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Já havia anoitecido, então eu resolvi dormir, já que as minhas esperanças de que alguém pudesse me salvar, foi por ralo à baixo.
Fechei meus olhos. Eles doíam bastante por conta dos socos que levei. Porém, nada do que eu passei doeu mais do que ver a Lalisa transando com a Rosé.
Já me acostumei a ser estuprada todo dia por uma pessoa diferente. Até a Rosé me estuprou.
Eu sei que não devia falar isso, mas eu quero tanto morrer. Nem dor eu sinto mais, tudo o que fazem comigo, não me causa mais sofrimento. Eu só estou vivendo sem sentimentos.
***
Eu estava em um sono profundo quando um barulho de tiro foi ecoado pelo o local. A porta foi aberta por uma pessoa encapuzada.
Não tive forças para expressar nenhuma reação, apenas observei quando a pessoa se aproximou de mim e me desamarrou.
— Pokpak, você terá que sair pela janela, tá um caos aqui fora — outra pessoa disse e logo em seguida fechou a porta.
O individuo me pegou no colo. Reparei algumas coisas familiares, como por exemplo: o cheiro e o jeito de me segurar, com o maior cuidado do mundo.
— Lisa...
Sussurrei sem forças, porém a pessoa não disse nada.
A porta foi aberta pela a Rosé quando estávamos quase saindo daquele quarto.
— Aonde você pensa que vai, Lalice? Eu sei que é você. Quem mais seria trouxa o bastante pra vir salvar a vida de uma assa-
Um som de tiro interrompeu a garota. Quem me segurava, foi quem atirou, soltando um longo suspiro de alivio após o ato.
— Você não tem ideia da vontade que eu tava de fazer isso, Roseanne — ela disse. — Só pra garantir, eu vou atirar na sua cabeça logo de uma vez — dito e feito. — Se você reviver agora, eu me mato.
Após sua fala, eu pude ter certeza de quem a pessoa era. Ela pulou a janela e me levou até a ambulância que estava nos esperando nos fundos do local onde eu fui mantida em cativeiro.
Assim que adentramos no veículo, as portas foram fechadas. Lisa sentou-se ao meu lado e tirou o seu capuz, podendo revelar seu rosto lindo que eu tanto sentia falta de admirar.
Não consegui dizer e nem expressar nenhuma reação, apenas levei a minha mão — com muita dificuldade — até sua bochecha e acariciei o local.
— Eu te amo! — disse com a voz parecendo mais uma respiração do que uma fala. Logo após, eu fechei meus olhos lentamente e não vi mais nada na minha frente.
***
Acordei no hospital e Jisoo estava lá, sentada na poltrona e me admirando dormir. Assim que ela me viu acordar, ela se levantou e veio até mim, me abraçou e começou a chorar.
—Jen — ela disse em meio ao choro alto que ecoava por todo o quarto. — Você tá viva — minhas bochechas foram apertadas pela a mais velhas.
Não esbocei nenhuma reação novamente, apenas admirei o rosto lindo e perfeito da minha irmã. Meus olhos lacrimejaram enquanto eu olhava para a garota.
— Me abraça — pedi com um pouco de dificuldade. Ela sorriu e me abraçou muito forte, tão forte que me fez ficar sem ar, percebendo isso, ela me abraçou um pouco mais fraco.
— Eu te amo, maninha! Eu te amo muito! Não me dá mais esse susto, garota — ela deu um leve tapa no meu ombro. Meus lábios se curvaram num pequeno sorriso.
— Cadê a Lisa? Ela que me salvou, né? Cadê ela?
— Calma, Jen. Você tá internada tem dois dias, Lisa não saiu daqui até que eu obrigasse ela a sair. Quase que eu tive que ir chamar os seguranças pra tirar ela daqui.
Sorri e comecei a pensar no rosto dela.
— Sabe se ela vai demorar pra voltar?
— Eu expulsei ela daqui faz trinta minutos — ela olhou o seu relógio. — Daqui a trinta minutos ela aparece aqui de novo. Aposto cem conto que ela vai trazer uma tulipa pro cê — sorri.
— Eu aposto duzentos que ela vai trazer uma tulipa e o ursinho que ela me deu.
— Fechado.
Sorrimos uma para a outra e rimos.
Uma batida na porta pôde ser ouvida, logo depois sendo aberta por todos os meus amigos.
— Jendeucu, que susto cê deu na gente, mulher! — disse o Kookie enquanto se aproximava de mim com a mão no seu peito esquerdo.
— Também senti sua falta, Kookiecu — ele sorriu e me abraçou, deixando um beijo no topo da minha cabeça.
— Amiga, não faz mais isso com a gente, não — Miyeon pediu enquanto vinha me abraçar e beijar minha bochecha. — Eu fiquei tão preocupada que faltei em algumas aulas pra ajudar na investigação.
— Miyeon, você pode reprovar por isso.
— Você é mais importante do que uma faculdade qualquer.
— Ela custou os seus rins e os rins da sua família — disse o Kookie.
— Cala a boca, Jungkook!
— Jen, você realmente é bem forte. O médico disse que você é uma guerreira e tanto — Minnie se aproximou. — Eu sei disso desde que te conheci, sabia — ela me abraçou enquanto acariciava meu braço. — Olha tudo o que você aguentou desde a sua adolescência.
— Eu só espero que eu não engravide de algum deles — disse com meu olhar concentrado nas minhas mãos.
Ficamos em silêncio.
— A Lisa ajudou na investigação ou...
— Querida, a Lisa matou todo mundo que encostou um dedo em você. Ela matou o Bambam, a Tzuyu, a Rosé e mais um monte de gente. Os policiais só ficaram com os capangas do Kai — disse o Jungkook.
— Ah, o Kai. A Lisa matou ele também — disse Minnie. — Depois que ela descobriu que o Kai tinha fugido da prisão, e também descobriu que aquele vagabundo estava armando um plano contra você desde a sua adolescência, ela estrangulou o Kai.
— Estrangulou mesmo. Tipo: ela cortou todo o corpo dele. Arrancou até o pau do menino. Depois que ela fez o Kai pagar por tudo o que ele fez com você, ela o deixou queimar nas chamas do inferno — disse Jungkook em um tom divertido.
— Literalmente. Ela botou fogo no Kai ainda vivo — Minnie disse rindo. — Eu acho é pouco. Ela devia ter deixado ele sofrer mais.
Jungkook concordou com a morena. Jisoo e Miyeon se entreolharam e resolveram tirar ambos dali de dentro, fazendo-me rir com elas expulsando eles contra a vontade dos mesmos.
— Desculpa por eles! Você não precisava saber disso — disse Miyeon enquanto se aproximava de mim e se sentava na beirada da cama junto com a Jisoo.
— Não queremos que você fique com medo da Lisa.
— Por que eu ficaria? Ela só fez aqueles otários pagarem por tudo de ruim que fizeram comigo. E, quer saber de uma coisa? Eu concordo com a Minnie. O Kai merecia mais do que isso.
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