Sweet Mess
Jungkook terminou o show com meia hora de atraso, já que teve problemas com sua voz e precisou fazer massagem nas pernas devido uma câimbra, no intervalo entre uma música e outra, porém fora isso, foi tudo muito bem em LA.
Ele ia seguir com a tour em dois dias, mas por enquanto, tudo que ele precisava fazer era evitar noites de sexo selvagem e se divertir o máximo que seu agente deixasse.
Jungkook estava seriamente pedindo aos céus uma forma de fugir da Jenny na madrugada depois do show, mas não foi preciso muito. Jenny tinha ido a uma balada durante seu concerto e agora dormia feito uma pedra.
Jin sumiu com RM, que por algum motivo obscuro para Jungkook, se manteve na equipe de liderança na segurança da tour. Jungkook ficou ligeiramente enciumado e automaticamente um pouco rabugento com Jin, por RM poder trabalhar na tour e Suga não, mas o mais velho já estava acostumado, ele mal notou a diferença.
Jungkook estava sentado na balada agora, na área VIP com um colega que conheceu na época em que foi treinar estilo de dança popping numa academia especializada em LA, no começo de sua carreira, ele lembra do seu pai lhe dizendo que não havia emoção quando ele dançava. Jungkook se esforçou muito e deu seu melhor para mudar isso na época, ele sente que conseguiu.
O nome de seu colega era Josh e ele sempre teve uma queda por Jungkook no passado, mas o mais novo nunca deu vazão à suas terríveis cantadas, porém agora, depois que Suga o largou no quarto de hotel depois de literalmente ter fodido com ele completamente, algo em Josh parecia terrivelmente atraente, talvez o ódio por Suga fosse seu combustível, mas quem se importa.
Depois de dançarem por horas, entre agarros e passos sugestivos na pista de dança, Josh se aproximou um pouco mais, passando suas mãos enormes pela coxa de Jungkook, o mais novo sentiu um arrepio pelo corpo, mas não o do tipo agradável enquanto tentava se afastar de um possível beijo do garoto insistente.
Os dois estavam sentados agora, afastados da confusão, suados e sorrindo bobos um para o outro, a adrenalina que corria por suas veias diminuída significativamente, agora que a dança no meio da pista ficou pra trás.
- Por que fica fugindo de mim JK? - Josh perguntou, irritado e manhoso.
Seus olhos verdes brilhando ao ver Jungkook morder a boca e dar de ombros para a sua pergunta.
Jungkook suspirou com as investidas educadas de Josh, aparentemente ele se tornou fascinado pelo jeito que Suga impunha o que queria no seu toque e na sua voz. Era como se o resto da humanidade fosse delicados demais para Jungkook agora.
Ele queria sentir o toque firme do mais velho por todo seu corpo.
O pensamento fez os pêlos de sua nuca arrepiarem e um frio familiar na base estômago.
- Me responde poxa. - Josh subiu sua mão da coxa para a virilha de Jungkook, sorrindo largo para o mais novo quando achou que ele era o motivo do começo de ereção que Jungkook tinha entre as pernas, mas a realidade é que o que Josh estava tentando fazer a noite inteira, Suga conseguiu fazer há quilômetros de distância, só de passar pela mente de Jungkook.
- Tava começando a achar que você é realmente hétero. - Josh sorriu enquanto ia com as mãos na ereção do mais novo.
Jungkook se mexeu desconfortável na poltrona afastando para longe as mãos insistentes de Josh.
- Aposto que ele estava pensando em mim.
Jungkook deu um pulo ao ouvir a voz de Suga atrás deles.
- E você, quem é? - Josh perguntou se afastando relutante de Jungkook que parecia aéreo com a chegada do mais velho.
- Josh esse é Suga. - Jungkook falou, sorrindo ao ver Suga levantar a sobrancelha por tê-lo apresentado pelo seu apelido.
Suga deveria cumprimentar Josh educadamente agora, mas tudo que fez foi olhar Jungkook nos olhos, seu coração despertando, os lábios torturados pelos dentes e o pensamento nada puro sobre como a imagem daquela calça jeans apertada nas coxas bem delineadas do mais novo ficaria no chão do quarto de hotel.
Foi um inferno conseguir invadir a área VIP daquele lugar e ainda mais complicado de fazer Jin dar a localização de Jungkook para Suga, mas o que pareceu pior de se aturar, foi assisti-lo rebolando a bunda no quadril de outra pessoa no meio da balada, como se fosse a coisa mais natural do mundo.
