My fair lady

 "O que vejo, o que sou e suponho será apenas um sonho num sonho?"

Edgar Allan Poe.

Vinte de setembro de 1888, quinta-feira (manhã). "...?" Inglaterra.

Por quê? Por que eu chorei? Por que me senti tão fraca... Maldito! Ele me estrangula, grita comigo e me maltrata. Depois diz me amar, me abraça, e beija minha mão. Ele sinceramente acha que eu acreditei naquela encenação? Eu sei quem ele é, eu sei o que ele quer de mim, e acima de tudo, eu sei do que ele é capaz. Meu irmão, eu tenho tanto medo de você, viro-me para senhorita Doll, pobrezinha não deve ter entendido nada do que se passou, quando vou voltar a conversar com ela escuto algo. A porta está se fechando?

Viro-me em tempo de ver a maçaneta se travar... Como? Logo em seguida Cheshire aparece, ah é ele.

- Bom dia, senhor Gato. – Digo calmamente.

- Bom dia senhoritas. – Ele diz sorrindo.

Ele caminha até mim, que estranho. Eu nunca senti medo dele antes, mas há algo ao seu redor, que está me assustando. Por que ele trancou a porta? Afasto-me instintivamente quando ele se aproxima.

- Está com medo de mim? – Ele sussurra.

- Eu chamo isso de precaução. – Digo sorrindo. – O que você quer?

- Onde foi parar o "senhor"? – Ele gargalha. Uma gargalhada alucinada que me causa calafrios. – Adoro suas frases. Adoro você.

Assusto-me com um barulho, Doll! Sua corda acabou e ela "dormiu". Não... Eu estava mais segura com ela aqui. Olho em sua direção e grito:

- ABRA A PORTA!

- Nã na ni na não. Eu quero te contar um segredo... Segredos são secretos não? Deixemos a porta assim.

Antes que ele continue escuto algo, no andar de cima. Parece que alguém está gritando, isso não é bom. Ele também nota, e depois sorri satisfeito com algo. Em seguida diz:

- Ela seguiu minhas ordens... – Olho-o intrigada. – Oh. Não estou falando comigo mesmo. Mas vamos ao segredo?

Novamente gritos, agora há alguém "sapateando" no teto? Ou se movendo muito rápido, não consigo ouvir direito, mas esses gritos parecem o nome de alguém.

- Diga logo o que quer dizer!

- Eu estava andando, e vi um lobo! O lobo queria uma ovelha, porém o pastor jamais abandonava suas ovelhas! Mas esse pastor tinha um irmão, o irmão invejava o pastor, e ele disse ao lobo: "Que o ajudaria se esse o ajudasse em algo". O lobo respondeu: "Não quero seguir suas ordens. Desejo me libertar". E o irmão do pastor disse: "Cansei de ti, deixe-me em paz". E isso é tudo!

- O quê...? Você é louco? Me fez ouvir essa droga e... – Mea...? Minha...? O que está gritando? – E por que trancou a porta? Isso não é nem um... – Ka-Mea-In? Ca... – Cain...?

- Não, isso não é um Cain!

"Mea culpa, mea maxima culpa. CAIM! CAIM! FILIUS DEI"

- MEU IRMÃO?! – Grito o empurrando.

Porém ele é mais rápido. E segura meu braço, o que ele está tramando? Tento me desvencilhar, mas ele é mais forte. O que ele quer? Por que está fazendo isso...? Sinto-me uma fraca!

- O que você...? – Não termino a frase, e tudo escurece.

XXX

Suor... Esse cheiro está tomando o ar, cheiro de ferrugem! Tento abrir os olhos, mas tenho medo. Com esforço abro meus olhos. E agora sei de onde vem o cheiro... De um corpo caído ao meu lado. Jaken! Me abaixo e seguro seu rosto em minhas mãos. Mas ele nem se mexe, meu toque não surtiu efeito, eu só estou observando, não posso interagir... Ele tosse e levanta o olhar, e um sorriso se manifesta em sua frente.

- Olá Jaken... Como o senhor está?

- Você? Vá embora, não venha me incomodar! Deixe-me morrer em paz!

- Shiuuuu! Não estou aqui para conflito. Vim para te dar um "último pedido". Sou bondoso não?

- Vá embora! – Ele engasga e tosse. – Eu já disse...!

- O senhor não vai morrer a Nonsense não o abandonara. Bem o desejo dela não é esse. Sabe? O senhor não viu sua pequena face ao saber do ocorrido. Pobre de sua pequena dama.

Essas são as memórias do Chessiê! E ele está as mostrando a mim... Ah Jaken. Você está sofrendo tanto assim?

- Minha pequena dama...? – Ele desvia o olhar. – Gato, você disse poder me conceder um último pedido?

- Yes sir!

