❐ 𝐂𝐡𝐚𝐩𝐭𝐞𝐫 𝐒𝐢𝐱𝐭𝐞𝐞𝐧 ➹
000. ㅡ ATENÇÃO!
Esse capítulo pode ser contra indicado para menores de dezesseis anos por conter violência extrema! Você foi avisado.
Antes de ler esse capítulo, saiba que terão cenas extremamente fortes e pesadas, que algumas pessoas podem não suportar e acabar acionando algum gatilho.
Peço que, se estiver em um momento fragilizado, não leia o capítulo. Espere um pouco, se recupere, e então venha para cá. Prezo pela saúde mental de meus leitores!
Amo todos vocês, não esqueça dos votos e comentários.
Boa leitura! ❤️
Willow deixava que as lágrimas escorressem por suas bochechas. A garotinha não aguentava mais aquele lugar, ela só queria ver suas irmãs e seus pais.
O rosto de Castiel estampava o céu, era pouco depois da meia noite.
ㅡ Vocês eram bem próximos né?! ㅡ Indagou Aniel se aproximando dela e lhe estendendo uma barra de chocolate pela metade.
ㅡ Ele me salvou no primeiro dia. ㅡ Willow limpou as bochechas e fungou. ㅡ E continuou me protegendo até o último momento.
O rosto de Castiel sumiu, sendo substituído por Artemisia.
ㅡ Ela era legal. ㅡ Aniel coçou um pouco o cabelo. ㅡ Queria saber quem a matou.
ㅡ Talvez ela tenha morrido junto com o Castiel. A última vez que os vi, eles estavam lutando. ㅡ Willow respondeu olhando pro garoto. Os olhos de Aniel brilharam e algumas lágrimas solitárias escorreram no momento em que o rosto de Delilah brilhou. ㅡ Você já a conhecia antes?
ㅡ Sim. ㅡ Aniel sorriu observando a ruiva. ㅡ Quase fomos pra guilhotina juntos.
Aniel gargalhou alto, fazendo o coração de Willow esquentar.
ㅡ Obrigada. Por me salvar da arqueira. ㅡ Willow ajeitou o cabelo enquanto se lembrava de quando Aniel a encontrou na neve e agarrou sua mão, fazendo ambos fugirem de Everlee.
Os pensamentos na cabeça de Willow estavam embaralhados. Ela queria parar de pensar em Castiel e Kaya, parar de lembrar deles, mas as lembranças de sua família era a outra alternativa de pensamento. Willow prometeu a sua irmã que lhe daria um ursinho de presente e agora, mais do que nunca, ela estava disposta a voltar pra casa.
Lara passeava ao lado de Anthony e Caroly pelas ruas menos movimentadas da Capital. Eles estavam com garrafas de cervejas nas mãos, observando e conversando.
ㅡ Sabe que você precisa voltar pra lá, né?! ㅡ Indagou Caroly bebericando o gargalo. ㅡ Moon ainda tá viva e vocês tem dinheiro de monte, da pra mandar os paraquedas que você quiser!
ㅡ Não posso mais ficar lá, não com a psicopata ainda perambulando e as crianças sozinhas. ㅡ Exclamou Anthony um pouco exaltado. O bafo de cerveja atingiu o olfato de Lara e ela fez careta.
ㅡ Anthony, suas preocupações devem ser apenas Saerom Moon, a essa altura do jogo. ㅡ Lara levou a garrafa a boca e tomou um gole. ㅡ Só faltam mais cinco tributos, é a chance dela e você precisa ajudá-la com o que for!
ㅡ Não! ㅡ Anthony terminou sua garrafa e a jogou no chão, quebrando o vidro. ㅡ Aquela sala só serve pra nos controlar, nos lembrar quem é que manda! Nos dizer que, apesar de termos vencido, não saímos do jogo nunca! ㅡ Thony se agachou no chão, começando a chorar.
