34. Livros e vários tipos de extorsão.
— O que é isso? — Shen Jiu perguntou irritado ao ver a bolinha peluda se contorcendo dentro da sacola de pano.
[Ownnn :3 ! Ele se importa com você!]
— Ele está tentando me humilhar! Ele trouxe essa criatura demoníaca para isso, para jogar na minha cara que a minha cultivação não é boa o suficiente!
[Não é para tanto, Shenshen. Ele só quis te dar um presente. Não é uma fofura?]
Aberração cutucou a bolinha dentro da sacola fazendo ela se virar e esticar as patinhas rosadas para ele.
— Você é tão patética quanto esse bicho. Não se apegue a essa coisa.
Aberração riu.
[Eu sou um ser cósmico detentor de todo o conhecimento do universo e mais. Não me apego a coisinhas bonitinhas... quero dizer, só a uma pessoa que é muito bonitinha e especial que não vou dizer quem é, mas o nome começa com Shen e termina com Jiu. Hehehehe.]
— Bonitinho é o feio arrumadinho.
[Eu quis dizer uma pessoa muito especial e linda!] Aberração desesperou-se [LINDA!]
— Que belo ser cósmico detentor de todo o conhecimento do universo e mais você é. — Zombou.
[É que você é o meu universo, Shenshen! As galáxias dos meus olhos.]
Shen Jiu revirou os olhos verdes e voltou a observar a coisa sem a mínima vontade de tocá-la.
[O que faremos com ela? Você vai comer? Ajudaria bastante na sua cultivação.]
— Claro que não. — Ele fechou o leque com força na mão e chamou alto: — Ming Fan!
O discípulo-líder surgiu imediatamente com o rosto vermelho na porta de tanto que correu. Ele estava um pouco gorducho, Shen Jiu pensou, mas combinava com ele. Ming Fan era o tipo de pessoa que era mais bonita com peso a mais.
[Esse novo design dele tá fazendo um sucesso nos fóruns yaoi hardcore que você nem imagina...]
Mais uma vez, Aberração falando coisas naquela língua sem sentido dela. Shen Jiu decidiu ignorá-la.
— Shizun? — Ming Fan perguntou para Shen Jiu assim que entrou na sala.
— Tire essa coisa daqui e...
[Devolver um presente é muito rude. Um cavalheiro acadêmico como o imortal Shen Qingqiu jamais faria isso...] Aberração sugeriu como quem não quer nada.
Meta-se na sua própria vida!
[Você é a minha vida!]
Se eu fosse a sua vida, você saberia que eu não devolveria o presente, sua inútil.
[Isso! Me xinga mais! Mas eu sei que você não devolveria, só sugeri para evitar a hipótese.]
É incrível como você é empenhada nas coisas mais inúteis e...
Às vezes, Ming Fan percebia o quão ser um grande imortal era difícil pelo modo como seu shizun ficava em silêncio de repente ponderando sobre assuntos tão profundos que sua mente tão inexperiente e infantil mal podia chegar a compreender como agora. O que será que ele estava pensando com aquele olhar profundo que enxergava acima das montanhas e além das nuvens? Quais tribulações passavam em seu coração imortal e mente tão infinita quanto os oceanos que existiam mesmo após o horizonte?
Ming Fan suspirou, ele não conseguiria entender, restava apenas aprender com a sabedoria de seu shizun e esperar um dia saber ao menos um terço do que ele sabia mesmo sendo impossível.
... e é por isso que você não passa de uma grande masoquista que acha que leques de bambu são o mesmo que leques de papel como se fosse uma animal selvagem sem pudor.
— Ming Fan — Shizun encarou-o tirando-o das ponderações sobre os mistérios da vida imortal —, divida essa coisa com seus irmãos-marciais e pegue o nosso melhor chá calmante e leve para o pico Bai Zhan.
Ha, isso vai ensinar uma lição para aqueles brutamontes.
[Ô, se vai] Aberração sorriu.
Alguém deu permissão para você falar?
[Minha boca é um túmulo!]
— Depois disso — Shen Qingqiu continuou —, volte para seus afazeres na biblioteca.
— Sim, Shizun! — Ming Fan curvou-se, pegou a sacola e saiu rapidamente.
Shen Jiu ficou esperando por meio incenso até ter certeza de que o garoto não voltaria, então disse para Aberração:
— Vamos, temos que investigar antes que ele volte.
***
[Como vamos entrar sem ser notados?]
Shen Jiu puxou um amuleto de dentro da manga e ironizou:
— Você não é o ser de conhecimento e poder infinitos? Por que não pensou nisso? — Ativou o amuleto e colocou-o no centro do peito sobre os robes.
[Você fez isso enquanto eu estava fora vigiando Sha Hualing?] Ela perguntou animada.
— Por que pergunta por coisas que já sabe?
[Eu gosto quando você se abre para mim, é por isso que não leio mais seus pensamentos. É bom um pouco de vulnerabilidade e confiança na relação. Tipo você e Yue Qingyuan...]
