When hearts want to talk
Seus lábios eram suaves e doce. Suga pressionou Jungkook na pia, descendo suas mãos até sua cintura apertando ali, aquilo definitivamente deixaria marcas e ele queria se bater mentalmente por gostar demais da ideia. A ideia de corromper algo tão puro que se assemelhava a aparência de um anjo.
Já Jungkook, não conseguia pensar em nada quando sentia os lábios de Suga em seu corpo, mas talvez o fato dele ter pensado que aquilo jamais aconteceria novamente o deixou tonto e instável, suas pernas tremiam diante daquele homem tão poderoso e ao mesmo tempo entregue àquele sentimento que nenhum dos dois entendia qual era.
- Amor. - Suga sussurrou no ouvido de Jungkook, sorrindo com o que tinha acabado de dizer.
A respiração fez cócegas em seu pescoço. Jungkook suspirou com a sensação, murmurando um “hmmm?” para o chamado carinhoso do mais velho.
- Você está tremendo. - Suga olhou para baixo junto com Jungkook que abria os olhos aos poucos ainda entorpecido pela presença do mais velho. - Está tudo bem?
As pernas de Jungkook realmente estavam prestes a vacilar e ele só estava em pé graças ao corpo de Suga prensado no seu.
- Só não estava preparado para o seu ataque, eu acho. - Jungkook sorriu tentando lembrar se algum dia esteve preparado para as investidas do mais velho.
Suga levantou o queixo de Jungkook, seus olhos se cruzaram e foram aprisionados de forma energizante um ao outro. Suas íris iluminadas com um brilho distinto.
Jungkook ficou maravilhado a medida que a pupila de Suga dilatava, como as de um gato.
- Eu odeio essa merda. - Suga finalmente disse bufando enquanto passava os dedos nos cabelos, mas não se afastou.
- Que merda? - Jungkook pergunta sem ter certeza se queria ouvir a resposta. Ele não sabia se conseguia aguentar mais rejeição da parte de Suga, parte dele sabia que tinha chegado ao seu limite.
- Eu simplesmente deixei você entrar, eu nem pensei ou tentei impedir, simplesmente abri meu peito e te coloquei dentro dele, como se não significasse grande coisa.
Jungkook poderia jurar que seu coração vacilou suas batidas, ele mal sabia o que pensar sobre aquilo, sua boca estava seca e os olhos estalados. Ele engoliu em seco antes de acariciar a bochecha de Suga num ato impulsivo.
Suga fechou os olhos se inclinando para sua mão em reação.
- Já que me deixou entrar pelo seu peito exposto. - Jungkook sussurrou incerto, as mãos tremendo vergonhosamente. - Me deixa ficar? - ele perguntou amedrontado.
Suga abriu os olhos preguiçosamente para encará-lo, as mãos apertando sua cintura de forma dolorida, porém confortável para ambos, já que seus sentimentos os deixavam fisicamente instáveis.
- E você acha que eu tenho opção? - Suga perguntou soltando o ar do peito, visivelmente estressado com aquilo.
Jungkook soltou risadinhas infantis, reclamando quando Suga invadiu sua boca em mais um beijo desesperado.
Os dois se sentiam leves quando se beijavam, como se não precisassem enfrentar o mundo depois de sentir seus toques, mas talvez o pensamento de Jungkook fosse do tipo que atraía empecilhos, porque entre um beijo e outro o mais velho o largou, como se ele fosse venenoso e então tudo mudou de um sonho para uma sequência de eventos com seus maiores pesadelos.
Suga parecia distraído. Ele pensou por um instante se era o único que se sentia leve e livre de problemas quando o mais velho o tocava.
- O que houv…
- Shhhh. - Suga calou a boca de Jungkook olhando para a porta do banheiro fechada parecendo poder enxergar através dela.
Jungkook abriu a boca, mas não emitiu nenhum som, o pavor atingindo sua mente assim que finalmente se lembrou de onde estava e porquê. Seus olhos foram imediatamente para porta, mas para ele ainda era só uma porta.
- Tem coisa errada. - Foi tudo que Suga disse antes de se afastar do mais novo pedindo com um gesto qualquer para que ele não se mexesse.
Jungkook travou a respiração, seu coração acelerado doía dentro do peito.