Suga tava puto!
- Pensei que tinha ido embora. - Jungkook disse pela primeira vez, tímido com a chegada surpresa do mais velho.
- Eu não tive a chance de me despedir. - Suga sorriu maliciosamente para Jungkook que mordeu os lábios em resposta, as bochechas vermelhas, o corpo quente.
- Você tá indo embora? - Josh perguntou se fazendo presente.
Os dois continuaram com seus olhares sugestivos, fazendo Josh se sentir incomodado e inconvenientemente descartável
- Josh, você poderia buscar uma bebida para mim? - Jungkook pediu tocando no antebraço do garoto.
Suga franziu a testa e fechou as mãos em punho ao lado do corpo, ao notar a aproximação dos dois, mas Josh saiu de perto antes que Suga pudesse definir o que aconteceu exatamente com seus pensamentos naquele momento.
- Você está bem? - Suga perguntou assim que sentou no lugar de Josh.
Sua mão ajeitou uma mecha de cabelo, caído nos olhos do mais novo, suas respirações se unindo conforme Suga ficava próximo, o corpo inteiro de Jungkook reagia a cada gesto do mais velho e isso mais ninguém era capaz de fazer a ele.
O som estridente de balada desapareceu, conforme o olhar de Suga se intensificava nos dele.
- Eu...eu... estou bem. - Jungkook gaguejou enquanto assistia Suga se aproximar e selar seus lábios.
O beijo casto que Suga mal deu no mais novo, deixou seus lábios dormentes e necessitados, seu corpo estava com problemas para registrar cada sentimento que aquele pequeno gesto causava.
- Achei que tinha ido embora, sem se importar comigo.
- Eu nunca faria isso baby.
Jungkook puxou o ar, o soltando de maneira trêmula pelos lábios dormentes.
- Sobre ontem...
- Me desculpa, eu não sabia que não tinha comido. - Suga coçou a nuca, um pouco tímido. - Talvez tenha pegado um pouco pesado.
- Gosto quando pega pesado.
Os olhos de Suga brilharam conforme Jungkook o analisava, passando seus olhos pela mão no pescoço de Suga.
- Adoro sua mão. - Ele falou sem pensar.
- Onde ? - Suga perguntou soltando um som gutural pela garganta, que se assemelhava com uma risada repleta de más intenções.
- Em todo lugar. - Jungkook soltou o ar que não reparou ter prendido, sua mente parecia anuviada e livre de pensamentos.
- Quem é o otário? - Suga perguntou apontando para Josh que ainda tentava conseguir uma bebida como o bom menino que era, se assomando através na muvuca do bar.
- Um colega.
- Você costuma se esfregar em seus colegas?
- Só nos bonitos. Espera um pouco. Você tá com ciúmes ?
- Eu preciso?
Os dois travaram sua guerra com seus olhares inquisitivos, as mãos de Suga agora pairando sobre o menor, com angústia explícita em tocá-lo.
- Meu hotel fica aqui perto. Podemos terminar essa conversa lá ? - Suga perguntou ajudando Jungkook a se levantar, antes mesmo de deixá-lo responder.
- Vamos conversar mesmo?
Suga acenou para o segurança que cuidava da proteção de Jungkook e encostou sua mão no meio das costas do mais novo, o guiando para fora da balada, afastando qualquer um que encostasse ou tentasse impedir o garoto de seguir seu caminho.
- Quando te vi dançando colado com aquele cara, eu juro que tive que me agarrar em algo para não voar no pescoço dele. - Suga falou, andando pela calçada calmamente ao lado de Jungkook.
Sua jaqueta jeans, agora estavam nos ombros de Jungkook, que antes só vestia uma camiseta brilhante e transparente.
Os cabelos bagunçados pelo vento forte de Los Angeles, os olhos clareados pela iluminação amarelada da rua quase vazia por causa do horário.
- Vamos comer algo antes ? - Suga perguntou vendo Jungkook concordar imediatamente.
Os seguranças em uma distância segura para não incomodarem o casal.
- Aparentemente agora tenho que ter certeza que está bem alimentado, antes de...
Jungkook tremeu ao perceber o restante da frase em hiato entre eles.
- Você se sente bem ? - Suga encostou sua mão na base das costas de Jungkook, confundindo seus tremores com frio ou algo semelhante a isso.
