✦Capítulo 15✦
Uma semana depois eu estava em frente ao túmulo, cuja pedra estava escrita: Simon Masrani. Tio e Pai amado.
O cemitério estava cheio de pessoas, mas dentre todas eu só conhecia Owen e Claire, me dando todo o apoio necessário. Dali assistimos o caixão vazio — pois não haviam encontrado o corpo e a explicação era que provavelmente havia carbonizado com as chamas, uma terrível explicação para quem havia perdido um ente querido — descendo até encontrar o solo.
Ao acabar, Owen e Claire se despediram com um abraço, me deixando sozinha no tumulo. Sentia que deveria aproveitar aquele momento para me despedir definitivamente.
Uma lágrima solitária rolou por minha bochecha e respirei fundo impedindo que mais viessem. Por mais estranho que fosse, sentia como se ele me observasse e desaprovasse o fato de chorar tanto. Sei que era da minha cabeça, mas parecia tão real que decidi obedecer, como se estivesse cumprindo um último pedido seu.
Tempos depois, deixei uma flor amarela em cima do tumulo e me despedi completamente.
Andando pelo cemitério avistei uma lápide com um nome conhecido por mim. Zara. Andei até ele. Não havia ninguém ali, a não ser um homem alto, de sobretudo preto, cabelos pretos, e barba por fazer. Parecia concentrado em seus próprios pensamentos.
Parei ao seu lado e fiquei em silêncio. Era triste saber que Zara também havia partido de forma tão cruel. Em segundos consegui relembrar de vários momentos de nossa vida. Ela não era uma má pessoa, na verdade sempre deu o melhor de si. O mais triste era saber que nunca conseguira chegar ao altar.
— Ela era muito querida — tomei coragem para dizer.
O homem ao meu lado suspirou.
— Sim, era — afirmou. — A conhecia há muito tempo? — perguntou, virando o olhar para mim.
Seus olhos eram de um verde extraordinários, mas estavam vermelhos e tristes.
— Sim. Eu e ela trabalhamos juntas no parque — contei. — E você?
— Eu era o noivo dela — respondeu.
Senti um murro no estômago e uma perfuração no coração. Aquela frase tinha tanto impacto que por um momento pensei que cairia no chão. Noivo. Era o noivo de Zara!
— Íamos nos casar hoje, mas por ordem do destino isso não será possível. Nem hoje, nem nunca. — Apesar de estar olhando para frente, pude ver uma lágrima caindo de seus olhos.
— Sinto muito — falei, não sabendo mais o que dizer.
Ele ficou alguns segundos calado, pensativo.
— Você estava lá quando...quando aconteceu? — perguntou.
Balancei a cabeça, confirmando.
— E como foi?
Não respondi de primeira. Como dizer o que aconteceu pra ele? Eu não podia dizer que Zara havia sido engolida por um mosassauro. Não, isso só iria piorar as coisas para ele.
— Triste e inesperado — tentei. — Mas saiba que ela só estava ali para proteger dois garotos muito especiais. — Voltei a olhar para o tumulo. — Posso dizer que ela morreu como uma heroína.
Um solução saiu de sua boca, junto de mais lágrimas. Ele respirou profundamente várias vezes para se acalmar.
— Obrigado! — agradeceu.
Me aproximei do mesmo, lhe dando um abraço que foi bem recebido e retribuido quase que imediatamente. Depositei um beijo em sua bochecha, como consolo.
Sei que nada poderia tirar aquela dor no momento, mas aprendi que pequenos atos valem muito quando já não se tem nada.
Nos despedimos apenas com um sorriso pequeno e andei até a saída do cemitério.
Na entrada haviam vários reportes querendo entrevistas e filmagens. Pareciam simplesmente não se importar com quem estava sofrendo. Assim que me viram, se aglomeraram ainda mais.
— Senhorita Masrani, por favor, senhorita Masrani!
— Poderia nos dizer o que vai acontecer com o parque?
— A senhorita é a herdeira de toda a fortuna de Simon Masrani?
— Por favor, senhorita Masrani!
