CAPÍTULO EXTRA - PRIMEIRO
Primeiro de tudo... Olá! ;p
Ainda é meio surreal pra mim que essa fanfic tenha chegado onde chegou (eu amo ela, vejo o potencial que ela tem, mas ver a interação de vocês sobre a história nas minhas redes sociais é incrível!), e depois de um tempo recebendo feedbacks e ponderando a ideia, resolvi trazer alguns capítulos extras pra cá. ♥
Eles serão sobre o Lou e o Hazz, sobre os filhotes e também sobre o nosso amado trisal Niall, Liam e Zayn. Tudo antes/durante/depois dos acontecimentos da história principal, ok? E eu deixarei avisado no início dos capítulos para que vocês possam se orientar melhor.
Espero que gostem! Boa leitura, amores. ♥
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10 anos depois dos acontecimentos da história principal (2040)
O barulho dos passos no andar de baixo denunciaram que Diana e Olivia estavam correndo, e os gritinhos das duas garotas eram baixos o bastante para que Harry e Louis não conseguissem decifrar o assunto entre elas.
— Não dá para saber se elas estão brigando ou se estão surtando sobre aquele reality show — o ômega de olhos azuis resmungou, colocando algumas roupas passadas e dobradas na gaveta do armário de Theodor.
— Pode ser nada, também — Harry disse, sentado na cama do filho enquanto dobrava mais roupas para entregar ao parceiro. — Se essa casa fica em silêncio, alguma coisa com certeza está errada.
— Não temos uma família pequena — Louis riu.
— É verdade. Antes era só eu, Ethan, Meryl e Sally, mas parecia que a casa estava vazia. Agora parece um hospício — o alfa cochichou a última frase ao passar pelo marido, deixando um beijo no topo de sua cabeça antes de entrar no banheiro do quarto.
Após a morte de Ethan, as coisas na mansão Styles tinham mudado de uma maneira um tanto quanto drástica — não era ruim, porém quase nada era o mesmo. Meryl tinha decidido pegar as economias que tinha e viajar pelo mundo com o marido e com o filho, que enfim tinha sido liberado do Exército, e sua principal justificativa foi que uma mulher da sua idade precisava de algo mais emocionante do que assistir às novelas do final da tarde ou sair às sextas para drinques em clubes da melhor idade.
Agora, Meryl enviava fotos diretamente da Grande Muralha da China, vídeos onde eles apareciam fazendo uma trilha de quatro dias até Machu Picchu, ela colhendo alguns cachos de banana nas plantações do Vietnã… Ninguém poderia dizer que uma novela dramática superaria aquelas experiências.
E Sally tinha se demitido de seus serviços um pouco antes de Ethan falecer. Ela e Ashley haviam passado por alguns momentos difíceis quando tentaram encontrar um novo lugar para morar, mas depois que as coisas se acertaram, as duas enfim se casaram. Apesar de Sally ter continuado a manter contato com Harry e Louis, os três definitivamente não eram mais tão próximos quanto antes. Ainda assim, era um alívio que a convivência entre eles não fosse tensa.
De todo jeito, a casa não tinha ficado vazia. Ter quatro filhos mestiços poderia ser bastante trabalhoso, ainda mais quando eles começavam a passar pela fase da adolescência. Gemma e seu marido, Tom, haviam morado por algum tempo com eles durante o noivado, também; a Styles mais velha sempre tinha sido independente de todos, e morar com Harry configurou uma das pouquíssimas vezes onde ela aceitara um favor de alguém.
Assim que Gemma e Tom conseguiram a quantia certa para o casamento e para a nova casa, eles se mudaram e a ômega fizera questão de levar o irmão e o cunhado para sair todos os finais de semana, durante seis meses inteiros e, no final, decidiu pagar uma viagem para ambos, com qualquer que fosse o destino que eles preferissem.
Johannah também tinha morado com Harry e Louis durante um tempo, após o casamento com Daniel, e os irmãos de Louis se juntaram na casa num combo a mais. Naquela época, a mansão estava completamente cheia, com catorze pessoas ocupando os cômodos e fazendo barulho, dia e noite. Quando eles foram embora, Louis e Harry estranharam o “silêncio” sob o qual suas rotinas ficaram.