— Cale a boca.
[Hehehehehe]
Shen Jiu atravessou a ponte arco-íris para o Pico An Ding. Não esteve lá muitas vezes desde sua admissão na seita e essa seria a primeira vez em que pisaria lá sendo um lorde do próprio pico. No entanto, ninguém conseguia ver.
O amuleto tornava-o invisível além de tornar indetectável sua energia espiritual. Foi um trabalho complexo que ele realizou dentro das poucas horas em que Aberração esteve fora para espiar a Sagrada Santa Demoníaca, geralmente demorava dias para um cultivador comum fazer algo do tipo. Estava orgulhoso do seu feito e esperava lá no fundo que Aberração também.
[Você é realmente incrível, Shenshen! Que trabalho excepcional!]
Ela não decepcionou. Seu ego inflou-se e ele andou como se aquilo pouco importasse e fosse nada de mais para ele.
Os discípulos do pico da logística andavam de braços cheios e apressados de um lado para outro como sempre. Conduziam carroças, cavalos, carregavam caixas, davam ordens para outros discípulos mais novos e checavam listas em pranchetas de bambu. Todos pareciam atarefados até os ombros e cumprindo tarefas sem parar.
Shen Jiu parou na frente da entrada do pico e percebeu que cinco discípulos mais velhos vigiavam-na. Três faziam a checagem e revista do que chegava, um segurava uma lista enquanto outro recebia os selos de entrada e movia tokens entre dois painéis.
Toda vez que um selo era recebido, ele era colocado em uma urna, ela brilhava branca constatando que era verdadeira e então os portões abriam e os discípulos liberavam a entrada e o selo era devolvido. Um selo para cada pessoa e toda vez que alguém atravessava, os portões indicavam quantas pessoas o faziam e então o discípulo responsável pela lista marcava-a, o responsável por receber os selos devolvia-os e ia para os dois painéis de pedra da entrada onde passava um token de um painel para outro. Eles sabiam exatamente quem estava dentro e quem estava fora, pois cada token simbolizava cada discípulo do Pico.
O imortal olhou para aquilo desconfiado, nem mesmo o Pico Ku Xing, dedicado à cultivação ascética, ou o Pico Chuang Zao, dedicado ao refinamento de artefatos, exigiam selos de entradas para os próprios discípulos ou visitas. Nem mesmo o Pico Wan Jian com suas espadas lendárias tinha toda essa segurança. Bastava entrar, antes de Shang Qinghua assumir a gestão, nada daquilo não era assim.
[O que fará agora?]
Você podia ajudar em algo ao invés de encher a minha paciência.
[Gosto de ver como você encontra soluções. É sempre tão incrível!]
Shen Jiu ficou observando por mais algum tempo a movimentação na ponte até que teve uma ideia. Aproximou-se dos portões enquanto um discípulo passava pela revista, foi aprovado e então deu o selo para o responsável que colocou-o na urna que brilhou branca constatando que era verdadeiro.
Os portões foram abertos e o discípulo caminhou até eles. Shen Jiu esperou o momento certo e esticou o pé na frente dele. O garoto tropeçou e caiu no chão com metade do corpo para dentro e metade para fora.
Shen Jiu olhou para a placa sobre os portões e contou que somente uma pessoa havia passado por mais que o discípulo não tivesse entrado por inteiro.
O rapaz levantou-se assustado e olhando para o chão procurando onde havia tropeçado.
— Vamos logo. Não temos o dia todo. — O discípulo que cuidava dos tokens falou.
Ele limpou a poeira dos robes, recolheu as coisas que caíram e levantou-se para atravessar os portões novamente. Shen Jiu colocou o pé entre as pernas dele de novo e quando o garoto desequilibrou mais uma vez, tombando para frente pronto para cruzar os portões, Shen Jiu adiantou-se e o ultrapassou usando a vez dele. E antes que o garoto pudesse cair junto e cruzar por milímetros, Shen deu-lhe um pequeno empurrão para trás.
A placa piscou rapidamente indicando que uma pessoa passou e meio segundo depois brilhou com a mesma informação.
Mesmo assim o discípulo estatelou-se no chão entre os portões e a placa sobre eles indicava que apenas uma pessoa havia passado.
[Seu plano deu certo! Uhuuuuuuu!]
A placa indicava quantas pessoas passavam, por isso os discípulos entravam um do lado do outro ao mesmo tempo para não haver dúvidas. Shen Jiu só precisava roubar a vez de um e fazer parecer que não roubou.
Shen Jiu deu as costas aos portões para explorar mais o Pico An Ding.
O Pico An Ding sem dúvidas era o maior em quantidade de discípulos. Sempre foi assim, mas agora parecia muito maior. Um formigueiro gigante.
A Casa dos Preguiçosos era três vezes maior do que antes e agora tinha três andares.
Shen Jiu entrou mais a fundo no Pico An Ding, ali parecia um mundo à parte do restante da montanha.
