➶ 𝗖𝗮𝗽𝗶𝘁𝘂𝗹𝗼 𝗜𝗜 ㅡ 𝗔𝗻𝘁𝗲𝘀 𝗙𝗿𝗮𝗴𝗲𝗶𝘀


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Azrael Kaiser Mancini saltou de sua cama, dando uma breve olhada pela janela e indo diretamente ao banheiro. Tirando a roupa, observou pelo espelho o belo corpo sarado e treinado, a pele pálida indicando que raramente era exposta ao sol. Os cabelos loiros e sedosos caíam até os ombros como uma cascata, escondendo parte da cicatriz onde outrora fora cravado um machado.

Ele sorriu, exibindo os dentes brancos e brilhantes, encarando os olhos azuis cheios de intensidade. Azrael era belo, perfeito e desejável. E sabia disso.

Escovou os dentes e pulou para dentro da banheira, ignorando os diversos botões do painel de comando e apertando apenas os necessários, estava mais acostumado com os costumes e objetos da Capital do que o próprio povo que lá vive.

O vapor da água quente subiu, embaçando o espelho e todos os ladrilhos do banheiro, enquanto o rapaz hidratava seu cabelo com condicionador, visivelmente relaxado. A viagem ocorria de forma tão suave que nem parecia que ele estava tomando banho em um trem a sabe se lá quantos quilômetros por hora.

Por fim, terminou sua higiene matinal, passando mais uma vez pelo espelho e observando as cicatrizes presentes em suas costas e abdômen: memórias e troféus de guerra que ele tanto se orgulha. Ao sair do banheiro, encontrou um avox colocando roupas dobradas em cima da cama já ajeitada.

ㅡ Ah, obrigado! ㅡ Respondeu Azrael sorrindo gentilmente, ignorando o fato de que estava sem toalha ou qualquer outro tecido.

O avox arqueou as sobrancelhas na direção do vitorioso, encarando o rapaz por alguns segundos e enrubescendo logo em seguida, saindo quase que correndo do quarto.

Kaiser não tardou em colocar suas roupas, sentindo o estômago roncar e desejando logo sentar-se ao lado de Moon e Anthony para fazer o desjejum. Guardou em sua mente a informação de passar no vagão da cozinha depois para agradecer aos trabalhadores que prepararam sua comida.

Saiu do quarto, entrando no enorme corredor lateral que passava na frente de todos os quartos daquele vagão, indo diretamente à sala de jantar. A paisagem borrada e parcialmente verde indicava que eles ainda não haviam ultrapassado a fronteira entre os territórios do Distrito 2 e a Capital.

A porta da sala de jantar foi aberta e Az pode avistar Moon e Anthony imediatamente calarem suas bocas, um sentado ao lado do outro, encarando o jovem.

ㅡ Bom dia, pessoal. ㅡ Cumprimentou Az sorrindo, aproximando-se da mesa que os dois vencedores estavam sentados e puxando uma cadeira para si. ㅡ Sobre o que estavam conversando? Estou ansioso para chegar à Capital!

ㅡ Estávamos tentando decidir se eu devo ou não enfiar uma faca no seu pescoço logo que o Banho de Sangue começar, Az. ㅡ Moon respondeu pegando uma faca e apontando na direção do rapaz. ㅡ É conversa de adulto, pivetes não se intrometem.

ㅡ Não era nada demais, apenas conversando sobre a aliança carreirista. ㅡ Explicou Anthony. ㅡ Tem chances de não quererem você nela.

ㅡ Uai, e por que não iriam querer esse belo rostinho? ㅡ Az piscou sorrindo enquanto passava o pote de geléia de amendoim para Anthony.

ㅡ Tem noção que você foi comparado a nomes como Hanna Cresta e Rey Sheridan? ㅡ Moon arqueou as sobrancelhas mordiscando o pão em sua mão. ㅡ Quem iria querer se aliar a alguém comparado com loucas psicóticas?

ㅡ Não existe aliança carreirista sem o Distrito 2, Moon. E outra, onde você for, eu vou. Acha mesmo que o pessoal do Um e do Quatro vão perder a chance de se aliar à vencedora do Segundo Massacre?

A mulher sorriu revirando os olhos à medida que Azrael relaxou o corpo na cadeira, tomando um gole de café.

ㅡ Pirralho maldito, deveria ter te deixado morrer doze anos atrás. ㅡ Saerom sorriu debochada. ㅡ Já temos a lista dos outros tributos, Thony?

ㅡ Ah, sim! ㅡ Anthony acenou a mão chamando um dos avoxes que estavam na sala. A garota se aproximou, andando a passos perfeitos e a cabeça abaixada, o olhar perdido. ㅡ Pode ligar a televisão, por favor? E me traga o controle também!

A avox fez o que lhe foi pedido, andando e agindo em completo silêncio, sempre com o rosto voltado ao chão. Logo a TV estava ligada e o controle nas mãos de Anthony.

