✦Capítulo 16✦
Fui guiada até uma cozinha muito bem-organizada e bonitinha ao meu ver e nos sentamos a mesa, onde Zach começou a falar sobre como havia sido difícil depois do parque. Várias pessoas que sabiam que eles estavam no dia do caos vieram fazer perguntas e algumas até se atreveram a querer gravar para publicar na internet.
— Eu sei bem como é isso — eu disse, abaixando a cabeça.
— Aí! Eu me esqueci Cassie, me desculpa — disse Zach, alarmado. — Você tem passado isso bem mais que a gente.
— Como sabe?
— Você passa na TV direto — respondeu Gray sentado na cadeira em torno do balcão. — E o parque também.
Abaixei o olhar, engolindo em seco. Por que simplesmente não nos deixavam em paz?
— Sinto muito — disse Zach ainda ressentido. Lhe mostrei um sorriso.
— Não precisa. Todos nós passamos por muitas coisas é normal que queiram saber — comentei, não concordando com nenhuma de minhas próprias palavras.
— Então acha que eu deveria responder? — perguntou Zach.
— Você decide — mostrei um sorriso forçado para mostrar que estava tudo bem. Eu tinha acabado de chegar, não podia simplesmente estregar tudo com os meus problemas.
Zach me enviou um sorriso mais tranquilo.
— Vem, quero te mostrar minha coleção de dinossauros — disse Gray, me puxando pela mão e me fazendo subir as escadas.
Entramos em um dos quartos. O lugar possuía uma cama, um guarda-roupa, uma cômoda e uma prateleira com vários objetos em cima.
Gray se aproximou de mim com algo em mãos.
— Aqui! — disse ele me entregando um bonequinho. Era um raptor com listras azuis.
— Pra mim? — perguntei, surpresa.
— Sim. Sei que a Blue era muito importante pra você, por isso comprei um bonequinho de raptor e fiz listras azuis para que ficasse parecida com ela. — Olhei mais atentamente as listras e percebi que as mesmas estavam mal-acabadas, indicando que haviam sido feitas a mão. — Assim sempre terá algo que lembre ela com você.
Sorri para ele e o abracei.
— Muito obrigada Gray! — agradeci com sinceridade, quase emocionada. — Isso é muito importante para mim.
Gray sorriu.
Após nos soltarmos, nos aproximamos da prateleira e Gray começou a me apresentar sua coleção de miniaturas de dinossauros. Ele realmente gostava daqueles animais. Me perguntei o que sentia depois de tudo o que aconteceu. Ao meu ver ele parecia bem e fiquei feliz por isso.
Dei uma rápida olhada para trás e vi Zach escorado perto da porta, nos observando. Sorri para ele sendo retribuída e voltei minha atenção para Gray e seus bonequinhos.
Desci as escadas indo em direção a sala, mas parei assim que vi Karen sozinha na cozinha, segurando uma xicara com alguma coisa que esfumaçava, talvez café.
Me aproximei dela e ela sorriu ao me ver.
Me sentei na cadeira perto da sua ao redor da mesa e ela colocou um pouco do café em uma xícara e o empurrou em minha direção.
— Obrigada! — agradeci, pegando a xícara sentindo o calor através da louça, soprando e bebendo um gole.
— Não têm de que — disse ela. — Gray já te mostrou o raptor?
— Já sim — sorri.
— Depois que voltamos ele não parava de falar sobre você e de como foi assustador ser perseguido por dinossauros e como foi incrível vervocê lidando com tudo, sempre os fazendo pensar que estava morta — contou ela, me fazendo rir da última parte.
— Fiz o que era necessário para mantê-los vivos — falei.
— Eu sei — disse Karen.
— Mais uma vez, obrigada por me deixar ficar aqui.
— Não precisa agradecer. Como eu falei: temos uma dívida eterna com você — disse.
— E o seu marido? — ousei perguntar, já que não o havia visto.
— Eu e ele não somos mais casados. Nos divorciamos há alguns meses atrás — contou ela e arregalei os olhos.
— Me-me desculpa! Eu não...Não era minha...
— Tudo bem. Não se preocupe com isso. Ainda somos amigos, mas não conseguimos mais nos manter casados — explicou ela.
— E os garotos?
