The secret of the Fox


"O segredo da raposa.

Antigo mistério.

Em algum lugar no fundo da floresta.

Eu sei que você está se escondendo "

Ylvis.

Dezoito de setembro de 1888, terça-feira (noite) "...?" Inglaterra.

- Veja bem, e a Rainha Louca tinha um dragão. E o dragão era "quase" invencível. Quase... Ele tinha um ponto fraco. E podes me dizer qual era dragão? – Ela olha para Cain. – O que houve, eu calei a boca das crianças? Vamos! Diga-me qual era o ponto fraco do dragão?

- Eu não estou entendendo... – Cain diz exasperado. – Jaguadarte...?

- Acho que a senhorita foi muito rápido, milady. São apenas crianças...

- O que seria um "Jaguadarte"? – Parece que ele aceitou isso.

Matthew o censura com o olhar, dou um mínimo sorriso, ele estava tentando defender o Cain, pobrezinho.

- É um dragão. Um belo dragão. E é você! Você servia a Rainha de Copas, isso é tão bonito. Você era tão fiel a sua Rainha que se tornou seu irmão aqui só para permanecer ao seu lado.

Agora ele me olha intrigado. Seu olhar superior me diz o que ele está pensando. "Eu servir a você?".

- E o que aconteceu com a Rainha de Copas e o Jaguadarte? – Ele pergunta se voltando para Fox.

- Eles foram mortos. Por ele... – Então ela estremece. – Ele é quem domina a espada Vorpal, ele é seu dono.

- Quem é ele...? – Cain continua, bem, eu acho que não consigo mais falar. Estou com medo demais pra isso.

- Ele é Abel. Ele é seu irmão.

XXX

Agora me sinto pior, Cain empalidece com essas palavras, acho melhor começar a acreditar que isso não é um sonho. Ele se remexe na cadeira, deve estar pensando, ou confuso demais.

- Eu não tenho irmão. Apenas a Lilith, e eu não sou o Caim da bíblia.

- Pequeno você nunca soube, mas você tinha um irmão gêmeo. Pobre criança morreu assim que nasceu, morreu pela ambição de Oscar.

 Oscar? M-meu pai? Como meu pai matou meu irmão? Aliás, eu tinha outro irmão? Agora imagino dois Cains, que horrível seria isso...

- Por que meu irmão morreu, e porque pela ambição do meu pai?

- Hu, nunca se questionou pela razão de seu nome? – Cain nega. E ela sorri largamente. – Quando os gêmeos nasceram um deles estava morto. "Caim matou Abel!" Foi isso que disseram, e assim surgiu...

- Por que meu irmão morreu pela ambição do meu pai?! – Cain grita batendo na mesa e se pondo de pé.

- Apressado, não achas? Mas eu te digo, Oscar era um de nós.

- Meu pai era um Nonsense? – Indago, finalmente recuperando a voz.

- Sim, Oscar era um de nós, ele foi meu predecessor, ele chefiava a Nonsense. E ele sabia sobre a Rainha, o Jaguadarte e a espada Vorpal... Após uma guerra insana, entre a Rainha e Alice, por Wonderland a rainha foi morta, assim como seu Jaguadarte. Com medo de seu retorno, Alice aprisionou suas almas em forma de gemas preciosas, e para não ter o eventual infortúnio de vir a encontrá-los novamente as lançou para fora de seu castelo sem se importar. Que ironia. A Rainha teve a cabeça cortada, sabia?

- Mas... Meu pai... – Cain diz com um arfar que eu nunca o tinha visto fazer... Era um som de extremo desespero. – Não, isso é mentira.

- Deixe-me explicar melhor! – Marcel sorri. – O seu pai era nosso antigo chefe. Não que eu gostasse dele, mas era. Ele sabia sobre a história da Rainha de copas e seu Jaguadarte terem sido mortos e aprisionados em gemas preciosas, porém há um detalhe que a Fox se esqueceu...

- Me esqueci? – Ela indaga indignada. – Do quê?

- Esqueceu de falar sobre o porquê de Abel ter nascido morto. E deixem que eu diga isso. – Matthew diz aos outros dois. – Assim como o Dragão e a Rainha foram aprisionados em jóias, Alice resolveu matar e aprisionar a "espada Vorpal" que era assim que chamavam a espada e seu portador, pois ela tinha medo de futuras traições, se bem que, ela o traiu ao matá-lo...