- Eu estou bem. - Jungkook sorriu para o mais velho e pegou em sua mão, entrelaçando seus dedos num aperto íntimo enquanto caminhavam.
Suga olhou assustado para suas mãos dadas, mas se acostumou rápido com o calor que o mais novo passava para o seu corpo inteiro através de um simples toque.
Talvez isso estivesse relacionado com a intenção em si, mais do que o próprio contato.
- Esse é o lugar que tinha em mente? - Jungkook perguntou animado enquanto olhava distraído para um tobogã de plástico à sua frente.
Suga levou Jungkook no McDonald's e colocou todo tipo de besteira possível para que o menor comesse. O garoto estava feliz com seu lanche, sentado no lado de fora do estabelecimento, na parte infantil, a cadeira de plástico gelada pela friagem da madrugada, a parte dedicada à crianças completamente abandonada, dando espaço para que eles conversassem abertamente enquanto comiam rápido para que o frio não esfriasse suas batatas.
Suga falava sério e calmo, porém as coisas mais cômicas e desnecessárias saiam de sua boca, fazendo Jungkook gargalhar a medida que roubava batatas do mais velho.
Suga era sarcástico e suas piadas eram afiadas. Jungkook gostava disso, ele cansou da delicadeza que as pessoas empregavam quando estavam na sua presença.
- Eu não lembro a última vez que ri tanto.
- Você precisa sair mais comigo. - Suga respondeu distraído, mas sua voz era grave e a mensagem tinha um peso distinto.
- Eu quero muito isso.
Suga arregalou os olhos para declaração de Jungkook, sentindo o corpo formigar em resposta ao toque da sua mão que vagava livre sobre a mesa. Seu toque o deixou quente, quase febril, algo simples se transformou numa situação intensa e um pouco assustadora.
Ele tirou sua mão em um movimento brusco, quando o momento ficou estranho.
- Não posso te tocar ? - Jungkook perguntou ofendido.
- Não com essa mão gordurosa.
Jungkook riu, deixando o clima leve novamente.
- Gosto de te ver com ciúmes. - Jungkook falou depois de um tempo de silêncio, agora tomando seu sorvete distraído.
- Não gosto de sentir o que senti hoje. - Suga falou distraído com a forma que Jungkook lambia a sobremesa.
- O que sentiu?
Suga negou com a cabeça, afastando o pensamento malicioso diante de um gesto inocente vindo do distraído Jungkook.
- Senti vontade de ferir qualquer um que tentasse te tocar.
Jungkook engoliu em seco olhando sério para Suga.
- Você não deveria ferir alguém só por me tocar. - Jungkook sussurrou, voltando a lamber seu sorvete que agora derretia por seus dedos.
- Não Jungkook. Eu não deveria.
Os dois trocaram olhares mais uma vez, deixando o corpo de Jungkook mole e instável.
- Vamos?
- Achei que você nunca pediria.
Jungkook soltou risinhos infantis, acompanhando Suga pelas ruas vazias novamente.
Quando Jungkook entrou no elevador do hotel de Suga, após vê-lo conversando com seus seguranças pessoais, algo em seu coração pareceu perder o controle.
Talvez fosse a expectativa de ficar sozinho mais uma vez com o mais velho ou talvez fosse o choque que sentia na base das costas onde a mão de Suga pairava.
Seja lá qual fosse a resposta correta, Jungkook não se sentia natural. Seu peito queimava, sua boca estava seca e as pernas frágeis.
Suga desceu sua mão para a bunda do mais novo e o empurrou no canto do elevador assim que as portas de metais se fecharam.
- Quero fazer isso desde que te vi naquela balada. - Suga sussurrou entre os lábios de Jungkook, o beijando entre a frase.
Seus dentes puxaram o lábio inferior do mais novo que gemeu, amolecendo mais ainda nos seus braços.
- Por que não fez?
- Aprendi da pior forma a não te beijar em público.
Jungkook enrugou a testa, dividido entre sair da nuvem de êxtase que Suga proporcionou, para poder pensar ou se só o ignorava.
Suas dúvidas se calaram quando Suga o pegou no colo, o deixando cruzar as pernas nas suas costas.
- Senti sua falta. - Suga falou descendo seus beijos para o pescoço de Jungkook que gemeu em surpresa, tanto pelo que sentia fisicamente quanto sentimental, pela declaração despropositada do mais velho.
