2 - A Missão
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ANTES:
Quando Jimin acordou, se viu em um lugar completamente desconhecido para si, a começar pelo céu infinito carregado de estrelas que avistara no momento em que abrira os olhos, o mesmo céu noturno além da espaçosa cúpula de vidro sustentada por vigas em dourado puro, onde no centro, um volumoso lustre tecia graciosamente, sendo uma esfera de cristal com fios e fios de ouro e cristais, com ametistas nas pontas que brilhavam ligeiramente, refletindo uma na outra devido a luz da lua invadindo o espaço.
A mente pareceu demorar para processar só aquela visão, afinal, nunca havia visto nada do tipo, era deveras belo.
Assim que o olhar se pôs a vagar mais, tentando decifrar onde se encontrava, sentiu as sobrancelhas se unirem.
— O que... Onde é que eu estou? — Sussurrou para o silêncio.
Colunas brancas com detalhes dourados, assim como os ornamentos, o chão era liso e de um fosco branco, parecia até gelo perfeitamente polido. Tapetes em azul da Prússia tal como uma estante carregada com livros no espaço em piso rebaixado logo diante de si, onde um divã da mesma cor e uma mesinha de centro estavam postos juntos a uma comprida luminária branca. Aonde quer que Jimin direcionasse sua visão, encontrava coisas que lhe cativavam, deixando-o curioso para descobrir mais.
— Na Academia. — A resposta veio em tom grave.
Jimin levou um susto, virando a cabeça de imediato, encontrando o dono da fala.
Era o garoto que se lembrou de ter visto no cenário de chuva noturna caótica que havia criado antes de apagar. O Park teve um vislumbre imediato dos acontecimentos nada agradáveis que se passaram, não esquecendo de decorar o brilho azul nas orbes que agora lhe encaravam em castanho.
— Desculpe assustá-lo. — O Kim sussurrou, encolhendo-se ligeiramente da poltrona azul que se encontrava. — Você se lembra do que aconteceu? E... de mim? — Quis saber para estruturar melhor o que devia falar ao garoto novo logo a seguir.
Jimin baixou a cabeça por um momento, assentindo vagarosamente, não gostaria de lembrar de nada daquilo, de mais uma parte das novas memórias que criara depois daquela noite em que tudo começou a mudar.
— Lembro. — Respondeu baixo, deixando nítido o pesar que o tomava. Levantou a cabeça um segundo depois, decidindo silenciosamente que não pensaria em mais uma memória negativa que criara. — Disse que esse lugar é uma Academia. Academia de quê?
— Você está bem? — O garoto simplesmente ignorou sua pergunta, parecendo preocupado.
— Não sei. — Jimin respondeu rapidamente, voltando a fitar tudo a sua volta. — E não quero pensar nisso. Então pode me responder o que de fato é esse lugar? — Os lumes focaram o alto, encantados com aquele céu. — A gente deve estar muito longe da capital, pois eu nunca vi tanta estrela assim em Seul.
Taehyung abriu a boca e fechou uma, duas, três vezes enquanto tentava pensar nas palavras certas, assim ganhando a atenção do novato que o encarou estranhando aquilo.
— Nós não... não estamos na Coreia. — O Kim passou a mão pelos cabelos, num ato ansioso.
— Então... onde estamos? — Jimin deixou a cabeça pender ligeiramente para o lado, mais curioso ainda enquanto os olhinhos esbugalhavam. — Eu não posso simplesmente sair do país, minha mãe vai me matar se souber! — Alegou, rapidamente se colocando sentado e então tirando a caberta que o aquecia do corpo.
— Não estamos fora do país também. — Taehyung afirmou com pressa, erguendo uma mão em sinal de contenção, sendo obedecido pelo Park que apenas colocou os pés no chão antes de parar e unir as sobrancelhas em confusão. Como diachos Taehyung iria explicar onde estavam? — Bem, na verdade não estamos em lugar nenhum da Terra.
E pelo semblante de espanto de Jimin, ele soube que havia dado uma péssima resposta.
— Como assim? — Jimin deu um pulo para fora da cama, atônito demais, nem sequer percebendo que suas vestes haviam sido trocadas por um pijama azul turquesa de seda. Estava ocupado demais praticamente correndo em direção às portas conjuntas, as abrindo logo depois. — Do que é que você está falando? — Questionou, avistando um pequeno corredor tão bonito quanto o quarto, esse que dava só para mais um cômodo antes de uma escada em caracol que o Park logo se pôs a descer apressadamente, ouvindo os passos do outro ali o seguindo.
— Ei! Você não devia estar correndo! — Taehyung praticamente gritou, tentando alcançá-lo mediante a todos aqueles degraus. — Acabou de acordar. Pode ficar tonto!
— Eu quero saber onde estou! — Jimin disse em mesmo tom, encontrando o arco de um portal para um cômodo desconhecido que rapidamente descobriu ser ao sair em uma salão espaçoso, com mais daqueles detalhes brancos, azuis e dourados na mobília, na arquitetura e nos instrumentos musicais. — Nossa... — Era majestoso, mágico, definitivamente tudo ali parecia de outro mundo, o que só deixava Jimin dividido entre o encanto e o assombro. Assim que ouviu os passos atrás de si cessarem, ao estarem bem próximos, que ele se virou. — O que é aqui? Você disse que era uma Academia. Academia de que?