Várias vozes diziam ao mesmo tempo. Passei por eles, sem dizer uma palavra e fui embora.
Cassie Masrani Miller precisava seguir em frente da forma que pudesse.
UM ANO DEPOIS
Eu estava no quarto da grande mansão do meu falecido tio. Como ele não tinha família, eu era sua única herdeira, ou seja, todas as suas mansões, empresas e fortunas eram minhas, inclusive o a Ilha Nublar, onde estava situada o antigo Jurassic World.
Toda a responsabilidade do estrago que o parque havia causado estava sendo colocada em minhas costas e era muito, muito pesado.
Apesar de todas as posses, eu não conseguia tocar em um centavo do meu tio, sentia como se nada fosse meu, nem mesmo a mansão onde estava morando. Me sentia um peixe fora d'água. Eu só queria ter uma vida normal como tinha no parque, antes de tudo virar de cabeça para baixo.
O jornal estava repleto de reportagens que relembravam os acontecimentos de meses trás, e sempre perguntavam qual seria a minha posição daqui em diante, já que, além de ser uma das pessoas mais ricas e jovens do mundo inteiro, eu também era a dona do parque. Em uma das entrevistas eu tinha deixado claro que de todos os bens de meu falecido tio, a Ilha Nublar era a única que eu não herdaria e que deveriam ser deixados para trás aqueles acontecimentos.
É obvio que não me escutaram.
Assistindo o jornal, a reporte falava outra vez dos estragos no parque.
— O parque foi fechado e até agora não há nenhuma informação sobre o que acontecerá com os dinossauros que ali vivem. Cassie Masrani Miller — apareceu uma foto minha. — Não quis se pronunciar quanto a isso e a pergunta a ser feita é: será que tudo isso é para esconder algum plano ou simplesmente será medo de assumir esta responsabilidade?
Desliguei a tv não aguentando mais aquela falação sem cabimentos, aqueles comentários sem propósitos. Certamente haviam recebido aumento de salário para investigarem minha vida.
Já havia se passado um ano e eles ainda não me deixavam em paz. Sinceramente, eu não veria problema em morar em algum canto da ilha se lá eu tivesse um pouco de paz.
Me aproximei da janela, onde dava para ver o amplo jardim em torno da casa. De que adianta tudo isso se estou sozinha?
Meu aniversário foi na semana passada e tudo que fiz foi agradecer a Deus pela vida e ficar sozinha, já que ninguém mais sabia que eu completava dezessete anos.
Lembrei-me de Zach e Gray. Aqueles garotos haviam se tonado tão especiais para mim. Queria que estivessem aqui comigo. Recordo de Zach e de seu olhar maravilhoso, sem falar naquele sorriso de tirar o folego.
Me perguntei se ele ainda lembrava de mim. Se sabia que Cassie Masrani existia. Será que ele pensava em mim como eu penso nele ou seguiu com a vida? Eram perguntas que ficariam sem repostas no momento.
Olhei para dentro do quarto e vi uma caixa em cima da cômoda. Andei até ela e a peguei, sentando na cama com a caixa em mãos.
Ao abri-la, vi várias fotos de recordação. Algumas comigo no parque perto dos dinossauros ainda pequenos, outros de mim na cidade. Quase todas com o meu tio. Em meio aquelas fotografias, encontrei um papel pequeno com um nome escrito Karen Mitchell e seu número embaixo.
Segurei o papel entre os dedos e mordi o lábio inferior, tendo uma ideia. Peguei meu celular e disquei o número ali escrito.
— Alô?
O voo havia sido particularmente desagradável para alguém que não gostava de voar como eu. A aterrissagem foi a pior parte. Parecia que o piloto estava brincando com o avião ao fazer balançar tanto. Dei graças a Deus assim que acabou e estávamos de fato seguros.
Chamei um táxi na entrada do aeroporto, coloquei minha mala no porta-malas e entrei no automóvel.
Conforme percorríamos a cidade eu reparava o quão movimentada era. Sei que o parque recebia muitos visitantes e estava sempre cheia, mas o movimento das cidades era mil vezes pior para quem estava acostumada a não pegar trânsito.
