Na manhã seguinte fui acordada com o sol bem forte batendo diretamente no meu rosto, causando um pouco de incomodo. Meus olhos pararam no círculo brilhante em torno do meu dedo anelar, e sorri lembrando dos acontecimentos da noite anterior. Eu estava namorando, oficialmente!

Desci as escadas para o café da manhã. O relógio batia oito horas e na cozinha a cafeteira já fazia o seu trabalho.

— Bom dia! — disse Karen aparecendo na cozinha.

Abri um sorriso.

— Bom dia.

A observei indo até o balcão e pegando uma frigideira.

— Cassie, pode ir chamar os meninos pro café da manhã? — Karen pediu.

— Claro! — respondi me dirigindo as escadas.

Passei primeiramente no quarto do Gray, sua porta estava aberta. Me aproximei dele, vendo que ainda dormia.

— Gray. — O chamei em um sussurro para não assusta-lo. — Gray. Sua mãe está te chamando para o café da manhã.

Não demorou muito e ele abriu os olhos, murmurando.

— Já, já desço.

Sai de seu quarto em andei em direção ao quarto de Zach. Dei uma batida na porta esperando uma resposta. Nada. Vi que a porta estava entre aberta e entrei.

Dali da porta pude ver Zach embaixo dos cobertores, dormindo muito confortávelmente. E nossa...quando pensei ter o visto bonito o suficiente ele conseguiu ficar ainda mais bonito.

Lembrei da noite anterior e de seu pedido em namoro. Eu não poderia ter ficado mais que feliz por estar com quem queria.

Me aproximei de sua cama e o chamei, igual fiz com Gray.

— Zach — cutuquei seus ombros. Nada. — Zach. — Cutuquei de novo.

Passei a mão por seu rosto, admirando-o. Ele parecia estar em um sono pesado, porém tranquilo. Me deu pena de acorda-lo e decidi deixá-lo quieto.

No instante em que estava me levantando, senti algo agarrar meu pulso e me puxar, me fazendo cair na cama.

Assustada com o acontecimento repentino, só consegui ver Zach passando seu braço por minha cintura, antes de me beijar rapidamente.

— Bom dia — disse sorrindo.

— Zach! — exclamei surpresa. — Pensei que não fosse acordar agora.

— E perder a chance de ser acordado por minha namorada? — respondeu, me arrancando um sorriso.

— Bom dia, então — finalmente falei.

— Bom dia meu amor!

Ficamos nos encarando por alguns segundos. Era tão agradável estar ali com ele.

Zach começou a aproximar seu rosto do meu novamente.

— Ah, o café da manhã tá pronto — falei me levantando, mas Zach me puxou de novo pra cama.

— Ah não, fica aqui. Tá tão confortável — disse ele, colocando sua cabeça no meu pescoço e com um dos braços ainda envolta da minha cintura.

De fato estava muito confortável ali, e me permiti ficar alguns minutos. Fechei os olhos, fazendo carinho nos cabelos de Zach, sentindo o sono voltar de novo.

— Zach, a mamãe tá...— disse Gray entrando no quarto, mas parou assim que nos viu.

— O que foi? Não tá vendo que eu tô ocupado? — respondeu Zach, mas eu não podia negar que estava um pouco constrangida.

— Vou contar pra mamãe!

— Não vai não! — exclamei saindo da cama..

— Ah não! — resmungou Zach tentando me segurar novamente, mas me esquivei.

— Levanta que já tá na hora. — Fui andando até Gray. 

O empurrei pelos dois ombros para fora do quarto.

— Eu só tava brincando — comentou. — Mas seria legal ter sobrinhos. Por que não se casam logo?

Arregalei os olhos.

— É uma conversa muito séria pra se conversar logo pela manhã. Vamos tomar café — O puxei, encerrando aquele momento super constrangedor.

***

O banheiro parecia ser um bom esconderijo naquela situação. Meu abdômen estava inchado e as marcas roxas. A dor havia aumentado desde o café da manhã. Era bem difícil esconder a dor na presença de outras pessoas e eu me sentia encurralada para ir a um hospital.

— Cassie! — me chamou Karen, entrando no quarto, sorte a minha que a porta do banheiro estava trancada. — A previsão diz que vai fazer frio e começou a chover, então eu te trouxe algumas roupas.