- Diga a ela: "Que eu amo minha pequena dama. E que ela não venha atrás de mim, pois já não tenho mais salvação."

- Direi. Mas é só isso? – O sorriso flutua e fica de cabeça para baixo. – Não quer mesmo vê-la?

- Não! Minha pequena Lady não deve vir a este lugar horrível! Esse é meu verdadeiro desejo!

- Tudo bem, seu pedido será atendido.

XXX

Acordo em seus braços. Chess... E eu estava com medo de você. Ele sorri afetuosamente, que estranho. Ele não é assim.

- Obrigada.

- Não há de que. Eu sabia que se dissesse a senhorita não acreditaria, desculpe pela inconveniência.

- Não foi nada... Mas Chess, eu preciso vê-lo...!

- Shiu... Temo que nossa conversa se encerre por aqui, afinal Cain está desesperado lá fora... Mas hoje, a meia noite, me encontre em algum lugar que eu lhe conto tudo...

Cain...? O que houve com o Cain? Assusto-me, alguém bate na porta, Cheshire me solta e a abre.

- CAIN! – Grito ao vê-lo... Meu Deus! O que houve com ele?

Seu rosto está levemente arroxeado, e suas roupas rasgadas, e em sua mão há alguns fios de cabelo cor-de-rosa...

- Fui atacado... A insana da Meredianna que fez isso. – Ele desvia o olhar. – Não foi nada, Marcel disse que ela surta às vezes, que ela não estava em pleno controle de si mesma, mas tudo bem...

- O que o senhor fez para ela atacá-lo? Lorde Cain...?

- Nada do que se passe por essa sua mente doentia, Sir. Cheshire!

- Vejo que o veneno do senhor está mais potente... – Chess diz revirando os olhos e sorrindo desdenhosamente.

- Cheshire! Pare com isso! E meu irmão, você tem que cuidar desse olho antes que isso piore...

Ele repele meu toque, o que houve? Seus braços estão mordidos. E ele não está bem, parece que está segurando o choro... O que será que a Meredianna fez? Ela estava gritando algo, mas eu não consegui ouvir o que. Será que ele não gostou do que ouviu?

- Bem, irei deixá-los a sós, au revoir! Midnight, my fair lady!

Meia noite... Sim, eu o procurarei, para saber mais sobre o Jaken, e também sobre o país das Maravilhas. Mas no momento o que me importa é saber o que houve com essa praga! Chess some e nos deixa, enfim, sozinhos.

- Meu irmão... Pode me dizer o que houve? – Indago timidamente.

- Não! Deixe-me em paz! – Ele pousa uma mão sob o rosto. – Na verdade... Ajude-me com esses ferimentos?

Consinto sem mais nada dizer e vou ajudá-lo.

XXX

Quando termino os curativos ele se retira, o que a Meredianna fez com meu irmão, estou tão preocupada, mas deixa pra lá! Ele não quer minha ajuda mesmo! Viro-me para dar corda na Doll, porém o som da porta abrindo me faz congelar.

- Little Lady!

- Ah Bankotsu, não me assuste assim!

- DOLL! – Ele grita me ignorando. – Você estava aqui? Nunca mais me assuste assim querida!

- Fui eu que a trouxe aqui... Desculpe.

Ele para e me encara, parece que vai me dar uma bronca. Depois suspira e sorri, afagando meu rosto diz:

- Se a senhorita quiser brincar com a Doll, peça-me antes, ou senão eu vou enfartar se ela sumir de verdade.

- Tudo bem, eu peço da próxima vez.

- Tome... – Ele diz passando um cordão por meu pescoço e o fechando.

Passo os dedos pelo cordão até chegar a um pingente redondo e grande, seu interior é branco e no centro há uma mecha de cabelo negro, fazendo uma suntuosa volta em torno de um lindo M.

- Mamãe... – Sussurro contendo as lágrimas.

- Sim, essa joia memorial foi encomendada por seu pai após a morte da Michaella, é linda assim como ela. Assim como a senhorita também, Lady... Não contenha suas lágrimas, bem, não na minha frente. Sou seu pai agora, lembra-se?

Novamente ele sorri. Pouso minhas mãos em seu rosto e retiro o tapa-olhos, ele se assusta, mas deixa. Depois pisca pesadamente, deve ser estranho quando isso acontece.

- Você pode me fazer esquecer coisas que eu já vi?

- Posso... Vejamos. Quer esquecer que viu sua mãe ser assassinada? E que o culpado foi seu pai?

- Como o senhor...?

- Eu também vi a cena... Eu tinha onze anos, foi chocante também, você não se lembra de mim lá?

Lembrar dele? Forço minha mente ao máximo, mas eu tinha dois anos, dificilmente me lembrarei. Ele então sorri. Ah...