Discípulos iam de lá acolá, construções e mais construções recheadas de jovens cultivadores praticando os mais diversos tipos de atividades em que os discípulos mais velhos eram os professores, hortas, plantações, granjas, pastos, estufas, moinhos, criadouros lagos e poços artificiais. Eles até mesmo desviaram o curso de um pequeno rio. Nada daquilo estava ali quando Shen Ji era um discípulo.
Eles moldaram todo o relevo do pico menos extravagante ao seu favor, havia discípulos treinando espadas em uma pequena arena de treinos enquanto outros ali próximos teciam sob um teto feito assim como os outros para captar toda a água da chuva em cisternas enterradas no chão.
Shen Jiu estava chocado, todo o espaço daquele pico estava sendo aproveitado. Não havia nenhum lugar em que estivesse acontecendo nada.
Ninguém vinha ao Pico An Ding, especialmente ninguém importante, alguém sabia disso?
Você sabia disso, Aberração?
[Como eu poderia saber? Eu só fico com você e vigiando o lugar em que Luo Binghe deve reaparecer.]
Shen Jiu conseguiu chegar à pequena residência que a ratazana usava de moradia e escritório. Era uma versão menor e menos elegante da Residência de Bambu, porém não ficava afastada dos dormitórios como era o caso com o seu pico. O covil de Shang Qinghua era bem no centro de tudo e de fácil acesso extremo.
Ele estranhou.
Shen Jiu perscrutou atrás de arranjos, amuletos ou armadilhas. Não havia nada.
Perscrutou mais uma vez. Mais outra.
E finalmente abriu a porta.
O lugar era escuro cheirando a papel e tinta úmida.
Blocos e blocos de cadernos e livros empilhados por todo o canto do chão quase até o teto, pergaminhos alinhados como se fossem lenha e pincéis jogados por aí. Mas nada disso enganava Shen Jiu, aquilo ali era um caos organizado que somente a ratazana deveria entender.
[Você veio procurar o quê?]
— Qualquer coisa. Preciso de qualquer coisa contra a ratazana. Ela vai ser a causa da destruição da seita em breve.
[Você não se importa com a seita.]
— Mas Qi-ge se importa. E se eu conseguir algo que comprove que a ratazana é um espião dos demônios, posso fazer esse lugar durar mais.
[Você sabe muito bem que a seita foi condenada quando Yue Qingyuan entrou voluntariamente naquela armadilha de Luo Binghe para...]
— Não toque nesse assunto — interrompeu-a. — Isso não vai se repetir.
Shen Jiu continuou a procurar por qualquer pista pelo o que pareceu horas.
— Não há nada aqui — reclamou.
[Não vou dizer que não avisei...]
— Ele não esconde nada aqui. — Mas Shen Jiu já esperava isso, no entanto ousou ter alguma esperança.
Toda aquela ida ali foi uma grande bobagem, o próprio Shen Jiu tinha se livrado de tudo que achava que podia incriminá-lo do seu passado. Por que Shahg Qinghua guardaria provas dos seus crimes?
— Vamos embora.
[Nós daremos um jeito, Shenshen.] Aberração tentou consolá-lo.
O imortal andou de volta para os portões de entrada e usaria da mesma tática que usou para entrar para sair.
Contudo, havia uma confusão nos portões.
Não uma confusão exatamente, mais como os discípulos do Pico Bai Zhan brigando com quem controlava a entrada e outro discípulo avulso do Pico An Ding ajoelhado entre eles.
— Como vocês ousam nos dar tão pouco? — O discípulo de Bai Zhan brigou. — Estão zombando da gente?
— Não há nada errado com a quantidade de flechas. Elas estão dentro do que vocês solicitaram, shidi. — O discípulo da lista de entrada falou.
— Você está dizendo que nós somos mentirosos? Já não basta este aqui? — O discípulo do pico dos lendários guerreiros agarrou o menino ajoelhado pelos cabelos e jogou-o nos pés dos outros que lhe atendiam. — Se nós estamos dizendo que precisamos mais de flechas é porque precisamos!
[Eita.]
Babaquinhas arrogantes do Pico Bai Zhan.
— Não está dentro do previsto. Há um inventário e um orçamento a ser seguido. — o discípulo da lista insistiu calmamente. — Vocês poderiam esperar até a próxima leva ser entregue.
— Esperar? E treinaremos tiro como? — Outro discípulo de Bai Zhan perguntou indignado.
— Há muitas outras artes marciais que não envolvem tiro ao alvo, tenho certeza que os shidis podem praticá-las.
— Quem é você para dizer o que devemos treinar ou não? Você só é um discípulo do lugar mais sem importância da cultivação. São completos inúteis.
— Já que somos inúteis, vocês mesmos podem fabricar as próprias flechas.
O discípulo ultrajado desembainhou a espada e apontou para ele. Todos do Pico Bai Zhan imitaram o gesto.
— Está nos desafiando, covarde do Pico An Ding?