O mais velho tirou a arma do coldre em suas costelas e a destravou num gesto automático e familiar.
Jungkook arregalou os olhos, vendo Suga abrir a porta do banheiro silenciosamente enquanto colocava a arma apontada na porta. Ele subiu o cano conforme olhava dentro do quarto.
Foi instantâneo quando Suga disparou dois tiros silenciosos, Jungkook pulou e se agarrou na pia ouvindo dois baques no quarto que ele podia jurar que eram corpos caindo. O cheiro de madeira queimada subiu até suas narinas, o deixando enjoado.
A arma tinha silenciador, então o som saiu literalmente abafado, mas o pavor de Jungkook não pareceu se importar se a arma fazia mais ou menos barulho.
- Merda, temos que ir. - Suga disse abrindo a porta do banheiro de vez.
Jungkook ficou travado na pia, ainda sem saber o que fazer, ele nem piscava quando ouviu Suga bufar e agarrar seu punho.
- Não temos tempo pra isso baby. - Suga falou puxando o garoto de forma violenta para fora do banheiro.
Jungkook seguiu Suga aos tropeços pelo quarto de hotel.
- Você os matou. - Jungkook sussurrou olhando os corpos jogados nos chão.
Eram dois homens vestidos de preto, e pareciam que nada os derrubaria julgando pela altura e porte físico.
Bom! Exceto por uma bala na cabeça pelo visto.
- Eles mataram os policiais de guarda. - Suga falou olhando cautelosamente da janela. - Vamos, não estamos seguros aqui.
Jungkook não parecia com intenção de ir a lugar algum, ainda com o olhar em pânico para os corpos jogados no chão do quarto.
Suga por outro lado exibia uma expressão fria e saturada, seus olhos negros brilhavam como uma noite sem estrelas e seus cabelos selvagens não diminuíram em nada em sua posição dominante.
- Você vem por bem ou vem arrastado, eu particularmente prefiro a primeira opção. Como vai ser baby?
Jungkook arregalou os olhos, confirmando com a cabeça ainda um pouco confuso com a pergunta.
- A pri… a pri..mmmeira opção. - ele gaguejou confuso.
Suga saiu do quarto por um instante. Jungkook deixou seu olhar recair para os corpos agora em meio a uma pequena poça fluída de um líquido enegrecido e de aparência viscosa. Pensou por um segundo que Suga o tinha abandonado, mas então ele voltou pelo mesmo caminho, parecendo ainda mais apreensivo que de início.
- Faça tudo o que eu mandar e tenta não acabar morto. - Suga ordenou agarrando o menor pelo braço e o puxando em direção aos fundos do quarto.
Tinha uma outra saída. Ele nunca havia visto um segunda saída para quartos de hotéis, ainda mais os baratos. Pelo visto, existia um sentido para as escolhas duvidosas de Suga afinal.
Eles seguiram para a saída lateral do hotel, onde havia um corredor enorme até o estacionamento, carrinhos com materiais de limpeza se acumulavam nas laterais, deixando pouco espaço para eles correrem. Apesar dos passos serem apressados e apreensivos, o espaço era aberto, com pouca chance de se esconderem, caso mais homens armados decidissem atacá-los. Suga liderava o caminho, puxando seu punho como se Jungkook fosse uma criança irritante.
Jungkook soltou seu braço com violência do aperto, mas Suga não parou para questionar o porquê, ele parecia terrivelmente concentrado no que fazia, restando a única opção de segui-lo, tentando não ficar para trás.
Eles desceram as escadas laterais, dando para o estacionamento vazio.
- Fica aqui. - Suga ordenou indo até um carro estacionado coincidentemente em frente a saída de emergência, como se ele soubesse que passariam por tudo aquilo.
Por um segundo Jungkook se questionou se Suga não o abandonaria novamente, mas ele só abriu o porta-malas e voltou correndo com uma pequena bolsa pendurada em um dos ombros.
- O que você tá fazendo? - Jungkook perguntou aos sussurros, a expressão confusa e assustada.
- Eles fizeram de propósito, enviaram dois atiradores para dentro do quarto para nos atrair para fora, eles sabem que têm mais chances se me pegarem a céu aberto.
Jungkook olhou assustado ao redor enquanto Suga abria a mala, tirando uma AK-47 com visão noturna da bolsa.