O Kim respirou fundo após descer todos aqueles degraus e ainda ter que lidar com o Park. Decidido a não enrolar mais nas respostas, Taehyung ergueu a mão até a altura ao lado da cabeça e deixou o fogo azul tomá-la.
— Disso. — Viu Jimin fitar sua mão em chamas. — De poderes. — Afirmou, ganhando o olhar alheio mais uma vez sobre si. — Uma Academia para pessoas como você e eu, que ganharam poderes misteriosamente depois da noite em que aquele meteoro passou pela Terra.
E novamente os olhinhos do Park se esbugalharam com o que ouvia.
— Você também... O meteoro...
— Não só eu. — Taehyung foi rápido em informar. — Não só nós. Há outros, Jimin.
— Outros? — Era nítida a confusão do garoto pelo semblante.
— Viu? Não está mais sozinho. — Acrescentou, sabendo como Jimin se sentia, pois ele também já havia se sentido daquela forma.
— Por que nós? — A pergunta veio num sussurro intenso, ansioso por uma resposta.
Taehyung baixou lentamente a mão, o fogo cessando, os olhares nunca se perdendo, pois pareciam acorrentados.
— Eu não sei. — Sussurrou também, ambos se encolhendo com tais palavras que lhes pesavam. — Mas deve ter algum motivo. Nós só não sabemos qual ainda.
Jimin suspirou.
— E onde estamos afinal? Outro planeta? — Tentou desvendar, sendo cético com a própria ideia. — Não parece outro planeta. Só é... diferente.
Taehyung riu soprado enquanto o outro olhava à sua volta.
— Estamos em outra dimensão, por assim dizer. — Respondeu, ganhando novamente os olhinhos crescendo de tamanho. — Isso significa que você está bem longe de casa, mas também bem perto. Pode sair daqui rapidamente e encontrar a sua mãe. Ela não vai te matar. — E sorriu pequeno.
— Uma outra dimensão? — Ele nem devia estar surpreso, não depois de como sua vida havia virado dos avessos com tantos acontecimentos sem nexo. — Certo. Super normal.
— Para nós, até que é. — Deu de ombros, se divertindo com o tom sarcástico do Park, mas logo sendo tomado pela preocupação ao ver Jimin se encolher. — O que foi?
— Eu vou aprender a... a me controlar? Vou conseguir fazer isso aqui? — Questionou, baixo demais, parecendo ter medo de algo.
Tae pressionou os lábios fortemente enquanto os esfregava um no outro. Jimin lembrava a ele mesmo, pois o Kim também se perguntava muito isso, ainda que estivesse aprendendo a lidar mais com seus poderes desde que chegara ali.
— Vai. — Não havia espaço para dúvidas em seu tom. Deu um passo a frente, ficando mais próximo do garoto, mantendo um no outro, vidrados demais no que já conseguiam enxergar além dos tons em castanho desses. — Esse lugar é mágico de alguma forma, parece ter consciência e saber sobre nós mais do que nós mesmos... Ele vai te ajudar como vem me ajudando.
— Você faz fogo com as mãos, você é incrível, diferente de mim que só sei machucar as pessoas com meus poderes... — Jimin se encolheu, passando a mão nervosamente no cabelo antes preto.
— Nunca ouviu falar sobre o fogo ser ardiloso, Jimin? Você acha que o controla, mas ele tem vida própria, e vai te surpreender em algum momento se você o subestimar. — Revelou. Ambos se fitaram por um momento. — Seus poderes são incríveis, só precisa saber dominá-los, Jimin. Confie em mim, eu vou ajudá-lo nisso.
Havia tanta convicção nas palavras do Kim que o Park não teve como não assentir com a cabeça, mesmo temeroso.
Taehyung então viu quando o esboço de um pequenino sorriso adorável tomou os lábios cheinhos do Park, sorriso esse que refletia esperança, pois Jimin, de alguma forma, acreditava nas palavras do dono daqueles olhos grandes e felinos.
E, pela primeira vez, o coração de Taehyung bateu mais rápido por alguém.
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AGORA:
Assim que Taehyung desligou o motor do carro, no estacionamento, ele se apressou em deixar o automóvel com Jimin atrás de si, sendo puxado pelas mãos entrelaçadas de ambos enquanto, na livre, ele puxava uma mala de rodinhas pertencente ao loiro.
O Park tinha um sorriso enfeitando os lábios, pois sabia o quanto o namorado estava feliz o tendo ali, assim como ele mesmo.
Assim que o elevador abriu, Taehyung o puxou para dentro, largou a mala, tocou rapidamente no número referente ao andar de seu apartamento, e se virou para Jimin, o aprisionando entre uma das paredes de ferro e ele mesmo.
Jimin foi enlaçado pelos braços alheios, assim como teve os lábios tomados com volúpia e um fervor literal já que a boca do Kim era sempre quente, arrancando um gemido contido seu devido ao pequeno choque com a sua que era fria.
— Finalmente. — Taehyung disse assim que os rostos se separaram minimamente apenas para poderem se fitar.