Os discípulos do Pico An Ding ficaram nervosos, mas não retrocederam. Continuaram firmes impedindo a entrada.
— O que está acontecendo aqui? — Uma discípula alta usando os robes da logística chegou.
— Shijie — An Ding cumprimentou ela —, nossos shidis querem mais flechas mesmo estando fora do período.
Ela virou-se para os discípulos do Pico Bai Zhan e inclinou-se humildemente:
— Peço perdão pelo comportamento dos meus shidis. Daremos um jeito nisso, por favor, aguardem nesta tarde mais flechas.
— Humpf, finalmente alguém que sabe o seu lugar nesse pico de inúteis. Levem mais alvos também, temos que treinar, não somos inúteis como vocês e não demorem senão vão terão a lição que merecem.
— Peço perdão pelo transtorno.
O rapaz apenas virou as costas ignorando-a e acenou para seus irmãos-marciais para partirem e assim que foram embora, um dos discípulos falou para a discípula-chefe:
— Estamos cansados desses idiotas do Pico Bai Zhan, Shijie. Dizem que somos inúteis, mas eles sequer lavam as próprias roupas íntimas.
— Ignore-os — ela falou profissionalmente. — Apenas leve as flechas e os alvos.
— Mas está fora do orçamento, Shijie.
— Coloque nos livros de passivos do Pico Bai Zhan.
— De novo? Os livros deles já estão cheios.
— Não importa, apenas coloque.
O discípulo meneou aceitando a ordem e partiu atrás das flechas. Elas foram organizadas em três grandes carroças poucos minutos depois perto da saída, faltavam apenas algumas centenas para preencher a última carroça quando Shen Jiu resolveu seguir os discípulos que carregavam elas dos estoques.
Os estoques estavam mais para galpões sem fim, pareciam maiores que as cavernas abaixo do Pico Qiong Ding. A cada maço de trinta flechas, um discípulo contava-as e anotava tudo em um livro, aconteceu algum problema acidente com algum dos carregadores, ele teve que deixar o livro de lado e parar a retirada.
Shen Jiu espiou o livro aberto, lá estava especificado o tipo de flechas, a quantidade, qualidade delas e datas, mas não foi isso que chamou sua atenção. Cada flecha tinha o valor do lado.
Não entendeu.
Quando ninguém olhava, ele folheou o livro e viu que todos os itens tinham valores especificados do lado. Era uma lista interminável e todos os preços somados equivaliam a uma fortuna.
Shen Jiu foi para a primeira página onde poderia ver o título das colunas que separavam as informações e a última dizia:
Dívida.
O quê? Dívida de quê? Era por que estava fora do orçamento dado ao Pico Bai Zhan?
Shen Jiu seguiu o rapaz do livro assim que ele voltou até terminar seu serviço. O garoto então foi para um prédio em que a placa dizia "contabilidade e registros", caminhou por um corredor de doze portas, entrou em uma e voltou sem o livro.
Quando ele saiu do prédio, Shen Jiu foi até a porta e abriu-a. O que encontrou foi uma pequena sala com estantes preenchidas de arquivos como aquele livro.
Aberração assobiou impressionada.
[Eles gostam de registros, hein?]
Em cada estante estava escrito um ano em seguida de "fiscal" e cada prateleira um mês. Muitas vezes havia até mais de três estantes para cada ano-fiscal. Shen Jiu abriu um livro aleatório e viu que ele seguia à risca o outro, todos eram assim.
Dívidas, dívidas e mais dívidas.
Ele fechou e percebeu que na capa deles havia o Pico Bai Zhan desenhado.
Nenhum daqueles tinham outros picos.
Shen Jiu de supetão saiu da sala para o corredor e entrou numa outra porta aleatória. As capas dos livros dessa sala tinham Pico Ku Xing e suas folhas, dívidas intermináveis.
Entrou em outra sala, outra, outra e mais outra. Dívidas, dívidas e dívidas.
Até Qing Jing tinha-as.
A última porta que faltava entrar era a de An Ding, nela também não havia nenhum selo ou arranjo de proteção. Parecia como as outras salas, porém nos seus livros não havia a coluna "dívida", apenas os valores.
E os livros deles tinham a subdivisão em outros doze tipos e Shen Jiu podia apostar que esses livros eram cópias dos outros das outras salas.
— Eles estão registrando o que está fora do orçamento anual — falou em choque. — Por quê? — Folheava o livro.
[Bom, um orçamento serve para algo.]
— Eles pretendem cobrar tudo isso em algum momento.
***
Shang Qinghua esperava sentado na mesa daquele quarto de pousada. Viajou dias para isso e finalmente conseguir o acordo comercial que desejava.
O chá esfriava na sua frente nas xícaras de jade, a única coisa decente daquele lugar, talvez a única coisa decente daquela rua cheia de bordéis baratos. O lorde daquelas terras tinha um gosto peculiar, dono de inúmeras terras férteis e cultiváveis, comércios e lojas, mas ainda assim gostava de possuir inúmeras casas de prazer.