- Mas então porque ainda não nos atacaram? - Jungkook perguntou aterrorizado com o silêncio, apesar de não saber o que era realmente pior. Sua cabeça girava com violência, olhando tudo ao redor.
- Porque meu carro está estacionado do outro lado do estacionamento, em frente ao quarto em que estávamos. - Suga falou carregando o pente com os projéteis de ponta fina que ele tanto sentia falta.- eles acham que é a nossa única saída, então estão concentrados num mesmo lugar. O que é uma grande estupidez, se quer minha opinião, não sei porque todo mundo faz sempre a mesma coisa.
- E de quem é esse carro que acabou de abrir? - Jungkook perguntou confuso.
- De um dos policiais que faziam a cobertura na entrada do hotel, antes de sairmos da DP eu pedi para deixarem uma mala dessas em cada um dos carros, três carros diferentes, cada um numa saída estratégica. - Suga disse apontando a outra SUV que ainda dava pra avistar de suas posições.
- Mas viemos num carro só. - Jungkook falou enrugando a testa.
- Eu sei amor. Nós estávamos sendo seguidos, eu achei que podíamos pegá-los antes, já que precisamos que sua localização segura permaneça anônima, só despistar eles parecia muito arriscado, cinquenta por cento de chances parece mais um caso de sorte lançada na esperança de que tudo dê certo. Os carros foram enviados depois, por policiais disfarçados que eu fiz a besteira de mandar seguir caminho, até o próximo ponto de encontro.
- Mas se você tem a cópia da chave de todos esses carros, por que não pegamos um e caímos fora? - Jungkook gritou aos Sussurros, afinando a entonação histérica no final.
Suga sentiu a adrenalina subir por suas veias como uma de suas drogas preferidas, depois do cheiro de Jungkook.
Seu corpo estava em alerta e energizado, nunca que ele sairia correndo de uma briga, não se ele pudesse evitar.
- Porque que não me responde? - Jungkook perguntou com os olhos úmidos e as bochechas vermelhas.
Ele estava apavorado.
- Como eu disse antes, ficar despistando eles não é a melhor ideia, algo pode dar errado e daí estamos mortos. - Suga colocou a arma nas costas e virou para Jungkook finalmente dando atenção ao mais novo. - Eu sei que parece assustador amor, eu também estou com medo, mas você precisa confiar em mim.
Jungkook juntou as sobrancelhas, não acreditava que Suga podia sentir medo, mas ele não sabia que o medo de Suga não tinha nada a ver com levar um tiro ou ser morto. Ele odiava ser responsável por manter a vida de alguém que ele amava.
De novo.
- Você está pedindo para eu confiar em você agora? Depois que acabou de me contar que está me usando de isca? - Jungkook perguntou o tirando de seus pensamentos obscuros e trazendo sua mente de volta para realidade.
Suga sorriu de canto, passando o indicador no lábio rosado e terrivelmente tentador de Jungkook.
- Eu não achei que tivesse razão, pensei que estava sendo paranóico. Mal tínhamos provas de que você estava realmente correndo risco de morte fora da prisão, apenas desconfianças.
- Mas eu falei…
- Você só parecia com medo bebê. Ninguém levou realmente a sério. Parecia só mais um garotinho assustado.
- Além de você. - Jungkook falou suspirando aliviado com os carinhos de Suga. - Você me levou a sério.
Aquilo era ridículo, ele tinha acabado de ver corpos mortos caídos no chão e Suga ainda conseguia enfiá-lo naquela maldita bolha apaixonada entre eles. As mãos que o acalmava e lhe trazia sensação de segurança foram exatamente as que puxaram o gatilho e mataram aquelas pessoas lá em cima, no seu quarto de hotel.
- Eu nunca vou duvidar de você. Nunca mais - Suga sussurrou selando seus lábios.
Suga não tinha porquê confiar em Jungkook, afinal o garoto sempre tentou mentir, enganar ou usá-lo de alguma forma, desde o começo, ainda assim ele não sabia se era capaz de evitar sentir aquilo.
Jungkook suspirou mordendo o lábio inferior do mais velho que soltou um som gutural, quase rosnando entre seus dentes.