— Isso tudo é alegria por eu finalmente vir morar com você? — Jimin o questionou num tom baixo, os lábios roçando um no outro, se provocando. Quente e frio.
— Mas é claro. Você não imagina o quanto estou feliz por isso. — Segredou, deixando um selar no loiro. — Agora eu não sentirei mais falta de te abraçar no meio das noites, nem ficarei triste de te ver indo embora cedo por sua casa ser longe e ter que acordar às 6h para o trabalho. — E deixou outro beijo.
Jimin sorriu largo, as mãozinhas gordinhas indo até a nuca do castanho para se afundarem nas madeixas escuras enquanto se envolviam em outro oscilo.
— Só você para me deixar tão feliz depois de ser demitido. — Jimin sussurrou, novamente os rostos próximos e os olhares conectados.
Ambos sorriram.
As portas do elevador abriram no andar da cobertura.
Tae pegou a mala de Jimin com uma mão e a entrelaçou a outra novamente com a do loiro, o puxando para o corredor.
Jimin o seguiu com os lumes presos aos seus, um brilhando para o outro, repletos de desejo e amor.
— Eu tô ansioso para acordar com você do lado todas as manhãs. — Tae lhe confidenciou no meio do caminho, ganhando o presente maravilhoso que sempre era ver as bochechas do Park sendo pintadas de rosa avermelhado.
Só pararam quando o Kim precisou colocar a senha para desbloquear a enorme porta.
Jimin ganhou espaço para entrar na frente, ouvindo o som eletrônico da porta se trancando e então os passos do namorado vindo até si antes de ser abraçado por trás.
— Já que você tirou folga pelo resto do dia e eu... não tenho nada pra fazer... — Ambos compartilharam um risinho antes de Jimin voltar a falar: — Quais são nossos planos para hoje?
— Hmmm... deixe-me pensar... — Tae sussurrou, com os lábios do pescoço alheio, deixando beijos ali, vezes se embriagando pelo aroma natural de Jimin que tanto gostava. — Eu vou cozinhar algo para almoçarmos, aí você vai me contar melhor o que houve no seu trabalho, depois a gente vai maratonar uma série dessas bem comédia melosa que você gosta, não prestar atenção na metade porque quero te beijar muito...
Um sorriso involuntário iluminou o rosto do Park.
— Estou gostando, pode continuar. — Encorajou, sendo mais agarrado e então virado o corpo até se ver de frente para Tae, não lhe restando alternativa a não ser jogar os braços em volta da nuca do mais alto e roçar os lábios nos dele.
— De noite podemos sair, ver alguma exposição, jantar em algum restaurante que ainda não fomos...
— Comida mexicana! — Jimin deu um pulinho, ganhando o sorriso quadradinho de Tae. — Faz tempo que não comemos!
— Comida mexicana. — Taehyung concordou antes dos olhos serem tomados por um brilho pecaminoso. — E então fechamos a noite com você me dando até a gente cansar.
E lá estava, novamente, aquele tom vermelho rosado tomando as bochechas de Jimin que deixou um tapinha no peito do mais alto.
— Tinha que ter algo pervertido na sua lista... — Soltou, num tom falsamente acusatório.
Tae riu, deixando um selar nos lábios gordinhos.
— Você também quer que eu sei. — Afirmou, antes do olhar se afiar como a figura de um felino. As mãos grandes desceram pela cintura de Jimin de forma intensa, aquecendo a palma dessas, arrepiando os pelos do corpo do loiro que engoliu em seco enquanto o frio natural de seu interior agora competia com o fogo que o Kim provinha. — A gente anda muito ocupado, Jiminnie... — A entonação rouca era proposital, pois sabia o quanto o Park se desestabilizava com ela. Os lábios foram para o ouvido do mais baixo. — Faz quanto tempo, em? Mais de um mês... Eu 'tô com saudades...
Jimin não conseguiu prender um gemido baixo quando o outro terminou a frase e mordeu levemente seu lóbulo, chupando ali em seguida, aquela língua maldita refletindo em seu membro que já pulsava dentro da calça, acordando.
Um risinho soprado acabou por escapar de Jimin enquanto os lábios alheios desciam para o seu pescoço, pois ele tinha se lembrado de algo.
— Eu sei bem como é quando você 'tá com saudades, seu safado... — Sussurrou, os olhos se fechando ao ser chupado ali. Ele também ouviu o riso alheio, assim como o hálito do moreno batendo na região que tinha acabado de abusar. — Da última vez eu fiquei dois dias sem conseguir andar direito...
— Culpa sua, não acha? — Ah sim, Taehyung era um perfeito provocador, mesmo ocupando-se me marcar a pele leitosa do loiro com mais chupões enquanto as mão, já alcançando a bunda farta de Jimin, agora apertava essa com posse. — Você que inventou de fazer greve de sexo como birra, aí depois veio me seduzindo, dizendo que tava com saudades e então me pedindo 'pra ir mais rápido... Eu só fiz o que o meu namorado me pediu. — Defendeu-se.
Jimin, em resposta, se afastou e deixou mais alguns tapinhas no peito do moreno que riu torto por ver o quanto as bochechas do loiro estavam adoráveis tingidas daquela cor.
