VIGÉSIMO SÉTIMO CAPÍTULO

      Duas semanas tinham se passado desde o pedido de casamento que Harry fizera, mas ninguém além de nós dois e de Liam sabia sobre aquilo. Eu agradecia muito ao Contentor por realmente manter aquilo em segredo, pois eu ainda não me sentia muito confortável em contar para os outros meninos; minha maior preocupação, a bem da verdade, era em relação a Anne.

      Ela e Harry se viam todos os dias na mansão, assim como eu, porém o clima ainda estava meio pesado por causa da minha gravidez inesperada. Não que ela me destratasse, mas as conversas eram escassas ou limitadas somente ao necessário. De toda forma, Gemma tentava me tranquilizar de várias formas, uma delas sendo separar uma horinha na semana para termos um “momento de spa”, como ela mesma dizia.

      Nós usávamos esse tempo para cuidar da pele, conversar sobre coisas banais, ver filmes como As Patricinhas de Beverly Hills e fazer as unhas. Naquela semana, minhas unhas tinham um tom de amarelo bem claro com um rostinho feliz em esmalte preto que a própria Gemma tinha desenhado com um pincel fino. Harry elogiou bastante o trabalho da irmã, principalmente o quão bonito eu ficava com as unhas pintadas.

      — Você vai me deixar pintar suas unhas na próxima semana? — Perguntei durante o café da manhã.

      — Se você mantiver sua alimentação regrada e tomar os remédios sem errar, sim — o alfa riu, fazendo seus cabelos curtos balançarem.

      Após comermos, nós encontramos Zayn na academia da mansão. A sessão foi tranquila, com exercícios novos e um pouco mais de limitações, mas apenas porque minha barriga estava próxima de começar a crescer. Zayn também conversou conosco sobre Gigi, contando sobre a amizade deles desde sua infância.

      Aparentemente, eles tinham uma amizade colorida na adolescência, antes do alistamento para profissionais da saúde começar, e foi ali que eu descobri que o alfa era bissexual.

      — Isso fez eu me divertir muito antes de namorar Liam — brincou. — Nunca faltava alguém para eu beijar, mas ainda assim aquela época nunca se compararia com o quanto eu amo ter meu alfa ao meu lado.

      Sorri para ele, achando a coisa mais fofa do mundo o amor que eles compartilhavam. Ainda assim, meu sorriso pareceu insosso, mas agradeci por nem Harry e nem Zayn perguntarem algo. Eu não me sentia bem.

      Naquelas duas semanas, Liam tinha se esforçado bastante para conseguir mais informações que nos levassem a algo definitivo sobre minha família, contudo não tínhamos obtido muito sucesso. O documento que fora primeiramente encontrado por Liam e Harry agora representava uma esperança vazia para mim, e a sensação era de estar perdendo minha mãe e irmãs mais uma vez.

      Após tomar banho no quarto do meu alfa, coloquei roupas confortáveis e quentes. Estávamos próximos do começo de novembro, e por isso as temperaturas de Londres começaram a cair. Na campina era mais frio por causa das árvores que circundavam o terreno, então era bom me esquentar nos cobertores grossos de Harry.

      — Louis? — Ouvi sua voz chamar antes da porta ser aberta. — Oi, amor — ele sorriu.

      — Ei, cutie pie — chamei ao estender a mão. De prontidão, o mais novo veio até mim para entrelaçar seus dedos nos meus e deitar-se cuidadosamente sobre meu corpo. — Ainda não tenho a barriga grande, Hazzy, pode soltar seu peso.

      — Eu sei, mas ainda assim sinto receio — respondeu-me enquanto sua aura vibrava em uma cor sutil de rosa, em adoração.

      Beijei sua bochecha com um estalo, observando suas covinhas aparecendo devido ao sorriso que ele abriu. Coloquei a ponta do indicador dentro de uma, fazendo o sulco aumentar.

      — Já tomou banho? — Eu quis saber, mesmo que conseguisse sentir o cheiro de romã vindo de seus cabelos.

      — Sim, enquanto você estava no meu banheiro eu fui no seu.

      — Podia ter entrado no chuveiro comigo — apontei.

      — Eu notei você se olhando no espelho, um dia desses — Harry se ajeitou sobre mim, abrindo um pouco minhas pernas para se encaixar ali. — Você chorou. Por quê?