- Eu acredito em você. - Jungkook disse, se sentindo tonto com todos aqueles sentimentos desencapando seus nervos e provocando uma sensação sufocante, como se ele precisasse gritar ou algo assim para liberá-la.
Um zumbido passou raspando por suas cabeças e um projétil de metal brilhante fincou na parede onde estavam suas cabeças átimos de segundos atrás. Se Suga não tivesse reagido a luz de mira vermelha e derrubado Jungkook a tempo, ambos estariam mortos.
- Acho que nos encontraram. - Jungkook resmungou em choque depois de um tempo em que mais nada acontecia e o peso de Suga por cima do seu corpo, o protegendo, começou a sufocá-lo.
- Você é muito perceptível amor. - Suga debochou saindo de cima do garoto para tirar a AK-47 das costas e apoiá-la no capô do carro em que estavam usando como proteção para seus corpos..
- O que você vai fazer? - Jungkook perguntou prestes a se levantar, mas caiu no chão, ralando os cotovelos quando ouviu mais barulho de tiro em sua direção.
- Fica com a porra da cabeça abaixada. - Suga pediu calmo, porém firme enquanto regulava milhões de cursores e ponteiros na arma, fazendo a varredura com a visão noturna logo em seguida.
- Talvez devêssemos chamar a polícia. - Jungkook sussurrou tremendo assustado.
- Eu sou a polícia. - Suga resmungou.
Suga avistou o Sniper que atirava neles e sorriu quando seu primeiro tiro derrubou o seu inimigo do telhado.
- E também tem o fato de que apenas cinco pessoas sabiam da nossa localização e duas delas estão mortas em frente a porta do hotel, então não sei exatamente em quem confiar no momento.
Suga começou a correr meio abaixado, protegido pelo carro e Jungkook achou que deveria segui-lo. Ele fez um bico inconsciente pensando se Suga esquecia dele quando entrava no seu modo GI Joe em combate, mas outra onda de tiros foram trocados, interrompendo seus pensamentos francamente inúteis.
Suga jogou a sua arma sem munição no chão e mandou Jungkook esperar em silêncio, ou algo parecido, o mais velho só usava sinais e Jungkook fingia que entendia todos.
Ele agachou ao lado de uma roda alta de um trucker, vendo Suga correr por entre os carros na direção de um dos atiradores que depois de muito esforço Jungkook conseguiu localizar. Ele deveria se esconder melhor, mas não conseguia parar de ver, Suga parecia uma pantera caçando. Seus passos eram lentos e ágeis.
Sua ansiedade foi tanta, que ele eventualmente desobedeceu as ordens de Suga e foi devagar na sua direção. Ele podia ouvir sons abafados e desconhecidos, mas o barulho oco e abafado de ossos quebrando e tiros disparados no ar, eram terrivelmente reconhecíveis.
Jungkook pensou por um instante se as pessoas dormindo em seus quartos não acordariam por nada, apesar de usarem silenciadores em suas armas, o som ainda era bem audível, principalmente quando a bala batia contra o concreto ou os metais de carros que milagrosamente não soavam seus alarmes. Depois ele pensou se ele sempre pensava merdas em momento de grande stress, mas ele não lembra de nenhum momento semelhante àquele, tornando a comparação impossível de ser feita.
Ele estava há menos de vinte passos de Suga, quando alguém o agarrou pelo pescoço o sufocando. Ele tentou gritar, mas nenhum som saiu e todas suas manobras de autodefesa que JHope tentou ensiná-lo exaustivamente, foram inúteis contra o brutamontes que tirava sua vida aos poucos.
- Yoongi. - Jungkook sussurrou, sentindo sua visão ficar turva conforme suas unhas arranhavam inutilmente seu agressor.
Suga dominou o homem com quem lutava e o virou para o lado oposto, ficando nas suas costas para usá-lo de escudo enquanto apontava a arma na direção de Jungkook.
Jungkook arregalou os olhos, abismado quando Suga deu dois tiros na sua direção antes de virar a mão quebrada do homem para direção da sua própria garganta e apertar o gatilho mais uma vez.
O corpo que Suga usava de escudo caiu aos seus pés ao mesmo tempo que o outro agressor segurando Jungkook, caía desengonçado atrás do garoto apavorado. Ele não sabia que Suga tinha escutado seu pedido de socorro e tinha certeza que ia morrer quando viu a arma apontada na sua direção, então era estranho o fato de que ainda respirava.