Lara e Caroly se olharam rindo. Apesar de Anthony estar visivelmente bêbado, ele estava certo. O cargo de mentor, até mesmo para os carreiristas, era só uma forma de controlar os vitoriosos, oprimi-los.
ㅡ Por favor, Thony. ㅡ Lara se agachou fazendo cafuné no cabelo do homem. ㅡ Se quiser impedir que Rey encontre as crianças, que tal ajudar Moon a encontrá-la antes?
Caroly sorriu entendendo a ideia de Lara. Anthony fungou, olhando pro céu.
ㅡ Eu não aguento mais ver essas crianças morrerem.
Aniel olhou em volta, o dia começava a clarear. Ele e Willow estavam perdidos nos eucaliptos, sem saber pra onde ir. Não escutaram nenhum canhão desde o dia anterior, então isso significava que ainda restavam cinco tributos.
A essa altura do jogo, Aniel sabia que era burrice se relacionar com alguém, criar um novo laço, uma nova amizade. Mas ambos ali estavam quebrados, mesmo sem admitir. E eles precisavam se ajudar, já que eram os mais frágeis lá dentro.
Porém, no momento em que ele tocou a mão de Willow e saiu puxando ela pela tundra até os eucaliptos, Aniel sentiu que aquela garota era especial.
ㅡ Tô com saudades de casa. ㅡ Willow falou baixinho enquanto eles tentavam se localizar. Ambos decidiram que ficariam na orla da área da pirâmide, esperando que algo acontecesse. ㅡ Dos meus pais e das minhas irmãs.
ㅡ Eu sinto falta do meu irmão. ㅡ Aniel falou caminhando.
ㅡ Você tem irmão? Que legal! Quantos anos ele tem?
ㅡ Ele tá morto. ㅡ Ani respondeu seco.
De repente, atraindo a atenção da dupla, um galho se quebrou. Os dois se viraram naquela direção, tentando descobrir de onde o barulho veio, enquanto sacavam suas facas.
ㅡ Não faca barulhos! ㅡ Ordenou Aniel se aproximando enquanto mais galhos se quebravam, com Willow em seu calcanhar.
Os dois caminharam até uma clareira, onde uma garota baixinha e loira estava sentada no chão, quebrando galhos e alimentando uma fogueira.
Ao seu lado, uma mochila estava jogada, cercada de facas e garrafas de água, além de alguns esquilos mortos e metros de corda.
ㅡ Quem é ela? ㅡ Sussurrou Willow fazendo Aniel se assustar e se arrepiar.
ㅡ Não sei. ㅡ Ani respondeu dando mais alguns passos pra frente. ㅡ Provavelmente é a tal da Rey.
Então, para o azar da dupla, Aniel pisou em algumas folhas secas, que se quebraram imediatamente. Rey virou a cabeça na direção dos dois, sorrindo amigável.
ㅡ Vocês estão com fome?
Moon estava na Cornucopia, sozinha, arrumando suas coisas. Ela nunca imaginou que, dentro da arena dos Jogos Vorazes, ela iria saborear um lindo dia de praia.
Depois da chuva do dia anterior, o céu estava limpo, com algumas poucas nuvens totalmente brancas. O sol brilhava já, ainda que baixo.
ㅡ Bem que os estilistas podiam ter pensado numa roupa mais praiana. ㅡ Moon pegou uma faca do arsenal da Cornucopia e começou a cortar sua calça um pouco a cima dos joelhos.
O tecido, apesar de grosso e resistente, era extremamente maleável e macio, fácil de cortar. Depois de tirar a parte cortada, Saerom passou a desamarrar suas botas.
Depois de tirar suas meias, Moon observou a cicatriz que ia do seu pé direito até parte da panturrilha. Apesar do corte ser longo, fora superficial e fácil de cicatrizar.
ㅡ Eu nem lembro seu nome. ㅡ Disse Saerom para si mesma pensando no garoto do Distrito 6 que cortou sua perna. Logo em seguida ela arremessou seu facão, partindo a cabeça do menino em duas. ㅡ Talvez fosse mais forte, com treinamento.