      Engoli em seco. Lembrava-me do motivo, mas não tinha certeza se seria uma boa ideia contar. Vendo suas esmeraldas brilhantes e tranquilas, a certeza de minha confiança sobre meu alfa apenas aumentou. Por isso, foi quase involuntário começar a explicar:

      — Meu corpo vai mudar com essa gravidez, e eu sei que é uma das coisas mais naturais do mundo. Porém, ainda assim, não sei o quanto isso vai me afetar, o quanto vai nos afetar.

      — Nos?

      Fechei meus olhos com força, desejando ser mais fácil organizar meus pensamentos. No dia em questão, quando encarei meu reflexo no espelho e chorei, eu fiquei pensando sobre como as coisas nunca mais seriam as mesmas com aquela gestação. Não que minha vida algum dia houvesse sido monótona após eu ter fugido da Contenção, ainda assim…

      — Tenho medo de você me ver com a barriga grande por causa dos bebês e não gostar mais da minha aparência — admiti em voz baixa, sem realmente ter coragem de abrir os olhos. — Tenho medo que meus hormônios te estressem demais, ou que alguma emergência no meio da madrugada surja e algo aconteça com você. Nem mesmo sei se conseguirei desenvolver algum...

      Impedi-me ali, arregalando os olhos, afinal.

      — Amor? — Harry completou, com um tom de voz receoso.

      — É — balancei a cabeça lentamente, após alguns segundos. — Quero muito ser pai e ter uma família com você. Isso se tornou um dos meus maiores sonhos. Eu apenas… Não sei. Não entendo o porquê de estar sendo tão difícil sentir alguma coisa que eu realmente entenda.

      Alguns momentos de silêncio se passaram entre nós dois. Meus pensamentos transtornados se acalmaram um pouco depois de conseguir colocar alguns deles para fora, como se minha mente tivesse vomitado algumas coisas ruins que a faziam ficar embrulhada. 

      Ainda que aquele alívio estivesse presente, eu me sentia inquieto com a falta de palavras de Harry. Eu queria que ele falasse qualquer coisa, nem que fosse algum xingamento por eu possivelmente estar sendo um vadio sem coração. Eu sentia-me daquele jeito, às vezes. Eu seria pai e, teoricamente, aquilo era uma das melhores coisas que poderia acontecer na vida de qualquer pessoa, mas, por alguma razão que eu não sabia qual era, meus dias de gestação estavam sendo contemplados por choros, mixes de emoções que iam da adoração ao terror e, sobretudo, eu sempre encontrava-me ansioso.

       Pelo quê? Eu não tinha ideia. Talvez pelo dia que aqueles bebês finalmente saíssem de dentro de mim, ou por alguma intervenção divina que me fizesse sentir todas as dádivas da prenhez que eram publicadas em sites ou que saíam da boca daqueles que já tinham filhos. Por ora, eu apenas sentia-me sufocado.

      — Você acha que o melhor seria fazer um aborto, meu bem? — Harry perguntou com calma. — É um direito seu, como ômega. O corpo é seu e só você decide o que fazer com ele. Eu estou aqui para apoiá-lo, certo?

      Em um primeiro momento, não consegui encará-lo nos olhos. A-bor-to. Essa palavra não soaria estranha em minha cabeça antigamente, era uma causa que eu sempre apoiara. E agora era comigo, a decisão estava em minhas mãos. Olhei para minha barriga, que apesar de ainda não ter um volume notável, já tinha a pele mais lisa e dura. 

      Tentei imaginar-me dali a algumas semanas, com quatro bebês mestiços crescendo tão rápido que talvez eu mal conseguisse aproveitar as semanas de gravidez. Era uma realidade possível para mim, então tentei ver meu corpo deitado numa maca, sedado, enquanto algum médico — quem sabe a própria Gigi — fazia todo o procedimento para retirar os fetos malformados; eu também consegui vislumbrar a cena fictícia em minha cabeça com bastante clareza.

      Apertei meus lábios numa linha fina enquanto mais lágrimas desciam por minhas bochechas, e senti o gosto salgado de algumas que chegaram aos meus lábios. A ideia de ter uma família ao lado de Harry parecia mais certa, mesmo que eu ainda sentisse uma angústia bem grande sobre aquilo. No fundo, eu sabia que poderia amar aquelas crianças, porém eu precisaria de muita ajuda para aquilo.