Suga entrou no apartamento agarrado com Jungkook, que passou o processo inteiro de passar pelo corredor até o quarto, entre ser prensado pela parede, ganhando muitos beijos e andando tortamente enquanto agarrava Suga de jeitos variados e prazerosos.
- Pode me dar algo para beber? - Jungkook pediu quando Suga tirou a jaqueta sobre os ombros do mais novo.
- Claro. - Suga franziu o cenho, confuso com a parada brusca no que eles faziam.
Ele lastimou mentalmente a medida que acrescentava gelo no whisky e entregava para Jungkook, perfeitamente aguado, como o garoto gostava e se serviu de uma dose adequada em seguida.
- Eu fui seu primeiro cara? - Jungkook perguntou, batendo com os dedos no copo de bebida.
Suga sentou ao lado de Jungkook na cama espaçosa, ficando a uma distância segura do mais novo, para resistir a urgência de agarrá-lo.
- Não. - Suga tomou sua bebida, o acalmando um pouco. - Já não tivemos essa conversa antes?
Jungkook deu de ombros.
- Mas, eu fui o primeiro com quem transou?
Suga concordou com a cabeça.
- Então posso assumir que nunca foi passivo em nenhuma relação que já teve. - As mãos de Jungkook tremeram ligeiramente, amedrontado por talvez irritar Suga com a pergunta, porém o mais velho pareceu não se afetar.
- Onde quer chegar Jungkook?
Os pêlos do seu corpo reagiram ao seu nome saindo da boca de Suga, mas ele ignorou o sentimento, se esforçando para chegar onde queria com aquilo.
- Quero saber se você deixa eu te foder.
Suga ficou um silêncio por um tempo, soltando uma gargalhada assim que as caras e bocas de Jungkook pareceram engraçadas demais para não rir.
- Você pode me foder quando quiser. - Suga respondeu naturalmente, terminando sua bebida para se aproximar a passos lentos e predatórios do mais novo, que ficou de repente tenso com a aproximação. - Você só precisa de um pouco mais de atitude pra isso. - Suga sussurrou em seu ouvido, beijando sua orelha com a língua quente do álcool que ingeriu.
- Ok. - Jungkook falou entre pequenos gemidos, a medida em que Suga sentava em seu colo e descia o rosto para beijar sua boca.
Ao contrário de Suga, seus lábios estavam gelados, causando um choque térmico e prazeroso entre eles.
- Você disse ... hmmm... que precisávamos conversar. - Jungkook engoliu em seco, conforme falava, sentindo Suga rebolar sutilmente em seu colo, aproveitando para voltar a beijar seu pescoço.
- A última vez que me beijou assim, não consegui esconder com maquiagem. Agora o twitter em peso tá questionando o motivo do chupão no meu pescoço.
- Quando isso? - Suga perguntou, a voz saiu rouca com o prazer ao morder a pele clara e macia do mais novo.
Jungkook soltou risadinhas curtas no vão do pescoço de Suga, causando estragos em sua mente enquanto seu corpo reagia.
- Em que mundo você vive? Ontem! - Jungkook pegou Suga pelos punhos e o deitou na cama, beijando a parte do abdômen exposto pela camisa que subiu com o movimento brusco. - Tem até um grupo de fãs que tiraram fotos suas, falando que eu tenho o segurança mais estiloso do mundo.
- Sem chance.
- É sério. Têm umas do Namjoon também, mas eu só salvei as suas.
- Você tem fotos minhas? - Suga tentou sentar, mas ficou sem ar quando Jungkook subiu em seu corpo e o travou no lugar com suas coxas grossas.
- Tenho várias, mas gostaria de tirar algumas se um dia me permitisse.
- Por que ?
Jungkook sorriu malicioso para o mais velho que parecia confuso com suas intenções.
- Porque você é lindo e é um bom jeito de olhar pra você, quando estiver longe.
Suga livrou uma das mãos para acariciar o rosto delicado do mais novo, seus dedos vacilando na curva de sua bochecha e descendo por seu pescoço marcado com seus dentes.
- Quando eu estiver longe e você quiser me ver, me liga e eu vou até você.
Jungkook sentiu seu coração acelerar, se distraindo com a pressão que exercia para manter Suga no lugar.
- E se eu estiver muito longe? Você vai aonde eu mandar?
Suga aproveitou a deixa para se livrar de Jungkook, o agarrando pela cintura e jogando seu corpo na cama, ficando por cima dessa vez.