— Consegui uma gravação de todas as Colheitas, mas vamos ver só os maiores perigos. Começamos pelo Um primeiro. — O homem apertou alguns botões, trocando os canais até chegar onde queria. Uma loira ao lado de uma muralha incrivelmente musculosa de cabelos grisalhos apareceram com as mãos ao alto, sorrindo orgulhosos. — Leonna e Heliodoro, venceram as edições antes e depois da de Moon, implacáveis em combate corpo a corpo, vão ser os músculos da aliança esse ano.

O vídeo mudou, mostrando uma garota jovem e rosto inexpressivo junto de um homem de cabelo lambido e olhar de cobra. Ambos encaravam a câmera com um certo ódio. — Morrigan e Aberforth do Três, gênios capazes de tudo, não os subestimem. — Novamente a dupla mudou, agora uma bela jovem de cabelos compridos e pele pálida escoltada por um cara de meia idade barbado. — Orion Grey e Laguna, não pensem sequer em entrar em combate aquático com eles. É incerto se vão estar na Aliança esse ano.

— Laguna não será um problema. — Disse Azrael sorrindo encantado. Moon riu debochado.

Anthony pressionou um dos botões sem parar, pulando algumas partes do vídeo. Mulher e homens, rapazes e garotas, todos mirando a câmera com o mesmo semblante de raiva, alguns com lágrimas nos olhos, outros xingando a Capital. Por fim, Thony parou na dupla do Distrito 9.

— Ignorem a dama, mas não baixem a guarda com Luke. Ele é o tributo mais velho da edição, mas mesmo assim ainda é o vencedor do Primeiro Massacre.

— Esse ai é aquele abusador, não é?! — Saerom indagou cerrando os punhos enquanto Anthony confirmou com a cabeça. — Vou mandá-lo para junto de Rey!

— Essa daí do lado dele é a louca né?! — Az apontou para a mulher que estava de joelho em prantos, consolada por seu parceiro. — Se Luke ficar protegendo ela como fez em seus Jogos vai ser fácil matá-los.

— Ele é o problema, só não abaixem sua guarda. — Pela última vez o vídeo mudou, a imagem fazendo Moon engasgar com seu gole de café e Azrael arregalar os olhos. A loira grávida encarava o marido com tristeza, lágrimas escorrendo pelos olhos. — Liora e Luke Rendrick, do Dez. Não pretendemos tocar em Liora, mas o esposo fará de tudo para protegê-la. Tomem cuidado com ele.

— Canalhas! — Berrou a mulher arremessando sua xícara de café na direção da TV. A porcelana se espatifou, trincando o vidro do aparelho e derramando seu líquido por todo lado. — Como Snow permite uma grávida ser sorteada? Maldito!

O homem concordou tristemente com a cabeça, voltando seu olhar para os dois à sua frente.

— Sinceramente, eu não queria estar no lugar de vocês. O maior arrependimento da minha vida foi ter me oferecido a quarenta anos atrás. — Anthony olhou no fundo dos olhos de Azrael e Moon. — Já fui mentor dos dois antes, mas temo que agora só posso salvar um. Farei o máximo que puder para mandar recursos e suprimentos se precisarem, mas vão estar por si próprios lá dentro, e dessa vez a maioria esmagadora sabe como matar alguém e vão fazer isso sem pensar duas vezes. Odeio dizer isso, mas incorporem os carreiristas dentro de vocês.

— Nós vamos escapar disso, Thony. — Moon segurou na mão do homem, dizendo cada palavra com confiança.

Azrael arqueou as sobrancelhas concordando com a cabeça. Ele não entendeu o que Saerom quis dizer mas, definitivamente, ele iria escapar vivo, nem que precisasse matar todos os outros vencedores.

Pandora Chandler olhava todos aqueles idiotas espalhafatosos com imensa incredulidade. Flores, cartas, bombons e, até mesmo, cuecas eram arremessados em sua direção à medida que sua carruagem desfilava pela avenida principal da Capital, os cavalos com as crinas mais bem hidratadas que o cabelo da garota.

Ao seu lado Bartholomew Abrams encarava a bunda mulher do Distrito 6 na carruagem a frente, as curvas de seu corpo realçadas pelo vestido colado. Apesar de ter os olhos fixos, Bart estampava uma expressão perdida e carregada de sono, as olheiras profundas escondidas por uma grossa camada de maquiagem.

— Se eu não te conhecesse bem diria que é um tarado mulherengo. — Disse Pandora sorrindo e chamando a atenção do rapaz, ignorando os gritos ensurdecedores dos cidadãos da Capital. Bartholomew a olhou, arregalando os olhos e percebendo para onde estava olhando. Ele abriu a boca para se defender mas foi cortado pelos risos de Pandora. — Fica tranquilo, só vou contar a Samantha se eu sobreviver aos Jogos.

