Eu definitivamente não entendia porque não podíamos ficar no refeitório até comermos tudo o que quisermos, pra que ter hora para sair? Será que eles não percebem que isso é desperdício de comida? O que custava me dar mais um potinho de pudim?

- Any! Any! - ouvi alguém me chamar e senti meu corpo gelar por alguns segundos quando o Jimin passou -literalmente- por mim.

Por mais que ele seja um fantasma, eu ainda conseguia sentir a sua presença quando ele "atravessava" o meu corpo, era como sentir um frio repentino se alastrar em cada cantinho do meu corpo. Era uma sensação muito estranha, e eu sempre xingava o garoto quando ele fazia isso, mas ele parecia gostar de implicar comigo e fazia isso o tempo todo.

Literalmente, o tempo todo! Ainda lembro quando em uma das minhas aulas de adivinhação, eu estava tentando ler o "futuro" de uma colega quando ele simplesmente atravessou meu corpo me fazendo gritar "Desgraça! Inferno!", o que fez a pobre garota na minha frente chorar, achando que haveria desgraça na sua vida e que depois ela iria queimar no inferno.

- Jimin! Jimin! - repeti sem ânimo algum encarando o fantasma que fingia estar recuperando o fôlego, e olha que ele nem respira.

- Hoseok! Hoseok! - um garoto que passava ao nosso lado falou dando pulinhos deixando eu e o Jimin confusos - Desculpa, eu achei que fosse alguma brincadeira. - o garoto se curvou e continuou andando no corredor como se nada tivesse acontecido.

Okay...

- O que foi, Minnie? - perguntei continuando a andar pelo corredor enquanto o fantasma me seguia.

- Minnie? Garota, assim você vai acabar com toda minha pose de fantasma assustador!

- E desde quando você é assustador, Minnie? - debochei e senti meus cabelos voarem na minha cara quando ele fez uma ventania acertar meu rosto - Quanta maturidade.

- Eu vou fazer você engolir essas palavras quando eu puxar o seu pé de noite. - ele ameaçou engrossando a voz e eu revirei os olhos prendendo o meu cabelo para evitar que o fantasma pudesse bagunçar ele ainda mais.

- Que meda.

- Ai, eu não vim aqui para isso! - Jimin revirou os olhos, mas logo abriu um sorrisinho maroto, daqueles que sempre me deixa com uma pulga atrás da orelha.

- Por que está sorrindo desse jeito?

- Vai até a sala.

- Qual sala? - o encarei confusa. Será que ele se esqueceu que essa escola tem tipo, várias e várias salas?

- A sala de vocês. - ele piscou com aquele sorrisinho debochado e eu abri a boca em confusão.

- Mas... - antes que eu pudesse questionar o motivo para eu ir até a sala, o Jimin simplesmente evaporou do corredor.

Ainda meio confusa, eu fui em direção a sala que eu me encontrava com o Jungkook, estranhando o fato dele querer me encontrar justo agora, já que o campeonato começaria daqui a pouco. Assim que abri a sala, encontrei ela vazia, mas não demorou muito para eu sentir alguém me puxar com força para trás e ofeguei surpresa quando senti os lábios do Jungkook tocarem meu pescoço em um beijo quente e molhado.

- Já falei que você fica linda com o cabelo assim? - ele ditou em um tom malicioso distribuindo beijos pelo meu pescoço enquanto ainda continuava me abraçando por trás.

- Você não devia estar no campo? O campeonato começa daqui a pouco. - perguntei deixando um suspiro escapar quando ele mordiscou de leve o meu ombro, logo me virando com rapidez para sí, nos fazendo ficar cara à cara.

- Eu precisava ver você antes. - ele confessou abaixando seu rosto na minha direção para deixar um selar lento em meus lábios - Quero ir para o campo bem inspirado.

- Eu te inspiro, é? - perguntei risonha abraçando seus ombros sentindo seu aperto na minha cintura aumentar. Jeon Jungkook realmente vai me matar um dia com essa pegada que ele tem.

- Você é a minha melhor inspiração, mulher.

Deixei um sorriso largo surgir em meus lábios e sem tempo para enrolação, me inclinei na direção do Jungkook para beijar o garoto que eu amo. Senti ele sorrir entre o beijo o que quase me fez ofegar, era incrível a forma que ele conseguia me amolecer só com esse ato, Jungkook conseguia me fazer estremecer com cada toque que ele distribuía pela minha pele e ele parecia saber disso, tanto que não demorou muito para ele descer suas mãos para minhas coxas e me puxar para o seu colo, me fazendo entrelaçar minhas pernas em sua cintura.