Moon, apesar de seu orgulho carreirista, reconhecia que os Jogos seriam mais justos se todos recebessem treinamento, não apenas os distritos mais ricos.
Depois de terminar de arrumar sua roupa, a garota pegou uma mochila e colocou algumas frutas e barras de cereais, assim como suas adagas.
ㅡ Ficar sozinha nesse lugar é uma bosta. ㅡ Moon olhou pro céu. ㅡ Não da pra agilizar o processo não, idealizadores?! ㅡ A carreirista pegou sua mochila e começou a descer a pirâmide, indo em direção a antiga savana. ㅡ Poxa Eva, tô sentindo sua falta.
A carreiristas caminhou até a água, que não estava muito longe da Cornucopia, e jogou sua mochila na margem.
ㅡ Idealizadores, se eu morrer depois que entrar nessa água, juro por tudo que voltou do inferno pra matar vocês! ㅡ Moon nem se preocupou em tirar a camiseta, apenas pulou.
A água estava fresca e a atingiu com tudo, limpando todos os seus problemas. Moon ficou submersa por alguns segundos, apenas apreciando o momento de tranquilidade, que talvez fosse o último.
ㅡ Eu devia ter vindo aqui antes! ㅡ Falou enquanto nadava, calma e serena. A água era límpida e cristalina, Moon podia facilmente enxergar o fundo cheio de pedras redondas e algumas algas. Não parecia ter nada de perigoso.
Saerom passou a boiar de barriga pra cima, fechando os olhos para aproveitar o momento e evitar o sol. O movimento das águas era calmo e ela quase não saia de perto da margem. Tudo estava silencioso e calmo, em toda a arena.
Então, para a infelicidade da garota, ela escutou algo embaixo da água. Pareciam se centenas de bolhas estourando e estava cada vez mais próximo.
ㅡ Merda, não tenho um minuto de paz! ㅡ Moon bateu seus braços e pernas rápido, nadando até a margem e saindo da água no último segundo, impedindo que um tubarão a mordesse. ㅡ Seus filhos da mãe! Tão atrapalhando meu dia de praia!
O tubarão, que obviamente era um bestante, estava rondando a margem, vez ou outra aparecendo na superfície e mostrando seus dentes.
Atraindo a atenção de Saerom, um paraquedas descia em sua direção. Ela esperou que ele já estivesse baixo e o agarrou, abrindo a tampa da caixinha metálico.
ㅡ Só isso? ㅡ Moon encarou o bilhete dentro do recipiente. ㅡ Pô Anthony, se vai gastar dinheiro num presente, me envie algo descente!
Depois de pegar o papel e largar a caixa no chão, Saerom desdobrou seu bilhete e começou a ler em voz alta.
ㅡ "Cara Saerom. Eu provavelmente estou bêbado enquanto escrevo. Tem uma garota do Distrito 3 que está procurando por alguém para intrete-la. Procure a nos eucaliptos. Até mais, Anthony." ㅡ Saerom sorriu vendo que teria um pouco de ação. ㅡ Tá na hora da caça!
Rey sorria pros dois tributos a sua frente. Eles pareciam amedrontados, então ela seria cuidadosa.
ㅡ Vocês estão com fome? ㅡ Nenhum dos dois ousou se mexer nem falar nada. ㅡ Vamos gente! Respondam, não temos o dia todo.
A garota se levantou do chão, largando os galhos em suas mãos. Ela não pegou nenhuma de suas facas, apenas andou até a dupla. A barriga do garoto roncou.
ㅡ Já tenho minha resposta. ㅡ Rey riu baixinho prendendo o cabelo em um rabo de cavalo. ㅡ Como vocês se chamam?
ㅡ Aniel. ㅡ Aniel respondeu guardando as facas, mas ainda observando Rey. ㅡ E ela se chama Willow.
ㅡ Prazer, Aniel e Willow. Me chamo Rey! ㅡ Rey sorriu enquanto Willow acenou tímida. ㅡ Querem comer? Eu tenho bastante comida.