ㅡ Minha cabeça está doendo com toda essa gritaria, apenas me perdi em pensamentos. ㅡ Respondeu Bart suspirando e pegando uma das rosas que lhe arremessaram.

ㅡ Fica tranquilo, se quiser pode ficar olhando pra mim. Sou linda o bastante e não contarei a Sam. ㅡ Dora riu debochada com a confusão do garoto, que apenas discordou com a cabeça e olhou em volta.

ㅡ Acho que deveríamos tentar ser carismáticos com eles, sabe, tentar sorrir e acenar.

ㅡ Quer mesmo fazer essa merda?

ㅡ Não... ㅡ O povo berrava em puro êxtase, exibindo seus dentes brilhantes e os rostos carregados de maquiagem, os cabelos nos mais diversos penteados com as cores combinando com as roupas espalhafatosas. ㅡ Agora entendo porque você prefere as árvores.

ㅡ Só agora? Achei que fosse menos lerdo. ㅡ Pandora olhou para cima, permitindo que a luz da lua iluminasse todo o seu vestido amadeirado, a coroa de folhas ainda na cabeça, assim como as pulseiras e o cinto, trançados com ramos e folhas de palmeiras. ㅡ Os burros dos estilistas nem ao menos usaram folhas de uma árvore do nosso distrito.

ㅡ É.

ㅡ Você está até que bonitinho hoje! Te arrumaram bem charmoso, hein?! ㅡ Pandora falou observando o terno marrom do garoto, as mangas dobradas nos cotovelos, uma gravata trançada de folhas e uma coroa igual a dela.

ㅡ Pode parar de falar um pouco?

ㅡ Ah, qual é?! Por que não conversa comigo, Bart? Vamos, vai te ajudar a esquecer que estamos indo pra arena de novo.

ㅡ Não preciso de conversa, só cale a boca, por favor! ㅡ Bart suspirou desviando de uma calcinha jogada em sua direção. A peça de roupa caiu na carruagem, a expressão de nojo tomando conta dos rosto de ambos os vencedores. Bart chutou a calcinha para fora. ㅡ Preciso me concentrar para esquecer, quanto mais conversamos, mais lembro da nossa maldita sorte.

ㅡ Credo, que antissocial. Cê tá mais do que de costume hein! E o que está usando para se concentrar, pensando na Sam?

ㅡ Cala a boca, Dora! Por que não pensa em alguém que ama também? Vai te ajudar a ignorar a bagunça a nossa volta.

ㅡ Porque não me restou mais ninguém. Meu irmão não me espera em casa, ao contrário dos seus!

Pandora cerrou seus punhos olhando para o rapaz. Bart a olhou nos olhos, encostando uma das mãos na dela.

ㅡ Acho que estar aqui de novo tá doendo mais em você. ㅡ Bartholomew tentou dar um sorriso de canto. O vencedor abriu a boca para falar novamente, mas Dora foi mais rápida.

ㅡ Vamos calar a boca logo, chega desse assunto. ㅡ Pandora disse de forma ríspida, voltando sua atenção para as carruagens que começavam a desacelerar e se organizar em duas fileiras na frente do prédio presidencial, onde Snow estava numa enorme sacada.

A garota olhou para o velho desejando que laser saísse de seus olhos e o explodisse em mil pedaços. Era culpa de Snow ela ter estado ali quatro anos atrás, com o dividindo carruagem consigo. E agora, novamente, dessa vez com o melhor amigo.

Leonna Samson escutou atentamente cada palavra do decorado discurso de Snow. Tudo sobre como aquele era um ano muito especial, e como todos estavam muito honrados de receber os amados vencedores de volta para uma última batalha. Todas as saudações e boas-vindas que o senhor dizia aos tributos, com sua falsa simpatia e triunfo no olhar.

De forma específica, Snow não tirava os olhos de Katniss Everdeen e Peeta Mellark, do Distrito 12, a infame dupla que venceu no ano anterior desafiando não apenas as regras dos Jogos como também toda a Capital e o próprio presidente.

Com o discurso terminado, o público voltou a berrar e recomeçou sua farra, gritando os nomes de todos os vencedores seguidos pelos mais variados elogios. Objetos, de certa forma presentes, eram arremessados na esperança de que seu admirador fosse notado. Leonna mordeu o lábio inferior tentando entender como, anos atrás, tudo que mais queria era estar ali naquela avenida, desfilando em um belíssimo vestido.

Agora, trajada numa saia plissada dourada e um top feito inteiramente de navalhas e pequenas lâminas, um salto alto preto e um batom vermelho, Leonna pensava em como aquele maldito orgulho carreirista acabou com sua vida. Em como, manipulada por ideais fajutos, ela conseguiu escapar da morte por um triz, apenas para ser lançada no abatedouro anos depois. As cicatrizes em suas costas, escondidas por pequenas tatuagens de estrelas, que muitos diziam ser um troféu de guerra, não passavam de um lembrete do quanto foi burra.