— Fala essas coisas pervertidas outra vez que eu vou fazer greve hoje também...
Tae riu mais, sabendo que aquela frase era só um jeito de Jimin expressar a vergonha que sentia ao falar das intimidades dos dois.
— Você é fofo demais, sabia? — Questionou, o trazendo de volta para seus braços, ganhando um bico emburrado do mais baixo. — A gente namora há quase sete anos e você ainda sente vergonha de falar essas coisas...
— Faz seis anos que começamos a namorar, Tae... — Corrigiu-o, ainda mantendo o bico.
— Não, o tempo que a gente ficou enrolando depois de notarmos que gostávamos um do outro também conta. Eu comecei a contar desde o nosso primeiro beijo, mas já que você gosta de comemorar no dia que te pedi em namoro, então deixamos assim... — E deu de ombros.
Os lumes de Jimin acabaram por reluzir, não sendo capazes de esconder sua alegria.
— Você ainda se lembra do nosso primeiro beijo?
— Óbvio. — Soltou de pronto. — Eu nunca vou me esquecer de quando eu tive certeza de que estava apaixonado por você.
Mais vermelho que um tomate, Jimin baixou a cabeça, sentindo, logo em seguida, um beijo sendo deixado em sua testa.
— Eu te amo, Jimin. — Afirmou baixo, mas não deixando de ser perfeitamente ouvido enquanto abraçava o mais novo que deixou a cabeça em seu ombro. — Você não tem ideia do quão grande é o meu amor por você...
Rendido, Jimin fechou os olhos, sendo acolhido por aquele calor natural do Kim.
— Eu também te amo, Tae. — Sussurrou, a boca próxima do ouvido do outro. — Muito. Muito, muito.
Jimin sentiu os lábios alheios novamente em seu pescoço, depositando um beijo assim, sentindo junto o sorriso quadrado presente.
Cinco segundos depois, Jimin se afastou com pressa.
— Chega de grude que eu 'tô com fome. — E começou a dar os primeiros passos em direção à cozinha, arrancando um riso do Kim que sabia o quanto o Park, por vezes, ficava sem jeito com tanta demonstração de amor que compartilhavam.
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Jungkook tinha os olhos focados no quadro com as fotos, trechos de jornais e anotações referentes ao grupo misterioso. Jogado em sua cadeira, no escritório, as costas estavam bem acomodadas, assim como as pernas cruzadas sobre a mesinha de centro.
Precisava pensar, pensar e pensar mais.
Sem sequer bater antes, a porta foi aberta por Jieun que entrou com um saco de papel nitidamente cheio de algo. O detetive a fitou pelo canto dos olhos enquanto ela se aproximava, parando ao seu lado segundos depois.
— Já passa das três da tarde, e como o senhor não almoçou — Começou, o tom acusatório — eu trouxe algo para que comesse. Credo e cruz você sair deste escritório sem comer nada por horas, ter alguma tontura e bater o carro... — Ela mesma negou com a cabeça, sentindo até um pequeno calafrio. No fim, deixou o pacote sobre a mesinha de centro, ao lado dos pés cruzados do Jeon.
— Obrigado, Jih. — Ele suspirou, passando a mão pesarosa no cabelo escuro logo depois.
— Tem algo de errado com esse grupo...
— Explica. — Pediu ela, sabendo que o outro ali já formulava uma frase. Rapidamente Jieun fechou a porta e se sentou no sofá mais próximo, voltando o corpo para o moreno. estavam prestes a iniciar uma discussão complexa.
— Marcas permanentes no chão ou nas paredes de suas assinaturas, provas sempre reunidas para acusar as pessoas certas... — Jungkook inclinou ligeiramente a cabeça, fitando a foto com a assinatura "TR" do grupo. — E é sempre tudo muito rápido, ninguém nunca os vê, como se tudo fosse feito num passe de mágica... Eles nunca deixam rastros.
Jieun buscou o que Jungkook tinha a atenção, permitindo-se também a analisar mais a situação. Então ela viu a foto do pen drive.
— Aquele pen drive, deixado junto aos ladrões da relojoaria na noite passada... Já verificaram as digitais?
— Sim, e não há nenhuma. Quem o deixou ali devia estar de luvas... Eles são muito minuciosos. Tudo é feito de forma tão perfeita que não parece... — Reprimiu a vontade de morder o lábio inferior com a palavra pensada. — Normal.
Sim, aquela era a palavra certa.
Jieun assentiu, a mente vagando em pensamentos. Foi depois de alguns segundos, quando encarou o Jeon que notou-o baixar a cabeça sutilmente e fechar os olhos enquanto a canhota esfregava ligeiramente o alto da testa.
— Está com dor de cabeça de novo... — Levantou-se e foi em direção a mesa, um pouco atrás de onde Jungkook se encontrava. — Onde estão seus comprimidos? — Começou a procurar no casaco do outro jogado sobre a mesa.
— Está fraca, não se preocupe... — Tentou tranquilizá-la.
— Me poupe, Jungkook. Conheço você há tempo demais para saber quando está mentindo. 'Tá na cara que você está com uma bela enxaqueca. Onde estão?
— Segunda gaveta, à direita. — Acabou por responder.