O último tiro disparado por Suga atingiu o palato duro do homem, seu “céu da boca”, espirrando mais sangue do que o necessário já que pegou o osso, sujando a camisa de Suga com respingos de sangue e massa encefálica.
Suga passou as costas da mão no rosto, se limpando enquanto analisava o perímetro.
Eles pareciam suficientemente livres de perigo agora. A chuva que começou cair parecia oficialmente encerrar a confusão, como se não bastasse todas as coincidências cósmicas até agora. Se Suga não tivesse ido atrás de Jungkook no banheiro e o calasse com um beijo, eles provavelmente estariam mortos agora, porém ele negava assumir que tiveram sorte. Não queria ter entregado a vida de Jungkook ao acaso, mesmo que tenha sido só por algumas horas.
Jungkook.
Ele voltou a atenção para o mais novo finalmente.
- Eu mandei você ficar lá atrás. - Suga falou com sua voz grave.
As pernas de Jungkook estavam moles e instáveis. Ele estava com medo de Suga ao mesmo tempo em que queria correr para seus braços, aquele contraste fez com que suas lágrimas finalmente rolassem por seu rosto petrificado.
- Eu...
Suga percebeu que o garoto não ia falar nada, então se aproximou para abraçá-lo apertado.
- Vai ficar tudo bem. - Suga sussurrou em seu ouvido.
Ele queria acreditar naquilo, assim como queria que o mais novo acreditasse nele, mas ele não sabia se ficaria tudo bem.
Como ele poderia saber?
…
Jungkook parou na porta do chalé com o corpo tremendo. Seus olhos vidrados naquela pessoa parada na sua frente. Olhos brilhantes e selvagens, os cabelos bagunçados e molhados, tinham respingos de sangue por todo seu rosto e camisa, uma arma pendurada frouxamente em uma das mãos.
Não fazia muito tempo que saíram do hotel em que Suga matou todas aquelas pessoas. Eram pessoas ruins e não é como se o mais velho tivesse outra opção, mas Jungkook ainda estava aterrorizado com tudo aquilo.
O chalé onde eles estavam era pequeno, isolado e silencioso, tudo que existia ao redor era mata fechada. Eles foram ao segundo ponto de encontro passar uma atualização de emergência sobre o que havia acontecido e seguiram viagem em direção a casa segura. Jungkook estava sozinho com Suga agora e ele não sabia o que pensar sobre isso.
Suga se aproximou do mais novo, depois de vistoriar todo perímetro ao redor da casa, garantindo que estavam sozinhos e tão seguro quanto possível.
Ele soltou a arma no chão imediatamente enquanto analisava Jungkook em choque ao lado da porta, o encarando como se ele fosse uma espécie de predador. Os olhos lacrimejando, sangue escorrendo de seu cabelo molhado e pegajoso.
- Amor - Suga falou baixo tentando não assustá-lo. - Eu entendo se não quiser mais falar comigo, mas você precisa deixar eu examiná-lo, eu preciso ver se está tudo bem com você.
Nada.
Jungkook não se movia, parecia que o escutava, mas seus olhos eram vazios. A roupa molhada da chuva colava em seu corpo definido, o jeans preto agarrado nas suas coxas, o tênis estavam com os cadarços desamarrado e sujos de terra.
- Por favor? - Suga tentou mais uma vez, se aproximando do garoto estático.
Suas mãos encostaram no rosto gelado do mais novo finalmente chamando sua atenção.
- Eih! Você tá bem? - Suga perguntou gentilmente tentando não assustá-lo.
O garoto não respondia.
Jungkook saiu de seu momento quase catatônico quando Suga o pegou no colo. Ele nunca foi tão grato como agora.
Suas pernas enroscaram na coxa do mais velho e seu rosto encaixou na curva do seu pescoço.
Suas lágrimas pararam de cair, mas a adrenalina ainda corria selvagem por seu corpo.
Ele caiu num sono leve enquanto Suga caminhava pelo banheiro com ele no colo, era bom e aconchegante ter Suga o segurando firme, quando firmeza era tudo que ele não tinha.