Homens eram fáceis de deduzir.
Shang Qinghua esperava há mais de uma hora aquele senhor ter tempo para ele, sabia que o homem Qing fazia propositalmente apenas para engordar o ego e se encher de auto importância. Homens eram fáceis de deduzir, homens ricos mais fáceis ainda. Deixar um imortal esperando devia ser o ápice para ele.
Afinal, sabia que Shang Qinghua precisava do acordo e pagaria o que fosse preciso para tê-lo. O Lorde do Pico An Ding olhou pela janela para a noite repleta de lanternas brilhantes que subiam aos céus juntando-se às estrelas devido ao festival em homenagem a um herói que salvou a cidade de uma criatura demoníaca há muitas gerações.
As pessoas sorriam, cantavam e gritavam bêbadas lá fora acompanhando a música dos bordéis e bares numa cacofonia sem fim. Shang Qinghua deu uma última olhada, esticou a mão e fechou a janela deixando o incenso preencher o cômodo e infiltrar-se nos lençóis, cortinas, mas não no armário trancado.
Finalmente a porta foi aberta e seu anfitrião chegou.
Shang Qinghua levantou-se da cadeira e cumprimentou-o com todo o respeito devido. O homem rico cumprimentou-o de volta.
E então sorriu umedecendo os lábios.
Estava sendo chantageado.
— É uma honra ter um imortal da Seita da Montanha Cang Qiong na minha querida cidade.
— É uma honra para este imortal estar em um lugar tão encantador.
— Encantador? — o homem sorriu irônico. — Com certeza estamos do lado errado da cidade. Aqui não tem nada de encantador, senhor imortal.
— Há beleza em todos os lugares. — Muito humilde.
O homem riu de novo, tinha praticamente todos os cabelos grisalhos e uma grande barriga de bebida, mas era claro que foi muito bonito na juventude. Seu sorriso e ombros largos diziam tudo.
— Realmente é verdade o boato que o Lorde de An Ding é um grande puxa-saco.
Shang Qinghua não respondeu, apenas encolheu o corpo em culpa e vergonha. O ricaço continuou:
— Mas será que as pessoas sabem que um imortal de uma seita tão nobre e estimada está envolvido em negócios bem ilegais e imorais? Que bom que resolveu responder a carta deste humilde comerciante, senhor imortal.
— Nós podemos conversar sobre isso e chegar a um acordo sem envolver mais ninguém. — Shang Qinghua falou quase gaguejando. — Tenho certeza que será vantajoso para ambas as partes.
— Será? Eu poderia simplesmente entregá-lo para o líder da Montanha Cang Qiong.
— O senhor não precisa fazer isso — Nervoso. — Um acordo é bem melhor.
O homem riu e falou divertido:
— Então também é verdade que é um covarde.
A serpente disfarçada de serpente decidiu parar de fingir tanto. Não havia mais nenhum traço de nervosismo ou medo na sua voz ou postura.
— Se o senhor quisesse me entregar, já teria me entregado. — Até seus olhos sempre tão esbugalhados quanto de um hamster assustado ficaram claramente entediados com aquela enrolação. — Não conseguirá nenhuma vantagem ou recompensa me entregando, ganhará apenas um tapinha nas costas de congratulações.
— Ora, você mudou tão de repente. E eu achando que você não era de nada.
Shang Qinghua sentou na mesa.
— Se eu fosse de nada, não estaria envolvido nos negócios que você sabe que estou. — Gesticulou para a outra cadeira — Estou aberto a negociações. Diga o seu preço.
O homem sentou-se na cadeira e disse contente:
— Dinheiro não deve ser problema para uma seita como a da Montanha Cang Qiong.
— E não é. — Shang Qinghua tinha as mãos descansando sobre o colo.
— Mas eu não quero só dinheiro.
— Imaginei que não.
— Como pode ver, eu tenho bastante disso.
— Diga o seu preço, senhor. Saberá que sou muito generoso com os meus aliados.
— Três mil pedras de energia espiritual.
— Três mil? — Shang Qinghua ergueu uma sobrancelha. — Posso saber o porquê toda essa quantidade?
— É uma boa quantidade de poder para negociar com essas seitas menores. Terei minhas três mil pedras ou terei que entregá-lo para o seu líder?
Shang Qinghua encarou-o profundamente e então acenou positivamente com a cabeça.
O ricaço ficou contente e logo acrescentou:
— Também quero algumas armas do Pico Wan Jian.
— Não sei se isto está dentro das minhas possibilidades.
— Tenho certeza que o lorde imortal dará um jeito afinal seria muito triste um Senhor de Pico parar na prisão da própria seita, ou pior, na prisão de água do Palácio Huan Hua.
— Então você descobriu também? O senhor realmente é surpreendente.
— Lorde Shang Qinghua foi descuidado.
— Fui mesmo. — Acenou. — Esses são os termos do acordo?
