Seven times

Água benta não pode te ajudar

Eu vim para incendiar o seu reino

Rios e lagos não podem apagar o fogo

Eu vou aumentar as apostas, vou expulsar você a fogo

Sete demônios ao meu redor

Sete demônios na minha casa

Eles estavam lá quando acordei essa manhã

Estarei morta antes de o dia acabar

Florence and the machine

Engulo em seco, minha garganta queima, mas não tanto quanto minhas costas, Abel aperta os olhos e Lilith sorri, inclino minha cabeça e respiro fundo.

As asas pesam... Estico um braço, e forço-me a abrir uma asa, isso é estranho, é como ter mais braços, estico-as e as abaixo. Não sei como controlar os ases, não sei como controlar essas asas... Jared está ao meu lado agora, mas Rose nunca me obedecerá, estamos empatados, já que Lilith é apenas uma incógnita. Fecho a cara e olho para Abel, posso ver através dele, não uma cópia minha, um homem de cabelos brancos e olhos de duas cores. Ele corre em minha direção, a espada em punho.

Meus pés não se movem como eu quero, cruzo os braços acima da cabeça e espero o golpe, mas ele não me alcança. Abro os olhos e vejo a redoma negra ao meu redor, até que essas asas servem para alguma coisa, forço-me a abaixá-las, Bell me encara com ódio, sorrio.

- O que você tinha dito mesmo? – Provoco.

- PRO INFERNO!!!

As chamas dançam pintando toda a cena de vermelho, minha visão não está como antes, parece que tudo está mais vivo aos meus olhos, uma nova percepção do que eu via. Abro as mãos, as garras negras se curvam para dentro de minhas palmas, um monstro como ele, foi isso que esse pacto me deu.

Jogo meu peso para frente e me lanço contra Abel, às garras prontas para acertá-lo em qualquer ponto. Ele desvia, empurro uma asa em sua direção e o acerto nas costas, sorrio, são membros a mais afinal, basta usá-los ao meu favor.

Bell ergue sua espada e se lança sobre mim novamente, mas ele recua um passo e grita estridentemente apertando as mãos contra a cabeça, está perdendo o controle, deve estar muito pior do que eu, uma pobre alma sem sentido, ele enterra o rosto nas mãos e as chamas aumentam.

- Não me deixem sozinho. – Ele choraminga soluçando. – Não me... Me deixem... Como o papai. – Ele ergue seu rosto e sorri. – Um dois...

Consigo ouvi-lo rindo de mim no fundo da minha mente, eu não vou ser como você Jaguadarte, eu vou vencer. Me lanço sobre Abel novamente, ele arregala seus olhos e grita, aperto sua garganta entre os dedos e sorrio quando o escuto engasgar...

Mas um grito agudo me tira o foco, solto Abel que desaba no chão. Olho para trás e vejo Lilith caída, a arma em punho, Rose vem para cima dela com o facão em mãos, Jared se lança sobre Rose e desvia seu ataque, respiro um pouco aliviado.

- Eu ou ela, escolha Cain!!!

Volto a olhar para frente, e recuo, mas não rápido o suficiente, um pequeno corte rasga meu pescoço... Aperto os olhos e o sorriso de Abel se alarga distorcidamente.

- Cortem-lhe a cabeça. – Bell sussurra.

Lanço-me sobre ele, com uma mão seguro sua espada e com a outra, enterro minhas unhas em seus olhos, Bell urra de dor. Sorrio e retiro as garras de seus olhos, vendo lágrimas de sangue escorrerem de seus olhos.

Jogo-o contra o chão, a força da queda o faz gritar, eu já vi essa cena antes... Arregalo meus olhos, é tão real que quase acredito que eu vivi isso.

Chamas. Estou em um círculo de cartas, elas batem com espadas contra seus escudos, é um círculo da morte, correntes prendem meus braços, e ele sorri erguendo a espada, até eu o lançar contra o chão.

Deixo uma risada histérica escapar e piso contra seu peito e faço força, até sentir seus ossos se partirem, Abel grita de dor seu braço se estica e ele segura a espada, recuo um passo por diversão, revide, ou essa luta não vai ter graça.

Bell se apoia nos cotovelos, inclino-me para frente, consigo sentir sua pulsação, seu coração fraco, quero rasgar sua garganta... Respiro fundo, ele passa as costas da mão nos olhos e limpa o sangue, encaro suas pupilas multicores avermelhadas, como...?

- Eu não morro em seu mundo! – Bell sorri distorcidamente. – Enquanto estiver aqui tudo o que você fizer será em vão.

Não morre... Arregalo meus olhos.

- Morre sim... – Abel estanca. – Assim como eu vendi minha alma, você fez o mesmo com a sua. Você também tem uma joia...

Sorrio, Abel é como eu, sua alma está presa dentro de uma joia, mas onde essa joia pode estar? Recuo um passo, minha cabeça gira. A mesma lembrança volta a brilhar em minha mente.

- Arranque-a de mim então. – Ele ri e ergue as sobrancelhas.

Um homem de cabelos brancos deitado de bruços, em suas costas um estranho padrão de tatuagens, e no meio de sua coluna um círculo tatuado, como uma moldura de um espelho, esperando por seu reflexo.