- Sim. Aonde você mandar. - Suga tirou a camiseta brilhante e transparente de Jungkook fazendo o mesmo com sua calça depois de alguns beijos distribuídos por seu peito.
- Até onde exatamente?
Suga parou de beijá-lo para prestar atenção nos seus olhos que pareciam ainda mais negros, como se ali houvesse a ausência de luz que o puxava para uma imensidão obscura.
- Por você? - Suga perguntou descendo a Boxer preta do garoto que confirmava com a cabeça sua pergunta. - Vou até o inferno.
Jungkook soltou gemidos suspirados e finos, a boca entreaberta, a cabeça inclinada para trás, os olhos fechados, alisando os cabelos de Suga enquanto o mais velho chupava seu pau.
O barulho molhado que sua boca fazia, era aumentado pela ausência de som no quarto. As pernas de Jungkook se inclinaram, tensas ao redor do mais velho que subiu seus beijos até chegar em sua boca.
- Promete ? - Jungkook sussurrou entre os lábios inchados de Suga.
- Prometo. - Suga sussurrou de volta.
...
- Você pareceu urgente ao telefone. - Suga se aproximou de RM que estava de costas para ele.
- A situação é urgente.
Suga se alarmou ao ver a expressão preocupada do maior.
- Algo errado?
RM confirmou com a cabeça, entregando alguns papéis em sua mão.
- Achei esse manifesto, entre alguns outros, pensei que talvez fosse interessante investigar, visto que tentaram escondê-lo numa pilha de nada, entre outros containers de material para montagem do palco principal do show.
Suga olhou os containers à sua frente, passando seu olhar para o manifesto em sua mão logo em seguida.
- Não parece ter nada demais segundo o manifesto.
- O que significa que não é o suficiente para um mandado de busca e apreensão.
Suga concordou em silêncio.
- Tem coisa errada aqui Yoongi. Eu posso jurar.
Suga encarou o amigo, um pouco confuso com sua determinação
- Jin ficou realmente agitado quando perguntei sobre esse container em específico.
Suga concordou com a cabeça. Isso explicava a agitação de RM.
- Só nos resta abrir então. - Suga disse mexendo na jaqueta e tirando seu kit de agulhas para abrir cadeados e portas.
- Você sabia que íamos passar por cima das leis hoje, não sabia?
Suga foi até o cadeado imenso que trancava o tal container .
- Qual é irmão. Você me chamou no meio da madrugada, depois de uma noite que deveria ser sobre você e Jin. É óbvio que seria para quebrar algumas regras.
RM deu de ombros, satisfeito com a resposta do menor, indo até o corredor lateral dos containers para vigiar enquanto seu amigo desacatava a lei.
Quando finalmente entraram no compartimento, deram de cara com caixas de madeira repletas de material de iluminação, exatamente o que dizia que tinha no manifesto do container em questão.
Eles estavam prestes a desistir, quando Suga chutou uma das caixas sem querer. Ele voltou alguns passos, chutando em lugares diferentes a mesma caixa.
- O que foi?
- Não sei, ela parece oca.
- Oca? - RM chutou a caixa próxima que revirava antes.
- Parece realmente.
Os dois se entreolharam na pouca iluminação sustentada por lanternas de luz azul.
Suga pegou um cabo de metal de uma das caixas e começou a bater na base da madeira onde ficavam os pregos de sustentação.
RM se afastou em direção a porta, olhando se não tinham chamado atenção indesejada.
- No nome de quem tá o manifesto? - Suga perguntou aborrecido de repente.
- Da GCI. Por que a pergunta?
- Da GCI ou do Jungkook?
RM enrugou a testa, olhando o manifesto.
- Sim. Você tem razão, é a lista pessoal de Jungkook.
- Caralho!
- Yoongi. O que está acontecendo?
Suga negou com a cabeça, derrubando a caixa na direção de RM.
Várias AK-47 caíram aos pés de RM o deixando sem reação. O número de série era as desaparecidas do armamento militar que eles tanto procuravam, apesar de não parecer ter nem um terço ali do que eles sabiam que estava desaparecido.
- Você acha que Jungkook sabe disso?
Suga negou com a cabeça, passando as mãos nervosamente pelos cabelos.
- Se não tiver, seu próprio pai tá usando seu nome para transportar armas sem prejudicar o nome da empresa ou o próprio.
RM mordeu o canto dos lábios, pegando o celular para tirar fotos.