Abri a porta do banheiro, apenas deixando a cabeça para fora. 

— Obrigada! — Forcei um sorriso. 

Karen sorriu de volta, mas parou como se analisasse alguma coisa. 

— Precisa de alguma coisa? 

— Não, não. Vou tomar um banho antes que fique frio demais — falei de forma descontraída. 

Karen não insistiu, deixando o quarto. 

Voltei a me escorar na parede do banheiro, chorando. A dor estava demais. 

Deus, socorro!

Parecia bobagem demais pedir ajuda de Deus não fazer nada. Com certeza Ele poderia me curar, mas nós também temos que fazer a nossa parte.

Tomei um banho quente como dito, passei pomada e enrolei gases envolta da cintura. Vesti a roupa que Karen havia deixado para mim, sentindo um pequeno alívio com a pomada. 

Desci as escadas. Pelas janelas dava para ver as nuvens escuras de chuva e um clima agradável. 

Zach e Gray estavam na sala assistindo um filme, embaixo dos cobertores. Me aproximei, tentando não fazer barulho, mas Zach logo percebeu minha presença e aproveitei para sentar ao seu lado. 

— O que estão assistindo? 

— Capitão Pitoco — respondeu Gray e observei o animação na TV. 

— Interessante — falei, colocando a cabeça no ombro de Zach. 

Zach passou seus braços em minha volta e usei o cobertor para amaciar o local ferido.

— Tudo bem? — perguntou, me olhando.

Afirmei que sim com um aceno de cabeça. Zach depositou um beijo em minha testa e voltamos a prestar atenção no desenho. 

Horas se passaram e senti a dor no abdômen havia voltado e ficava cada vez mais insuportável.  A campainha da casa tocou e Karen foi atender a porta. 

A dor se intensificou e soltei um murmuro. 

— Cassie, tá tudo bem? — insistiu Zach. Levantei do sofá, sentindo minhas pernas tremerem.

Pela porta passaram Owen e Claire. 

— Cassie — Zach parou a minha frente. — Você tá pálida. 

— Me desculpe — pedi com dificuldades antes de desabar.

ZACH MITCHELL

Segurei Cassie antes que caísse no chão. 

— Cassie! — comecei a gritar — Cassie!

— O que houve? — perguntou tia Claire, desesperada. 

— Ela desmaiou — respondi a colocando no chão. 

— Cassie! — gritou Owen, se aproximando. Seu rosto demonstrava desespero. 

Ele levantou a camisa dela revelando várias gases em volta da cintura. Tia Claire que estava ajoelhada do outro lado, olhou para Owen como se apenas com o olhar conseguissem se comunicar. Tiraram as gases, revelando três linhas no abdômen completamente roxos.

— Oh meu Deus! — exclamou tia Claire. 

— Eu-eu não sabia — falei, sentindo uma imensa culpa. 

— Temos que levá-la ao hospital — disse Owen, erguendo minha namorada desacordada e correu em direção a porta. 

Com muito cuidado, Cassie foi colocada no banco de trás. Seu rosto ficava cada vez mais sem cor e engoli em seco. 

— Eu vou com ela — falei, entrando no carro um pouco apertado, mas dei um jeito de colocar Cassie em meu colo. 

Owen e Tia Claire sentaram no banco da frente e foi dada a partida.

— Como ela tá? — perguntou Owen. 

— Ainda tá desmaiada e um pouco gelada também — analisei. 

Observei seu rosto por um instante, vendo como ela era linda e como eu havia sido um péssimo por não ter percebido o estado dela antes. Nem conseguia imaginar o quanto aquilo devia doer.

Deus, eu sei que eu tô um pouco longe do Senhor, mas cuida dela.

Depositei um beijo em seu rosto, sentindo a sua testa suar.

— Owen, ela tá piorando!

Volteiiiiiii!!!!!! E dessa vez foi pra ficar.

Que capítulo foi esse minha gente? Quem aí quer saber o que nos aguarda no próximo capítulo?

Será que a Cassie vai ficar bem?

Em breve volto com mais capítulos. Não esqueçam da estrelinha e de comentar.