o controle e eu não confiava nessa coisa.
Eu investi contra o adversário, mas com uma precisão impressionante, ele desviou para o lado e me acertou, prendendo meu corpo no chão.
Calma, merda! Você quer mudar de volta ou não?
Paul!
Outra voz veio à minha mente, uma voz dominante, que fez o lobo prateado em cima de mim correr, eu me levantei, rosnando para o grande lobo marrom que entrou. Maior do que qualquer um dos outros, maior do que eu.
Você precisa retroceder.
Não sei como fazer isso, não sei nada sobre o que está acontecendo comigo, o que aconteceu comigo. Se eu não estava morto, devo estar sonhando, isso é impossível. Paralisia do sono, eu podia sentir uma dor tão real e tão intensa
Você não está sonhando. A voz disse, me fazendo parar de rosnar e inclinar minha cabeça para o lado, Isso estava realmente acontecendo? Eu sou realmente um lobo?
Sim. Agora, preciso que se acalme, se apegue a algo que possa acalmá-lo. Você não pode voltar até relaxar.
Comecei a recitar a tabela periódica dos elementos na minha cabeça, já que era a única coisa que eu conseguia enfiar no meu cérebro atrapalhado. Juro que vi o lobo prateado revirar os olhos, e uma enxurrada de pensamentos que não consegui identificar passou pela minha cabeça. 43
Não, ignore-os. Apenas foco, titânio, vanádio-
Quando cheguei ao zinco, senti uma sensação de formigamento se espalhar pelos meus membros, vibrando pelos meus ossos como uma massagem levemente dolorosa. Eu podia sentir meus ossos voltarem ao lugar, uma ação que doía, mas não tanto quanto antes, até que eu era humano novamente, nu, tremendo e totalmente apavorado, mas humano.
Eu me enrolei como uma bola no chão da floresta, tremendo, embora eu não fosse tão humano assim. Tudo doía, como se eu tivesse corrido uma maratona muito longa e me sentisse... Maior. Quase mais forte, como se todo o meu corpo mudasse bem na frente dos meus olhos.
Sim.
— Isso foi mais fácil do que eu pensava.
Eu olhei para cima, meus olhos encontrando os de Paul Lahote, que estava puxando um par de shorts cargo. Senti todo o meu corpo queimar vermelho brilhante quando ele me jogou um par que eu lutei o mais rápido que pude com meu corpo dolorido.
— Te peguei. — Ele deu um passo à frente, permitindo que eu apoiasse meu corpo dolorido no dele. — Vai doer pra caramba nas próximas vezes, mas você vai se acostumar.
— Isso vai acontecer de novo? — Eu perguntei, minha voz soando mais profunda do que esta manhã. — Uma vez já foi ruim o suficiente, o que diabos foi isso?
— Faseamento. — Paul deu de ombros com indiferença, como se transformar-se em um lobo gigante fosse uma coisa normal. — É melhor você se acostumar com isso logo, porque vai acontecer muito mais.
— O que foi? Isso não é possível, é... É-
— Muito legal, hein?
— Não! — Eu rebati, e teria me afastado se o corpo de Paul não fosse a única coisa que me mantinha em pé. — Não! Foi assustador e doloroso! Droga, isso quase aconteceu na escola!
O rosto de Paul ficou tempestuoso, dando alguns passos, e eu estremeci, mas consegui continuar mancando. — Bem, eu não pensei que você seria estúpido o suficiente para ir para a escola. Eu me senti uma merda no dia em que me transformei pela primeira vez, dor de estômago, dor de cabeça, aquela febre que agora será sua temperatura corporal normal-
— Huh?
— Por que você iria para a escola? Estávamos tentando descobrir o dia todo se era hoje, e quando você teve seu pequeno episódio no refeitório.
Eu corei vermelho brilhante, desejando poder me desculpar com Embry, — Sim, eu estava realmente chateado hoje.
— Totalmente normal.
Quase comentei que Paul estava sempre bravo, mas imaginei que ele iria me bater, então não o fiz. — Havia dois. Qual deles era você?
— O de prata.
— Quem era o outro?
— Aquele era o Sam. — Ele explicou, e meus olhos se arregalaram drasticamente. Sam Uley? Como no culto de Sam Uley? Este é o culto? Eu faço parte do culto agora?
— Sim, eu sei o que você está pensando. — Paul acenou com a cabeça para a pequena casa que apareceu, parecia muito mais perto quando eu era um lobo. — Sam vai explicar tudo lá dentro.
— É melhor. — Eu resmunguei, enquanto Paul abria a porta, e um alto aplauso de Jared nos cumprimentou. — Uau! Mais nova adição, fase mais rápida da história!
— Uh, obrigado? — Eu não sabia como responder a nada disso. Eu nunca falei com Jared Cameron, e agora somos como... Melhores amigos?
— Oh querido! — Minha mãe apareceu, correndo e envolvendo seus braços em volta de mim, me fazendo gemer de dor. Ela se afastou, arrependimento dançando em seus olhos. — Você está bem?