— Mas você não gosta disso? — Louis perguntou, finalizando as roupas e deitando-se na cama de Theo.
— É claro que sim — Harry sorriu, colocando o robô aspirador de pó no chão e o ligando. — Temos nossos filhotes para fazer barulho, minha mãe e Gemma vêm aqui de vez em quando com os filhos de Tom, sua família aparece constantemente. Ela vale por duas ou três.
Louis deu risada, concordando com a cabeça. Com um sorriso terno nos lábios, aceitou de bom grado quando seu alfa deitou sobre seu corpo, cobrindo suas bochechas com beijos.
Contudo, aquela calmaria durou pouco, porque subitamente Theo, Lux, Diana e Olivia invadiram o quarto gritando, falando por cima uns dos outros, e Louis suspirou. Eu devia receber um prêmio por conseguir lidar com isso tão bem aos 49 anos, pensou.
— Querido, por favor — o ômega pediu, tapando seus ouvidos com as mãos.
O alfa de olhos verdes assentiu, saindo de cima do marido e sentando-se corretamente antes de tomar certo fôlego.
— Ei, vocês! — Harry chamou, usando sua voz de alfa. Os quatro se calaram, e Diana e Theo, os dois ômegas, fizeram uma careta ao serem afetados. — Parem com isso agora mesmo, e expliquem o que está acontecendo.
— Um de cada vez, de preferência — Louis acrescentou, com rapidez.
Os filhotes se encararam, como se decidissem quem tomaria a iniciativa. Por fim, Lux começou a falar:
— Nós temos o p-primeiro baile da escola, e eu fui convidada. Diana também tem um par.
Com quinze anos, Lux conseguia controlar muito mais sua gagueira, mas quando ela ficava nervosa ou emocionada, os traços daquele problema voltavam.
— Oh — Louis arqueou as sobrancelhas, sendo pego de surpresa. — Isso é ótimo, queridas! — Ele sorriu.
Theo bufou em descrença, balançando a cabeça. Olivia parecia tão chateada quanto o irmão.
— Eles nem se conhecem direito! — O ômega exclamou. — Elas aceitaram sendo que…
— Ah, para de ser cha-chato! — Lux exclamou, e uma nova onda de gritos começou.
Louis colocou o indicador e o dedo médio entre os lábios, assobiando bem alto para que eles se calassem. Os quatro adolescentes abaixaram as cabeças, mas suas auras continuavam tumultuosas.
— Bom, no colégio eu também fui ao baile com pessoas que eram apenas minhas colegas — Harry disse. — Quem convidou vocês?
— Brandon me chamou — Lux disse. — Ele é da minha classe de Biologia.
— E Camille é meu par — Diana respondeu também, cruzando as mãos em frente ao corpo, elegante e reservada, como sempre. — Ela é um ano mais velha, mas estudamos no mesmo período.
— São boas pessoas? — Louis perguntou, não sabendo muito bem o que falar. Ele nunca tinha chegado tão longe em um colégio a ponto de participar de algum baile.
— Sim, Cam é minha monitora. Ela já veio aqui em casa e eu já fui à casa dela, lembram? Ela é loira, alfa, tem aquele carro antigo que o papai Harry gosta.
— Uh — Harry exclamou com animação. — Aquele Fusca amarelo reformado?
— É — a ômega sorriu com seus olhos verdes brilhando, e ajeitou uma mecha de cabelo castanho-claro para trás da orelha.
— E o Brandon? — Louis voltou-se para Lux.
— Ele é um ômega baixinho, vocês conheceram as mães dele na última reunião de pais.
— Ah, eu me lembro delas — Louis balançou a cabeça. — Bom, não vejo problema em deixá-las ir. Por que vocês dois estão desse jeito?
— Eles não se conhecem direito, e se alguma coisa acontecer? — Olivia disse. — Ter algumas aulas juntos e conhecer as mães de um deles não faz isso menos perigoso.
Harry e Louis se entreolharam, entendendo a situação. Com um sorriso sutil e carinhoso, o ômega de olhos azuis suspirou.
— Você e Theo irão ao baile?
— Eu não quero mais — Theodor respondeu, dando de ombros.