Sem que percebesse, a carruagem começou a se mover, andando na direção de onde vieram, iniciando sua trajetória de volta. Leonna acabou se desequilibrando e quase caindo, batendo na muralha ao seu lado.

— Foi mal. — Disse Leonna se recompondo e jogando os fios loiros para trás.

— Preste mais atenção ao seu redor, garota. — Heliodoro respondeu com a voz dura.

Leonna pensou em responder à altura, mas ficou quieta a fim de evitar uma discussão. Mesmo querendo discutir com Heliodoro, nos momentos que estivessem em público eles tinham que ser parceiros e gloriosos caso quisessem conseguir patrocínios.

Não demorou muito para os cavalos atravessarem toda a avenida, a carruagem do Um sendo a primeira a estacionar em frente ao Edifício dos Tributos. A loira saltou para fora, indo diretamente na direção do elevador, seguida por seu parceiro. Nas portas do elevador uma mulher de meia idade os esperava com um sorriso no rosto.

— Sinto que poderiam ter sido um pouco mais carismáticos, não?! — Disse Lara entrando no elevador junto com os outros dois. — Acho que mãos dadas teriam passado mais gentileza e carisma.

— Não teríamos como competir com o casal. — Respondeu Heliodoro afrouxando sua gravata. — Toda a atenção do desfile estava concentrada nos dois.

— Ah, claro. Vão ser um empecilho na corrida por patrocinadores. — Lara voltou seu rosto para Leonna, que estava escorada numa das paredes do elevador. — Por que está tão calada, filha?

— Você não é minha mãe, Lara. Não me chame assim! Achei que tivesse deixado bem claro isso em todas as nossas brigas durante esses vinte anos!

Enquanto Lara revirou os olhos, o ambiente foi preenchido pelas altas e estrondosas gargalhadas de Heliodoro. Ele inspirou fundo, recuperando o ar, e coçou o cabelo grisalho.

— As vezes esqueço que você é uma velhota, Lara. Só tem uma carinha de nova. — Falou o homem.

— É que ela gosta bastante da moda da Capital. Nem parece que quando se casou com meu pai era contra os Jogos.

— Acontece que eu aprendi a jogar de acordo com o andar da carruagem. — Lara respondeu sorrindo debochada. — Houve sim uma época em que eu desejava que tudo isso acabasse, mas aprendi que aceitar nossa realidade é mais fácil do que lutar contra ela, ainda mais quando posso ganhar tantas regalias!

— Mente fraca isso sim! — Leonna encarou o visor que indicava qual andar o elevador estava indo. Por serem do Distrito 1 eles deveriam ter parado no primeiro andar, mas estavam indo na direção do segundo andar.

— Alguém deve ter chamado o elevador logo que entramos. — Disse Lara percebendo para onde a enteada olhava.

O elevador parou de repente, seguido de um bipe logo antes das portas metálicas abrirem. Um homem de cabelos negros entrou, alguns fios brancos caindo sobre os outros. Olheiras indicavam que não dormia a algum tempo. Ele olhou para os três vencedores e os cumprimentou com a cabeça.

— Anda virando as noites, Anthony? — Indagou Lara enquanto o elevador descia.

— Muitas preocupações ultimamente. — Respondeu Anthony. Seus olhos pareciam estar desesperados, indo do visor do andar para os três vencedores sem parar.

Enfim o bipe indicando que chegaram ao primeiro andar soou. Anthony deu um passo ao lado permitindo que Lara, Leonna e Heliodoro saíssem. O elevador dava diretamente na sala de jantar do andar, onde uma mesa de mármore se encontrava forrada de comida.

— Até mais! — Lara acenou quando as portas fecharam. — Ah, enfim chegamos em casa!

— Como pode chamar isso de casa? — Leonna indagou olhando fixamente para a madrasta. Heliodoro sorriu de canto e foi para seu quarto. — Snow matou seus pais, como pode gostar tanto disso?

Lara bufou avançando contra Leonna. A morena pressionou a loira contra a parede, fazendo um enorme baque e a prendendo com o braço em seu pescoço. Leonna tossiu empurrando a madrasta para trás.

— Não deveria tocar nas feridas dos outros, querida. — Lara disse se recompondo. — Ou devo lembrá-la que só poderá reencontrar Freire no inferno?

— Hipócrita! É isso que você é! — Leonna disse passando a mão em volta do pescoço. — Tantos anos falando mal dos Jogos para no fim se tornar uma cadelinha de Snow.

— Apenas aprendi a escolher o lado que vence, querida. — A mulher voltou seu corpo para os quartos, iniciando sua caminhada. — E você deveria fazer o mesmo.

Luke McGriffin caminhava calmamente pela sala de treinamento, observando todos os outros vencedores. Desde o início do primeiro dia de treino os Carreiristas se mantiveram juntos, se revezando em máquinas e equipamentos, com exceção de Laguna Overwind, que estava sozinha na ala de nós e armadilhas. Saerom Moon, do Dois, parecia estar exercendo o posto de líder do bando, por mais que frequentemente fosse questionada por Leonna e as duas acabaram numa discussão calorosa.