ㅡ Por que tá fazendo isso? ㅡ Indagou Aniel.
ㅡ Não importa quem seja, eu não permito que passe fome, não é uma coisa nada legal. ㅡ Rey se voltou pra fogueira. ㅡ Mas terão que me ajudar a limpar os esquilos e acender o fogo.
Willow e Aniel cruzaram seus olhares por alguns segundos, até que Willow concordou com a cabeça.
ㅡ Vamos comer e depois iremos embora. ㅡ Os dois se aproximaram enquanto Willow guardava suas facas.
ㅡ Tudo bem. ㅡ Rey entregou um de seus esquilos para Aniel enquanto ela e Willow continuavam a quebrar os galhos.
ㅡ Você tem bastante recursos. ㅡ Disse Willow olhando temerosa pras facas.
ㅡ Coletei ao longo dos onze dias. ㅡ Rey suspirou quando quebrou o ultimo galho. ㅡ De todos que tentaram me fazer mal.
ㅡ Pelo jeito você esteve bem ocupada então. ㅡ Aniel jogou agua no esquilo depois de retirar toda a pele.
ㅡ Sim, infelizmente sofri muitos ataques. ㅡ Rey pegou o animal, olhando com surpresa pro garoto a sua frente. ㅡ Caramba, você é rápido!
ㅡ São anos de experiência.
ㅡ Tem algum isqueiro? ㅡ Indagou Willow. ㅡ Se for esfregar um galho no outro vai demorar muito.
ㅡ Tenho sim! Ali dentro da mochila. ㅡ Rey apontou pra bolsa jogada no centro do circulo de facas e cordas. ㅡ Pode pegar?
Willow não respondeu, apenas foi até o objeto.
ㅡSabe, é uma pena. ㅡ Rey sorriu para Aniel enquanto ficava em pé e ia atrás de Willow.
ㅡ O que? ㅡ Indagou o garoto brincando com os gravetos da fogueira
ㅡ Que vocês não terão uma ultima refeição. ㅡ Rey empurrou Willow na mochila, fazendo uma armadilha se ativar e as cordas em torno suspenderem a garota no ar. A loira agarrou uma de suas facas e, agindo rápido, arremessou na perna de Aniel.
ㅡ Que merda é essa? ㅡ Indagou o garoto, gritando de dor logo em seguida. Willow estava presa no ar, ambas as mãos num laço de corda, sustentada por uma árvore.
ㅡ Faz tempo que espero alguém aparecer. ㅡ Rey pegou mais uma faca, andando ate Aniel, enquanto Willow se mexia tentando escapar da corda. ㅡ No exato momento em que vi vocês, tentei pensar em qual seria a sensação de escutar o sofrimento de ambos.
Aniel tentou se afastar, mas a faca se cravou em sua coxa e estava sangrando muito. Ele não tirou a lâmina, pois sabia que seria pior. Rey, por sua vez, cravou a segunda faca no pé esquerdo de Aniel. Gritos ecoaram. A loira desferiu um chute na cabeça do garoto, fazendo ele cair na grama, inconsciente.
ㅡ Agora é sua vez. ㅡ Rey se voltou pra Willow, pegando um dos pedaços de corda que ainda estavam soltos no chão. ㅡ Grite para mim, querida!
ㅡ Não faça isso, por favor. ㅡ Willow gritou assim que a corda atingiu sua pele.
Rey começou a rir alto enquanto batia a corda contra o corpo de Willow. Chicotando forte, Rey abria cortes nos braços, nas pernas e no abdômen da garota.
A loira estava maravilhada. A sensação que os gritos e gemidos de Willow lhe despertava era totalmente diferente das de Mille e Sophia. A voz fina e aguda de Willow invadia os ouvidos de Rey e a confortavam.