- Alice trai até seus aliados, eu não faço nada disso! Sou honesta nesse ponto! – Fox diz convencida. – Minha vez! E essa gema coincidentemente caiu na Terra, e nós a encontramos! Porém nós não devíamos usá-la a nosso favor, apenas guardá-la a seu portador original, que quando estivesse preparado sofreria as consequências de retornar a sua forma original.

- Mas Oscar não obedeceu à regra, substituindo a jóia original, ele a levou até Michaella. Dando-a como um presente qualquer, mas como Fox disse a jóia só poderia ser entregue ao seu dono no momento em que esse estivesse preparado. E veja a jóia correspondia a um dos gêmeos que Michaella esperava, porém sua alma não estava preparada e assim foi sugada pela força da gema. E retornou a seu lugar de origem. – Marcel sorri sinistramente ao final.

XXX

Michaella... É tão estranho ouvir esse nome depois de nove anos, minha mãe. Nós nunca mais citamos seu nome entre nós. Mas agora que estou ouvindo isso noto como nosso pai era crápula, dar a alma de seu filho para... Para... 

- E para que a gema fundida ao seu portador serviria? – Indago.

- Ora, daria muito poder aquele que o dominasse, veja bem, se você quisesse dominar um país, ele seria muito mais eficiente que uma arma, mas eu não acabei. Logo Abel retornou a...

- Wonderland! – Matthew grita triunfante. – E Alice percebeu a real consequência de seu ato irracional, e passou a querer coletar as gemas e matar seus donos... E é aí que os senhores entram! Como o outro gêmeo fazia par com a espada Vorpal, não seria ninguém menos que o Jaguadarte. E um ano depois nasceria a Rainha de Copas.

- E vejamos nós tínhamos o dever de proteger essas praguinhas! Sendo filhos de nosso chefe! Porém a Wonderland passou a interferir em nosso mundo e percebemos que não bastava apenas "protegê-los" tínhamos também que proteger o reino. O mundo...     

- E Oscar infelizmente nos deixou. Fazendo-me assumir em tempos caóticos o poder, logo solicitamos a Jaken que recebesse a guarda das crianças e vejam onde estão!

Respiro pesadamente após tantas informações, meu pai, meu irmão, minha mãe... E eu? Tudo isso nos envolvendo em uma trama desgraçada e sem fim. E acima de tudo estou em frente a essa trindade... Trindade Profana! E isso que define esses diabos que estão aqui! Eu... Quero ir pra casa.

Queria ter um lugar pra onde fugir, pra onde se refugiar, ter alguém para me amparar... Socorro! Eu estou morrendo em meu próprio desespero! Alguém me ajuda...?

- Onde meu irmão foi parar...? – Cain sussurra.

- Já dissemos! Retornou a Wonderland! E nós não sabemos o que aconteceu a ele depois desse incidente. – Fox diz calma.

- Provavelmente... – Marcel começa e depois dirige seu olhar a Cheshire. – Você sabe de alguma coisa.

- Sei...? – Cheshire some e apenas seu sorriso permanece. – Sei...

- Então diga! – Cain esbraveja.

- Abel é um garoto impulsivo. – Ele vira de cabeça para baixo. – Em muito se parece com o Conde. – Logo está sorrindo mais uma vez. – Porém é totalmente diferente.

- Isso não faz sentido! – Cain tenta debater.

- Nada aqui faz sentido... – Ele ri. – Little count.

- Milady... Eu desejo encontrá-lo! – Cain diz retomando o tom normal de sua voz. – Eu irei cooperar com tudo que os senhores propuserem a mim. Eu farei tudo para me encontrar com... Abel.

- Hu... Caim está querendo se redimir com Abel? Ora, filho de Deus. Por acaso quer retornar ao paraíso? Será que Deus o perdoará? – Marcel diz rindo. – Ou você só quer levá-lo ao campo?

- Calado! Deus sempre... – Cain para e hesita. – Deus sempre perdoa os pecadores. E eu nunca faria isso... Jamais o mataria...

- "Que fizestes?! Ouço o sangue de teu irmão clamar por mim. Agora és maldito e expulso do solo fértil, que negará a ti teus frutos." Oh Cain, filho de Deus. Nobre Cain... – Marcel diz com uma mesura.

Vejo Cain respirar pesadamente, deve estar irritadíssimo! Eu também estou, já que esse maldito não cansa de caçoar de nós. Primeiro nos engana na cara dura e esconde várias coisas importantes de nós.

- Caim... Matou Abel? – Meredianna indaga – Mas Abel não está morto, ele vive em Caim. Eles são reflexos, pois todos os gêmeos são reflexos uns dos outros! – Depois ela para com um olhar vago. – Cai... m?

