*26*
Acordo com uma forte dor de cabeça, pior do que uma enxaqueca. Tudo ao meu redor gira e eu tenho vontade de gritar.
"MÃE!"
passos ecoam pelo piso e Yura aparece apavorada.
"O que foi, filha? O que você tem???"- ela se aproxima para tentar identificar o problema.
"Minha cabeça.... eu não..."-tudo fica escuro e eu apago.
...
"Alice?"-ouço minha voz sendo chamada, mas se assemelha mais com um zumbido.
Eu tento abrir os olhos, um de cada vez, meus olhos não se acostumaram com a claridade.
"Alice? Você consegue me ouvir?"-fala alguém.
"S-sim."-respondo. De certo modo me sinto esgotada, não tenho energia nem para pronunciar uma simples palavra.
"Você sabe como chegou aqui?"- um homem de jaleco paira a minha frente, me analisando.
"Eu desmaiei?"
"Sim."-"Sua mãe está aqui para te ver. Daqui a pouco te levaremos para fazer alguns exames."
O médico chama Yura com a mão e ela entra a passos rápidos, claramente preocupada.
Ele nos deixa à sós e fecha a porta.
"Alice, o que você tem? Eu sei que você não está bem, filha."- ela fala. Se aproximando devagar e depositando minha mão entre as suas.
"Eu não sei..."-Mentira.
Eu tenho medo de que se eu falar isso vai se tornar real, e que se eu manter isso comigo, vai acabar desaparecendo como se nunca tivesse acontecido. Mas, no fundo, eu sei que não é assim que funciona, meus problemas não podem ser todos resolvidos apenas pela força de minha vontade. Agora era hora de falar a verdade e rezar para que tudo desse certo.
"É... eu tenho um palpite."- ela chegou ainda mais perto, os olhos tão abertos quanto podiam ficar.
"Isso começou quando eu fui sequestrada, eu não sei o porquê, mas desde que isso aconteceu eu tenho tido esses incidentes com desmaio..."- digo devagar, para que as palavras sejam absorvidas tanto por ela, quanto por mim.
"Por que você não me contou?? O que está acontecendo com você, Alice?? Porque não compartilha mais suas coisas comigo? Se tivesse falado nós já podíamos ter resolvido isso tudo, é sua saúde que está em jogo!"
"Eu sei, me desculpa!"- Ambas começamos a chorar.
"Eu me sinto impotente não fazendo nada para ajudar!"- dizia Yura.
"Você é ótima apenas por estar sempre comigo, Mãe. Me desculpar por fazer você passar por tudo isso, eu só me sinto muito pressionada e desgastada."
"Nunca se desculpe, é meu dever estar aqui por você, a maior alegria da minha vida foi ter adotado você. Tudo ficou melhor depois de ter você em casa, eu não trocaria isso por nada, está ouvindo? Nada."
Depois disso, quem estava fora do quarto só ouvia nossas fungadas, inseguranças e problemas compartilhados por mãe e filha.
Interrompendo nossa pequena reunião, apareceram Mark e Asuka, os quais não via há muito tempo. Eles entraram no quarto sem bater, quase arrombando a porta. Os dois vieram até a cama e se juntaram a mim e Yura num grande abraço familiar e caloroso.
"Eu senti sua falta."- Falou Asuka.
"Eu também, dos dois."
...
"Você fez o quê??? Mark!"
"Hahaha, a culpa não foi minha se deixaram o carro dando sopa!"- falou.
"Você podia ter acabado preso!"- Falou Asuka.-"Não é porque deixaram o carro no Vallet que você pode entrar lá e sair dirigindo."
"Bem, eu devolvi o carro, isso que importa. Eu só tive que pagar uma pequena multa, mas quem liga?"
"Você não presta."-falei.
O momento do abraço se transformou em momento de choradeira, Yura percebeu que tinha muita papelada a ser colocada em dia e disse que iria sair para comer um lanche.
Foi definitivamente uma das minhas partes favoritas do dia, pena que durou pouco depois que enfermeiros me levaram para fazer os tais exames. Eu já tinha estado em hospitais suficientes para uma vida toda, tomara que eu não tenha que voltar para lá de novo.
Quando os resultados saíram ( o que demorou bem pouco, por sinal) um médico nos chamou para sua sala, ele estava olhando alguns papéis que estavam a sua frente com uma cara fechada, sem falar nada para nós. Eu e Yura ficamos desconcertadas pelo silêncio ali.
"É... você tem um problema sim, mas não acho que eu possa ajudar. Seu problema é psicológico mocinha, seu corpo está completamente bem, o que aconteceu foi que você desenvolveu um trauma depois de seu sequestro, que se manifesta em forma de crises do pânico. Eu vou te indicar um ótimo psicólogo e irei te passar uma receita com remédios que você terá que tomar. Eu só posso te dizer com certeza que a recuperação é lenta, mas você vai notar que a ocorrência desses incidentes vai diminuir muito. Boa sorte!"
"Obrigada, Doutor."- Yura diz.
Nossas suspeitas estavam certas, então. Yura ficou de mão dada comigo até o final da consulta, dando apoio do jeito que podia. Eu não o que seria mais lógico fazer agora, provavelmente reclamar aos céus de toda minha desgraça e má sorte, mas eu só quero me encolher num cantinho e pensar em tudo isso.
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OI. QUANTO TEMPO RS
EU SÓ QUERIA DEIXAR ESSA NOTA AQ PRA AVISAR Q A FIC CHEGOU EM 1mil E EU TÔ MT FELIZ, TIPO PULANDO MESMO. OBG MSM❤️
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