À medida que nos aproximávamos fui sentindo um friozinho na barriga crescer e tive que começar a controlar a respiração. O que fariam quando me vissem? Será que teriam dificuldade em lembrar de mim? Sei que passamos por muitas coisas, mas já havia passado muito tempo desde a última vez que nos vimos.
O táxi parou em frente a uma casa grande e bonita. O motorista me ajudou com a mala e lhe paguei pela viagem, agradecendo por ter sido tão gentil.
Olhei para a casa, imaginando as pessoas que estavam lá dento se esperavam a minha aparição repentina. Subi os três degraus até chegar à porta e fiquei ali na frente. Eu estava muito nervosa, mas já eu estava ali não podia voltar atrás.
Estiquei a mão e toquei a campainha.
Pronto, agora é só esperar.
Um momento se passou e toquei novamente a campainha. Será que não tem ninguém em casa?
Observei ao redor para ver se havia alguém com quem pudesse pedir informação, mas não encontrei ninguém.
A tranca foi destravada e a porta aberta revelando um ser de cabelos loiros, olhos azuis e bochechas fofas.
— Cassie? — falou após alguns segundos de olhos arregalados.
— Sim — respondi, sorrindo.
— Mãe é a Cassie!
Gray correu para me abraçar, me pegando de surpresa. Um sorriso se abriu em meu rosto e retribui o abraço, feliz por vê-lo de novo.
— Senti saudade — admitiu ele.
— Eu também — falei e minha voz saiu um tanto emocionada. Gray me soltou e entramos na casa.
Karen apareceu no que parecia ser a sala com um sorriso. Fui até ela e a abracei.
— Muito obrigada por me deixar ficar aqui — eu disse em seu ouvido.
— Não é nada — respondeu, ainda sorrindo quando nos afastamos.
Escutei passos que pareciam descer uma escada atrás de uma parede.
— Quem é? — perguntou uma voz forte e potente, porém muito familiar.
Olhei em sua direção e ele parou onde estava assim que me viu. Ele vestia uma blusa roxa e um moletom cinza com uma calça jeans e seus cabelos estavam meio bagunçados.
— Zach! — pronunciei não sabendo bem o que fazer.
Ele se aproximou de mim e parou a minha frente. Nos encaramos por alguns segundos até que estendi a minha mão para ele, vendo se assim quebrava aquele clima incomodo.
Zach continuou me encarando me deixando ainda mais nervosa até que um sorriso apareceu em seus lábios e me senti sendo puxada e levantada. Retribui seu abraço, soltando uma risada seguida pela dele.
Logo Zach me colocou de volta no chão.
— Pensei que nunca mais fosse te ver — disse ele, me fazendo sorrir.
— Eu disse que não se livraria tão fácil de mim — respondi e Zach abriu um de seus lindos sorrisos. — Mas como você...
— Descobri onde moravam? — completei. — Digamos que eu tive uma ajudinha — olhei para Karen que assistia tudo com um sorriso.
— E não nos contou nada? — perguntou Zach com a voz um pouco indignada.
— Cassie me pediu para guardar segredo — respondeu ela e Zach voltou a me olhar.
— Surpresa! — exclamei.
— Você vai morar com a gente? — perguntou Gray, olhando minha mala.
— Por enquanto sim — respondi.
— Isso! — comemorou Gray, me fazendo rir.
Voltei meu olhar para Zach que possuía um lindo sorriso.
— Vem — falou ele me puxando. — Tem tanta coisa que eu quero te contar.
É isso mesmo.
EU VOLTEIIII!!!!
Após um ano apenas prometendo a atualização eu resolvi tomar uma atitude e cumprir minha promessa. OBRIGADA PELA PACIÊNCIA. Fiz essa segunda parte com muito amor e carinho.
Desde já agradeço a todos que estão lendo e espero ansiosamente pelos seus comentários.
BEM VINDOS AO JURASSIC WOLRD MAIS UMA VEZ!
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