      — Não — eu respondi por fim. — Não quero tirá-los, eu só… Preciso de tempo, e suporte.

      A aura de Harry desprendeu-se, eu sequer tinha notado que ela retraíra-se durante aquele tempo. O mais novo, logo, puxou-me mais para perto e começou a acariciar meus cabelos com um zelo que só ele sabia ter comigo. Aos poucos, seu cheiro amadeirado chegou às minhas narinas, num sinal de calmaria. Desde que eu acordara do coma, finalmente senti meus músculos relaxarem e um sono verdadeiro me atingir.

      Naqueles dias desde minha volta à consciência, eu tinha dormido apenas por exaustão, mas naquele momento eu estava realmente tranquilo fisicamente e conseguia sentir o pesar de minhas pálpebras implorando para que eu tirasse pelo menos um cochilo.

      Em algum momento, enquanto eu vagava entre a consciência e o sono, senti o corpo de Harry mexer-se e sua voz ressoar. Só consegui distinguir as palavras "consulta" e “mais tarde” antes de finalmente ser levado para uma realidade irreal de sonhos e pensamentos incoerentes.

















      Ao acordar, perto das seis horas da tarde, Harry disse que iríamos ao médico ainda naquele dia.

      — Por quê? — Perguntei, enquanto tomava banho. O mais alto estava urinando antes de entrar no box também. — Estou bem. E você poderia fazer xixi aqui, isso ajuda o meio ambiente, sabia? É uma descarga a menos que você dá.

      — Vamos ao médico porque quero ter certeza de que está tudo bem com a sua cabecinha linda — ele explicou ao que o som da descarga soou. — E eu sempre mijo no banho, mas eu só não quis esquentar seus pés.

      — Harry Styles fala mijo — entoei, entrando debaixo da torrente de água do chuveiro e enxaguando o xampu de maçã-verde que o alfa usava. — Vou colocar isso na minha lista.

      — Lista?

      — “Curiosidades de Harry Styles: de palavrões até hábitos extremamente nojentos”.

      — Ei! Eu não tenho hábitos nojentos — a porta de vidro rangeu um pouco pelo vapor da água quente e senti a presença de Harry atrás de mim.

      — Hum, sim, você tem — ri trêmulo. — Ou acha que eu não vi você limpando o ouvido com o mindinho?

      Antes que eu pudesse fazer algo, um tapa ardido estalou em minha bunda, fazendo com que eu me sobressaltasse e chiei de surpresa. Abrindo os olhos, me virei para encarar o alfa rabugento.

      — Ai — resmunguei. 

      — Foi merecido. Não tinha cotonetes por perto e isso é perfeitamente normal — Harry empinou seu nariz perfeito e colou seu corpo no meu para que ambos ficássemos debaixo do chuveiro.

      — Não deixa de ser nojento — mostrei-lhe a língua. Direcionei meus olhos para as andorinhas tatuadas abaixo de suas clavículas, reparando então em algo que me fez gargalhar verdadeiramente alto. — Ah, meu Deus! Você tem quatro mamilos!

      Coloquei meus indicadores e polegares sobre eles, dando mais risada ainda quando o alfa se retraiu em cócegas. Suas mãos foram gentis em tentar me afastar, mas mesmo assim persisti na brincadeira. As risadas dele começaram lentamente a tomar forma, até que nós dois estivéssemos gargalhando dentro do box num jogo infantil de pega-pega com coceguinhas.

      Não sei quanto tempo ficamos naquilo, entretanto estávamos ofegantes quando paramos. A vibração gostosa em meu peito por ter sentido algo além da incerteza e angústia fez meu corpo se aquecer, então eu ainda sorria quando saímos para nos trocar. Harry também tinha a aura vibrando em cores vivas, o que me deu mais felicidade.

      Talvez ter dormido tenha melhorado meu humor, ou só eram os hormônios começando a fazer efeito. De toda forma, seguimos para a garagem a fim de que eu pudesse dirigir. Aquela era uma das coisas que eu me recusara a parar de fazer, e felizmente o mais novo não só entendia, como também apoiava. Harry dizia que eu devia ter certas libertinagens, mas que em algum momento aquilo pararia devido ao tamanho que minha barriga chegaria.