Lembro! A família reunida, o velório, um garotinho de olhos azuis e cabelos negros caindo sob os ombros, e ele estava acompanhado. A sua esquerda uma ruiva, ela era mais nova que ele. E a sua direita um rapaz. Os cabelos castanhos o sorriso falso...

- Vocês estavam lá! Jaken, você e a Doll! Mas você não viu a cena...

- Não vi, mas fui informado. Jaken havia acabado de se tornar um Nonsense, ele me disse tudo o que havia acontecido. Eu queria ser como ele naquela época. Por isso sempre o seguia.

- Seus olhos eram azuis...?

- Sim, eram. – Ele diz pousando uma mão sob os olhos. – Eu tinha lindos olhos azuis, não é verdade?

- Então como ficaram verdes? – Indago.

- Isso é segredo. Mas vamos esquecer isso não? E bem quanto ao pedido, eu não vou fazê-la esquecer isso. Afinal a dor faz parte dos seres humanos.

Depois ele se levantou pegou a Doll no colo e saiu. Ele estava lá, desde que eu não me lembro, ele estava lá. Jaken sempre me seguiu. Eu... Eu não posso abandoná-lo. Ele disse ao Chess que morreria, mas eu não vou deixar! Não mesmo! Desvio esses pensamentos de minha mente e olho o colar. Mãe. Desde quando meu pai tinha isso? Eu nunca o tinha visto antes, tão belo. Assim como a mamãe...

XXX

O cheiro úmido, a chuva caindo lá fora. O caixão negro tomando conta da sala, caminho timidamente, vejo eles. O mais velho sorri falsamente para mim, o do meio se afasta e se esconde sob as pernas do maior. A garota me mede com o olhar e não sorri. Sou erguida. O cheiro de sangue em suas vestes ainda é fresco, ele me apoia no caixão e diz:

"Vá. Lilith, diga adeus à mamãe."

XXX

Acordo arfando. Maldito. Ele fez com que essas memórias retornassem a tona a minha mente. Tsc, que horas são...? Procuro o relógio na mesa de cabeceira. A porcelana gasta e a bailarina em seu interior são horríveis. Onze e meia. Levanto-me e saio, sem que Cain me veja. Desde àquela hora ele sumiu, não fiz questão de procurá-lo, mas estava preocupada. Depois ele entrou no quarto e se deitou sem me direcionar nenhuma palavra.

Uf o corredor está frio, devia ter pegado um casaco, mas não vou voltar, posso acordá-lo se fizer isso. Para onde eu irei? Ele apenas me disse a meia noite, mas como vou encontrá-lo? Tropeço e seguro um jarro, quase o derrubando. Mas o som foi alto... E agora? Escuto uma porta abrir no exato momento em que me escondo atrás do pedestal em que o vaso estava.

- Devonne, você ouviu isso? – Meu sangue congela – Cain é o senhor?

Seus passos estão se aproximando, vou morrer...! Aperto-me a ponto de quase entrar na parede. Sua sombra para a poucos centímetros.

- Cain...? – Ela bate na porta. – Cain o senhor...?

Não vi o que aconteceu depois, mas só sei que a porta se abriu e a sombra dela sumiu. Aí não! Se ela acordá-lo ele vai ver que eu sumi... Sem me preocupar com o barulho corro para longe. Droga! Quando chego às escadas sou erguida pelo nada. De repente uma mão tapa minhas boca, impedindo meu grito.

- Está adiantada, não acha? Eu disse a meia noite... – Faço um muxoxo de indignação. – Vamos? Cain e sua noiva estão logo atrás de nós. Com licença.

Ele me joga sob os "ombros" sem nenhuma cerimônia. Essa cena deve ser muito engraçada. Eu flutuando no nada... De repente eles surgem no fim do corredor! Cain e Barbie... Contenho o impulso de gritar quando ele diz:

- Ela não está aqui... Droga! Deve estar lá embaixo, vamos logo!

Os dois passam correndo por nós. Eles não me viram! Estou invisível assim como o Chess! Aí que divertido! Espero o som dos passos dos dois sumirem e sussurro:

- Como o senhor faz isso?

- Ora, os loucos têm seus segredos. Vamos para um lugar seguro? Lady, a senhorita já viu a vista do telhado da casa?

Arfo de felicidade quando ele diz isso! Vou para o telhado! O telhado da casa Nonsense! Sorrio e me seguro bem nele, ah... Posso enxergá-lo novamente. Cheshire parece deslizar acima do chão, como se voasse. Isso é tão mágico... Não contenho uma risada enquanto ele flutua mais alto. Logo chegamos a um lugar que não sei onde é. E ele diz:

- Gárgulas, abram a janela. – Prontamente uma janela surge e se abre.

- É assim que eu faço para sair daqui...?

- Se desejar, a casa funciona por "comandos" ou spells. Basta dizer isso, e ter, digamos, um quê de "magicalidade". – Então ele ri.

