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Jennie está na fisioterapia. Estou sentada numa cadeira de plástico, vendo Jennie se esforçar para voltar a andar.

Eu fico muito feliz em vê-la assim.

Ela está com uma cara... parece que está na academia fazendo treino de braço.

Uma notificação chegou no meu celular. Peguei-o rapidamente, na esperança de que seja o Namjoon dizendo que matou todos que deixaram a Jennie mal.

Rosé: Você lembra quando é o meu aniversário?

Eu: Lembro. Por quê?

Rosé: Ele já passou e eu não
comemorei com você.

Rosé: Bem que a gente poderia
sair juntas qualquer dia desses.

Eu: Claro.

Eu: Tô livre no sábado.
Você pode sair?

Rosé: Posso. Para onde? Me passa o endereço.

Eu: Naquele restaurante de sempre.
Pode ser?

Rosé: Por mim tudo bem.

Eu: Ótimo. Até sábado, Rosie.

Logo após conversar com a Rosé, peguei outro celular e mandei mensagem no grupo. Jin disse que seria mais seguro conversarmos por um celular diferente. Rosé sabia meu número e, segundo a eles, ela poderia clonar meu whatsapp ou sei lá. Eu não estava prestando atenção.

Vi Jennie se aproximar toda felizinha com sua cadeira de rodas. Sorri ao vê-la alegre e com um sorriso maior que o rosto.

— Você viu?

— Vi. Óbvio que vi, garota. Parabéns! — levantei e fiquei atrás dela, pronta para empurrar a cadeira.

— Eu estou morta. Obrigada por ser carvalheira e não deixar eu forçar meus braços — ela tombou a cabeça para trás e eu sorri.

— Qual foi a sensação de ficar em pé sem a ajuda de ninguém?

— Maravilhosa. Eu tô sentindo as minhas pernas, sabia? — fiz cara de surpresa e agi como se ela fosse uma criança contando como foi seu dia na escola.

Durante a troca de celulares que eu fiz, a fisioterapeuta deixou Jennie de pé, sem a ajuda de ninguém para se equilibrar.

— Lili... você lembra quando disse que seria toda minha hoje a noite?

Arqueei as sobrancelhas.

— Disse?

— Disse.

Tentei me lembrar do exato momento em que falei isso para Jennie, porém nada me veio a mente.

— Jennie, você está com um sorriso malicioso nos lábios. Devo me preocupar?

— Me aguarde, Manoban — ela disse com uma voz sexy, olhando para as suas mãos e sorrindo.

Tá legal.

Isso me deixou bem preocupada.

Será que é hoje que o Manopau sai da jaula? Eu quero muito que isso aconteça. Já não aguento mais guardar essa excitação só para mim.

***

Depois de um tempo, finalmente chegamos em casa. Era quase quatro horas da tarde, então decidimos dormir um pouco. Eu fui me banhar e Jennie fez o mesmo.

Eu estava prestes a me deitar, até que escutei uma batida na porta do meu quarto.

— Lili?

— Entra, Jen — logo ela abriu a porta e se aproximou da minha cama. — O que foi? Aconteceu algo?

— Eu posso dormir com você?

— Por quê?

— Eu tô com medo.

— Mas não está chovendo, e ainda por cima, está de dia.

— Eu tô tendo muito medo de dormir sozinha nesses últimos dias. Eu acho que me traumatizei de novo.

Ela tem um bom motivo.

Deve estar com medo de que alguém do bando do Kai acabe entrando aqui em casa.

— Você sabe que tem seguranças lá fora, né? E outra: as portas estão trancadas.

— Eu sei... Mas a Rosé sumiu com os seguranças da sua empresa e...

— Vem cá — estiquei meus braços.

Rapidamente ela se sentou na cama. Enquanto ela tirava o chinelo, eu me aproximei lentamente de seu corpo, ajeitei meus braços ao lado de sua cintura, e, quanto percebi que ela estava prestes a se mover, agarrei-a pelo quadril e puxei seu corpo para trás, fazendo com que caíssemos deitadas na cama, com ela em cima de mim.

Ela começou a rir quando virei-a na cama e fiquei por cima dela. Encarei seus olhos por um tempo. Depois da nossa troca de olhares, eu estiquei suas mãos, uma de cada lado do seu corpo e não deixei que Jennie tirasse elas daquela posição. Suas pupilas dilataram, imagino que as minhas também.

Por mais que o desejo de beija-la fosse grande, eu apenas me aninhei em seu corpo, deitando minha cabeça em seu peito. Soltei suas mãos para que ela pudesse fazer um carinho na minha pele fria.

Eu estou precisando de um abraço confortante. O meu abraço confortante está fazendo cafuné no meu cabelo e afagando minhas costas.

— Você está bem, Lili?

— Não...

— O que foi? — ela afinou a voz e deixou num tom de preocupação.

— Eu só preciso do meu abraço confortante. Não quero falar sobre isso agora — ela nada disse, apenas aceitou e continuou cuidando de mim.

Estou escondendo tanta coisa da Jennie. Uma hora ou outra, eu vou acabar explodindo e contando tudo para ela.

Por que todos querem me usar para enganar a Jennie?

Por que todos acham que só eu posso fazer a Jennie feliz?

Por quê?

Eu só queria viver com a Jennie, sem me preocupar se alguém vai invadir a minha casa e me matar.

Normalmente, eu tenho muito medo. Na verdade, eu estou com muito medo. Porém, eu escondo esse sentimento da Jennie, pois ela está com medo e eu preciso conforta-la. Por mais que eu não seja obrigada, eu me sinto na obrigação de cuidar dela.

— Eu te amo...

Lalisa!

Muito cedo.

Péssima ideia.

Você é burra?

Jumenta!

Vagabunda!

Desgraçada!

Resto de aborto!!!!!

— Eu também te amo, Lili — levantei minha cabeça e a encarei, fazendo ela parar de fazer o cafuné e olhar nos meus olhos, um pouco confusa. — O que foi?

— Você disse que me ama?

— Sim. Lisa, nos tratamos como namoradas. Eu não ajo assim com ninguém além de você. Eu nunca agi assim com nenhum cliente meu — ela deu de ombros.

— Jennie, você me ama?

— Sim. Eu não sou carinhosa com todos. Olha o jeito que eu te trato.

— Jennie, você ME ama? — ela riu e me puxou para deitar-me em seu peito novamente.

— Você não vai acreditar nisso tão cedo, né? — neguei com a cabeça e ela soltou uma risada nasal. — O que eu faço com você, Lalisa Manoban? — ela beijou o topo da minha cabeça. — Pode dormir, eu sei que está cansada.

— Percebeu como?

— Seu olhar.

— Parece que não sou só eu que descubro as coisas pelo o olhar.

— Você tá com olheira.

— Ah.

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