- Sim, Meredianna está certa. Embora isso tenha sido um lapso de inteligência que cruzou sua mente inútil. – Yue diz gargalhando.

- Ouse insultar Meredianna novamente, e garanto que suas orelhas felpudas serão brutalmente arrancadas. – Marcel diz se virando.

 Yue abaixa suas orelhas felpudas de loba e gane enquanto se esconde na sombra, ugh às vezes ele assusta muito. Mas eu, acho que ele não poderá fazer isso na frente da "chefia". Agora Fox está olhando pela janela, pensativa. Depois de muito pensar ela diz:

- Vão embora, loucos. – Ela diz prontamente. – Marcel e Matthew ficam.

- Eu exijo explicações! Não quero sair daqui sem entender nada! – Cain se agita também, ele quer saber mais coisas, nós temos esse direito!

- Conversaremos. Depois que tomarmos uma decisão, diremos a vocês. – Fox diz impassível. – Se nós quisermos claro.

 Consinto e me encaminho para a porta. Viro-me e Cain me encara indignado, mas não tenho como contradizê-la, ela é a chefe, por mais louca que seja ainda é a chefe. Grande parte da Nonsense já saiu. Apenas Bankotsu e Chevonne nos esperam, hesito. Onde sairei se pisar aqui? Então Chevonne me dá sua mão. Acho que terei de confiar nessas pessoas, para meu bem. Seguro sua mão e escuto o som da cadeira sendo afastada e Cain atravessa a porta sem me olhar.

XXX

Caminhamos em silêncio até chegarmos à sala de jantar. Onde Barbary estava dormindo tranquilamente sob a mesa. Essas pessoas me assustam. Como fizeram isso? Sento-me ao seu lado, e assim que faço isso ela desperta. Piscando pesadamente os cílios claros ela olha em nossa direção e pergunta:

- O que aconteceu? – Logo em seguida nota Cain, e cora.

- A senhorita dormiu, deve estar cansada, vá se deitar. Seu noivo e a Little Lady a levarão a seus aposentos.

Ela consente se levanta e para prontamente ao nosso lado. Bem, Cain deve estar muito irritado, ou intrigado. Por isso nem lhe deu o braço, muito menos fez nenhum sinal afetivo. Apenas caminhou. Enquanto nós duas o seguíamos. Ele conhece a casa melhor do que eu.         

- L–lorde Cain... – Ela diz timidamente. – Quantos anos o senhor tem?

- Treze. – Ele responde secamente.

- Ah... E-eu tenho 14. O senhor g-gosta de bonecas? A Devonne gostou do senhor. – Ela diz mostrando a boneca. Ah ela é a Devonne?

- Tenho um Mr. Punch. Ele pode gostar da Cevone.

- Devonne! – Ela diz com uma voz mais irritada. Então Cain para e se vira para ela. – O nome da minha boneca é Devonne, não Cevone.

- Desculpe, não havia prestado atenção. – Ele olha pela janela. – Por favor, senhorita Barbary, onde estamos?

- Hã? Em Londres! – Ela diz olhando pela janela. – Como o senhor se esqueceu disso?

  - Eu estou cansado, e com dor de cabeça, se possível não diga nada perto de mim. – Ele pousa sua mão sobre a cabeça. – Lilith, eu preciso... Que você faça um favor para mim.

- O quê? Eu não sou sua empregada, e "favor"? Está se rebaixando a esse nível? "Oh Nobre Cain..." – Imito Marcel.

- PARE! – Me assusto com o grito. – Não ouse zombar de meu noivo dessa forma. Lilith...

Por que ela me assusta assim? Deus! Essa menina é medonha! Cain a olha com um brilho estranho no olhar, ele está meio alucinado?

- Barbary...? A senhorita atenderia todo e qualquer pedido meu?

- Sempre, Lorde Cain. – Estou na frente de um casal de demônios. E esse olhar dela é igual ao dele.

- Estou muito feliz em ouvir isso... Mas esse pedido eu só posso conceber a Lilith, já que é um pedido de "irmão para irmão".

Após a última frase ele faz um sinal com a cabeça. Abel... Ele quer que eu faça algo a respeito do que falamos hoje. N-não vou investigar a Fox! Não ouso me aproximar daquela criatura demente! Eu não vou, nunca mais, chegar a uma porta daqui e falar "me leve a..." Vou ficar quietinha e me impor em meu lugar!