Rapidamente ela trouxe o pequeno frasco de vidro tampado até ele.
— Eu vou pegar um pouc... — Mas Jungkook logo abriu o frasco e engoliu um dos comprimidos dali. —... de água. — Jieun suspirou, colocando as mãos na cintura. — Estão cada vez mais frequentes...
Jungkook também suspirou.
— O último caso deve ter me estressado muito... — Jogou a cabeça para trás, deixando-a descansar no apoio da cadeira, passando os dedos da mão antes na testa, agora em seus olhos.
— É e você já está em outro que parece mais complicado do que todos os que já vimos... — Foi a vez de Jieun passar a mão pesarosa no cabelo, refletindo o quão preocupada estava com o amigo. — Isso é perigoso, Jungkook. Você se lembra do que houve da última vez...
Mesmo coçando os olhos fechados, o moreno esboçou um sorriso.
— Não tem graça, garoto! — Soltou ela, em falsa indignação. —Você quase fez um prédio novinho desabar em Hong Kong.
— No fim não desabou, então é o que importa. — Disse um segundo antes de abrir os olhos e ver o semblante de Jieun se converter em surpresa. — O q-?
— Seus olhos... estão roxos. Estão brilhando! — Avisou já em tom exasperado.
— Ah. — Passou a mão pelos olhos de novo, tentando se acalmar, mas ainda sentia aquela dor de cabeça. Demoraria alguns minutos para que conseguisse voltar ao normal.
Alguém bateu na porta.
— Sério isso? — Jieun questionou o universo, ou qualquer força superior, buscando respirar fundo. Jungkook se endireitou e abriu os olhos, mas foi obrigado a voltar o corpo para trás na cadeira outra vez quando a mulher o surpreendeu o empurrando abruptamente, colocando de forma rápida a mão nos seus olhos em seguida.
A porta foi aberta e a figura de Hoseok se fez presente com uma sacola de plástico preta.
O Jung fitou desde Jieun até a palma dela deitada sobre os olhos de um Jungkook jogado na cadeira de escritório, parecendo um desmaiado.
— Ele... Ele 'tá dormindo... — Foi a primeira desculpa que era pensou, subindo a mão para a testa alheia, dando amém internamente pelo moreno ter fechado os olhos e colaborado com o que dissera, acariciando o alto dos cabelos negros em seguida. — Tadinho, sabe como é, né? No voo de ontem, ele chegou tarde, mal teve tempo de dormir... Está exausto... — Afirmou, colocando a mão livre no peito num falso compadecimento perante ao amigo.
— Ahn... certo. — Hoseok assentiu em compreensão, curvando-se em respeito e então dando um passo e outro, adentrando no espaço, logo levantando o braço para enfatizar a sacola. — Eu vi que ele não almoçou e trouxe algo para que não ficasse com fome...
— Ah, muito gentil da sua parte. — Jieun sorriu pequeno.
— Vou deixar aqui. — E colocou em cima da mesa de trabalho do detetive.
— Ye. Obrigada, Hoseok-ssi.
Ele acenou com a cabeça de forma respeitosa e se retirou.
Primeiro um, depois o outro, Jungkook bisbilhotou para ver a porta já fechada.
— Realmente muito gentil da parte dele. — Jieun afirmou, agora para o moreno que rodou com sua cadeira até estar com o corpo parado em direção à entrada.
— Esse cara é estranho... — Jungkook declarou de repente, ganhando uma Jieun confusa. — Tem algo no olhar dele... Você percebeu hoje mais cedo? É como se ele estivesse escondendo alguma coisa.
— Você já... já tentou... ?
— Ler a mente dele? Não. Sabe que prefiro fazer isso só com criminosos. Não gosto de invadir a privacidade das pessoas. — Ele suspirou. — Mas se ele continuar me olhando dessa forma, uma hora dessas eu vou.
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Rosé fitava o céu infinito da Outra Dimensão de forma maravilhada.
— Vai acabar tendo torcicolo se continuar com a cabeça tão erguida assim. — Christopher avisou, por fim descendo os três degraus para se juntar a amiga no centro do círculo de pedra a céu aberto em meio a uma parte da generosa extensão dos domínios da Academia.
— Lá vem você querendo cortar minha brisa... — Ela acusou em falso, olhando de soslaio antes de voltar a atenção para o céu eternamente noturno.
Chris sorriu, se colocando ao seu lado para olhar naquela mesma direção e se perder brevemente na imensidão do espaço.
— Entendo porque gosta tanto de olhar as estrelas. É lindo demais. — Sussurrou ele, também admirado, não a vendo sorrir pequeno antes que ele erguesse um braço e o indicador viesse a apontar para algum lugar no infinito.
Ali Rosé o viu, depois de muito tempo, tomando desde a ponta do dedo do amigo até o fim de seu braço. Era o breu, o breu absoluto. O puro preto tomando aquele espaço do corpo do mais alto.
— Está absorvendo a escuridão dos céus? — Ela o questionou, curiosa. — Pensei que não gostasse de ficar acumulado com as energias negativas do povo do Mundo Comum.