Os outros tributos se mantinham bem dispersos: Yuna e Christian do Distrito 5 treinavam juntos de Katniss na ala de tiro ao alvo, Peeta e Annete pareciam estar se divertindo com pinturas e camuflagens. A dupla do Três não parava de subir e descer a parede de escalada, Célia, do nono distrito, testando seus conhecimentos nos quizzes de frutos comestíveis.

Luke se sentia perdido em meio a todos ali. Em cada canto que olhava as memórias invadiam sua mente, o afetando como se tivesse recebido socos no estômago. Ao olhar para os Carreiristas ele só conseguia se recordar de Pablo girando seu tridente ao lado de Lothaire e Magdalene Setsuna mostrando toda sua sincronia.

Ao ver Yuna, as lembranças do arteiro Noah fazendo suas mágicas. Katniss tinha uma enorme semelhança com Meredith, e, a maior e mais dolorosa memória, Annete era praticamente uma versão adulta de Saher. A versão que Luke nunca pode e sempre desejou ver e conhecer.

Ele andava a passos lentos, gravando cada rosto nos mínimos detalhes. Cada uma daquelas vidas eram apenas um dano colateral dentro de seu próprio inferno. Luke acordava todos os dias a cinquenta anos sabendo que só estava vivo para remoer seus pecados e, depois de tanto tempo, ele finalmente estava sendo julgado. E infelizmente todos os outros iriam sofrer junto com ele.

ㅡ Ei, o senhor está bem? ㅡ Luke se virou de repente, olhando para uma mulher loira e barriguda, os olhos azuis expressando preocupação. ㅡ Parece meio perdido.

ㅡ Ah, claro. Tô sim. ㅡ O velho respondeu olhando para Liora. A pele clara e delicada da vencedora parecia frágil como papel, como se a barriga fosse rasgar a qualquer momento. ㅡ É só uma dor de cabeça. Não quer se sentar?

ㅡ Era exatamente isso que eu estava indo fazer. ㅡ Respondeu Liora com um sorriso.

Os dois caminharam até um dos bancos de metal encostados nas paredes do centro de treinamento, ambos mancando levemente.

ㅡ Não está com medo? ㅡ Perguntou Luke se sentando e olhando para a barriga da mulher.

ㅡ Estou. Mas tenho que me manter forte pelo meu filho. ㅡ Liora riu com a sobrancelha arqueada do velho. ㅡ Não fizemos teste de sexo, mas sei que é um menino, eu sinto isso.

ㅡ Você me lembra alguém. ㅡ Luke coçou os cabelos grisalhos vendo que Rendrick, na área de nós e armadilhas, varria todo o salão com o olhar. ㅡ Acho que seu marido não vai gostar de te ver conversando comigo.

ㅡ O problema é dele. ㅡ Levantando a mão, Liora acenou atraindo a atenção de Rendrick. O homem fez uma expressão confusa e ficou de pé, andando na direção dos dois. ㅡ Não me leve a mal, Luke, mas não tenho medo de um velho.

ㅡ Tenho certeza que não! ㅡ Gargalhando, Luke viu Luke se aproximando com os olhos exalando raiva.

Liora suspirou prendendo o cabelo em um rabo de cavalo e jogando alguns fios teimosos para trás. O marido se aproximou a passos duros, apontando o dedo na cara de Luke.

ㅡ Eu não sei que raios está fazendo ao lado da minha esposa, mas sai imediatamente! ㅡ Esbravejou Rendrick enquanto Luke ficava de pé. ㅡ Eu não quero um estuprador ao lado da minha mulher gravida!

ㅡ Você está certo, como quiser. Só acho que não precisa se exaltar tanto. ㅡ Antes que Luke pudesse se afastar, Loira segurou em seu braço, olhando de cara fechada para o esposo.

ㅡ Não, senhor. Pode ficar aqui. ㅡ Liora, com calma, ficou de pé. ㅡ Rendrick não tem o direito de expulsar ninguém.

ㅡ Querida, você não está pensando! Ele é um abusador, não está segura ao lado dele.

ㅡ Olhe ao redor, Dick, todos são assassinos! Não estou segura ao lado de ninguém aqui.

ㅡ Não precisam discutir, já estou de saída. ㅡ Disse Luke.

ㅡ Cai fora daqui, velhote!

Luke concordou com a cabeça, se afastando com suas pernas lentas, deixando o casal resolver seus problemas atraindo a atenção dos outros vencedores.

Eulália Ianthe caminhava furtivamente pelas ruas da Capital, vestindo um sobretudo e se camuflando sobre a luz fraca da lua. O clima fresco e o horário já avançado contribuíram para que grande parte dos cidadãos estivessem em casa.

