7

Meu Deus, que velho soca fofo do caralho!

Me arrependi.

Deveria ter ficado com a Lalisa. Seria melhor do que estar com esse velho que não sabe nem o que é clitóris.

Depois de um século, terminamos o "sexo". Essa porra infernal que durou três anos para acabar.

Levantei e fui colocar minha roupa.

— Já vai?

— Sim. Tenho compromisso pela manhã.

— Eu amei nossa noite, viu? Eu estou prestes a morrer e eu era virgem — arregalei os olhos e segurei a risada.

— Quantos anos você tem?

— 98.

Puta merda...

Eu transei com um velho da lancha.

Eu estou rindo muito por dentro.

— Ruby, eu espero que você tenha gostado da nossa noite. Eu nunca transei, então passe o pano pra mim, por favor — ele disse rindo.

Saí do quarto indo em direção a entrada do motel. Assim que comecei a andar até onde ficava os táxis, eu comecei a rir.

— Como assim ele era virgem com 98 anos?

O pessoal estava me achando doida falando sozinha.

De repente, meu corpo foi puxado para dentro de um beco e minha boca foi tapada com um pano estranho. Não demorou muito para a minha vista escurecer e eu desmaiar.

***

Acordei em um quarto totalmente diferente. Sentei na cama esperando meu cérebro avisar para o resto do meu corpo que ele acordou.

Depois de uns minutos olhando para o nada, resolvi levantar da cama e ver onde eu estava.

Abri a porta e me deparei com Lalisa, prestes a bater na porta.

Aonde eu estou?

— Uh, Ruby, que bom que acordou. Estava vindo te chamar para o café.

Eu me lembro de ter transado com um velho virgem, não de vir parar na casa da Lalisa Manoban.

— Ruby?

— Hum?

— Vamos tomar café?

— O que eu estou fazendo aqui?

— Longa história. Te conto quando tomarmos café, ok? — assenti e a segui, pois estava com muita fome.

Nos sentamos na mesa e... nossa! Tem um banquete aqui.

— O que eu estou fazendo na sua casa? Você abusou de mim, Lalisa? — ela serviu um pouco de café para mim.

— Calma — ela me encarou —, eu vou explicar.

— Explique — cruzei meus braços e prestei atenção na garota.

— Eu te segui ontem.

— Você o quê?

— Eu te segui. Eu não estava confiando naquele velho. Mas, no fim, acabou que aconteceu outra coisa.

— O que aconteceu?

— Você saiu do motel, daí você começou a rir do nada, depois, você falou alguma coisa e eu me distrai vendo uma barata passar voando pela minha janela, depois, quando eu voltei a prestar atenção em você, você tinha sumido, daí eu saí do carro e tropecei em um cachorro que tava deitado no meio da calçada — ela riu. — O cachorro era tão fofinho. Ele tinha o rabinho desse tamanho — ela tentou indicar o tamanho com os seus dedos.

— Lalisa, foca!

— Ah, ok! — ela fechou a cara. — Daí depois de eu fazer carinho no cachorro, eu vi o Jongin te levando em direção ao carro dele. Você estava desmaiada. Eu corri. Quase fui atropelada, inclusive. O carro parou bem em cima de mim. Parece até que ele é cego. Na verdade, era ela.

— LALISA!

— Ah, desculpa! Daí eu corri até o Jongin e dei um soco nele. Ele tentou revidar, mas eu fui mais rápida e fiz um golpe muito ninja e ele caiu que nem bosta na privada — ela começou a sorrir enquanto relaxava sua coluna. — Daí eu abri a porta e te tirei de lá. Levei você desacordada pro meu carro. Eu juro que tentei te acordar e juro que eu não fiz nada com você. Eu tentei ligar para o Jungkook pra ele me passar seu endereço, mas ele não atendeu. Então eu te trouxe pra casa.

— Eu não estava com essa roupa.

— Eu sei. Eu tive que te dar um banho. Desculpe! Eu invadi seu espaço pessoal. Não deveria ter feito isso. Mas você estava com cheiro de orgasmo e gozo de velho — acabei desmanchando minha pose de durona e ri dela.

— Você riu. Eu consegui fazer você rir de manhã. E-U V-E-N-C-I! — ela levantou e começou a fazer uma dancinha estranha.

— Senta, Lalisa!

— Claro.

— Por que você me obedeceu?

— Porque eu obedeço as pessoas — ela comeu um pedaço de pão.

— Você não era assim — seus olhos confusos caíram sob os meus. — Pensei que você fosse séria, brava e que só se importa com trabalho.

— Tá precisando me conhecer melhor. Precisamos de outro encontro.

— Meu Deus, você não entende, né?

— Eu entendo.

— Mas você não vai parar de insistir tão cedo, né? — ela negou com a cabeça.

Tomei um gole de café.

— Não vai comer? Fique a vontade. Se quiser eu saio e você pode comer mais a vontade.

— Não. A casa é sua. Relaxa.

***

Depois que comemos, Lalisa foi levar as coisas para cozinha. Me ofereci para lavar a louça, porém ela não deixou.

— Você dança? — perguntei ao ver uma foto dela quando criança.

— Dançava.

— Por que no passado? — fiquei ao seu lado enquanto ela lavava louça.

— Traumas.

— Hum. Então, o que você faz da vida além de trabalhar.

— Você tem que ter mais intimidade comigo pra saber — ela me deu um piscadela e desligou a torneira.

— Idiota...

Ela riu.

— Vamos, irei te levar para a casa.

— Eu peço um Uber. Não quero que você vá me incomodar no meu conforto.

— Relaxa. Eu sou péssima em lembrar das coisas. Eu vou esquecer assim que pisar o pés em casa novamente.

— Tá.

***

— Você mora sozinha, Ruby?

— Não. Eu moro com a minha irmã mais velha.

— Tendi — ela ficou em silêncio. — Não que seja do seu interesse, mas eu moro sozinha. Obrigada por desperdiçar seu precioso tempo me perguntando isso.

— Você é dramática?

— Sim.

— Tá explicado.

Voltamos a ficar em silêncio.

— Você curte pop? — ela cortou o tão e mais precioso silêncio.

— Sim.

— Você é uma mulher de poucas palavras, fria, curta e grossa.

— Não quero que você crie esperanças comigo.

— É por isso que está me tratando assim? — assenti. — Ah, Ruby, o mundo não gira ao seu redor. Eu só estou em busca de amizades novas. Ainda mais que agora Jimin vai me trocar pelo o seu amigo, entendeu?

— Hum, sei. Então tá bom. Mas eu não estou em busca de novas amizades, pra sua informação.

— Nunca disse que você estava — ela murmurou.

— É aqui. Pode parar — tirei meu cinto, peguei minha bolsa e abri a porta.

— Ruby — ela me chamou antes que eu saísse —, me desbloqueia ou me passa seu número, por favor.

— Vou te desbloquear. Não sou uma mulher fácil de confiar, Lalisa. Até eu ter certeza que você não vai me estuprar a qualquer momento, eu não vou passar meu número e nem passar meu nome completo. Todos os meus clientes me conhecem como Ruby Jane. Tchau — saí e fechei a porta.

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