Seu corpo se arrepiou quando a água do chuveiro caiu nas suas costas, mas Suga logo aliviou a pressão da água o massageando com a ponta dos seus dedos.
- Você acha que consegue ficar em pé ? - Ele perguntou rindo quando Jungkook negou com a cabeça.
- Desce. Você pode se apoiar em mim. - Suga sussurrou ajudando Jungkook a descer do seu colo.
Jungkook virou o corpo, colando completamente em Suga enquanto o mais velho esfregava seu cabelo com um shampoo cheirando a canela, a água correndo por eles.
Jungkook tremeu aterrorizado com a presença de Suga, ele era um assassino. Ele o amava. Ele não se mantinha em pé sem Suga. Ele estava confuso.
Jungkook não sabia o que pensar, mas o fato de amá-lo profundamente foi o que martelou em sua mente por fim.
- Por favor, não tenha medo de mim. - Suga implorou cheirando seu cabelo recém lavado.
- Não tenho. - Jungkook sussurrou inclinando seu corpo para o mais velho. Era mentira, mas era algo em que ele sabia que no fundo acreditava.
- Prometo não encostar um dedo em você. - Suga analisou a situação em que estavam. - Depois que eu te colocar na cama.
Jungkook queria que Suga encostasse nele, ele queria que Suga fosse tão selvagem quanto possível, o que fosse preciso para esquecer aquelas cenas no estacionamento.
- Por favor não, eu preciso esquecer. - Jungkook se virou agarrando Suga pelo pescoço para beijar sua boca com certa urgência.
- Kookie, não. Espera! - Suga tentou se afastar, mas Jungkook estava resiliente.
- Jungkook. - Suga falou com firmeza fazendo o garoto sair correndo do banheiro, assustado e molhando tudo por onde passava
…
Suga pensou que Jungkook havia dormido quando saiu do banheiro, mas ele estava sentado na cama, acordado e completamente nu, olhando Suga dos pés a cabeça enquanto ele passava.
- Por favor garoto, só dorme. - Suga cruzou os braços, agora olhando para janela enquanto via Jungkook deitar na cama pela sua visão periférica.
- Amor. - Jungkook chamou meloso fazer do a nuca de Suga arrepiar.
Seu desejo era de ficar na chuva para não sentir essa força de Jungkook o puxando para mais perto, ele não podia deixar o garoto abafar seu terror através do sexo, nem associar essas duas coisas no futuro como alguma espécie de síndrome pós traumática, ele também não podia tocar no garoto do jeito que queria, seu corpo anda pedia violência, suas mãos ainda tremiam para quebrar algo, seu punho estava rígido em busca de algo para tirar a vida. Era fácil fugir da guerra, o difícil era deixar ela escapar de você.
Suga apertou as mãos em punho pensando se não era exagero a necessidade que sentia de se agarrar em alguma estrutura para não correr até o menor.
Era difícil separar sua vontade por sangue, pela vontade de Jungkook
- Suga. - ele ouviu o sussurro estalado de Jungkook na sua direção.
Ele travou a mandíbula em resposta. Aquilo não era certo. Era? Pelo menos não parecia adequado. É. Aquilo definitivamente não era adequado.
- Não tô no clima baby. - Suga resmungou, mexeu as pernas na tentativa de disfarçar o começo de ereção por ter seu nome entoado aos sussurros com aquela boca feita para levar qualquer um ao caminho da perdição.
Jungkook riu feito uma criança travessa ao notar o volume nas calças de Suga.
- Você quer. - Jungkook disse divertido.
Suga não respondeu, mas foi impossível não virar seu rosto quando um barulho molhado e constante chegou aos seus ouvidos.
Jungkook estava vestindo uma camisa larga de Suga, já que ele tinha uma mala de roupas reserva no carro e Jungkook deixou tudo no hotel. A camisa estava levantada até o peito formando ondas de tecido pelo lençol. Suga podia ver a pele cremosa das pernas longas e torneadas de Jungkook, sua bunda redonda e levantada na sua direção, seu pau duro, as costas delicadas, porém nada feminina.
Suga olhou aquele buraco rosa pulsando, brilhante pelo lubrificante e perdeu o limite entre o certo e errado. Sua mão foi até seu lábio inferior, alisando sua boca enquanto passava a língua só de imaginar tocando aquela pele sedosa e rosada.
