Capítulo 3
_Você fez falta, meu amigo
- O que você quer de verdade, Número Sete?
- Você tem algo que eu preciso, e quero de volta.
Marcus se inclinou, aproximando seu rosto de Sete.
- E depois que eu der o que você quer, vão todos embora sem olhar para trás? - arqueou a sobrancelha de modo provocativo.
- Sem olhar para trás. - Sete concorda dando de ombros.
Um sorriso incrédulo se desenha na face de Número Um. - Sem olhar para Ártemis?
Foi a primeira vez que o Sparrow viu o olhar de Número Sete vacilar.
- Quero falar com ela. - derrepente todo o plano se desfazia na mente de Sete, sendo substituído pela imagem da irmã.
Marcus negou. - Você já fez seu acordo, Zero não vai falar com vocês, especial você.
Sete ficou intrigada. - Especialmente comigo? Porque?
Dessa vez foi Um que se intrigou, e então ele não conseguiu conter uma risada. - Você não sabe, não é? Realmente vocês são uma piada.
As luzes começaram a piscar com mais intensidade a medida que a paciência de Sete se esvaia.
- Não pode impedir Zero de nos procurar.
- Ela não vai, acredite, eu a proibi. - declarou Um sem qualquer dúvida de que a irmã não violaria uma ordem direta.
Foi a vez de Número Sete rir.
- Você a proibiu? E acha mesmo que Art pode ser proibida de fazer o que quiser? - a gargalhada de Sete é alta. - Se acredita nisso então é você quem é a piada aqui.
☂️☂️☂️
- Você ainda se lembra de mim, E?
Um sorriso se abriu no rosto da mulher.
- Como eu poderia esquecer? Você parece diferente, mas não envelheceu nada.
O latido de Mr.Pennycrumb tirou o foco dos dois amigo, Ártemis se inclinou pegando o pequeno cachorro no colo.
Os olhos de Elliot brilharam de entendimento. - Você encontrou seu marido, então. - constatou.
- Como sabe?
Um suspirou saiu dos lábios do senhor acamado, Elliot não tinha uma lembrança muito feliz do seu último encontro com Número Cinco.
- Eu entreguei Mr.Pennycrumb para Cinco, quando ele me visitou pela última vez, para contar da sua... - as palavras travaram na garganta do mais velho. - Da sua morte.
Ártemis se sentou na cadeira ao lado da cama do amigo. - Então você soube. - sua voz nada mais era que um sussurro.
- Cinco apareceu na minha porta, algumas horas depois de vocês irem embora. Ele me contou, eu vivi 91 anos Z, e o rosto dele ao me contar da sua morte foi a coisa mais triste que já presenciei em toda a minha vida.
O coração de Zero se apertou ao pensar no sofrimento do viajante.
Art não conseguia controlar ou conter as reações que apenas a menção a Cinco tinha sobre si.
- Se sabia que eu morri, por que disse que estava me esperando?
Elliot sorriu. - Você é a Número Zero, Z. Sobreviveu a um pai torturador, décadas em um apocalipse, e dois fins do mundo, tudo para ficar com sua família, não seria algo banal como a morte que iria te parar, é a pessoa mais determinada que eu já conheci.
Os olhos da morena se encheram de lágrimas.
- Você fez falta, meu amigo.
Elliot olhou para Ártemis atentamente, a visão já não tão boa quanto antigamente.
- Esta com o mesmo olhar de quando te vi pela primeira vez.
Zero franziu o cenho confusa. - Que olhar?
- Perdido. O que aconteceu?
A morena segurou as lágrimas mais uma vez, respirou fundo e forçou um sorriso.
- Tanta coisa, vou te contar tudo, mas primeiro eu quero saber, como foi sua vida, E ?
Elliot não pode deixar de sorrir, sua vida tinha sido incrível, graças a mulher com rosto de garota sentada ao seu lado.
E ele contou a Ártemis, contou que seguiu cada item da lista que ela lhe deixou, contou que conheceu sua esposa na fila do cinema, quando foi ver Star Wars. Contou que apostou todo o seu dinheiro no Frizer na luta de 1971 e depois no Brasil na copa de 94 e ficou milionário. Falou sobre sua filha, o amor da sua vida.
- Dei a ela o nome de Ártemis. - disse para a amiga. - O nome da minha melhor amiga, a pessoa que mudou minha vida.
Dessa vez Art não fez questão de esconder as lágrimas. - Me sinto honrada.
E Elliot seguiu contando para Zero sobre, todos os eventos em que foi por causa da carta dela, contou do orfanato que criou com seu dinheiro para ajudar crianças órfãs, como uma homenagear para ela e seus irmãos.
- Tive uma vida maravilhosa e a aproveitei o quanto pude, tenho dois netinhos lindos que consegui ver nascer, e tive a melhor mulher do mundo, ela falaceu a um mês, e a amei durante toda a nossa vida. Faz duas semans que estou nesse hospital, acho que só estava esperando você parecer para poder descansar de vez.
Um sentimento verdadeiramente feliz atingiu Zero, apesar de toda a confusão que ela sentia por dentro, saber que ajudou Elliot a ter uma boa vida era o suficente para esquecer todas as suas preocupação no momento.
- Agora é sua vez de me contar sobre sua vida, Z.
Abraçando Mr.Pennycrumb, a Hargreeves respirou fundo.
- Eu morri naquela linha do tempo. E depois daquele jantar desastroso em 63, meu pai decidiu adotar outras crianças, com exceção de mim. Ele me adotou junto com mais seis crianças diferentes.