- Você acha que o pai dele seria capaz de ferrar com a vida do próprio filho assim?
Suga encostou na parede de metal enquanto RM pegava as provas que não podia usar em côrte, porque foi adquirida ilegalmente.
- Talvez o pai de Jungkook não saiba nada sobre o assunto.
RM parou de tirar foto, olhando curioso para Suga.
- Talvez seja alguém da equipe.
RM negou com a cabeça.
- Isso é algo complicado e difícil de se esconder, tem alguém poderoso por trás, todas as provas financeiras indicam a GCI em ligação com o Sr. Jeon.
- Se entregarmos isso para Naomi, ela não vai se importar como conseguimos as evidências, ela vai cair matando em cima de Jungkook.
- Por que Jungkook? - RM perguntou, estranhando a instabilidade na voz de Suga.
- Porque ele é o elo fraco.
- Tem certeza?
Suga juntou as sobrancelhas.
- O que quer dizer ?
- Você tem certeza que Jungkook é inocente?
Suga soltou uma risada sarcástica, passando por RM que trancava o container para correr até Suga que agora andava a passos largos em direção ao carro de RM.
- Não quis ofender, é só que...
- Como dizer algo assim não me ofenderia?
- Talvez você esteja muito envolvido.
- Se fosse Jin o acusado aqui, como reagiria?
- É diferente. Você sabia desde o começo que Jungkook talvez pudesse estar envolvido.
- Não sabemos se ele está envolvido ou não, mas se isso chegar no departamento, não vai importar.
Suga parou, fazendo RM quase tropeçar nos próprios pés.
- Me dá um tempo. - Suga bateu com os dedos no peito de RM.
- Suga...
- Por favor, só alguns dias. Eu preciso ter certeza antes de passar isso pra frente.
RM suspirou pesado, esfregando as mãos no rosto.
- Não acredito que está me pedindo isso.
- Você me deve.
- Suga.
- Você me deve. Eu só preciso de uns dias.
- Se essas armas forem vendidas nesse meio tempo...
- Fica de olho na movimentação desse container, se ele mudar de rota você passa pra frente, caso contrário, me deixa trabalhar.
Os dois ficaram se olhando, o clima tenso entre ambas as partes.
- Você não pode salvar Jungkook disso, nós dois sabemos o quanto ele fica ao lado do pai em tudo, independente da sua inocência.
- Eu preciso tentar. - Suga soltou com a voz falhada.
RM finalmente soltou o ar dos pulmões, passando as mãos nervosamente em seu lábio inferior enquanto pensava.
- Você tem até a próxima semana, ou eu passo isso pra frente.
Suga soltou o ar aliviado.
- Obrigado irmão. Não vai se arrepender.
- Espero que esteja certo. - RM sorriu nervoso para Suga que parecia mais empolgado.
- E depois dessa estamos quites. - RM falou enquanto entrava no carro estacionado do outro lado da rua abandonada onde ficava o galpão que a GCI alugou durante seu tempo de estadia na cidade.
- Estamos quites. - Suga resmungou, irritado por ter usado essa carta.
RM não tinha culpa de ter mentido para ele antes sobre ser do FBI. Suga sabia disso, mas nunca admitiria. O que o maior estava fazendo por ele agora, era algo muito mais sério e que poderia dar em ambos indo direto para cadeia. Era arriscado e imprudente, mas nem um dos dois estavam dispostos a admitir isso também.
...
Eram por volta das 4 horas da manhã. Suga ouviu seu celular tocar desesperado no criado mudo e levantou alarmado, pensando ter acontecido algo com Jungkook.
Depois da noite em que passaram juntos em LA, Jungkook seguiu com sua tour para o norte do estado, subindo para Europa enquanto Suga voltava para EUA.
- Quem é? - Suga perguntou ao notar o número desconhecido, mas com o DDD local, provavelmente de uma cabine pública.
- Sou eu, preciso de você.
Suga esfregou os olhos com sua mão livre enquanto sentava na cama para vestir sua calça jeans jogada aos pés da cama.
- Onde você tá ?
- Onde você acha?
Suga bufou.
-Taehyung, não tô no clima.
- Delegacia correcional, distrito II.
Suga pegou a carteira, a colocando em seu bolso e foi até o banheiro lavar o rosto.
- Chego em vinte.
-OK.
...
- Achei que estivesse preso. - Suga falou assim que tirou o capacete, olhando para V interrogativo ao vê-lo apoiado no muro baixo do estacionamento fumando um cigarro com cheiro enjoativo.