Seu coração acelerou feito o de um adolescente apaixonado. Luxúria era o nome.
Jungkook virou o rosto na cama, encarando Suga com a boca entreaberta, vermelha e inchada de suas mordidas. Seus olhos se encontraram, dizendo mais do que era possível em palavras.
- Suga. - Jungkook resmungou implorando atenção.
- O que você tem, que faz meu corpo refém dos seus desejos mais vulgares? - Suga perguntou se aproximando do garoto deitado na cama.
Jungkook gemeu em resposta enfiando três dedos melecados de Lubrificante na sua entrada, o lábio inferior torturado pelos dentes cruéis, suas mechas molhadas caídas nos olhos, suas pernas firmes fraquejando a medida que a dor passava e a onda de prazer o tomava de assalto.
Suga não conseguia mais continuar com aquilo. Ele tirou sua roupa e se ajoelhou atrás do garoto, apertando suas mãos na pele leitosa de Jungkook e assistindo a vermelhidão aparecer com a pressão de seus dedos.
Ele ainda podia parar.
Porra! Ele podia?
Ele devia parar, Jungkook estava em choque minutos atrás, aquilo definitivamente era resultado da adrenalina e algum tipo de síndrome relacionado a vítima, aquela sensação de que você vai morrer e alguém o salvou. E ele? E se ele o machucasse?
Ele precisava parar.
- Me fode. - ele ouviu Jungkook dizer, a voz rouca e falhada. O garoto estava uma completa bagunça.
Suga afastou a mão de Jungkook e colocou seu pau gotejando na entrada do garoto. Ele não se moveu, ele não devia, suor escorria por sua testa enquanto ele admirava o quão errado aquilo poderia ser e o quanto ele queria mesmo assim. Culpa. Ele nunca sentiu culpa antes.
- Amor. - Suga ia mudar de ideia, ele tinha quase certeza que ia, mesmo que não quisesse, mas então Jungkook perdeu o resto de paciência que reservava para o mais velho e se empurrou na direção de Suga lentamente, sentindo sua bunda engolir o pau do mais velho que grunhiu em resposta.
Jungkook continuou fodendo o pau de Suga, o esforço era enorme, mas o garoto adorou assistir Suga perdendo o controle de seu corpo.
- Me fode. - Jungkook pediu manhoso fazendo Suga apertar ainda mais seus quadris.
Suga sorriu se afastando do menor que pareceu em pânico por alguns segundos.
- Não pare. Eu posso continuar. - Jungkook implorou e quando Suga o deitava na cama e ficava sobre seu corpo trêmulo.
- Você fica irresistível quando implora. - Suga sussurrou em seu ouvido, limpando vestígio de lágrimas dos olhos do menor.
Jungkook gemeu em resposta, colocou as pernas ao redor da cintura de Suga enquanto o mais velho voltava a enfiar o pau agora enorme e avermelhado na entrada de Jungkook.
Os dois gemeram juntos com a sensação de seus corpos colados um no outro.
Suga adorava ganhar tempo com o mais novo, mas ele não queria fazer isso agora. Ele sentou o garoto em seu colo, o dando segurança com as mãos espalmadas no meio de suas costas.
- Me faz gozar baby. - Suga pediu beijando aqueles lábios brilhantes e inchados.
Jungkook se movia desesperado para cima e para baixo, as mãos apoiadas no ombro do mais velho, seus olhos não se perderam um do outro nem por um segundo, nem quando Suga começou a masturbar Jungkook o fazendo gozar na sua mão e estômago, o sujando todo de porra.
Suga sentiu Jungkook contrair os músculos à medida que gozava, envolvendo seu pau numa pressão quase insuportável, o que o fez gozar dentro do mais novo com jatos violentos e inconstantes.
Jungkook deixou sua cabeça cair no ombro de Suga, suas respirações altas e insuficientes preenchiam o quarto.
- Eu queria ter o poder de te dizer não. - Suga disse pensativo enquanto alisava os cabelos de Jungkook que estava prestes a cair num sono profundo.
- Eu te amo. - Jungkook sussurrou sonolento.
- Eu também amor. Eu também. - Suga disse saindo de dentro do mais novo.