- Não posso atender a esse pedido, mesmo não sabendo do que se trata. Meu irmão. – Digo desviando o olhar.

- Preciso conversar. – Ele diz secamente. – Senhorita Barbary, por favor, vá a seu quarto. Eu nem ao menos sei onde ele fica e...

- Eu a levarei. Se quiser conversar, espere até que eu cumpra nossa ordem, imponha-se em seu lugar. Somos meros peões nesse jogo.

- Não... Eu sou um rei, mas se a senhorita se satisfaz em ser apenas peão, em vez de uma rainha, não direi mais nada.

- Me faça ser sua rainha Lorde Cain? – Barbary diz de uma forma assustadora e sedutora também.

- Minha rainha? Desculpe, mas esse jogo apenas nós podemos jogar.

Quando ela se prepara para retrucar, Cain lhe estende a mão de uma forma ameaçadora e a silencia pousando um dedo em seus lábios. Ela é louca, agora isso é comprovado! Nem o conhece direito e vem dizendo que atenderá todos seus pedidos. Completamente louca! E Cain também sabe disso, mas sei que ele se aproveitara desse detalhe...  

Mas não nesse momento, agora ele quer uma peça que possa lhe trazer a vitória, pois um peão será facilmente eliminado nesse jogo. Ele quer uma peça melhor, uma rainha para combater um cavalo. Porém eu acredito que esse seja um jogo de cartas, não de xadrez...    

- Leve-me a meu quarto, então? – Barbary diz secamente.

- Sim, senhorita Barbary. – Cain diz igualmente impassível.

- Barbie. Pode me chamar de Barbie, Lorde Cain.

- Tudo bem, senhorita Barbary.

XXX

Os dois caminham em frente enquanto eu os sigo a certa distância. Não quero conversar, não quero ficar a sós com o Cain, e se eu for o próximo Abel...?

Lembro-me quando eu tinha cinco anos, a empregada nova era uma senhora religiosa, quando eu disse que o nome de meu irmão era Cain, ela retirou uma bíblia da bolsa e leu um trecho dela para mim, e depois disse:

"Caim matou seu irmão Abel por ódio, Abel era o preferido de Deus, Caim não suportou isso, o ódio o cegou e ele enganou e matou Abel. Logo após foi descoberto por Deus e expulso do paraíso..."

Eu fiquei assustada com tudo aquilo. Caim matou seu irmão porque ele era o preferido de Deus.

Mas Deus não ama igualmente a todos?

Fiquei tão pasmada! E então eu pensei: "Se eles eram irmão não deveriam sentir inveja um do outro! Meu irmão Cain nunca fará isso comigo! Nunca!"

E após um mês Cain retornou de sua public school. Notavelmente não era mais o mesmo. Seu olhar frio me encarava de cima a baixo, me matando aos poucos. Seu sorriso que eu tanto amava havia desaparecido. Não falava mais, não cantava mais, não era mais o mesmo. O meu Cain havia me deixado, assim como minha mãe. Todos sempre me deixam...

E agora mais essa eu tenho um novo irmão, que me deixou antes mesmo de nascer, mas ainda está vivo... Engulo em seco, o que será que aconteceu a ele em Wonderland? Estou tão imersa em meus pensamentos que só saio deles quando Cain diz:

- Aqui está bom, há um quarto próximo do nosso, deve ser o seu.

- Obrigada, lorde Cain. – Barbie diz e logo em seguida bate a porta do quarto. – E escória, não venha me incomodar! 

- Escória? Quem você pensa que é loirinha? – Quando vou socar a porta Cain me impede.

- A senhorita não é uma criança mimada, pare com isso Little Lady.

Resmungo e ele solta minha mão. Aí...! Está doendo e vermelha, ele deve estar irritado! Eu não quero ir para meu quarto... Cain se vira e abre a porta bruscamente. Não devo segui-lo.

- Não vai vir? – Ele diz de costas. – Terei que obrigá-la a me seguir então?

- Não... Meu irmão. – Sussurro, receosa.

- Obrigado. – Então ele bate a porta.

Seguro a maçaneta e entro, que estranho, o quarto está frio. Cain já estava sentado em sua cama, quando bati a porta a minhas costas ele sorriu... E foi o sorriso mais assustador que eu já vi em toda minha vida.

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Lembrete: Olá, venho lhe lembrar que semana que vem, ao invés da Little Lady, teremos Cain como narrador. Vai ser um pouco confuso no começo, mas, creio eu, que logo você se habituará a ele, findarei aqui a mensagem, e desde já, obrigada!!! =)

 

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