— Nem eu…
— Queriam ir com suas irmãs? — Harry indagou.
O ômega e a beta ficaram em silêncio, parecendo desconcertados. Então, Diana e Lux se deram conta.
— Estão com ciúmes? — Lux indagou, coçando seu olho azul enquanto o verde brilhava em curiosidade.
Foi engraçado para Louis quando Theo mordeu o interior da boca, inflando sua bochecha. Harry tinha a mesmíssima mania quando ficava envergonhado, como se já não bastasse o ômega ser uma cópia do pai alfa. Olivia, por outro lado, cruzou os braços na frente do peito e franziu as sobrancelhas rasas, tornando seus olhos azuis um pouco mais escuros pela carranca. Uma cópia fiel de Louis.
— Tudo bem, não queremos ir sem vocês — ela admitiu. — Sempre vamos juntos, e agora vocês não querem isso só por causa de duas pessoas que mal conhecem — retrucou.
Harry ainda duvidava que ela realmente fosse só uma beta. Talvez, fosse melhor levá-la até o médico de novo para refazer o teste de gênero. Se o resultado fosse diferente, seria como ter uma versão alfa de Louis por causa de sua aparência — e temperamento —, assim como Theo era a versão ômega de Harry.
— Bom, é que nem você disse, querida — Louis disse. — Vocês quatro sempre estão juntos em todos os eventos da escola, então qual é o problema? Se estão preocupados, seria melhor irem como um par e ficar de olho nelas.
— Eu não quero que meus irmãos fiquem de babá durante o baile — Diana revirou os olhos verdes. — Se vocês forem conosco, é melhor que nos deixem em paz — ela disse, diretamente aos irmãos.
— Que tal isso: Theo e Lili vão como par, e checam se vocês duas estão bem — Harry disse, dando de ombros. — Claro, sem enfiar o nariz toda hora, assim todo mundo se diverte.
Louis encarava Harry mordendo o lábio inferior, controlando seus feromônios. Ver seu alfa sendo paternal daquela maneira o excitava de uma forma peculiar, e com certeza aquela noite do baile seria bem interessante para eles, também.
— Acho que tudo bem — Theo concordou, meio contrariado.
— É — Olivia disse curtamente, mais uma vez balançando os ombros. Era uma mania para todas as ocasiões quando se tratava da beta.
— Resolvido, então — Louis bateu as palmas juntas, levantando-se. — A festa é hoje à noite, certo? Vocês têm as coisas que precisam?
Harry sorriu quando o ômega saiu junto com os quatro filhos, pensando no quão sortudo era por ter saído de um homem rabugento como um idoso para um pai babão e um marido sortudo.
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— Me dê a presilha, Theo — Harry pediu, prendendo o final da trança que havia feito nos cachos do filho. — Só falta a gravata?
— Sim, papai Louis disse que toma conta disso.
O ômega levantou-se, indo até o outro pai. Harry acenou para Olivia, que sentou-se no tapete, entre seus joelhos; ela mostrou a foto do penteado que queria, e abriu um vídeo onde uma mulher ensinava a como fazer. De longe, Louis observou o cenário como um todo: Lux e Diana estavam se ajudando com a maquiagem no meio da sala, seu alfa ajudando sua filha com os cabelos rebeldes e Theo tinha ficado muito bonito com os cachos castanhos presos daquela forma, além de que o terno lilás fazia seus olhos brilharem ainda mais.
— A que horas vocês planejam voltar amanhã? — Louis indagou. Os quatro iriam dormir na casa de Gemma, já que os filhos de Tom também estariam no baile e a casa deles era no bairro vizinho ao da escola.
— Eu não sei, tia Gem disse que queria ir ao cinema com a gente. Acho que de noite, então.
Louis assentiu, não achando ruim porque, no final das contas, ele também tinha alguns planos durante aquele tempo em que poderia ficar sozinho com seu marido. Quando ele terminou de dar o nó na gravata de Theo, seu celular tocou.
— Alô?
— Oi, Lou — a voz de Niall soou do outro lado. — Vocês estão ocupados hoje?
— As crianças vão ao baile da escola, mas não temos mais nada planejado — Louis respondeu, torcendo internamente para que o amigo não quisesse ir para algum bar.