A mulher adentrava cada vez mais a parte antiga da Capital, construída antes mesmo dos Dias Escuros há setenta e cinco anos atrás. Apesar da maioria dos prédios e construções terem recebido reformas devido a destruição causada na guerra, alguns ainda conservam sua arquitetura refinada, deixando para trás os conceitos modernos, simplistas e tecnológicos.

Não demorou muito para que Eulália pudesse avistar um antigo estádio, antes usado para a realização de shows e eventos, e até mesmo dos Jogos Vorazes, agora tendo parte de sua estrutura destruída e em ruínas. Apesar de estar em pedaços, a estrutura ainda transmitia certa imponência. Correndo pelas sombras, a vencedora chegou aos portões abertos da arena, pulando as catracas e indo imediatamente para o centro do recinto.

O teto aberto permitia que a luz do luar entrasse, iluminando o caminho aberto entre tantas vigas de concretos e vergalhões tortos e destruídos, espalhados por todo o local. O cheiro de poeira mascarava porcamente o odor de sangue podre no ar, manchas vermelhas apegadas ao chão. Buracos nas paredes e no chão permitindo o livre acesso à arquibancada e ao sistema de túneis embaixo da arena.

Eulália saltou para dentro de um dos buracos, sendo engolida pelas trevas. Pousando no chão e levantando uma nuvem de poeira, a mulher tirou de um dos bolsos do sobretudo uma pequena lanterna, lançando a luz para frente e analisando para qual lado deveria ir.

Ali, no escuro e na solidão dos túneis da antiga arena dos Jogos Vorazes, ela se permitiu relaxar um pouco, apesar dos ouvidos estarem atentos a qualquer ruído. Depois de tantas noites mal dormidas nos Jogos Vorazes e mais anos e anos preferindo a penumbra das florestas, Eulália teve seus sentidos auditivos aguçados.

E medo definitivamente não era algo que ela deveria sentir, ainda mais quando qualquer coisa em suas mãos poderia se tornar uma arma letal. Afinal era preciso muita coragem para matar quatro dos seis carreiristas de sua edição, e mais coragem ainda para eliminar outros dez tributos. Catorze baixas era um recorde que somente Eulália conseguiu alcançar.

Depois de alguns minutos caminhando no escuro, seu caminho sendo iluminado pela precária luz da lanterna, virando em cada curva com convicção, escolhendo sem pensar duas vezes qual rumo tomar nas encruzilhadas, a mulher chegou na frente de uma porta de metal. Batendo quatro vezes com intervalos de cinco segundos entre cada vez, ela esperou impaciente a porta se abrir.

Do outro lado um rosto surgiu. Uma mulher asiática de uns quarenta anos a olhou de cima a baixo, arqueando as sobrancelhas.

— Está sentido o cheiro dos ratos? — Indagou Saerom Moon Lee sem abrir a porta totalmente.

— Apenas o bafo de sangue. — Respondeu Eulália com um sorriso debochado no rosto. Moon abriu a porta permitindo a outra adentrar a sala, um pequeno corredor escuro onde uma luz amarela reluzia no fim. — O que faz aqui? Achei que os Carreiristas seriam contra tudo isso.

— Tá esquecendo quem é que tá liderando tudo? — Moon fechou a porta sem fazer barulho, apertando o trinco e trancando o cadeado. — Vê se da próxima vez chegue no horário marcado.

— Não tá usando sua cabeça não? Iriam suspeitar se vissem vários vencedores indo em direção a antiga arena no meio da madrugada. Para alguém que ganhou um Massacre Quaternário você é bem burrinha.

— Cala a boca e entra logo! Estavamos te esperando.

— Caramba, tô tão importante assim?!

— Não, queridinha, mas como uma das únicas que vai ficar aqui fora, precisa escutar todos os detalhes do plano.

Eulália revirou os olhos seguindo até o fim do corredor, as paredes de pedra cheias de buraco, poeira por vezes caindo do teto, sendo seguida por Saerom. Chegando ao fim, as duas mulheres adentraram uma grande sala com diversos pilares espalhados sustentando todo o local. Lamparinas penduradas pelos pilares iluminavam o local com a luz amarela, dando a todos os presentes uma aparência anêmica.

Olhando em volta, Eulália contou nove pessoas presentes, onze com ela e Saerom. Todos estavam sentados em bancos de madeiras numa meia lua, com Anthony na frente de todos, atrás de uma mesa retangular, consultando o relógio em seu pulso. Morrigan do Três e Yuna do Cinco conversavam de forma reservada numa das pontas, folheando papéis e se comunicando em sussurros praticamente inaudíveis.

— Aquela ali é cria tua? Sempre tive dúvida. — Perguntou Eulália apontando para Yuna.

— Nunca viu descendentes de asiáticos na sua vida não? — Respondeu Moon revirando os olhos e indo se sentar ao lado de Orion Grey e Caroly Shadison.