— Não gosto. Mas esse breu não é originado das energias negativas das pessoas. O breu dos céus é aquele concentrado com a maior paz existente, o breu pertencente ao infinito do espaço, o eterno guardião de toda a luz do universo... — E então Rosé viu, junto ao preto, havia pontos com pigmentação arroxeada e pontos e mais pontos de luz, criando assim a imagem de galáxias sobre o braço do homem. — Vai ver é por isso que existem tantos amantes da noite por aí. — Ele lhe sorriu pequeno.
— Quando foi que aprendeu a fazer isso? — Ela estava embasbacada com o quão bela era a visão de parte do universo em miniatura se apoderando do braço que Chris baixava e lhe mostrava com a palma da mão aberta para cima.
— Acho que refleti tanto sobre as sombras e a luz, que passei a entender um pouquinho que o universo, com seus inúmeros segredos, é maior do que a compreensão humana. — Disse, antes de encontrar os lumes curiosos da garota. — Já reparou que há vários tipos de sombras e de luz? O claro e o escuro podem te enganar. Saber interpretar o que cada um significa perante a um determinado contexto não é algo que todos conseguem fazer. Quando meus poderes apareceram pela primeira vez, há quase dez anos, minhas mãos foram tomadas pelo preto absoluto e, devido a estrutura cultural na qual fui criado, pensei que se tratava de algo ruim, um poder ruim...
Rosé o assistiu suspirar e fitar algo além de si, como se estivesse perdido em alguma lembrança muito distante.
— Quando, na verdade, aquele meteoro me abençoou com a beleza da noite e de todo o universo que vem com ela, aquele que não podemos ver ao olharmos para cima no céu de Seul e de muitos outros lugares do Mundo Comum, pois há luzes falsas demais iluminando a terra e escondendo as luzes que dançam nos céus todas as noites. Acho que é por isso que pensamos que estamos sozinhos no universo, não estamos vendo as galáxias como deveríamos.
A platinada ergueu uma sobrancelha.
— Tudo bem... Agora me conta o que é que você fumou antes de vir pra cá... — Quis saber.
Christopher acabou por rir, erguendo os braços em redenção enquanto negava com a cabeça, o breu de seu corpo desaparecendo.
— Eu juro que nada — Foi sua resposta. — Olha, um meteoro! — Apontou novamente para o céu. — Faça um pedido, loirinha!
A platinada riu, vendo o meteoro passar pelos céus, a dita estrela cadente passeando pelo universo.
— Hmm... desejo uma forma cheia de brownies para comer com sorvete de flocos. — E cruzou os dedos de ambas as mãos, realmente parecendo fazer um pedido a tal estrela.
— Isso é sério? — Christopher ergueu a sobrancelha para ela. — Vai desperdiçar um pedido tão raro com brownies e sorvete?
A mais baixa cruzou os braços, encarando o amigo.
— Dá licença que é o meu pedido! Em vez de ficar reclamando, faça o seu enquanto dá tempo.
— Quero descobrir o nosso propósito aqui. — Fitou novamente as estrelas. — Quero saber o porquê de termos ganhado esses poderes...
— Para ajudar as pessoas, não? — A platinada também tinha dúvidas no fim das contas. — Ajudamos muita gente a prender pessoas más esses anos todos... — Lembrou-o.
Chris assentiu com a cabeça, mas manteve a mente pensativa.
— Pode ser. Mas sinto que há algo mais. Um motivo a mais... a gente só não descobriu qual ainda...
— Quem sabe...
O assunto cessou quando, perto deles, diante da noite brilhante, um pequeno portal se fez, saindo dali um dos corvos de Rosé que grasnava audivelmente, logo indo em direção a garota.
— Cervios? Por que essa gritaria? — Questionou-o, quando esse se pôs de frente a ela em seu voo. O corvo grasnou mais, parecendo berar algo em plenos pulmões, o que deixou Christopher em alerta.
Algo estava errado.
— O que ele está dizendo? Ele encontrou a pessoa que estamos atrás?
— Uhum... certo... E onde foi isso? — Rosé se mantinha conversando com o passáro por mais um momento antes de se virar para o amigo. — Ele viu algo, um animal esquisito vagando pela parte deserta da capital.
— Ele 'tá fazendo esse escândalo por um bicho aleatório na rua?
Entendendo-o, ainda que o humano não pudesse fazer o mesmo, o corvo gritou para ele.
— É um animal não identificado, pelo que entendi. Vem, vamos falar isso com o Jin. — E já saiu em direção à mansão.
— A gente vai mesmo encher o Jin hyung com um animal aleatório não identificado vagando por aí? — Questionou-a, apressando-se em segui-la.
— Sim!
E exatos cinco minutos depois, lá estava a dupla, no escritório de Seokjin encarando o mais velho que os fitava além do dos óculos que havia baixado após ouvir o que tinham a lhe dizer.
— Vocês realmente vieram por causa de um animal aleatório na rua?
— Não é um animal qualquer. Cervios está desesperado, como pode ver! — Rosé apontou para o pássaro em seu ombro que gritava, tentando contestar Jin por não acreditar nele.
Seokjin trocou um olhar com Christopher que deu de ombros, tão confuso quanto ele com a situação inusitada.
— Rosé, você deve ter entendido errad...