— Vocês poderiam cuidar do Joe? Zayn e Liam deram a ideia de jantarmos em um lugar novo e Alex saiu com algumas amigas.
Louis mordeu o interior da bochecha, pensando um pouco. Se aceitasse cuidar do afilhado, poderia colocá-lo para dormir e Joe era um garotinho tão doce e calmo que dormiria a noite toda, sem problemas. Por fim, o ômega concordou sozinho com a cabeça.
— Claro, Ni. Podemos passar na sua casa quando estivermos voltando.
— Obrigado, cara — o irlandês falou do outro lado. — Prometo que largo Liam e Zayn com os nossos e os seus capetinhas semana que vem, quando formos ao jogo dos Doncaster Rovers, OK?
Louis deu uma gargalhada, jogando a cabeça para trás.
— Eu vou cobrar.
Ao desligar a chamada, um par de braços tatuados abraçou sua cintura e alguns beijos em sua nuca o fizeram arrepiar.
— Quem era?
— Niall — Louis resmungou em resposta, aproveitando o carinho e amolecendo. — Ele pediu para que nós tomássemos conta do Joe hoje. Eu disse que não tinha problema, tudo bem?
— Claro, amor. Joe é uma criança tão fofa — o alfa disse.
— Papai, ficou bom? — Diana indagou, piscando os cílios postiços em sua direção.
A maquiagem que ela e Lux haviam feito era suave, mas ainda assim dava para notar. As aulas de estética que eles tinham pagado para a alfa compensaram, com certeza, já que ela gostava bastante de cuidar daquele tipo de coisa.
— Vocês estão lindas, bebês — Louis sorriu. — Todo mundo já se arrumou?
— Eu só preciso de perfume — Theo disse, se apressando para subir até seu quarto.
Enquanto o ômega estava acabando de se ajeitar, Louis, Olivia e Lux foram para a garagem para tirar o carro, deixando Harry e Diana na sala, sentados no sofá. A ômega deitou sua cabeça no braço do pai, que a abraçou de lado e beijou o topo de sua cabeça com todo o cuidado para não desfazer o penteado de seus cabelos.
— Está animada para seu primeiro baile, querida?
— Sim — ela sorriu. — E também fico feliz que meu par seja Camille.
— Você gosta dela? — Harry arqueou as sobrancelhas.
Apesar de se morder de ciúmes de seus filhos, ele e Louis tinham um acordo de os orientarem sobre a vida e os deixarem livres. Graças à liberdade que davam a eles, era muito difícil que escondessem algo, que fizessem besteira ou que não ficassem à vontade para conversar com Louis e Harry sobre seus sentimentos.
Nenhum deles havia demonstrado interesse em outras pessoas até o momento, por isso Harry desejou que seu ômega estivesse lá para dá-lo alguma ideia sobre como agir.
— Eu acho? — Diana riu. — Ela é muito legal comigo, sempre almoçamos juntas quando nossos horários batem e foi com a ajuda dela que eu consegui a vaga no time de líderes de torcida.
Harry sorriu, sentindo que seu lado de pai protetor amoleceu.
— Bom, eu fico feliz que ela seja uma boa alfa — ele disse, apertando suavemente Diana. — Eu e seu pai Louis sempre falamos que vocês podem sair com amigos, paquerar e tudo mais, só pedimos para que tenham certeza antes de namorar com alguém.
— Eu sei — ela assentiu. — Nós somos amigas agora e eu não tenho ideia se ela está interessada em mim. Talvez eu deva esperar para ter certeza sobre tudo isso.
— Eu concordo, meu amor. Estou orgulhoso que esteja tomando esse cuidado consigo mesma — Harry disse.
A ômega sorriu ao olhar para cima, fitando o pai com seus olhos idênticos ao dele. Eles ficaram abraçados por mais alguns segundos até que Theodor desceu, cheirando a um perfume suave, então Diana levantou-se junto com Harry. O ômega foi direto para o lado de fora da casa, onde Louis e suas irmãs esperavam, se adiantando enquanto o pai alfa esperava a outra filha pegar sua bolsa.
— E eu não quero me apressar e escolher a pessoa errada, além do mais — ela disse, checando a si mesma no espelhinho portátil.