Depois dos vencedores do Distrito 4 havia um lugar vago, vizinho a Rendrick, que escutava sem prestar muita atenção na conversa animada entre a esposa e Célia, do Oito. As duas pareciam conversar sobre o bebê que Liora carregava e coisas de maternidade. Eulália pensou em sentar-se junto das duas, pareciam ser as menos problemáticas dentro da sala, fora que já tinha uma certa amizade com Célia depois de terem vencido em edições seguintes.

Entretanto, Joshua Morissette ocupava o lugar ao lado da vencedora do oitavo distrito, sentado de braços cruzados, encarando os papéis nas mãos de Morrigan e Yuna. Por fim, Eulália sentou entre Orion e Rendrick, de frente para Anthony. O homem pigarreou alto, coçando os cabelos semi grisalhos e atraindo a atenção de todos.

— Agora que todos estão presentes, creio que todos saibam que tudo dito aqui deve ser mantido no mais absoluto sigilo, tendo como consequência muito provavelmente a execução ordenada por Snow caso nossa reunião caia em seu conhecimento. — Começou Anthony ficando de pé. — Como já devem saber, desde a vitória de Katniss e Peeta no ano passado, murmúrios de uma rebelião estão sendo espalhados por todo o país, e até mesmo atos revolucionários já ocorreram, infelizmente sendo repelidos com força bruta e crueldade por parte dos Pacificadores.

Eulália cerrou os punhos e cruzou os braços, olhando feio para Anthony após a menção da vitoriosa do último ano. Ela não gostava de Katniss e todo o teatrinho de casal apaixonado realizado pela garota, sentindo dó da ilusão de Peeta. No fundo, ficou aliviada depois de constatar que a arqueira não fora chamada para a reunião.

— Graças a Katniss e Peeta pudemos ter uma chance nunca antes vista, e, após a Colheita dos vencedores, nossos ideais estão mais fortes do que nunca. Nem os distritos nem a Capital querem que esse Jogos ocorram, e esse é o momento ideal para pararmos Snow e toda sua manipulação de uma vez por todas. Sei que posso estar sendo um pouco direto, mas todos aceitaram se juntar à rebelião anteriormente, mesmo essa sendo nossa primeira reunião.

— E como pretende realizar essa rebelião? — Perguntou Rendrick ainda de braços cruzados. Ele olhou para Yuna e Morrigan e voltou a falar. — Apesar dos sussurros, escutei as duas ali falando sobre símbolos e um resgate, do que se trata isso?

— Vamos com calma, irei responder as dúvidas de todos! — Anthony saiu de trás da mesa, sentando em cima dela e olhando para os outros vencedores. — Posso ter errado em meu julgamento, mas escolhi todos aqui por terem um enorme desejo de mudar nossa realidade, dando uma vida melhor àqueles que amamos e aos cidadãos de nossos distritos. E para isso, devemos agir com cautela e de dentro para frente. Morrigan, pode explicar sobre o resgate e os símbolos?

— Ah, claro! — Morrigan se pôs em pé, entregando os papéis em suas mãos para Yuna. Ela parecia respirar rápido, suando um pouco. — Perdão por estar ofegando, espaços tão apertados não me deixam muito à vontade. Bom, basicamente temos alguns membros do alto escalão da Capital do nosso lado, pessoas que enxergam como os Jogos e toda nossa realidade são atos de crueldade e querem nos ajudar a mudar isso. Vou manter seus nomes em sigilo, mas são pessoas influentes que não temem a manipulação e autoridade de Snow e vão nos ajudar a fazer um resgate dentro da arena.

— Basicamente, vamos nos aproveitar da fama de Katniss e Peeta para impulsionar a chama rebelde, assim como já estamos fazendo desde o desfile dos tributos. Usaremos eles e sua popularidade como um símbolo. — Morrigan respirou fundo virando o rosto e olhando para Liora. — Mas, além dos dois, achamos que mexer com os sentimentos dos cidadãos da Capital com mais intensidade vai nos dar mais força e apoio. Por isso vamos transformar Pandora, Bartholomew e Liora em símbolos também. Um casal desafortunado, dois amigos que se vêem como irmãos e uma grávida próximo de dar a luz, com esses cinco conseguiremos incentivar ainda mais o povo nos distritos ao mesmo tempo que os protestos para que Snow parar os Jogos aumentam.

— Mas não mesmo! — Esbravejou Rendrick ficando de pé. — Não vão por um alvo na cabeça de Liora! Snow vai matá-la assim que pisarmos na arena!

— Cale-se, Dick. — Disse Liora puxando o marido pelo braço, dando lhe um beliscão e o forçando a se sentar novamente. — Deixe ela terminar de falar!