Senti minhas costas baterem na parede enquanto ele me beijava com mais intensidade, mordiscando uma hora ou outra meus lábios, enquanto distribuía apertos por minhas coxas e bunda. Por mais gostoso que aquilo estava, eu percebi que o tinha que parar quando o garoto gemeu rouco e puxou meu quadril para baixo me fazendo sentir algo começar a despertar nele, e já que o campeonato logo começaria e ele não poderia subir na vassoura com o amiguinho dele daquele jeito, era melhor nós pararmos.

Me afastei dele o que fez o garoto resmungar e tentar me beijar de novo, mas apenas suspirei e sai do seu colo com a ajuda dele que mesmo emburrado, pareceu entender o porquê de eu ter parado o beijo.

- Eu amo você, Jungkook. - sussurrei atordoada encarando seus olhos.

- E eu amo você, bruxinha. - ele sussurrou também com um sorriso lindo nos lábios - E logo logo todos saberão disso.

- Você é um convencido. - ri o que fez o Jungkook sorrir e logo começar a me dar diversos selinhos rápidos.

- Eu... Tenho... Que... Ir. - ele falou entre os beijinhos e eu ri me afastando dele.

- Boa sorte. - deixei um último beijo em seus lábios e logo empurrei o garoto de leve para sair da sala.

- Eu te amo. - ele falou sem som e logo correu para fora.

(...)

Estava sentada nas primeiras arquibancadas, enquanto observava com atenção o jogo começar e as pessoas ao meu redor começarem a torcer. Eu sei que sendo irmã do Yoongi, eu tinha que torcer para a casa dele nesse jogo, mas ver o Jungkook ali tão lindo naquele uniforme, me fazia realmente repensar seriamente sobre qual time eu estava torcendo.

Yoongi e Jungkook são os Apanhadores de cada time, o que só aumentava ainda mais a rixa entre eles. Já perdi as contas de quantas vezes os dois se bateram só nesse primeiro tempo de partida, e a cada quase tombo que algum deles leva, meu coração erra uma batida. O ódio do meu irmão pelo Jeon era notável até mesmo na maior distância.

O que realmente me deixava com um pé atrás em "assumir" o Jungkook como meu namorado. Meu irmão provavelmente teria um infarto.

Vi o Yoongi e o Jungkook voarem rapidamente para cima atrás do pomo de ouro, sumindo da minha visão por entre as nuvens. De repente consegui ver o Yoongi voltar para o campo de quadribol, desistindo de voar ainda mais alto para caçar o pomo, o que apenas me preocupou, já que eu não conseguia ver aonde o Jungkook estava.

- Cadê você, Jeon? - sussurrei assustada tentando achar algum índice dele no céu, mas não havia nada, apenas nuvens e mais nuvens.

E foi aí que de repente eu vi seu corpo cair com velocidade causando gritos horrorizados dos demais alunos, gritei assustada, já procurando desesperadamente a minha varinha e observei com temor o professor Namjoon correr até o meio do campo e estender a varinha em direção ao Jeon e ditar algum feitiço, fazendo o corpo do Jeon parar no ar e voltar a descer devagar até o chão.

Ainda assustada, corri em direção ao campo nem me importando com as pessoas que eu esbarrava no caminho, que me xingavam, ou no que a minha atitude poderia causar. Apenas corri, corri em direção ao Jeon, corri na direção do garoto que eu amo.

Merda! Se alguma coisa acontecer com ele, eu jamais conseguirei me perdoar!

- Me deixa passar! - gritei quando dois jogadores da grifinória me barraram antes que eu pudesse me aproximar do Jungkook, que estava deitado no chão sendo aparado pelo professor Namjoon.

- Quem é você? - um deles me mediu de cima à baixo não me deixando passar e eu peguei minha varinha apontando ela para seu rosto.

- Eu sou a namorada dele! Me deixa passar! Ou eu vou explodir sua cabeça! - ameacei séria e o garoto arregalou os olhos saindo rapidamente do meu caminho.

Corri apressada até onde o Jungkook estava e me ajoelhei ao seu lado, atraindo seu olhar para mim e o garoto sorriu fraco.

- Você está bem? - perguntei assustada tocando seu rosto com cuidado.

- Como você prefere que eu te chame agora? - ele perguntou baixinho e eu franzi o cenho confusa.

- O que?

- Como você prefere que eu te chame? Bruxinha ou namorada? - perguntou sorrindo enquanto abria a mão que estava fechada sobre o peito, revelando alí o pomo de ouro.

Grifinória havia ganhado.