      De toda forma, entramos no Rolls-Royce por uma questão de conforto às minhas costas, e seguimos o mesmo ritual de viagens até o centro de Londres: eu entregava meu celular a Harry, e ele escolhia as músicas. Daquela vez, ele optou por Not Today, da banda Imagine Dragons. 

      — Então, você gosta de Como Eu Era Antes de Você? — O alfa indagou com um tom divertido.

      — É claro, Sam Claflin estava sensacional com o cabelo comprido e a barba mal feita — ri baixinho.

      — Hum — resmungou. — E Emilia Clarke?

      — Não sou um fã do trabalho dela, apesar de ela ser uma boa pessoa — ponderei com uma careta. — Sério, todos os personagens são praticamente iguais e sempre tem aquela expressão falsa de loucura. Não dá.

      — Não deixe Liam ouvir isso, ele é doido por ela — Harry caçoou.

      Passamos alguns minutos em silêncio, ouvindo a voz rouca de Dan Reynolds soar pelo interior do carro naquela música triste. Ela me fez lembrar do início da minha convivência com Harry na mansão, quando as coisas pareciam ser a corda de um gigante ioiô, em que subíamos e descíamos o tempo todo entre os bons e maus momentos. De qualquer maneira, talvez aquelas oscilações tivessem servido para construir nosso relacionamento.

      Chegamos ao Hospital Saint Mary's em uma hora e meia, no entanto, não demorou até que Gigi viesse até a sala de espera para nos chamar. Ela aparentava estar cansada, ainda que tivesse sorrido abertamente para nós e falado num tom alegre. Ela é psiquiatra também?, perguntei a Harry por telepatia. Obstetra, pediatra e psicóloga, corrigiu-me com um tom zombeteiro. Caralho, falei. Ela é tão nova

      — Sinto muito pela bagunça aqui — Gigi deu uma risada sem graça, enquanto colocava uma mecha de cabelo loiro para trás da orelha, que tinha escapado do coque no topo de sua cabeça.

      A sala realmente estava com a aparência de um lugar devastado por muitas pessoas, mas a julgar pelos brinquedos espalhados e pelo cheiro de baba que meu nariz sensível captou, e supus que aquilo tinha sido obra de crianças. Harry juntou-se à médica para empurrar aquelas coisas para o canto, mesmo que ela alegasse não ser necessário.

      — Obrigada, Harry — a loira suspirou ao se jogar na cadeira de estofado branco do outro lado da mesa quando nos sentamos. — Atendi um casal que teve sétuplos na última gravidez, e a ômega está grávida mais uma vez. Só Deus sabe como eles conseguem permanecer sãos.

      — Cacete — murmurei. — Isso sim é libido.

      Gigi soltou uma risada esganiçada que me surpreendeu, porém certo orgulho irrelevante surgiu em meu peito por ter conseguido arrancar aquele som da alfa. 

      — Bom, em que posso ajudá-los? Harry não me contou muito sobre o que estava acontecendo — ela disse com sua aura sempre tranquila.

      Olhei para as esmeraldas brilhantes, em dúvida. Explique como está se sentindo, ele me disse por telepatia, mas eu estava com medo e minha aura pareceu transmitir aquilo. Eu estou aqui e ninguém vai te julgar, eu amo você e Gigi está fazendo o trabalho dela. Anui, engolindo em seco antes de me direcionar para as orbes azuis da médica.

      — Caso prefira, eu posso levá-lo ao meu outro escritório para ficarmos a sós — Gigi ofereceu, parecendo notar a tensão.

      — Não precisa — sorri agradecido. — É só um assunto bem delicado… Ultimamente, eu tenho me sentido angustiado, entende? Com esse lance de estar grávido, gerando quatro filhotes de uma só vez. Minha mente fica muito confusa entre aceitar o que está acontecendo e simplesmente querer desistir de tudo. Mas, ao mesmo tempo, eu não quero desistir. Eu só não sei como reagir. Nem sei como explicar.

      Apenas notei que tinha começado a chorar quando Gigi pegou algo do armário de sua mesa fora da minha vista, logo revelando uma caixinha de lenços de papel. Aceitei sem reclamar, gastando cinco lenços no mínimo. A médica olhava-me com uma compaixão verdadeira e muita compreensão, o que fez uma calmaria e alívio imensos me atingirem.