— Ainda não, também quero as receitas dos vinhos simples de arroz do Pico Zui Xian. Vê como minha boa vontade é grande? Não estou pedindo os vinhos lendários. Estou sendo justo com o lorde imortal. O lorde não deveria sentir-se grato?
Shang Qinghua virou-se para ele e disse meneando com muito respeito:
— Obrigado, meu senhor. Estou realmente muito grato.
Quando o imortal abaixou a cabeça, o ricaço cheio de ambições viu a marca vermelha parcialmente escondida pela gola alta dos robes. O imortal daquela montanha escondida pelas nuvens e mistérios ergueu a cabeça e seus olhos castanhos cruzaram com os olhos escuros feito azeviche do homem. Shang Qinghua manteve o olhar e ajeitou a postura na cadeira esticando a coluna.
A marca ficou mais evidente na pele pálida e macia, era grande demais para ser uma picada de inseto.
O Senhor Qing umedeceu os lábios observando a marca e o imortal alheio aquilo.
O Lorde do Pico An Ding não podia ser uma beldade comparável aos outros Lordes de Cang Qiong, contudo, ainda assim, não era nada mal.
Seu rosto era bom e seu corpo parecia bom também, o cinto dos robes destacava a cintura fina e os ombros estreitos. As sardas no rosto de bochechas rechonchudas davam-lhe um ar juvenil, seus lábios eram rosados como pêssegos e pareciam tão suculentos quanto.
Ele não era nada mal...
Nada mal mesmo...
E ainda por cima era um imortal.
Um dos poucos imortais do mundo.
Praticamente intocado pelos outros.
No entanto, aquela mancha no pescoço mostrava que ele não era tão imaculado assim e seus olhos carregavam algo de indecente... aquilo era algo a se pensar...
Senhor Qing teve uma ideia:
— Se o imortal me fizer um favor, eu posso desistir das armas do Pico Wan Jian.
Shang Qinghua perguntou:
— E que favor seria esse? Espero que não seja trazer a cabeça de um dos meus irmãos-marciais para o senhor.
Qing sorriu e disse:
— É muito mais simples que isso, daozhang — Ele esticou a mão em direção ao imortal e colocou-a sobre o joelho dele.
Os olhos de Shang Qinghua foram da mão descansando na sua coxa para o rosto de Qing.
— Parece uma oferta justa.
— Eu disse que estava sendo justo. Não sente-se grato?
Olhou rapidamente para o armário e então para o homem:
— Obrigado, meu senhor. — Foi a vez das mãos de Shang Qinghua deslizarem sobre os joelhos dele, mas elas não pararam nas coxas.
Um imortal ajoelhou-se para ele e colocou na boca que só deveria ter sabedoria algo que nenhum cultivador ascético gostaria de ver.
Pelos céus, estava tão excitado.
Aquele Senhor do Pico An Ding deveria ser uma grande vadia pelo modo como lambia e chupava, mas principalmente como encarava-o enquanto fazia com as bochechas succionadas e os lábios proeminentes, ele também sabia usar muito bem as mãos. Nem suas melhores prostitutas eram tão habilidosas assim.
Aquilo sem dúvidas era resultado de uma vida toda de experiência. Perguntou-se se foi assim que ele conseguiu tornar-se um lorde da Seita da Montanha Cang Qiong.
O Senhor Qing agarrou os cabelos dele com força e gozou. Estava atordoado quando o imortal levantou a cabeça no espaço entre suas pernas. As bochechas sarapintadas em um instante estavam cheias e no instante seguinte, vazias.
— Obrigado pela refeição — o imortal disse com lágrimas nos olhos pelo esforço e abriu a boca para mostrar que não havia mais nenhuma gota na língua.
Ser um imortal dizendo aquelas coisas só fez com que Qing ficasse mais excitado. Estava desenvolvendo um novo feitiche. Um calafrio subiu pela sua espinha.
Shang Qinghua ficou de pé, andou até a cama e o Senhor Qing seguiu-o sem pensar duas vezes. O imortal voltou a acariciar entre suas pernas com esmero e empurrou-o com cuidado para que se deitasse na cama.
O homem ajustou-se na cama deitando a cabeça sobre os travesseiros enquanto observava-o.
O imortal desafivelou o cinto deixando com que caísse no chão, os robes externos foram soltos e logo ele desabotoou a gola alta dos internos. Descalçou as botas. Tirou os braços de dentro das roupas e elas deslizaram para amontoar-se nos seus finos calcanhares.
Os robes não apenas escondiam a mancha vermelha no pescoço ou o corpo esguio demais com costelas e clavículas destacadas. O tecido uniforme também ocultava a pele manchada. Roxos, verdes, amarelos e vermelhos. Uma miríade de estampas e formas, cada uma contando claramente uma história ao mesmo tempo que sendo apenas vestígios de um mistério do qual só se podia especular.
Digitais vermelhas envolvendo a cintura, palmas roxas na bunda, mordidas rosadas nos mamilos, explosões verdes e amarelas nas costelas, rastros escuros de corda nos pulsos, meia-luas rubras cravadas na carne tenra das coxas. Não havia fim.