Abel corre e salta, a espada brilha, fecho as asas sobre o corpo, mas dessa vez consigo sentir o choque e o corte se abrindo, recuo e encaro-o nos olhos, Vorpal me ataca de novo, recuo um passo, não posso recuar, mostro os dentes para ele e me jogo o derrubando no chão, pressiono sua garganta com uma mão e ergo a outra para dilacerá-lo...

Perco o fôlego e olho para sua espada atravessando meu abdômen...

Afrouxo o aperto e engulo em seco, ele não pode me matar de novo... Mas a dor é a mesma. Abel se joga sobre meu corpo, arregalo meus olhos.

Cortem-lhe a cabeça...

A mesma cena de novo não. Arranho Abel sobre os olhos, ele grita e recua apoio-me em uma mão e abraço meu corpo com a outra, sete vezes, pois o punirei sete vezes.

Abel engasga e se abaixa de quatro, sangue escorre por entre sua armadura, sorrio, ele ergue o rosto em uma expressão de ódio, se pondo em pé, sua espada é erguida em uma pose defensiva, ele não corre mais, apenas espera que eu me levante. Recuo, meus joelhos tremem, apoio as mãos no chão e me levanto oscilante.

Abel recua, as chamas lançam sombras em seus olhos demoníacos, sorrio, ele segura a espada em frente ao corpo e anda em volta de mim, ando na direção contrária.

O primeiro passo vai iniciar uma guerra, e eu vou vencê-la.

Corro em sua direção, as mãos abertas, cada borrão em sua forma me diz onde atacá-lo, onde acertar, onde vou dar fim a sua vida. A joia amarela está em suas costas, no meio dela, como um coração doente.

Estico os dedos, Abel abaixa a lâmina em direção a minha mão, recuo, ele sorri e se lança sobre mim, desvio da lâmina outra vez, mas ela passa perto, abaixo-me e sou atingido por um chute.

Perco o ar e caio de joelhos, Abel me acerta uma cotovelada na nuca, o mundo todo gira ao meu redor e me apoio nas mãos.

Meus cabelos são puxados para trás e minha cabeça erguida.

- Um, dois! E dois, um! A lâmina espessa. Cortou navalhando sua espada vorpal! Deixou-lhe o cadáver e trouxe a cabeça... – Bell ri, engulo em seco a lâmina de sua espada pressiona minha garganta. – Já sabe o final, não é mesmo?

- Que fizeste...? – Murmuro, Abel se cala. – Ouço o sangue de teu irmão clamar por mim... – Sorrio. – Agora és maldito e expulso do paraíso.

- Não é esse o final... Não é esse... NÃO É ESSE O FINAL!!!

Gargalho. Mentes fracas se quebram facilmente, como um espelho. O aperto em meus cabelos desaparece, estico as asas e empurro aquele corpo frágil contra o chão, Bell segura à lâmina em frente ao corpo. Ergo a mão acima da cabeça, frágil como uma pequena rosa branca manchada de sangue... Congelo.

Minha visão se turva, não vejo mais um garoto, vejo um homem, seus olhos bicolores se arregalam, foi assim que ele perdeu a última vez...

Abro os dedos que prendem sua garganta, ele respira lentamente, os olhos assustados como um animal indefeso, eu já vi esse olhar... Eu sei o que ele quer que eu pense... Eu sei que já cometi esse erro antes.

- Você não quer isso. – Abel sussurra. – Você quer que seja diferente dessa vez. Eu sei que quer... – Ele gargalha insanamente.

Cerro as pálpebras e enterro meu rosto em seu pescoço, Abel passa as mãos por minhas costas, ele me abraça, um abraço carinhoso, respiro fundo, eu quero que seja diferente? Viver ao lado desse insano e depois o que? Matar Alice? Deserdar Vitória? Eu não quero isso.

Eu quero erguer meu reino com minhas forças, eu não preciso de sua ajuda, eu não preciso de ninguém além de mim mesmo.

Cravo meus dentes no pescoço exposto de Abel e fecho as mãos sobre seus ombros finos sentindo-as se esquentarem com o sangue, esse é o meu reino, e o único que sairá de pé daqui sou eu.

Abel grita estridentemente, sorrio e consigo sentir sua pele cedendo quando ergo meu rosto cheio de sangue, cuspo o pedaço que arranquei dele e meu sorriso se alarga.

- Quem você disse que ia perder mesmo? – Ergo as sobrancelhas. – "Pois punirei sete vezes todo e qualquer que o atacar", acho que isso vale mais do que um poema...

Escuto um grito agudo me tirar de todos meus pensamentos, quando ergo o rosto o mundo escurece a minha volta e a única coisa que sinto são dedos me estrangulando quando um sorriso flutuante brilha fantasmagoricamente para mim.

xxx

Contagem regressiva ...

Aqui no watt, TR consta com 57 capítulos, mas no meu arquivo está em 47, (lembrando que aqui teve vários recados, capítulos extras, etc) então... É isso minha gente, The Ripper termina oficialmente com 50 capítulos, 60 no caso do watt. 

Temos mais 3 capítulos+epílogo pra terminar essa história, eu sinceramente espero conseguir satisfazer a todos,  eu prometo me esforçar ao máximo e vamos conseguir. 

Façam suas apostas, escolham seu lado e não mudem, ou mudem, nunca sabemos quando podemos ir para o outro lado. 

Eu amo muito cada um que me acompanhou e agradeço de todo meu coração. 

Beijos e até a próxima -3- 


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