ㅡ Você é a própria perfeição. ㅡ Exclamou Rey enquanto chorava de felicidade. Ela sempre imaginou e desejou escutar os gritos de sofrimento do pai, fazendo lhe pagar por todo mal que fizera a ela, só não sabia que a felicidade era viciante. ㅡ Vou te poupar por mais um tempinho.
ㅡ O que vai fazer? ㅡ Indagou Willow com a voz chorosa enquanto Rey se virava na direção de Ani, que estava acordando. ㅡ Não faça nada com ele! ㅡ Willow gritou sentindo seu corpo todo doer.
Aniel mal abriu os olhos e teve que sentir suas costas levando uma chibatada. Ele gritou deitando a cabeça no chão novamente. Rey bateu com a corda mais e mais vezes, até que alguns rasgos se abrissem em sua camiseta e o tecido estivesse encharcado de sangue.
De um lado Willow estava suspensa, com as pernas e braços sangrando, assistindo Aniel ser torturado sem poder fazer nada. Do outro, Aniel não conseguia se levantar do chão ou se defender, apenas urrava a cada vez que a corda cortava sua pele, a regata já manchada de vermelho. Aquilo não podia ser melhor para Rey.
ㅡ Aniel, eu te amo! ㅡ Rey disse sorrindo alegre. ㅡ Sua voz é tão gostosa de se ouvir. Você é maravilhoso.
ㅡ Você é uma vadia retardada. ㅡ Aniel exclamou antes de Rey lhe dar uma última chicotada. A loira se voltou para Willow, largando a corda no chão e pegando uma faca.
ㅡ Chega! ㅡ Implorou Willow chorando. ㅡ Para, por favor! Tá doendo muito!
ㅡ Isso! Continue chorando! É música pros meus ouvidos. ㅡ Rey sorriu quando começou a cortar as canelas de Willow, semelhante ao que fizera com Sophia.
A garotinha gritava alto, tentando se debater, enquanto a ponta da lâmina abria sua pele e permitia que o sangue escorresse. Aniel tentava se levantar, mas a dor era grande. Quanto a Rey, ela apenas estava em êxtase, feliz demais para se importar.
Depois das pernas, Rey partiu para os braços. A cada novo corte, mais Willow gritava e chorava, e mais sangue escorria. A essa altura, Rey também já estava toda ensanguentada, mas sua face exibia um enorme sorriso e seus olhos brilhavam.
Por fim, quando Willow já não aguentava mais gritar, Rey pegou sua faca e cortou as pregas vocais da garotinha. Enfiando a faca mais fundo no pescoço, a loira cortou o suficiente para matar.
Rey foi atrás de Willow e puxou seu cabelo para trás, com toda sua força, fazendo a cabeça da criança terminar de descolar do pescoço e cair no chão.
Canhão.
ㅡ Monstro! ㅡ Aniel gritou quando finalmente conseguiu ficar em pé. As lágrimas escorriam aos montes pelo seu rosto e molhavam o chão tingido de vermelho. ㅡ Você é um monstro!
ㅡ Isso é apenas seleção natural, os mais fortes sobrevivem!
Rey correu para cima de Aniel, com a faca em mãos. Porém, algo a impediu.
Ficando entre os dois tributos, Moon surgiu, dando um soco na cara de Rey e a jogando para trás.
ㅡ Nem o inferno te merece, sua praga!
Everlee estava indo para a Cornucopia. Depois de passar mais uma noite na tundra, ela tinha certeza que aquele dia seria o último que ficaria dentro da arena.
Após muito pensar e refletir, e depois de ver o rosto de Eva no céu, Eve decidiu que atacaria a última carreirista. Se matasse Moon, a vitória estaria em suas mãos, já que sobraria apenas as duas crianças e a frágil garota do Distrito 3, que, por sinal, Everlee não fazia ideia de como tinha sobrevivido tanto tempo.
Ela não se arrependia de matar Lucy, muito menos Delilah e Kaya, nem de disparar propositalmente em Zachary e trair Delilah. O jogo de Eve sempre foi esse, agir em benefício próprio.