Talvez aquilo devesse fazer com que sentisse outra coisa em outra situação com outra pessoa, mas não estava em outra situação com outra pessoa, então tudo o que o Senhor Qing sentia era o volume na calça aumentando.
Ele subiu engatinhando na cama colocando-se entre suas pernas mais uma vez, esfregou o rosto na corpulência que crescia na sua calça e então parou e afundou o nariz ali respirando o cheiro profundamente. Senhor Qing ficou mais excitado.
O Lorde com os dentes abriu e puxou a calça dele para baixo, assim que ela desceu, o pau ficou livre apontando para cima. O Senhor do Pico An Ding aproximou-se e soprou levemente sobre a glande, seu hálito era quente e fez a pele do Senhor Qing arrepiar-se.
O imortal sorriu para ele gostando da reação e então deu um delicado beijo na ponta, seus lábios sugando suavemente ao mesmo tempo em que transferia umidade e calor. Pressionou a ponta da língua na entrada fazendo o homem arrepiar-se de novo.
Sugou e engoliu o que foi expelido mais uma vez mostrando que engoliu tudo.
Senhor Qing livrou-se das próprias roupas e jogou-as para longe. Seu pau já estava ereto novamente, ele puxou o imortal e colocou-o sobre si apertando as mãos nas marcas vermelhas das coxas como se indicassem o apoio. Também queria deixar a sua assinatura ali.
O imortal abriu as pernas sobre ele apoiadas nos joelhos e pegou o seu pênis guiando-o para aquele espaço entre as nádegas. Senhor Qing apertou mais as coxas do imortal, suas unhas enterrando-se na pele. Estava em um frenesi, seu peito subia e descia com a respiração pesada. Quem mais do mundo comum poderia dizer que um imortal cavalgou-o como se não houvesse amanhã?
A ponta entrava devagar sendo pressionada pelas paredes quentes e macias daquele corpo imortal que gemia baixinho pelo esforço. A primeira parte entrou, então lentamente o imortal empurrou o resto para dentro.
Senhor Qing sentiu como se todo ele fosse explodir dentro do imortal, não havia nenhuma parte sua que não estivesse sendo apertada e comprimida. Agarrou os quadris dele e começou a arremeter.
O imortal arfava e gemia sob seus movimentos fortes, suas mãos foram para a bunda agarrando e abrindo as nádegas dele que continuava cavalgando-o. Bateu nele duas vezes, tapas estalados daqueles que toda a palma atinge a pele e ordenou:
— De cócoras.
Não precisou dizer duas vezes, o imortal assim o fez.
Que humilhação, um lorde imortal acima do mundo comum montando em um homem como uma putinha gulosa e sedenta por pica em um quarto sujo de uma pousada barata. O que os irmãos-marciais dele diriam se o vissem assim?
Ha! Não diriam nada, talvez nem se surpreenderiam.
Lorde Shang Qinghua do Pico An Ding deveria ser a vadiazinha da Montanha Cang Qiong, pronto para ser usado como os seus shixiongs e shizuns bem entendessem. As marcas no corpo não deixam mentir, ele foi amarrado, batido e fodido brutalmente diversas vezes. Aprendeu até a gostar, olha só como engole esse pau enorme com as duas bocas... ou talvez sempre tivesse gostado e se oferecia para qualquer um da seita como a putinha safada que era.
Devia ser um bom depósito de porra, afinal que importância um Pico como An Ding teria para uma seita tão poderosa quanto Cang Qiong? Ele deveria servir só para isso e fazia muito bem.
Senhor Qing perdia-se nas fantasias enquanto o imortal montava-o com afinco, o som das peles úmidas colidindo preenchiam o cômodo tal qual a fumaça do incenso inebriante. O lorde imortal apoiou as mãos nos travesseiros para não cair e aumentou o ritmo.
O homem fechou os olhos e suas unhas cravaram-se ainda mais na carne do imortal que gemia junto consigo cada vez mais alto. A cama batia contra a parede sem dó. As mãos do imortal deslizavam para o colchão entre os travesseiros pelo esforço e prazer.
Senhor Qing abriu os olhos para ver o rosto do lorde que voltou a apoiar os joelhos no colchão, mas Qing não ligava. Seu pau foi apertado ainda mais quando o imortal arqueou as costas para trás ajeitando a postura, o prazer lhe atingiu como um choque, gritaria, mas não conseguiu.
+++++ EXTREMA VIOLÊNCIA A SEGUIR! REPITO: EXTREMA VIOLÊNCIA! +++++
Não conseguia gritar, apesar de ter aberto a boca.
Nenhum som saiu.
Olhou para o imortal que continuava montando-o focado, ele segurava algo brilhante na mão.
Tentou gritar de novo, mas ao invés de palavras o que saiu foi uma golfada de sangue. Primeiro pelo corte na garganta e depois pela boca.