— Para namorar? — Harry falou enquanto trancava a porta.
— Isso também, mas eu quis dizer alguém para passar meu cio — Diana respondeu simplesmente, ao descer as escadas da varanda.
Como se um raio de realidade o atingisse, Harry arregalou os olhos e congelou no lugar. Por alguma razão, sua mente tinha apagado o fato de que os ômegas entravam na puberdade antes dos alfas e, logo, sua pequena garotinha estava mais perto do que esperava daquele momento. Ai, meu Deus… Theodor também. O alfa puxou ar, querendo voltar aos tempos onde os quatro eram pequenos bebês, tempos onde eles não seriam influenciados por hormônios.
— Harry, querido! — Louis chamou, a cabeça para fora da janela do carro. — Está tudo bem? Precisamos ir.
Harry despertou de seu estado de choque provocado pela paternidade, virando-se na direção do carro. Louis o olhava com certa confusão e preocupação, então ele supôs que seu rosto estivesse um pouco mais pálido do que o usual; para tentar confortá-lo, o alfa de cabelos cacheados sorriu.
— Claro — respondeu de volta antes de ir para o carro.
— Se divirtam, não façam besteira e liguem para Gemma caso precisem de alguma coisa, está bem? Ela está mais perto e é mais fácil socorrer vocês — Louis orientou, dando um beijo na bochecha de cada um dos filhos.
— OK, papai — eles responderam juntos.
Todos ficaram esperando, e quando Harry não teve nenhum movimento, Louis o acertou com uma cotovelada no braço.
— Se despeça, amor.
— Ah, certo — o alfa assentiu, dando um beijo em cada um dos filhos também. — Não se esqueçam do horário que sua tia virá buscá-los.
Os irmãos Tomlinson-Styles assentiram, indo para a porta da festa em seguida após dar um último aceno de despedida para os pais.
Camille e Brandon estavam esperando por Lux e Diana com grandes sorrisos, e de uma maneira timidamente educada, acenaram para Louis e Harry num cumprimento. O casal acenou de volta, mas a expressão séria do alfa cacheado era bastante notável. Quando os adolescentes entraram, Louis sussurrou para o marido:
— Eles não estão mais lá, pode parar de encarar como se estivesse prestes a cometer um crime.
Os dois ainda precisavam buscar o afilhado, então voltaram para o carro. Como já era um ritual deles toda vez que estavam dirigindo juntos, o alfa de olhos verdes ficava encarregado de colocar as músicas para tocar. A escolha da vez foi Holding Out for a Hero.
Louis dizia que a memória mais divertida que tinha daquela música era por causa do segundo filme da franquia Shrek, com a Fada Madrinha cantando a plenos pulmões fazendo uma clara referência a Susie e os Baker Boys. Além disso, o ômega achava o máximo que o Gato de Botas fazia uma cena igual à de Flashdance quando sentava-se na cadeira e a água caía. “É icônico”, Louis repetia toda vez.
Apesar da música, o silêncio era bastante marcante no carro. Os olhos do ômega Impuro iam constantemente para o retrovisor a fim de checar se Harry estava bem, mas o cacheado parecia tão perdido que Louis não pôde aguentar depois de um tempo.
— Amor — ele chamou, e quando viu que o outro estava aéreo o bastante para não prestar atenção, o ômega aumentou o tom de voz: — Harry!
— Hã? — Ele exclamou, parecendo assustado. — O que foi?
— O que tem de errado com você? — Louis indagou, e mudou a marcha. — Desde que saímos de casa, você está tão pálido e quieto que está me assustando.
— Ah… — O alfa suspirou. — Eu perguntei, mais cedo, se Diana está interessada em Camille. Pedi para que ela tivesse cuidado caso estivesse pensando em entrar num relacionamento, e é claro que educamos todos eles muito bem, só que… Diana acabou falando uma coisa sobre a qual eu não tinha me atentado até hoje.
Louis franziu as sobrancelhas em curiosidade e um pouco de receio.
— O quê?
— Ela disse que não quer ter cuidado só para escolher alguém para namorar, mas também para passar seus cios — Harry disse, torcendo os lábios numa careta e passando as mãos nas calças; uma mania nervosa. — Diana e Theodor estão próximos da puberdade.