— Bom, garanto que nada vai acontecer com Liora nem com nenhum dos outros símbolos! — Eulália abriu a boca para protestar, mas ficou quieta. Gostava da ideia de uma rebelião mas, assim como dissera Rendrick, não pretendia que Pandora e Bart se tornassem alvos número um do presidente. — Nossos infiltrados no alto escalão não vão permitir que Snow faça mal a eles, e, dentro da arena, cada um de nós irá ajudar a proteger todos eles, impedindo suas mortes a qualquer custo.

Morrigan voltou-se para Yuna, pegando as folhas das mãos da garota e as mostrando a todos os presentes. Textos e mais textos escritos a mão, palavras e sentenças inteiras riscadas, números, tabelas e até mesmo pequenos desenhos preenchiam o espaço branco.

— Há quase um mês estou planejando tudo nos mínimos detalhes, com a ajuda de Yuna, para que o resgate ocorra de forma bem sucedida.

— E por que são vocês duas que estão planejando? — Célia perguntou olhando feio para as duas garotas.

— Porque temos os melhores cérebros dentre todos desta sala, ou estou errada? — Respondeu Yuna. — Alguém aí se voluntaria a refazer nosso planejamento e receber toda a responsabilidade de manter todos a salvo durante a arena e o resgate? Ninguém? Ótimo, foi o que pensei.

A sala permaneceu em silêncio por alguns segundos, todos encarando Yuna e Morrigan com uma certa raiva, curiosidade e, por mais que Eulália não goste de admitir, orgulho no olhar. Por fim, Morrigan retomou a fala.

— Bom, garanto a vocês que previmos todas as possíveis situações e tudo que acontecer dentro da arena tem uma forma de ser direcionada ao resgate. Ainda não revelaremos quando, mas ele vai ocorrer, só que antes disso precisamos que os Jogos aconteçam e passem a Snow a ideia de que realmente queremos nos matar até só um sobreviver.

— Certo, e depois desse resgate? Para onde vamos? Já que obviamente isso vai ser um declarar de guerra contra a Capital. — Foi a vez de Moon Caroly falar. — E quanto aos que estarão fora da arena, tipo eu, Eulália e você mesmo, Anthony?

— Nós vamos manter a farsa até algumas horas antes do resgate. Depois vamos para o aerodeslizador que vai resgatar quem estiver dentro da arena e, por fim, vamos ao Distrito 13. — Respondeu Anthony.

A sala irrompeu em argumentos e recusas, a maioria revirando os olhos e dizendo o quanto eles eram loucos.

— O Treze foi destruído setenta e cinco anos atrás, ou está tão velho que não se lembra mais disso? — Vaiou Rendrick visivelmente irritado. Anthony olhou para seu relógio de pulso.

— Temo que não temos mais muito tempo antes do sol amanhecer. Não irei marcar outra reunião logo para explicar tudo sobre o Treze e o pós resgate, só peço que confiem em nós, especialmente em Morrigan e Yuna. Eu já li esse plano várias e várias vezes e garanto que tudo vai dar certo. Sei que é difícil, mas essa é nossa melhor chance em décadas, e precisamos agarrá-la com todas as nossas forçar caso queiramos que nossas crianças possam crescer e viver em uma realidade melhor que a nossa, sem a sombra e o medo da experiência que passamos dentro daquela arena. — Disse Anthony olhando nos olhos de cada um dos presentes. — Nos dêem esse voto de confiança e garanto que estaremos felizes ao final de tudo. Quem concorda com as idéias aqui propostas levante a mão.

A princípio apenas Anthony, Morrigan, Yuna e Liora levantaram a mão. Rendrick olhou feio para a esposa, mantendo os braços cruzados. Depois de alguns segundos, Orion e Caroly se entreolharam e levantaram suas mãos, seguidos por Célia e Joshua. Moon teimou mais um pouco mas logo cedeu. Por fim, Eulália concordou, temendo por Bartholomew e Pandora e, depois de alguns segundos trocando olhares com a esposa, Rendrick bufou e estendeu o braço.

— Que a rebelião comece! — Disse Anthony sorrindo.

001 ㅡ NOVAMENTE, EU TARDO MAS NAO FALHO, CAPÍTULO DOIS ESTÁ ENTRE NÓS!

002 ㅡ Gente confesso que passei raiva escrevendo esse capítulo porque bloqueio criativo bateu forte e nada que eu começava eu conseguia desenvolver, por isso os pov's tão curtos. Só consegui me soltar mesmo nesse da Eulália, por isso que ele sozinho deu 2k de palavras akakak

003 ㅡ Lembrando que quem quiser entrar no grupo de whatsapp, chama no número que eu deixei no capítulo anterior que eu adiciono. Tamo interagindo bastante lá, fazendo enquetes e mostrando mimos e spoilers.

004 ㅡ Gente, eu sei que comentar nas cenas dos nossos personagens é mais legal, mas lembrem de comentar no capítulo todo pra mim saber suas opiniões e se estão gostando.

005 ㅡ Comentem e votem, se a meta não for batida o Peeta vai de falar hein 🔪🔪

Contagem de Palavras - 5841.

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