O mais velho foi interrompido pela porta do escritório, atrás dos mais novos, sendo escancarada para logo depois a imagem de um Namjoon desesperado ser revelada.
— Jin! — Namjoon tinha os olhos esbugalhados. — Você não vai acreditar no que eu vi! A gente 'tá com sérios problemas.
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O salão onde os Tricksters se reuniam mais uma vez estava cheio em pouco tempo.
— É sério que você precisa de nós logo hoje? — Taehyung questionou Jin que estava de frente àquela grande superfície que parecia uma mesa de pedra com líquido aquoso preenchendo-a.
— Deve ser alguma missão muito grande para ele chamar todo mundo assim do nada... — Karina disse a Tae que tinha uma expressão emburrada enquanto abraçava Jimin que tentava lhe consolar pelo momento dos dois que havia sido interrompido.,
— Verdade. O hyung parece bem preocupado com alguma coisa... — Jimin afirmou, vendo Namjoon dizer algo no ouvido de Seokjin enquanto o líder suspirava, parecendo tenso.
— Será que é algum novo serial killer? — Jennie soltou a suspeita, atraindo a atenção daqueles mais perto de si.
— Ou algum grupo de terroristas. — Hoseok se aproximou junto de Yoongi que tinha uma expressão tão emburrada quanto a de Taehyung.
— Como puderam perceber, eu convoquei todos aqui porque se trata de algo urgente. — O líder proferiu, ganhando olhares entre a curiosidade e a preocupação. Seokjin trocou um breve olhar tenso com Namjoon, ato que deixou nítido para os presentes ali de que havia algo errado, muito errado. — Na última noite houve mais um do que seria uma série de desaparecimento de pessoas. Vínhamos vendo, nas últimas semanas, do que poderia se tratar a origem dessas pessoas desaparecendo de forma tão misteriosa, e nossa maior hipótese até então seria um serial killer; alguém que sequestra suas vítimas e desaparece com elas sem deixar pistas. — Jin fez uma pausa, seu semblante tinha sido tomado pela apreensão — Mas estávamos muito enganados. O que estamos prestes a enfrentar é diferente de qualquer coisa que já vimos.
Namjoon se aproximou da mesa de pedra nesse momento, deixando a destra afundar na superfície aquosa até o pulso, suas orbes logo foram tomadas pelo carmim, denunciando seus poderes acordados para todos ali.
E diante dos presentes, o que parecia ser água, ergueu-se em pleno ar, moldando-se, criando cor e assim assumindo a forma de uma criatura jamais vista antes.
— O que diabos é isso? — Yoongi deixou escapar alto e em bom som.
— Eu não sei, mas 'tá bem na cara que isso não é um bichinho indefeso... — Jimin o respondeu, tão atônito quanto os outros.
A figura em três dimensões tinha forte assimilação visual a uma formiga e uma aranha preta pequena, se não fosse, é claro, pelos olhos e chifres dourados que se estendiam até a parte de trás da cabeça. As presas na boca também continham detalhes dourados, tornando o ser uma criatura majestosa e misteriosa. O ser possuía quase dois metros de altura mesmo sobre as patas, estando ao lado da simulação de um humano.
— Este ser foi visto por um dos corvos da Rosé, logo a seguir, Namjoon teve uma visão mais clara de como ele seria. — Seokjin acrescentou. — E, como podem ver, parece que estamos lidando com algo que não é deste mundo.
— 'Pera, — Minnie deu um passo à frente. — Você está dizendo que essa coisa não é desse planeta?
Os murmúrios já haviam iniciado, os pensamentos de todos estavam a mil.
— A gente 'tá lidando com extraterrestres? — Jisoo quis confirmar.
— Ao que tudo indica... — Foi a resposta de Jin.
— Gostei. — Kai tirou os óculos escuros só pra poder ver melhor a figura inusitada.
— Você gosta de tudo o que é esquisito. — Soojin o acusou em tom de brincadeira, ganhando uma careta do amigo que riu um segundo depois.
Foi a vez de Hoseok dar um passo à frente, o olhar focado no líder.
— Está dizendo que essas coisas estão sequestrando pessoas? — O platinado tentava organizar a pequena bagunça em sua mente. — Mas por que? — Então ele se corrigiu. — 'Pra que?
— É uma boa pergunta. — Namjoon lhe disse. — Na qual eu ainda não tenho uma resposta para te dar. Estou tentando forçar, mas não consegui uma nova visão. — O platinado sentiu a mão do namorado afagar seu ombro em conforto. Seokjin sabia o quanto Namjoon se pressionava e muitas vezes se frustrava para ser útil ao gurpo.
— Seja lá o motivo, estão raptando pessoas, então precisamos fazer algo quanto a isso.
— Foi a vez de Jin mergulhar a mão no líquido aquoso para que a forma em pleno ar se convertesse na imagem de um lugar. — Pelo o que o corvo da Rosé viu, esse é o lugar no qual a última vítima foi vista.
— Tinha que ser na parte abandonada da cidade... — Jimin comentou.
— Não é onde tem uma boate? Blue Night, algo assim... — Jennie lembrou.