— Ah — o de olhos azuis disse, entendendo. Tão logo, começou a rir e ver o rosto indignado de Harry só fez com que sua crise de riso ficasse pior.
— Do que você está rindo? — O mais novo indagou, bravo. — São os nossos bebês, Louis. Eu troquei a fralda deles ontem.
— Har-Harry… — Uma tosse o atrapalhou, mas Louis limpou a garganta e conseguiu se acalmar. — Ai, porra — com uma última risada, o ômega limpou os cantos dos olhos. — É claro que isso aconteceria, eles têm quinze anos. Além do mais, não é como se eles precisassem de um parceiro de cio logo de cara.
— Como assim?
Louis olhou para o marido com certa indignação, mas voltou sua atenção para o trânsito rapidamente.
— Você cresceu com a sua irmã, uma ômega, e não sabe como é o primeiro cio?
— Acho que eu estava com o meu pai quando ela passou por isso — Harry ponderou, tentando se recordar. — Mas o que acontece?
— Existem supressores, eles fazem com que nós não sintamos nada além de um incômodo leve e algumas alterações de humor. Hotéis onde só existem ômegas, específicos para protegê-los nesse período. Bom, eu não sei o que os dois vão querer, mas também existe a possibilidade de ficarem em casa e… Sabe, brinquedos.
O alfa cacheado fez uma careta, negando com a cabeça.
— Não seria perigoso por causa de Lux?
— Depende do que Theo e Dina iriam querer — Louis deu de ombros, virando na entrada da rua da casa dos amigos. — Acho que se eles ficarem mais à vontade em casa, você e Lux poderiam sair por alguns dias. Assim, você também poderia explicar como isso tudo funciona para os alfas, entende? Prepará-la para quando chegar a vez dela.
Harry ponderou aquilo. Por estar marcado por Louis, nenhum outro ômega ou beta surtia efeito sobre si, mas sua pequena Lux ainda poderia causar problemas — ela sempre seria sua pequena, ainda que estivesse mais alta que seu pai ômega com apenas quinze anos. Além do mais, ela era mais apegada a Louis por causa de seus instintos como alfa, então seria bom ter a chance de passar mais tempo com a filha e aumentar o laço que tinham.
— Acho que é uma boa ideia — Harry concordou, por fim, quando Louis estacionou em frente à casa geminada onde os três amigos moravam. — Mas quero que Olivia refaça o teste de gênero, não acho que ela seja uma simples beta.
Ambos saíram do carro para ir até o portão e acionar o interfone. Enquanto esperavam uma resposta, Louis se apoiou contra o corpo do marido.
— Eu estou bem com isso. Fale com ela antes de marcar a consulta, OK?
— Uh-hum — o alfa murmurou, abraçando o dorso de seu ômega calorosamente.
Com um ruído, a voz de Zayn saiu pelo alto-falante do interfone.
— Oi, pombinhos. O portão está aberto.
Assim, eles entraram no jardim dos amigos e andaram poucos passos até a porta. A casa em si era de Maura, e tinha sido comprada logo após a beta se divorciar do segundo marido, e quando Niall, Liam e Zayn anunciaram a segunda gravidez, ela se ofereceu para abrigá-los até a construção do novo apartamento ficar pronta. Como sempre, o clima era sempre acolhedor e quente na casa de Maura, e o cheiro de café era algo comum lá dentro.
Além disso, o primeiro abraço era dela, e ninguém podia contrariar essa tradição. Então, após cumprimentá-la, Harry e Louis foram até seus amigos; enquanto Niall e Liam cuidavam do jantar, Zayn estava na sala de estar junto do bebê Joe brincando com alguns bonequinhos de um desenho animado famoso.
— Como vai o meu babão preferido? — Louis disse, com a voz estranha que ele sempre usava para falar com bebês e animais.
— Muito bem, obrigado — Liam respondeu, entrando na sala com uma travessa de macarrão nas mãos. — E Joe está bem, também.
— Engraçadinho — Louis respondeu com ironia, fazendo uma careta.
— Ele só precisou ouvir uma vez o nome de vocês para começar a gritar e correr pela casa — Zayn disse, recolhendo os brinquedos do chão. — Muito obrigada por ficarem de olho nele por hoje.