- Se eu falasse quem realmente está, talvez você não viesse.
Suga olhou para o prédio antigo do departamento de polícia militar, como se pudesse enxergar através dos tijolos velhos.
- Jimin? - ele perguntou pensando na última pessoa que ele gostaria de ajudar vendo V concordar de imediato.
- Por que precisa de mim?
- Eles não querem liberá-lo sob fiança e Jimin pediu por você.
Suga franziu a testa, curioso com o pedido.
- Como assim, não querem?
- Não quiseram me falar e eu não tô disposto a bancar o advogado.
Suga riu da preguiça evidente de V, como se o amigo não pudesse se encrencar tanto. Suga odiava o fato de que o dinheiro realmente comprava tudo, a ponto de deixar os garotos tranquilos para fazer quase tudo que tinham vontade e ainda saírem ilesos da situação.
A delegacia estava significativamente vazia, mas Suga ficou tenso ainda assim.
O grupo da SWAT e o FBI foi exatamente para aquela delegacia na noite em que salvaram as crianças do incêndio onde Suga conheceu Lucas. Ver dois pólos opostos da sua vida num mesmo ambiente o deixava tenso.
- Tae vai buscar algo para o Jimin comer quando sair, eu vejo o que eu posso fazer para liberá-lo.
- Tem certeza? - V perguntou olhando feio para a policial na secretaria de onde ele deve ter tentado soltar o amigo.
- Sim.
V concordou, saindo da delegacia como se estivesse num desfile de moda, tranquilo com o fato de que Jimin sairia logo dali.
- Detetive. - A policial o chamou com um sorriso sutil nos lábios.
- Olá. Oficial... - Suga olhou para a tag no uniforme da policial. - Delgado. Não sei se pode me ajudar...
- O senhor Park Jimin tem a liberação confirmada, mas se recusava sair sem que seja pela assinatura do senhor. Aparentemente ele se envolveu em uma briga séria e está com medo de sair sem proteção. O detetive Samerhalder se prontificou a levá-lo para casa, mas Jimin disse que é seu cunhado e que prefere que seja você a levá-lo.
Suga mordeu o canto da boca sentindo o coração disparar no peito.
- Como o assunto levou ao meu nome? - Suga perguntou entredentes, a raiva pulsando por suas veias e agitando sua mente.
- Lucas faz tratamento no setor administrativo deste distrito, todos aqui sabem sobre o senhor. Quando o civil deu seu telefone como contato para emergência ao invés do número do advogado o oficial Samerhalder ficou curioso, ele quem tem ligado para o senhor para atualizá-lo da situação de Lucas.
Suga concordou com a cabeça, pensativo.
- Pode me indicar onde ele está?
- Terceira sala a direita.
Suga agradeceu pronto para seguir pelo corredor.
- Não sabia que o Sr. era casado. - ela falou visivelmente chateada com o fato.
Suga demorou a se tocar do porque a mulher falava aquilo, mas lembrou que Jimin o chamou de cunhado e então entendeu.
- Não sou. - Suga respondeu assinando liberação que a oficial colocou na sua frente antes de se virar em direção ao corredor estreito.
- Suga. Não vai acreditar quem eu conheci. - Jimin falou apontando para um dos policiais que estava na batida junto com Suga no dia do incêndio.
Suga comprimentou um por um, pegando em suas mãos e ignorando Jimin, sentado confortavelmente no sofá da sala de descanso da delegacia. Um copo de café na mão, uma jaqueta, comprida para seu corpo pequeno, com o acrônimo NYPD nas costas, provavelmente de algum dos policiais ali presente.
- Jimin, vamos? - Suga fez um gesto bruto com as mãos, vendo o garoto quase pular do sofá.
Suga achou incrível um bando de brutamontes rodeando o pequeno, como se ele fosse quebrar a qualquer momento.
Jimin era elegante, delicado em tudo que fazia e tinha um jeito fodidamente encantador que desbancava até a agressividade do próprio Suga, porém ele também conhecia o outro lado do menor. O lado vingativo, traiçoeiro e manipulador que sempre assustou e irritou Suga ao extremo.
Principalmente por quase acreditar que estava de frente para Dahyun quando Jimin bancava o garoto inocente em perigo, o que o irritava ainda mais.
Jimin soltou uma risada assustadora quando saíram da delegacia, os olhos felinos se fechando ao ver Suga o puxando pelo braço.