— Uh- — Fiquei tentado a dizer não, mas não queria preocupá-la, então murmurei um 'sim'.
— Ele é natural. — Paul sorriu, apontando para um pequeno assento de madeira no qual me afundei alegremente. — Onde está Sam?
— Bem aqui. — O grande homem entrou na pequena cozinha de Billy Black, seguido pelo próprio homem. Sam Uley era intimidante para dizer o mínimo, super alto e musculoso, com características que o faziam parecer que ele estava sempre olhando para você. — Olá, Tony.
Uma mulher saiu em seguida, com uma tesoura nas mãos. Ela era linda, com cabelos longos e sedosos e pele bronzeada, mas eu estava me concentrando principalmente nas longas cicatrizes que cortavam seu rosto. Desviando os olhos, olhei de volta para Sam. — Oi?
— Eu entendo que você deve ter um monte de perguntas. — Ele se sentou na minha frente, enquanto a mulher me deu um sorriso caloroso e se deslocou para o lugar atrás de mim. — Emily vai cortar seu cabelo enquanto conversamos.
Eu nem sequer protestei quando a garota desconhecida, Emily, começou a passar os dedos pelo meu cabelo rebelde. A sujeira cobria meu torso estranhamente musculoso, fazendo-me mexer e arranhar a pele. Quando eu não respondi, Sam continuou.
— Você sabe tudo sobre as velhas lendas, presumo? As de Taha Aki, os Frios e os Guerreiros Espirituais?
Eu balancei a cabeça em silêncio.
— Bem, os descendentes dos anciãos têm aquele gene, o gene do lobo, que nos dá a habilidade de proteger a aldeia dos frios, os sugadores de sangue. O gene é acionado quando alguém chega à cidade. — Ele levantou uma sobrancelha, como se esperasse que eu perguntasse sobre a ciência disso. Acho que fez sentido, sei muito sobre genes e como eles podem ser transmitidos. Na maioria das vezes é a cor do cabelo, não a capacidade de se transformar em um lobo gigante.
Um puxão no meu cabelo me fez morder o lábio, mas ficar preso à cadeira. Meus olhos encontraram meu braço, uma tatuagem circular e intrincada que eu juro que não estava lá antes, decorando a pele.
— Você é uma parte do nosso bando agora. — Sam empinou o queixo e, como nenhum de nós estava usando camisa, vi a mesma tatuagem em Sam, Jared e Paul. — Irmãos. Podemos ouvir os pensamentos uns dos outros quando estamos em nossas formas de lobo-
Oh, será interessante ter um vislumbre da mente de Paul.
— E nós protegemos uns aos outros. Um vínculo inquebrável, você poderia dizer.
— I-Irmãos?
— Você entendeu! — Jared sorriu, balançando o joelho, — E agora não sou o mais baixo.
Ele estava me chamando de baixinho? Eu tenho que ter um metro e oitenta e três agora ... Quão alto eu vou ficar?
Vendo o olhar no meu rosto, Jared riu, — Não se preocupe, você vai parar de crescer eventualmente.
— Eventualmente?
— Dê-lhe alguma folga. — Paul sorriu, — Até a semana passada, ele não conseguia atirar depois das cinco e cinco.
— Cale-se. — Eu resmunguei, enquanto os dois caíam na gargalhada, e Emily tirou um pouco de cabelo dos meus ombros. — Tudo feito! — Ela sorriu, bagunçando meu cabelo agora curto e espetado. — Parece ótimo.
Eu inconscientemente estendi a mão para tocar minha cabeça, a falta de cachos bagunçados me surpreendendo. Eu também podia ver com mais clareza, como se estivesse usando lentes de contato... Mas não estava. — Minha visão se corrigiu sozinha?
— Todas as regalias, mano. — Paul deu um tapinha no meu ombro.
E meus amigos? — Eu perguntei, pensando no passado e sentindo uma pontada de arrependimento. O rosto de Sam escureceu.
— Seria melhor para você ficar longe deles até que você esteja treinado.
Como se fosse uma deixa, um toque familiar ecoou pela sala. Todos nós congelamos por um segundo, até que Jared puxou um telefone, meu telefone, do bolso e verificou a tela. — Quem é o amor da minha vida?
Eu pulei, ignorando a dor nas articulações, para pegar o dispositivo. — Quil roubou meu telefone.
Eu olhei para cima para encontrar o olhar de Sam, antes de pressionar o botão de aceitação e segurá-lo no meu ouvido. Quil começou a falar imediatamente.
— Cara, o que aconteceu? Você está bem? Paul Lahote te sequestrou? Eles correram atrás de você!
Eu lutei para manter minha voz firme. — Estou bem.
— Que diabos? Você parece diferente! Tony, você está bem?
— Eu juro que estou bem, Quil. — Olhei ao redor da sala, meus olhos encontrando cada pessoa individualmente.
— Eu tenho que ir.
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