Capitulo 1: A Floresta dos Ventos Uivantes!

A floresta estava úmida e escura, as folhas e galhos das árvores além do solo amolecido indicavam que havia acabado de cair uma chuva no local, gotículas de água escorriam das folhas das árvores e se perdiam no momento em que tocavam no solo molhado.

Muitas outras folhas estavam espalhadas pelo chão além da lama que se formava em alguns pontos da região, e um vento gelado percorria a floresta fazendo alguns dos galhos das árvores balançarem conforme o vento os sacudia, fazendo mais água acumulada nos galhos e folhas cair em solo. Estava quase anoitecendo e o céu escuro da noite começava a se revelar com uma lua cheia se mostrando por entre as nuvens de chuva.

No meio da floresta uma mulher começava a se levantar, aparentando ter por volta de seus 24 anos, seus cabelos eram pretos com mechas azuis, a mulher usava uma espécie de uniforme em tons de vermelho com listras brancas, possuía um par de botas pretas de cano longo e alguns ferimentos pelo corpo.

Ao notar onde estava à mulher com o nome de Siyeon se assustou, porém logo parou ficando com a cabeça abaixada, afinal fortes dores percorreram sua cabeça, um leve sangramento vindo de sua testa escorria pelo seu rosto. Sua mente estava um pouco confusa, e Siyeon não se lembrava de muita coisa do que havia acontecido para estar naquele lugar estranho.

Mas julgando pelas roupas que vestia e por alguns ferimentos que havia em seu braço direito e pernas, a mulher sabia que estava em alguma missão, sabia que de alguma forma algo aconteceu durante a missão o que levou a ela estar ali. Mas nada vinha em sua mente, Siyeon não conseguia se lembrar de nada do que aconteceu antes de acordar, talvez por ter sido atingida fortemente na cabeça ou ter sido consequência de algum outro fator desconhecido com uma toxina ou gás venenoso, as teorias eram muitas, porém era difícil saber qual era a verdadeira.

Aos poucos Siyeon foi se levantando se apoiando na árvore mais próxima até ficar em pé, logo depois se aproveitou do fato de seu uniforme estar um pouco encharcado para usar a manga de seu braço direito para enxugar o sangue que escorria de seu rosto. Logo depois Siyeon limpou parte de seu uniforme que estava sujo de lama, após um breve momento amenizando um pouco a sujeira que estava longe de sumir de suas roupas, Siyeon começou a andar pelo local.

A floresta estava quieta demais sem sinal de animais por perto, porém Siyeon estava atenta, seu treinamento como uma heroína havia lhe preparado para situações desse tipo.

Mas não conhecer aquela floresta em si era um perigo enorme que Siyeon enfrentava. Uma região desconhecida poderia abrigar vários tipos de perigos diferentes e um ataque surpresa poderia vir a acontecer a qualquer momento, principalmente se a mulher baixasse sua guarda por algum instante.

Esquerda, direita, à frente e nas costas, a cada passo dado Siyeon olhava para todas as direções possíveis e sempre que ouvia algo suspeito, mesmo que fosse somente o vento ou algum animal nativo da região, Siyeon se escondia por entre as árvores para evitar ser encontrada. Siyeon não saberia dizer até que ponto a floresta acabava e se em algum lugar havia algo para que pudesse pedir informações, tudo era estranho demais e naquele momento apenas gostaria de lembrar-se de algo antes do ocorrido.

Foi então que um breve pensamento passou por sua cabeça, algo que ainda não havia pensado devido à surpresa por acordar no meio do nada: afinal onde estavam suas amigas? Onde estariam as outras seis integrantes da famosa equipe de heroínas Seven Dreamers? Siyeon estava ficando cada vez mais preocupada e uma gota de suor escorria de seu rosto, a tensão tomava conta do ambiente conforme Siyeon progredia em seu caminho praticamente sem um rumo certo.

Aos poucos a escuridão da floresta foi se intensificando com a chegada da noite, e Siyeon se mostrava preocupada com sua visibilidade muito baixa. Seus poderes não eram propícios para se usar na atual situação e usa-los, significaria atrair algo em sua direção o que complicaria ainda mais o momento, sua habilidade lhe permitia causar enormes estragos usando o poder de sua voz, quanto mais alto o tom, mais forte era o ataque.

Rapidamente Siyeon se abaixou com velocidade procurando por um pedaço de madeira no chão, após encontra-lo perto de uma árvore Siyeon começou a vasculhar o chão em busca de pedras. Após vários minutos de uma busca incessante, Siyeon juntou algumas folhas próximas de onde estava assim como o pedaço de madeira que havia encontrado.