- Você é a porra de um policial. - Jimin riu, o sorriso malicioso lavando o relato de inocência que ele deixou dentro do prédio pelo qual acabaram de sair.
- Quando o policial reconheceu seu número de telefone, eu achei que você estava traindo meu irmão ou algo assim, o jeito que ele falou de você, mas então eu descobri que você é só a porra de um herói entre eles.
Suga travou a mandíbula. O policial em questão não sabia que Suga estava trabalhando disfarçado, porque como Suga explicou insistentemente a Naomi, detetives em missão, não faz serviço extra para o departamento, taí o porquê.
- Você foi incrivelmente imprudente. - Jimin falou se soltando irritado do aperto de Suga, alisando onde o maior tinha segurado com violência.
- Desculpa se te machuquei.- Suga pediu desconcertado, não tinha percebido que estava machucando o menor.
Jimin podia ser manipulador o quanto quisesse, mas Suga conseguia sentir o medo expelido por seus poros, toda vez que Suga dava atenção a ele.
- Cadê o Tae? - ele perguntou, parecendo pela primeira vez assustado.
Jimin chamou o V antes de Suga para proteção enquanto desmentisse o maior, mas agora que não via o amigo em lugar nenhum, começou a perder sua confiança.
- Foi buscar comida pra você, já deve estar voltando. - Suga se aproximou de Jimin que deu passos vacilantes para trás. - Jimin, não vou te machucar.
- Desculpa se não confio em você. - Jimin falou limpando o nariz na manga da jaqueta recém adquirida enquanto os olhos enchiam de lágrimas.
Suga nunca tinha visto esse lado de Jimin e estava assustado e sem saber o que fazer.
- Se você encostar no meu irmão, eu mato você. - Jimin falou tentando manter uma postura imponente, mas falhando miseravelmente.
Suga achou fofo.
- Não vou prejudicá-lo Jimin, mas ele tá encrencado.
Jimin abraçou o próprio corpo fazendo um bico enquanto pensava se confiava em Suga ou não, agora que ele mostrou ser quem não era.
- O que quer dizer?
- Seu padrasto pode ferrar com a vida dele e eu sou o único que tem uma chance de impedir que isso aconteça.
- Lógico que é. - Jimin falou sarcástico.
- Não importa. - V falou, saindo de trás de uma parede que se inclinava sobre o estacionamento, com algumas sacolas de lanches nas mãos e um olhar indignado ao entender a conversa que ele pegou no ar enquanto caminhava até os dois, até então alheios à proximidade.
- O quanto você ouviu? - Suga perguntou com o coração vacilante.
- O suficiente.
- Tae...
- Não quero saber. Você vai contar para JK a verdade.
- Eu não posso, se você ao menos me escutasse...
- Você tem noção de como ele vai ficar quando souber? - V perguntou o interrompendo. - Desolado não é nem o começo do sentimento. O garoto tá apaixonado Yoongi e você está usando ele.
- Não... eu não....
- Não me interessa.
- Ok. - Suga gritou assustando os dois garotos perto dele. - Só me dá uma semana e se eu não contar, você conta ou o que seja. - Suga falou às pressas.
V olhou para Jimin enquanto pensava, vendo o menor confirmar com a cabeça seus pensamentos em completa harmonia.
- Uma semana. - V falou resiliente.
- Você realmente está sob ameaça por causa da briga na balada? - Suga fez a pergunta direcionada a Jimin que negou com a cabeça, um sorriso malicioso de volta no rosto inocente.
- Fui eu quem começou a briga.
- Ótimo. - Suga cuspiu em resposta, se afastando dos dois o mais rápido possível.
Ele sabia que seu tempo era curto antes, mas agora salvar Jungkook possivelmente dele mesmo, estava mais para alguma espécie de missão impossível.
Naomi ameaçou a carreira de Jungkook com as fotos dos dois se beijando dentro do carro.
O pai de Jungkook estava Provavelmente usando o nome do filho para vender armamento ilegal roubado, para milícia de países de terceiro mundo e Jungkook provavelmente não fazia ideia.
V deu um ultimato a ele.
E Suga percebeu há quase uma semana estar perdidamente apaixonado pelo pirralho
Ele não queria pensar no assunto, mas sabia o quanto estava fodido, afinal, não importa o enredo que se desenvolvesse à partir dali...
... Jungkook jamais o perdoaria por ter mentido.
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