"E ele me criou de maneira completamente diferente da primeira vez, Reginald era atencioso comigo e ajudou a espandir meus poderes de maneiras que em minha outra vida eu não sabia ser possível, ele era rígido, mas nunca cruel. E apesar disso eu nunca consegui confiar plenamente nele, pois desde que eu me lembro eu tenho esses sonhos, agora eu sei que não eram sonhos.
Era minha outra vida, toda noite eu me recordava dela, mas eu não apenas via, eu vivenciava todas aquelas experiências, todas as torturas com papai, todas as brincadeiras com Klaus, todos os treinos com Diego, as ridas com Ben, a implicância com Luther e as conversas com Alisson, todos os abraços de Sete e todos os momentos com Cinco.
Durante todos esses anos eu vivi duas vidas simultaneamente, uma acordada e a outra quando dormia. Não contei ao meu pai sobre os sonhos, mas ele logo notou que algo estava difente comigo, disse que eu parecia mais cansada e abatida e começou a me dar pílulas para relaxar.
Meus poderes me fazem envelhecer mais lentamente que a maioria, por isso não desconfiei, mas as pílulas ajudaram a retardar meu crescimento, sou uma mulher de trinta anos que aparenta a metade disso. Eu parei de tomar quando Número Um assumiu a liderança da família.
Em sonhos nossa mente funcionar mais rapidamente, por isso eu consegui sonhar com toda a minha vida, todos os anos com Cinco no apocalipse, meu tempo em Dallas, meus sonhos, ou melhor dizendo, minhas lembranças pararam a uma semana, quando eu morri.
Eu sentia que estava enlouquecendo, eu procurei por eles, procurei por Cinco, mas não achei nada nenhum vestígio de que ele existia, que era real, então me convenci que eram apenas sonhos e tentei seguir com minha vida.
Mas você apareceu Elliot, e eu decidi ver se você existia, e depois de um alguns dias consegui te encontrar e eu ia vir te ver amanhã, mas a Umbrella aparece hoje na mansão e todas as minhas certezas foram ao chão.
E finalmente decidi aceitar, que minha visões não eram apenas sonhos, mas memórias, lembranças de uma outra vida."
Número Zero terminou com um suspiro pesado, até aquele momento nunca havia contado nada disso para ninguém, nunca havia falado em voz alta tudo que tinha passado em todos esses anos, foi como tirar um peso gigantesco do peito.
Elliot não conseguiu disfarçar a risada. - Quando eu acho que sua vida não pode ser mais louca o Z, você vem e me prova o contrário.
Ártemis riu com o amigo, realmente não havia muito o que ser feito, sua vida era e parentemente sempre seria uma grande confusão, ela já vinha aceitando aquele fato.
- O que vai fazer agora?
Era uma boa perguntar, e a Hargrevees não tinha idéia da resposta.
- Não sei, aceito sugestões. - piscou de modo brincalhão.
Elliot refletiu. - Acho que devia falar com Cinco.
O senhor obsevou a reação de Ártemis. - Está com medo de falar com ele?
- Estou, sou uma pessoa diferente, Elliot. - desabafou o que vinha corroendo sua mente a algum tempo.
- Você o ama?
- Amo, é a única certeza que tenho.
O de cabelos grisalhos sorriu para a velha garota. - E é a única coisa que importa Z.
Ártemis se levantou da cadeira abraçando o amigo, sem conseguir por em palavras sua gratidão.
- Cinco também te ama, Z. Tenho certeza, se fosse por ele, ele teria voltado no tempo para te trazer de volta, na verdade ele me disse que até tentou, mas não consegui por conta de um paradoxo, ou algo do tipo, não me lembro muito bem, minha memória já não é tão boa quant antes. - o homem riu.
Art sorriu, até absorver as palavas do amigo.
- σκύλα που γέννησε/ Puta que pariu, o paradoxo!
Merda, merda, merda! Quando Ártemis achava que seu maior problema era sua vida duplicada.
Agora não era uma opção, ela precisava falar com o marido.
- Πέντε θα φρικάρουν/ Cinco vai surtar. - a velha garota murmurou para si mesma.
Elliot se assustou com a exclamação da mulher. - O que houve? Mais um fim do mundo. - sorriu brincando, mas o sorriso se desfez ao ver o semblante preocupado de Art.
- Pior, o fim do universo.
- Bom, se tem alguém que pode salvar o universo é você, Z. - deu se ombros tranquilamente como se aquilo não fosse nada de mais, e para ele não era mesmo, era um homem velho a única coisa que o universo podia lhe oferecer agora era uma morte tranquila.
Número Zero abriu um pequeno sorriso triste. - Eu preciso ir, meu amigo.
- Eu sei, vai salvar o mundo!
Ártemis abraçou Elliot mais uma última vez.
- Foi um prazer conhecer você, E.
- Foi um prazer conhecer você, Z.
E com Mr.Pennycrumb no colo a velha garota se foi, sabendo que aquela fora a última vez que viu seu amigo.
🌂🌂🌂
Eu sei que demorei, mas finalmente veio ai meus amores.
Espero que vcs tenham gostado, esse capítulo tem algumas respostas como foi a vida da Art nessa linha do tempo.
E como sempre Artzinha rápida no gatilho já sacou qual vai ser o problema dessa temporada
E eu só queria dizer que o Elliot é um amorzinho e estou tristes que não veremos mais ele por aqui 😭
Capítulo não revisado, perdoem os erros.
Espero muito que vcs tenham gostado, não deixem de comentar por favor, meu combustível são os comentários de vcs, então alimentem essa pobre autora.
Até o próximo amores da minha vidinha.
bjs da tia Charlie!
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