      — É como se você sentisse uma barreira, um muro imenso, te separando de ter bons sentimentos sobre sua gravidez?

      — Exatamente — falei num suspiro sôfrego, como se um peso morto saísse de meu peito. — Mas eu sei que esses sentimentos estão lá, eu já os sinto. Só... Não os alcanço.

      Gigi assentiu, séria, antes de apoiar seus antebraços sobre a mesa e cruzar as mãos, meio inclinada. Ela me analisou calmamente, sem me julgar de maneira ruim e deixava isso bem claro ao sorrir amigável.

      — Eu já atendi pacientes com quadros semelhantes ao seu, Louis. Não se preocupe, porque o seu é um caso leve de depressão na gravidez. Não acredito que medicamentos sejam precisos, a menos que você sinta alguma dificuldade em realizar atividades cotidianas, como dormir, comer, fazer necessidades básicas, etecetera. Você sente alguma dessas coisas?

      Ponderei um pouco, mas balancei a cabeça, em meio aos soluços insistentes mesmo após eu ter parado de chorar.

      — Não, em nada disso e nem parecido. 

      — Bom, então acredito que podemos descartar a ideia de encaminhar você para um psiquiatra. Caso algum desses sintomas surjam, entre em contato comigo que te encaminharei a um psiquiatra amigo meu, ele é ótimo.

      — O que devemos fazer, então, Gigi? — Harry perguntou, sua aura estava mais calma apesar de ainda ricochetear pela sala.

      — Minha recomendação é uma série de boas distrações — ela recostou-se em sua cadeira. — Não só para Louis, mas para você também, Harry. Façam coisas juntos, pois, assim, conseguirão fortalecer seus laços com os bebês também. 

      — Que tipo de coisas? — indaguei ao devolver-lhe a caixinha de lenços de papel. 

      — Saiam da cidade, façam uma trilha... — Gigi cruzou os dedos sobre o próprio colo, comprimindo seus lábios. — Espero que possamos continuar nossas consultas para que eu seja sua psicóloga, também. Sei o que aconteceu com você há algum tempo, e mesmo que eu recomende que vocês testem fantasias novas na hora do sexo, não sei o quão afetada sua liberdade sexual se encontra.

      Corei fortemente por aquela ser uma recomendação a ser ponderada, mas uma onda de gratidão atingiu-me pela alfa demonstrar-se tão compreensiva sobre o meu estupro. Cocei a garganta, de modo nervoso.

      — Hum, entendi — tossi ao desviar os olhos. — Obrigado, Gigi.

      — É isso que eu tenho para dizer a vocês, até a nossa próxima sessão. Mais alguma coisa que gostariam de conversar, perguntar?

      Harry e eu nos entreolhamos, e eu acabei por dar de ombros antes de voltar minha atenção para a médica.

      — Acho que não.

      — Certo. Vou prescrever uma marca nova de vitaminas D e C para você, e se houver qualquer tipo de mudança, me notifiquem para sabermos se será preciso mantê-las ou trocá-las.

      Gigi anotou as receitas das novas vitaminas num papel, e assim que saímos de seu consultório nos despedindo com abraços e beijinhos na bochecha, Harry disse que me levaria até a farmácia de manipulação onde seus remédios geralmente eram feitos. Não demorou mais que cinco minutos, e ele insistiu para que eu aguardasse no carro — eu só tinha reclamado uma vez sobre o inchaço em meus tornozelos, porém pareceu ser o bastante para preocupá-lo mais que o necessário.

      Na volta para casa, Harry decidiu que os noticiários do rádio seriam uma melhor companhia para nós. Ouvimos a voz de Tom Robinson comentar sobre os principais acontecimentos com celebridades, políticos e novos estudos sobre novas formas de realizar cirurgias cardíacas.

      Eu devia estar realmente exausto, porque quando entrei no quarto de Harry, larguei a sacolinha de papel da farmácia e simplesmente me joguei sobre o colchão macio e os edredons quentes, deixando o sono me levar enquanto sentia as mãos grandes e gentis de meu alfa me despindo para ajeitar meu corpo debaixo das cobertas.

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Até o próximo e eu amo vocês

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