Suga se levantou e foi até o banheiro o mais silencioso possível, se limpou antes de voltar para o quarto com uma toalha umedecida para fazer o mesmo com Jungkook antes de colocá-lo para dormir.
Ele ouviu um barulho fora do chalé, colocou sua roupa e beijou a testa de Jungkook que dormia profundamente, sem resistir em selar seus lábios machucados antes de sair.
…
- Há quanto tempo está aqui? - Suga perguntou acendendo um cigarro que o maior lhe oferecia.
- Achei deselegante bater. - RM respondeu com a expressão maliciosa dominando o rosto.
Suga acendeu o cigarro pensativo, seus olhos admirando a chuva que ainda caía por entre a vegetação que os cercava.
- Como a informação de onde estávamos vazou? - Suga perguntou curioso, mesmo sabendo que RM nunca vazaria nada, apesar de ser o único que sabia além dele e Naomi.
- Está me acusando educadamente? - RM perguntou debochado.
Suga riu, liberando a fumaça de sua garganta para o ar gelado da noite.
- Não costumo ser educado.
Eles se olharam seriamente, mas RM não demorou muito para desviar passando a admirar a chuva também.
- Você fez um belo estrago no hotel, foi difícil esconder da mídia. Não seria bom uma varredura em busca de Jungkook partindo do local do massacre, a possibilidade de encontrarem esse chalé não seria pequena.
Suga confirmou com a cabeça voltando a se preocupar com Jungkook.
- O que está pensando? - RM perguntou parecendo adivinhar seus pensamentos.
Suga não ia dizer nada de início, mas mudou de ideia no meio dos seus pensamentos, decidindo que uma hora precisaria falar sobre aquilo.
- Você acha que ele é capaz de me amar? Depois de tudo que viu. Depois que viu do que eu sou capaz? - Suga olhou para as próprias mãos machucadas, cheias de cortes, as memórias de toda aquela matança ainda vívidas em sua mente.
RM refletiu o assunto, suspirando desanimado no que parecia ser o final de seus pensamentos.
- Não posso opinar. Ninguém deveria ser capaz de fazer aquilo, eu nunca acreditaria que um único homem matou sete assassinos bem treinados e armados, sozinho, com pouca munição e uma pessoa para proteger.
- Não fiz um bom trabalho com isso. Jungkook quase morreu. - Suga sentiu seu coração tentar sair do peito com o pensamento.
- Se algo acontecesse a ele. Se algo acontecer - Seus olhos derramavam gotas grossas de lágrimas pelos rosto, as mãos tremeram fazendo com que o cigarro caísse na madeira molhada da varanda, causada pelos respingos da chuva forte. O gosto de Jungkook ainda estava impregnado no seu corpo, sua mão ainda tinha a memória da sensação que o contato com sua pele lhe causava.
- Não suportaria algo assim de novo. - Suga sussurrou para o vento.
Seu corpo tremeu com o choro, caindo num desespero terrível de assistir.
RM não sabia o que fazer, ele queria abraçar o menor e confortá-lo, mas ele conhecia Suga o suficiente para saber que aceitaria aquele gesto como fraqueza.
- Amor? por que está no frio? - Jungkook perguntou, ainda de trás da porta.
Suga secou as lágrimas tentando se recompor, se mostrar forte e inabalável, mas Jungkook arregalou os olhos, vacilando na porta entreaberta, o que provou o quanto Suga havia falhado em esconder o que estava acontecendo.
- Por que está chorando? - Jungkook perguntando começando a chorar também.
- Jungkook vai pra dentro. - Suga falou autoritário fazendo até RM se empertigar com a ordem.
Jungkook sentiu o corpo tremer em resposta, mas arrebitou seu nariz e apertou as mãos na manta ao redor de seu corpo antes de se aproximar de Suga e abraçá-lo.
Suga não reagiu de início, mas bastou Jungkook acariciar seu peito com seus dedos delicados e calmos que Suga o abraçou, voltando a chorar até soluçar em seu ombro, esquecendo a máscara de indiferença que vestia o tempo todo para ser consolado por quem ele amava, mais do que jamais imaginou ser possível.
RM se incomodou com a própria presença, entrando no chalé para preparar um chá ou algo tão inútil quanto, deixando o casal sussurrando palavras de um amor impossível em meio àquela tempestade que estava só começando.
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