— Bom, eles não gostaram muito como já é de se esperar, mas estão aprendendo a lidar.
— Se quiserem eu posso ir embora, para não atrapalhar...
— Não, não — me interrompeu ela, colocando sua mão por cima da minha. — Os garotos precisam de você. Você faz bem a eles e lhes dar força. Não vejo Zach sorrir daquele jeito desde que o pai dele foi embora. Fique, por favor — pediu.
— Está bem.
— Obrigada — Karen sorriu. — Mas e quanto a você e Zach?
— O que têm nós?
— Não pode negar que há um carinho especial dele por você — senti meu rosto corar — e pelo jeito você por ele.
— Eu...nós...Eu não sei. Foi tudo tão rápido em meio aquela confusão que talvez ele só tenha se deixado levar pelo calor do momento — eu disse.
— Não acho que tenha sido isso. Zach pode ser um garoto confuso as vezes, mas seu olhar por você é completamente diferente — disse ela, me fazendo dá um sorriso tímido.
Dei outro gole no chá, pensando no que ela havia dito.
Ficamos alguns momentos em silêncio até que escutamos passos vindo das escadas. Me virei para trás e vi Zach descendo. Ele parou e veio descendo mais devagar assim que me viu, com um sorriso crescendo em seu rosto. Lhe devolvi o sorriso.
— Zach, filho! Por que não mostra onde a Cassie irá dormir? — disse Karen.
— Claro! — respondeu Zach. Me levantei da cadeira e agradeci pelo chá.
Subimos as escadas novamente e fomos andando pelo corredor até uma porta branca do lado esquerdo. Zach abriu a porta e entramos no mesmo.
O quarto era grande, possuindo uma cama de solteiro, um guarda-roupa, uma cômoda com abajur e uma prateleira vazia.
— Eu já trouxe a sua mala pra cá — disse Zach, apontando para a minha mala que eu só havia reparado agora que estava ali.
Me virei para ele.
— Obrigada.
Zach não disse nada e apenas ficou me encarando. Sustentei seu olhar, sentindo as batidas do meu coração acelerarem. Era bom vê-lo novamente.
— Tem um banheiro ali, caso queira tomar banho — apontou para uma porta dentro do quarto. — Vou deixar você descansar — disse ele. Concordei com a cabeça e ele saiu do quarto, mas não sem antes me dar uma última olhada.
Abri um pequeno sorriso de lado e tratei de retirar as coisas da minha mala e agradeci a Deus por tudo ter dado certo. Comecei a sentir um incomodo em meu abdome, mas não dei muita importância.
Separei uma muda de roupa mais confortável e segui para o banheiro. Me despedi do vestido preto e o joguei em um canto. Ao olhar para o meu abdome engoli em seco. Vi que havia um espelho ali e corri para frente dele, na esperança de que tudo não passasse de uma coisa da minha cabeça.
Ao olhar meu abdome pelo espelho conclui que não. A região estava com três cicatrizes, três marcas de pterodáctilo muito vermelhas. Aproximei meus dedos e ao tocar senti uma dor aguda que me fez fazer uma careta.
Ele não estava assim há alguns meses atrás. Será que estava irritado com algo que eu havia comido? Ou será tinha a ver com fato de eu ter voado de avião e isso fez o meu sangue trabalhar mais rápido?
Eu não sabia, porém não estava disposta a me preocupar com isso agora. Velhos habitos nunca mudam.
Tomei um banho, lavando bem a região mesmo que estivesse dolorido. Coloquei a roupa escolhida, como estava perto de anoitecer optei por algo que eu pudesse dormir, ou seja, uma blusa rosinha e uma calça larga e fina, mas não sem antes passar uma pomada na região do abdome e cobri-lo com esparadrapo.
Eu só esperava que a situação não piorasse.
Mais um capítulo maravilhoso para vocês.
Me digam, o que estão achando desse momento de respiro da Cassie? E essa ferida hein, será que vai dar problema?
Peço que entendam algumas ações da nossa protagonista, ela pasosu por muita coisa, mas logo, logo a adrenalina vai começar de novo.
Não tenho data para o prómixo capítulo, mas não vou demorar muito.
VOTEM E COMETEM!!
DEUS OS ABENÇOE!
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