A loira precisava voltar pra casa, para sustentar sua mãe e suas irmãs. Não iria deixar que nada a impedisse, fazendo o que precisasse e matando quem for, aliado ou não. Sendo uma vitoriosa, além de ajudar sua família, Everlee poderia ajudar os mais necessitados do Distrito 9.
Era uma causa nobre, e ela lutaria com tudo de si para alcançar o êxito.
Ao chegar próximo a orla da tundra, um canhão soou. Everlee sorriu enquanto engatilhava sua penúltima flecha no arco. Faltavam apenas mais quatro tributos.
Moon iria matar aquela desgraçada. A carreirista não chegou a tempo de impedir, mas viu de longe Rey arrancando com as próprias mãos a cabeça da criança.
Agora, mais de perto, Moon enxergava os cortes por todo o corpo de Willow, além de Aniel, que estava todo machucado atrás de si.
ㅡ Corre, moleque! ㅡ Moon sorriu pra ele lhe entregando uma faca. O garoto estava em prantos e todo sujo de sangue e terra. ㅡ Espero não te encontrar de novo por aí!
ㅡ Eu ainda não terminei com ele! ㅡ Exclamou Rey se levantando do chão, o nariz escorrendo. Saerom acertou um soco bonito e forte na loira, fazendo a voar longe.
ㅡ Cala a boca, desgraça. ㅡ Enquanto Rey agarrava uma de suas facas, Moon lhe deu uma rasteira, derrubando a loira novamente. ㅡ Lugar de cobra é no chão.
ㅡ Tá confiante demais. ㅡ Rey tentou fincar sua faca no pé de Saerom, mas esta desviou do ataque e o devolveu em forma de um chute no rosto.
ㅡ É sério garota, você é doente. ㅡ Moon permitiu que Rey se levantasse, iria acabar com ela apenas com suas mãos. ㅡ Até o demônio tem medo de você.
ㅡ Esperto é ele! ㅡ Rey rugiu partindo para cima, armada em ambas as mãos com facas.
A tributo do Distrito 3 estava com o nariz escorrendo sangue, uma parte do rosto toda vermelha, descabelada e coberta de terra, mas mesmo assim tinha a audácia de enfrentar uma carreirista no nível de Moon.
ㅡ Você não sabe quando calar a boca, praga. ㅡ Moon se esquivou das facas de Rey, enterrando seu joelho na barriga da garota.
Rey caiu no chão em posição fetal, arfando. Moon deu outro chute em sua barriga.
ㅡ Matar crianças é algo horrível, tortura-las é imperdoável. ㅡ Moon pegou uma das facas de Rey e cravou em seu peito. ㅡ Espero que apodreça no inferno.
Canhão.
Aniel tentava correr, mas sua perna cortada e seu pé perfurado, além das costas rasgadas, o impediam. A dor em todo seu corpo era constante, e sua cabeça latejava.
Ele cambaleava pelas árvores, batendo e se escorando em todos os eucaliptos que achava no caminho. Não sabia para onde estava indo, só queria se afastar ao máximo daquele lugar.
A visão de Rey torturando e decepando Willow não saia de sua mente, provando para ele que as flechas nos olhos de Lucy e Delilah não foram seus maiores traumas.
O garoto tentava se manter firme, por Delilah, por Lucy e por seu irmão, mas sabia que provavelmente não conseguria sair vivo daquela arena. Ao menos ele tentaria se distanciar ao máximo de Rey e Saerom.
Mesmo a carreirista tendo salvo sua vida, Aniel não confiava nem um pouco em Moon e quanto mais pudesse ficar longe dela, melhor. Infelizmente, a última pessoa que ainda estava na arena, além deles, era Everlee.
Um canhão soou, fazendo o garoto se assustar e cair de joelhos no chão. Seu corpo todo doeu e sua cabeça parecia que ia explodir a qualquer momento.