- Essa palavra existe? – Ele nega sorrindo. – Bem, imaginei. Ah...

XXX

O ar gelado atinge meu rosto. Há quanto tempo que eu não saio daqui. Sorrio mais quando ele pula sob as telhas até chegar ao ponto mais alto daqui, ele me solta e se senta ao meu lado.

- Há quantos séculos a lady não respira ar puro?

- Não sei muitos... Chess aqui é tão lindo... – Digo olhando para baixo.

As luzes brilhando por toda cidade, os barcos ancorando, a lua refletindo no Tâmisa. Bem, Barbie estava certa, estamos em Londres. Para ser exata em East end, talvez Whitechapel? Ah essa cidade vagabunda me lembra dele.

- Chess! Onde está o Jaken?

- Em Wonderland, achei que você sabia. Posso tratá-la por "você" não?

- Sim, não sou como o Cain, não me importo com títulos. Mas... Chess, ele está vivo...? Diga-me que sim...

- Hu sim, ele ainda está vivo. Ainda...

- Por quê? Chess nós não temos como salvá-lo? Eu preciso...

- Shiuuuuu. – Ele disse pousando um dedo ameaçador em frente a meus lábios. – Ainda está vivo, mas eu não sei até quando. Alice é louca. Caso ela se zangue ele morrerá em um segundo. Sabe? Uma de suas regras que prevalece em Wonderland é a pena de decapitação.

- Não é minha regra! Mas me diga você e o Marcel não são muito diferentes. Então a Alice...

- Não. – Ele diz secamente. – Eu sou uma exceção. Já ela... Ela não é muito parecida com a raposa. Ao contrário, é quase um demônio.

- Mas... Você já me conhecia? – Indago corando.

- Sim, você era muito louca, majestade. Mudou demais. Já o Jaguadarte, continua com aquele "humor" infernal.

- Chess... Enquanto você esteve em Wonderland você...?

- Abel? – Me assusto como ele sabia? – Conheci-o, era como Cain, tanto na aparência quanto no mau gênio. Mas no que se diferenciam são os olhos. Abel tem um olho roxo e o outro verde, igual ao do Bankotsu.

- Igual ao do Bankotsu?!

- Sim, são belos olhos. Eu só o vi uma vez... Mas já foi o suficiente.

Ele gargalha, mas como Abel pode ter os olhos de duas cores? Isso não é impossível? Hu, ele tem a personalidade do Cain, dois Cains no mundo, que lugar horrível de se viver.

- Mas estamos aqui enrolando e nada! Diga-me e o Jaken?

- O pequeno coração da Lady se inclina demais por ele, não?

- CLARO QUE NÃO! – Grito corando. – Ele é meu tutor, meu tio. Chess... Eu gosto dele, mas não desse jeito, você me entende?! – Estou muito corada. – Hein?!

- Hn... Entendo. Talvez. Não sei.

- CHESHIRE! Esqueça isso que eu disse! Mas como vamos ajudá-lo?

- Você topa tudo o que eu disser?

- Tudo para salvá-lo! – Digo com convicção.

Chess então sorri, eu não o entendo. Olho em direção a sua mão e vejo meu colar! Como?! Ele o gira satisfeito entre os dedos.

- Primeiro: seu amado irmãozinho e a loba fedida estão tramando algo, bom, ele nem tanto, mas ela... Hu. E eu sei o que ela quer... É isso aqui!

- Minha joia memorial?!

- Não... Não essa. A joia da Rainha de copas. O Coração Escarlate não se encontra nesse mundo. Ele está lá, mas como só funcionará em você ela precisa de um álibi. Quem melhor que ele? Porém, Cain não está satisfeito com ela, seu plano não dará certo sem ele. Então primeiramente, faça-o não cair nas garras dela! Passe Cain para nosso lado, e seja rápida. O Valete está solto por aí, e bem... A vida do Jaken depende disso. Faça isso até semana que vem e eu devolvo o memorial! – Ele finaliza satisfeito.

- Não... Isso foi da minha mãe! E eu o recebi hoje. Eu...

- Consiga a meta e o prêmio será isso, quanto mais rápida melhor, se demorar além de perder a jóia também vai condenar o Jaken.

- Mas...

- Você disse que toparia tudo que eu pronunciasse, vai desonrar sua palavra?

- Não! Não irei. Espere-me que eu trarei Cain para nosso lado.

Não sei como... Mas vou tentar! Ele consente e sorri sinistramente, droga. Tenho mesmo que fazer isso por ele? Olho para baixo. Whitechapel... Eu disse que essa cidade miserável não era um lugar para mim, mas talvez no fim de tudo, ela seja aconchegante.

- Vamos descer? Está tarde e Cain está louco lá embaixo.

- Sim Chess... – Digo segurando sua mão enquanto voltamos para a casa.

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