O líquido vermelho saía sem parar pelo corte deslizando pelo peito e manchando os lençóis, ele tentou estancar com as mãos, mas era inútil. O sangue era uma torrente incontrolável que molhava e respingava por todos os lugares.
Inclusive sobre o imortal que continuava cavalgando-o com um sorriso no rosto manchado, era impossível reconhecê-lo agora todo coberto de vermelho. Onde estavam as olheiras e o ar submisso?
Ou talvez aquele demônio encharcado de sangue de sorriso vermelho e lâmina na mão fosse ele de verdade.
Senhor Qing tentou afastá-lo de si para buscar ajuda de alguém, qualquer um, mas era impossível desgrudar o imortal que montava-o com ainda mais força e a cada movimento dele sua vida era gasta naqueles lençóis.
Por que ele não parava? Por quê?!
Seus gritos eram sufocados pelo próprio sangue, afogava-se e engasgava-se nele. Tudo era vermelho e a porta do quarto parecia tão distante. Esticou a mão para ela, mas o imortal capturou-a e pressionou-a contra o corte na garganta.
Queria lutar, queria gritar, queria tirar aquele louco de cima de si.
Mas todo seu corpo perdia a força aos poucos e a consciência desaparecia aos poucos. Tudo escurecia.
Sentiu algo a mais sair de dentro de si antes da última dose de sangue.
Shang Qinghua viu o brilho desaparecer dos olhos daquele homem, mas só saiu de cima dele quando teve certeza que as bolas deles estavam tão vazias quanto as artérias. O jato branco veio junto do último jato vermelho que terminou de sujar seu peito.
Estava sendo controlado e dominado por Mobei-Jun e Linguang-Jun, não havia espaço para uma terceira pessoa. Ainda mais alguém que se achava muito inteligente para chantageá-lo, mas não viu problema em encontrar-se em um lugar isolado e sozinho sem avisar ninguém. Homens poderosos consideravam-se mesmo acima de tudo e de todos.
O maior problema do malandro é achar que ele é único esperto quando sai de casa.
Seu plano saiu melhor do que o esperado.
O imortal desencaixou-se do homem, cobriu-se com os robes e andou até o grande armário. Destrancou as portas.
— Você pode se virar agora — Shang Qinghua falou gentilmente para a criança de rua lá dentro. — Lembra do nosso acordo?
***
— Quem diria que o bem sucedido Senhor Qing na verdade era um pervertido com interesse em crianças? — O líder de uma seita menor falou ao receber Shang Qinghua na sua seita.
— Há monstros em todos os lugares — Shang Qinghua bebericou o chá servido.
— O que será que aconteceu com a pobre criança que teve que se defender matando esse monstro?
— Dizem que fugiu — Shang Qinghua disse desinteressado no assunto e então acenou para o seu mais novo discípulo trazer mais bolinhos de feijão.
— As cartas que encontraram na casa dele sobre ele descrevendo os próprios atos lascivos eram horríveis. O lorde viu-as?
— Esses assuntos me causam calafrios. Não lido bem com essas coisas, você sabe. — Um calafrio percorreu sua espinha fazendo tremer o corpo todo.
— Quem será que assumirá os negócios dele? Ele não tem filhos ou parentes vivos. Não é a Montanha Cang Qiong quem protege a cidade?
Shang Qinghua abaixou a xícara.
— Por que não falamos dos nossos negócios? — O senhor do Pico An Ding esticou a mão pedindo gentilmente os cadernos contábeis para seu discípulo.
— Você nunca esquece uma dívida, não é? — O líder riu. — Quem é esse rapaz? Ele é diferente do anterior.
— É o meu novo discípulo — Shang Qinghua falou. — O irmão mais novo dele também entrou na minha seita recentemente para se recuperar de uma doença.
— A Seita da Montanha Cang Qiong realmente é muito generosa.
Shang Qinghua olhou para seu mais novo discípulo e sorriu ao dizer:
— O Pico An Ding sempre enxerga o potencial de todos, não importa de onde vieram.
Surpresos que depois de dois meses eu voltei? Eu ando bem ocupado(a), mas sempre volto! Além do que estou escrevendo essa fic e uma novel original, O Ex-Luar Branco Dá Uma Virada!, tá lá no meu perfil, é só checar a pura gritaria, intriga e confusão que é essa novel.
Para quem não entendeu, o Shang Qinghua matou o cara que queria lhe chantagear, fez uma criança assumir a culpa pelo assassinato como se ela estivesse se defendendo do homem que seria um pervertido infantil na versão que eles ensaiaram além de implantar provas falsas comprovando como as cartas que o líder da seita menor falou que foram achadas, então ajudou a criança a desaparecer e aceitou ela e o irmão doente no Pico An Ding sobre outros nomes.
Estou explicando para ninguém se confundir.
Adoro escrever o Shang Qinghua original psicopata. O que acham dele?
Gostaram do capítulo? Deixem seus comentários, teorias, críticas e elogios!
Obrigado por lerem!
Bjinhus!
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