Saerom provavelmente havia matado Rey, já que a a loira muito provavelmente não conseguiria vencer da carreirista. Isso significava que Aniel seria o próximo a linha de tiro de Moon.
Enquanto estava perdido em seus pensamentos, o garoto nem notou que se aproximou da orla. A pirâmide da Cornucopia estava bem ali, diante de seus olhos.
Aniel sorriu imaginando que lá em cima haveria remédios e bandagens. Talvez eles tivesse chances de ficar vivo, já que a última carreirista sobrveivente estava fora.
O garoto correu, ou apenas cambaleou rápido. Ele chegou na pirâmide e começou a subir os degraus mancando. A cada novo degrau, seu corpo doía mais e dava mais sinais de que iria ceder.
ㅡ Vamos lá corpo, não me deixa na mão justo agora! ㅡ Aniel implorou entre uma arfada e outra. Enquanto subia, um rastro de sangue se formava atrás de si.
Depois de certa dificuldade, ao chegar no topo da pirâmide, os braços e pernas de Aniel falharam, e ele caiu barriga pra cima no chão. Seu corpo, coberto de terra, suor, lágrimas e sangue, estava grudento e sujo.
O garoto respirava rápido e com dificuldade, observando o céu limpo e bonito. Talvez as pessoas tivessem com dó dele, vendo seu atual estado. Ou então estavam feliz que ele estava morrendo.
Depois de respirar um pouco, e juntar suas últimas forças, Aniel se levantou e mancou, se aproximando da estrutura metálica.
ㅡ Onde pensa que vai, rapazinho? ㅡ Indagou Everlee saindo de dentro da Cornucopia, com a flecha engatilhada. ㅡ E lá se vai mais um!
Everlee soltou a flecha, atingindo o olho direito de Aniel. O garoto caiu de costas no chão, sentindo que seu corpo inteiro iria explodir.
Nos seus últimos segundos de vida, Aniel recordou das lembranças feliz que teve ao lado das pessoas que amou, principalmente seu irmão e Delilah. Talvez agora ele pudesse reencontra-los.
Canhão.
Saerom corria pelos eucaliptos, desviando das árvores. O terceiro canhão do dia tinha acabado de soar, significando que faltava apenas mais dois tributos.
Ela estava cada vez mais perto de sua tão sonhada vitória, estava cada vez mais perto de orgulhar seu pai!
Após atravessar as moitas que ficavam na orla, ela atravessou o gramado até a pirâmide rapidamente. Moon não ligava de estar a céu aberto, mesmo que, muito provavelmente, sua última inimiga fosse uma arqueira. Correndo em sua velocidade atual, seria muito difícil mira-la.
Um aerodeslizador estava planando em cima da Cornucopia, retirando o tributo que acabara de morrer. Apesar de estar longe, Moon reconheceu que o corpo pertencia ao garoto que tinha salvado mais cedo.
Ao chegar no topo, Moon sacou suas adagas e andou com cautela, cada vez mais próxima dos restos da antiga fogueira que os carreiristas usavam. O chão da Cornucopia estava manchado de sangue, fresco e seco, dos feridos que já estiveram ali.
ㅡ Acho que somos só nós duas agora. ㅡ Everlee estava parada em frente ao chifre dourado, em pé, apontando seu arco para Moon.
A carreirista não tremeu um músculo, apenas respirou fundo e apertou as adagas em suas mãos.
ㅡ Não era mais fácil ter me matado assim que cheguei aqui em cima? ㅡ Indagou Saerom sorrindo para Everlee assim que viu que a aljava da garota estava vazia.
ㅡ Eu tentei, mas a porcaria do aerodeslizador mandou minha flecha pra longe. ㅡ Everlee suspirou encarando Saerom. ㅡ Infelizmente só tenho uma flecha sobrando.
ㅡ Ela não terá utilidade! ㅡ Dando um salto, Moon lançou uma de suas adagas ao mesmo tempo que Everlee atirou a flecha. Ambas as armas se colidiram em pleno ar e caíram no chão.