Usando o pouco de conhecimento que possuía sobre sobrevivência em lugares como o que estava, Siyeon pegou as pedras e começou a batê-las com força uma nas outras para gerar atrito e assim quem sabe, ascender uma fogueira para que pudesse enfim ter uma pequena tocha que pudesse iluminar seu caminho.

Uma, duas, três, quatro, após a vigésima nona tentativa Siyeon enfim conseguiu formar uma pequena fogueira com as folhas que juntou e outros pedaços de madeira que havia em volta, a dificuldade de fazer a pequena fogueira foi maior por conta da umidade em que estava o local. Durante o breve período que decidiu passar ali sentada enquanto se aquecia Siyeon buscou por lembranças do que havia acontecido para ter chegado naquela floresta, mas nada em sua mente lhe ajudava, e tudo o que conseguia lembrar era de suas amigas de equipe, seus poderes, e de que estava em uma missão com um objetivo até então desconhecido.

- Mas que merda está acontecendo aqui? - Se perguntava Siyeon enquanto colocava as mãos na cabeça com uma expressão de dor.

Após passar um tempo em volta da fogueira, Siyeon decidiu seguir caminho pela floresta segurando uma tocha improvisada em mãos. Durante todo o percurso, o cuidado e a atenção aumentavam na mesma proporção em que um pouco de medo e tensão também aumentavam. O vento começava a ficar um pouco mais gelado e um pouco mais forte, por conta disso, pequenos rugidos ou até mesmo uivos podiam ser ouvidos na calada da noite dentro da floresta, a tocha nas mãos de Siyeon mal conseguia se manter acessa, porém era o suficiente para seguir em frente.

Por precaução Siyeon decidiu apertar o passo e ir um pouco mais rápida, a mulher passava pelo caminho por entre as árvores e moitas quando de repente, algo lhe acertou de raspão no rosto o que a fez se esconder atrás de uma árvore. Siyeon por pressa e pela escuridão a sua frente não havia visto o que lhe acertou, porém um arranhão se mostrava presente na sua bochecha direita. Ao tentar olhar do outro lado da árvore, algo novamente passou por seu rosto, porém Siyeon por muito pouco conseguiu se esquivar.

A tensão tomava conta do lugar, a mulher partiu parte da madeira de sua tocha e jogou o pedaço quebrado na direção em que acreditava ter vindo o disparo, a madeira logo foi acertada com força por algo e foi parar longe de onde estava.

Com isso, Siyeon sabia que se saísse de onde estava viraria um alvo fácil, seu oponente muito provavelmente estaria disparando de uma distância considerável e a julgar por seus movimentos e a precisão do disparo que atingiu a madeira, o misterioso atirador sabia onde estava Siyeon o que lhe dava total vantagem da situação.

Porém após alguns minutos, tudo ficou em silêncio novamente, Siyeon engoliu seco e lentamente se a baixou procurando por algo que pudesse usar no chão, ao formar uma pequena bola de terra com sua mão livre Siyeon a jogou para sua direita na tentativa de ver se seu oponente estava ainda atento, mas tudo o que ouviu foi o som da bola de lama cair no chão com força.

Com muita calma Siyeon saiu de trás da árvore e para sua surpresa nada aconteceu. Nada foi disparado em sua direção, tudo voltou a ficar como antes. Siyeon novamente caminhou com pressa usando as árvores em volta como cobertura. Após vários minutos de uma caminhada intensa Siyeon viu algo que lhe chamou a atenção, mais a frente havia algo que se assemelhava a luz de alguma coisa acessa.

Siyeon não pensou duas vezes e correu na direção do fraco brilho azul que iluminava o caminho à frente, ao passar um lance de árvores e pular sobre uma pedra, a mulher se surpreendeu. A sua frente havia um enorme gramado, cercando o que parecia ser uma enorme mansão que se encontrava no meio da floresta, onde algumas de suas muitas janelas emitiam um leve brilho azul e do outro lado da estrutura, havia uma enorme colina com uma espécie de entrada para algum lugar.

As nuvens no céu aos poucos se dissiparam revelando a lua cheia, e o vento novamente percorria o local balançando o gramado como se fossem pequenas ondas, os cabelos de Siyeon também balançavam conforme o vento batia em seu rosto. Siyeon estava tensa, acordar em uma floresta sem parte de suas memórias, ser atacada de repente no meio da noite por algo desconhecido e achar uma mansão, era tudo no mínimo muito esquisito.

Mas naquele lugar diante de seus olhos Siyeon sabia que haveria uma pequena chance de encontrar respostas. Após respirar fundo, tomou coragem, largou a tocha que se apagou no gramado e lentamente caminhou até a mansão. Siyeon estava disposta a investigar o local e descobrir o que estava acontecendo.

Ao mesmo tempo, Siyeon não poderia imaginar que havia alguém escondido lhe observando através das sombras.

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