— Não tem problema nenhum — Harry sorriu para o afilhado, deixando que ele agarrasse alguns cachos com os dedos babados.
— Eu até cuidaria dele, mas eu e Jay combinamos de ir ao cinema — Maura falou, descendo as escadas enquanto colocava seus brincos.
Louis sorriu mais ainda. Era bom saber que sua tia e sua mãe conseguiam ter uma vida mais normalizada, graças à ajuda de Harry. Claro, Impuros ainda não eram bem vistos, mas as coisas tinham mudado consideravelmente com o trabalho do Parlamento e também de seu marido, então era mais fácil fazer coisas que antes eram proibidas para sua raça.
Com alguma insistência, todos sentaram-se à mesa para jantar e em algum momento da noite, o assunto da conversa se tornou o casamento de Niall, Liam e Zayn. Tudo tinha acontecido na Austrália, e Louis tinha feito uma promessa de nunca mais beber tequila — uma promessa falsa, mas todo mundo, inclusive ele, fingiu acreditar.
Foi quando eles decidiram adotar Alexia, também. A alfa era uma criança de nove anos na época, e apesar de apresentar-se um pouco receosa quanto à enorme família em que tinha acabado de entrar durante os primeiros meses, foi preciso apenas um ano inteiro para que ela entendesse que podia ser livre ali. Niall, em particular, era muito apegado à filha. Louis achava que poderia ser consequência de ambos entenderem bem a sensação de não pertencer a lugar nenhum e, de uma hora para outra, cercar-se de pessoas que transbordavam amor.
Agora, bebê Joe havia nascido após algumas tentativas dos três para terem um filho biológico. Por Niall ser mestiço e Liam e Zayn lobisomens comuns, ainda não dava para saber qual era o seu gênero, porém ele era tão doce que as apostas eram em um ômega.
— Foi bom ver vocês, até amanhã à noite! — Louis disse, acenando para todos e segurando a cadeirinha de bebê e também Joe pendurado em seu torso pelo suporte canguru. A bolsa com seus pertences estava no carro.
— Fale para Jay que eu mandei um abraço — Harry pediu para Maura após se despedir de todos.
— Pode deixar — a beta sorriu. — Tchau, queridos!
Após prender a cadeirinha devidamente no banco e ajustar Joe de um modo que ele ficasse confortável, os dois enfim puderam ir para casa. No caminho, não houve muita conversa, apenas música suave tocando ao fundo. Louis sentia-se cansado, mas ainda pensava sobre passar um tempo mais íntimo com Harry, se o alfa aceitasse.
Ao chegarem na mansão Styles, o alfa se encarregou de arrumar o quarto e preparar um banho para si e Louis, enquanto o ômega colocava bebê Joe no antigo berçário dos filhotes. Seu afilhado era uma criança calma, nunca tinha acordado de madrugada desde que nascera e por isso tinha bastante energia durante o dia. Assim, quando Louis entrou no próprio quarto e viu Harry checando o celular, seu instinto foi ir até seu parceiro e tirar o aparelho de suas mãos, para que pudesse sentar em seu colo e dar-lhe um beijo.
Harry aceitou de bom grado, abraçando os quadris voluptuosos. Mesmo com o peso do cansaço, as coisas esquentaram entre eles de modo razoavelmente rápido, mas o alfa afastou-se ligeiramente ao perceber quais eram as intenções ali.
— Vamos tomar um banho primeiro, pode ser?
— Hum… — Louis resmungou, mas acabou acenando.
Sem pressa alguma, eles aproveitaram o tempo juntos com beijos lentos, abraços, lavando os cabelos um do outro e quando Harry decidiu fazer uma massagem nas costas de seu ômega, ambos souberam que os planos tinham mudado de sexo para uma boa noite de sono agarrados.
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O que acharam, amores? Eu sinceramente tô adorando escrever esses capítulos extras.
Eu não sei quantos deles serão, mas eu me inspirei em alguns sitcoms que eu amo, como Modern Family e How I Met Your Mother.
Então, não se esqueçam de VOTAR e COMENTAR, ok? Isso me ajuda demais e eu consigo saber o que estão achando :)
Até o próximo, amo vocês! ♥
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