— Aposto que estão se aproveitando do fato de que a área é deserta para atacar as pessoas que deixam a boate. É fácil pegar qualquer um que esteja caindo de tão bêbado por ali, ninguém do lado de dentro vai ouvir os gritos, e muito menos do lado de fora, já que não mora gente ao redor... — Jimin concluiu.
— Precisamos descobrir mais sobre essas criaturas, saber de onde vem, o que querem e porque estão sequestrando pessoas. — Jin apontou, ganhando acenos em concordancia. — Precisamos encontrar as pessoas levadas, saber se estão vivas. Hoje vocês vão vasculhar a área, há muitas casas abandonadas por lá, verifiquem se há rastros dessas criaturas em algum lugar. Também façam guarda pelo local nos próximos dias. Precisamos evitar que mais gente seja raptada.
— Se for para fazer uma varredura, eu quero fazer na boate também. — Yoongi ergueu a mão.
— Eu também. — Jimin ergueu a própria e a de Taehyung que riu.
— 'Tô dentro. — Minnie avisou, se aproximando desses junto a Kai e Shuhua.
— Só os cachaceiros. — Hoseok reprovou-os falsamente, negando com a cabeça.
Yoongi ergueu uma sobrancelha para ele.
— Você vai também. — O sorriso ladino do Min fez o Jung lhe fitar desconfiado.
Hoseok sabia que o moreno queria aprontar.
— Os outros decidam-se quanto aos grupos restantes. Não se esqueçam dos comunicadores. Qualquer coisa apertem o botão que eu abrirei um portal o mais rapido que eu conseguir. — Seokjin avisou. — E tomem cuidado. Nós ainda não sabemos nada quanto a esses seres. Não temos ideia do quão perigosos podem ser, então não se separem de seus grupos.
Todos acenaram, deixando-o ciente de que haviam entendido bem suas ordens. Seokjin esperava que assim a sensação desagradável dentro de si de que algo ruim estava para acontecer fosse diminuir.
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— Deixa eu ver se eu entendi direito... — Jieun cruzou os braços no banco do carona e encarou o melhor amigo que dirigia ao seu lado. — Então quer dizer que você foi caçar o seu antigo amor e descobriu que ele não morava mais naquela casa. Agora você está frustrado e perdido quanto ao que fazer, com receio de nunca mais encontrá-lo, e por isso precisa afogar esses sentimentos em alcool.
— Resumiu bem. — Jungkook olhava fixamente para a estrada, provavelmente tentando manter a atenção no mundo real e não na bagunça que sua mente se encontrava.
— E me trouxe para que eu possa dirigir para você na volta já que mal vai se aguentar em pé em poucas horas. — A morena fez um biquinho enquanto os olhos se afiavam.
O Jeon deu um meio sorriso.
— Você de fato é um gênio, my friend. Só não vê quem não quer. — Jogou, usando o apelido que eles mais dividiam junto ao sorrisinho de coelho.
Jieun acabou por sorrir também, minimamente feliz por ter conseguido arrancar um sorriso do amigo, já que sabia o quão mal Jungkook estava por não ter achado o garoto que procurava. Ela conhecia bem a história do primeiro amor do Jeon, sabia que ele ansiava em reencontrar a pessoa que tinha o seu coração, e isso lhe dava medo, medo de ver o melhor amigo de coração partido.
Sabia que Jungkook quem tinha ido embora depois de simplesmente mudar de repente com o garoto, mesmo que ele tivesse seus motivos. Sabia que Jungkook não havia nem sequer se despedido do garoto que devia guardar rancor dele.
Se os dois se reencontrassem, o quão grande seria a chance de dar merda?
— All right, my friend — (tudo certo) sussurrou, sabendo que ele ouviria. — Desde que você fique bem, tudo bem.
Jungkook não disse nada, mas agradecia silenciosamente a amiga pelo quão real era a amizade deles. Jieun era seu apoio para tudo, sem nunca pedir nada em troca. Jungkook a admirava muito, e tentava sempre ser um apoio para ela também. E assim eles seguiam a vida nos últimos anos, se apoiando um no outro para tudo.
— E aquele cujo nome não deve ser nomeado? — Ele quis saber, já que fazia um tempo que ela não falava sobre o rolo que tinha com um cara.
— Não sei, não quero saber, e tenho raiva de quem sabe. — Fui curta e direta, erguendo os cantos da boca ao fim sem dar um real sorriso.
O moreno riu um segundo depois.
— Vejo que estamos muito bem de assuntos do coração. — Comentou sendo irônico, de bom humor.
— Continue falando sobre esse assunto que vamos ter que sair de lá de Uber, porque eu não vou ter mais condições de dirigir hoje. — Avisou.
Jungkook riu outra vez.
— 'Tô vendo que hoje a noite promete.
— Qual o nome da boate?
— Blue Night.
— Gostei. Espero que o lugar seja tão bom quanto o nome. — Jieun soltou o cabelo e tirou uma paleta de sombra para se maquiar usando o espelho disponível no alto do carro.
— É o que já vamos descobrir. — Jungkook acelerou o carro.
Certamente a noite prometia.
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Sim, Jk e Jimin vão se encontrar no próximo capítulo.
Quais as chances disso dar merda? Ou não...
#OsTrapaceirosfic
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