As duas garotas cruzaram seus olhares, o fogo ardia em ambos. Nenhuma ousava se mexer, mas ambas queriam suas lâminas de volta. Para a felicidade de Moon, Everlee estava desesperada por sua última flecha, e ela fez o primeiro movimento.
A arqueira disparou em direção as armas no chão, sendo imitada por Moon. A carreirista até tentou agarrar sua adaga, mas Everlee a chutou para longe assim que pegou de volta sua flecha.
ㅡ Pode parar aí! ㅡ Everlee exclamou mirando a flecha na testa de Moon, enquanto a carreirista mantinha a ponta de sua adaga próxima ao pescoço da arqueira.
ㅡ Se ousar soltar essa corda, ambas morreremos. ㅡ Moon sorria desafiadora. Ela não queria morrer, mas sabia que Everlee não correria o risco de disparar a flecha e morrer perfurada no pescoço. ㅡ O primeiro movimento agora é meu!
Antes que Everlee percebesse, ela já estava no chão. Utilizando de duas habilidades, Moon se abaixou em tempo recorde e deu uma rasteira na arqueira, que caiu de costas, deixando a flecha escapar das mãos.
Moon pisou na flecha, quebrando seu cabo de madeira. Everlee urrou tentando acertar um chute, mas fracassou. A carreirista apertou sua adaga nas mãos e tentou cravar na cabeça de Eve, que rolou para o lado desviando.
Agora era Moon que estava de costas para a Cornucopia e Everlee de costas para o precipício. Saerom sorriu enquanto Everlee se levantava do chão.
Ambas respiravam rápido, e seus cabelos estavam sujos e armados. Elas estavam sujas, indicando que fazia mais de dez dias que não tomavam banho. Entretanto, Moon possuía duas vantagens: além de treinar sua vida toda, ela tinha uma arma.
Avançando contra Everlee, Saerom arremessou sua adaga. Eve se desviou e bloqueou o soco da carreirista com seu arco, que se partiu no meio logo em seguida.
ㅡ Madeira vagabunda! ㅡ Exclamou a arqueira acertando um murro no rosto de Moon.
ㅡ Você ousou me bater?! Vadia! ㅡ Saerom avançou novamente.
A carreirista fingiu que daria uma rasteira e, no momento exato em que Everlee pulou para desviar do ataque, Moon afundou seu pé direto no estômago de Eve.
Com um chute certeiro, e em pleno ar, Moon lançou Everlee para longe, derrubando a da pirâmide. A arqueira gritou enquanto estava em queda livre, até que o baque de seus corpo se chocando contra o chão ecoou.
Canhão.
Moon sorriu quando lágrimas brotaram em seus olhos. Ela pulou enquanto gritava de felicidade. A voz de Caesar Flickerman surgiu no céu.
ㅡ Parabéns Saerom Moon Lee! Você é a vencedora do segundo massacre quaternário!
001. ㅡ IRRA! CAPÍTULO DEZESSEIS CHEIO DE EMOÇÕES E TRAUMAS
002. ㅡ Aí ai, seis nem imaginam que a Everlee ia ser a vencedora, porém, no instante que comecei a escrever o último pov, eu mudei pra Moon akakakak
003. ㅡ Vou nem comentar sobre as mortes de Willow e Aniel, tá muito recente ainda
004. ㅡ ESSE NÃO É O CAPÍTULO FINAL DA HISTÓRIA! Ainda teremos mais três capítulos no terceiro arco para fechar The Second Quarter Quell com chave de ouro, contando um pouco da vida da Moon depois da vitória, além de mostrar um pouco dos familiares dos tributos mortos após os Jogos (e uma revelação bombástica sobre um dos três antagonistas só pra vocês odiarem ele mais)
005. ㅡ Farei uma pausa de uma semana, então o capítulo dezessete só será postado dia 11 de março. Vejo vocês lá!
006. ㅡ Mesmo que não tenha mais ninguém para ameaçar, da o feedback aí por favor ❤️😭
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