29
— Nini... eu posso te beijar?
Não consegui expressar nenhuma reação, muito menos formar alguma palavra. Meu corpo parou de funcionar, a única coisa que eu consegui fazer, foi encara-la.
Eu estava nervosa. Eu nunca fico nervosa. Mas eu estava nervosa.
Porra!
Não se apaixone, Jennie Kim!
Se apaixone sim, Jennie Kim!
Caralho, desgraça!
Se decide, mulher!
— Foi mal! Eu não deveria ter te pedido isso — ela disse, sem jeito. — O vácuo de 10 minutos já serviu como uma resposta. Vamos ver as capivaras mais de perto?
Tentei falar com ela, mas a minha voz simplesmente não saiu. Uma angústia tomou conta de mim. Eu quero beija-la. Isso só pode ser um pesadelo. Eu quero tê-la para mim. Só para mim.
— Jennie? — olhei para ela. — Você consegue sentar na cadeira sozinha? — assenti.
Começamos a ir em direção as capivaras. Elas são tão lindas.
Tá. Talvez não sejam TÃO lindas, mas tem um pouco de beleza que consome o corpo delas, sim.
Me aproximei de uma capivara que estava comendo, e admirei ela de perto. Não toquei nela porque vi que o animal estava cheio de carrapato.
— Jennie, quando vai ser sua primeira ultrassom?
— Em abril. Por quê?
— Eu quero te acompanhar.
— Por quê?
— Não quero que você sinta que não tem ninguém ao seu lado. Eu estou aqui.
— Eu sei que você está.
— Que bom que sabe — ficamos em silêncio de novo.
Meu Deus!
Fala alguma coisa, Jennie. Não é tão difícil abrir a porra da sua boca.
— Lisa, me ajuda a levantar.
Isso?
O que você vai fazer? Andar? Você não sabe andar, Jennie Kim.
Sua burra e inútil!
— Pra quê?
— Só me ajuda a levantar — ela me encarou. — Por favor!
A garota esticou suas mãos para que eu pudesse segura-las. Assim que tivemos esse contato, um choque de realidade caiu sob mim. Eu admirei o quanto aquela garota era bonita.
Ela me deixou de pé em sua frente, segurando minhas mãos. Seu olhar curioso estava me secando, aguardando para ver o meu próximo passo.
Soltei suas mãos. Ela ficou com medo no início, mas depois ficou tranquila ao ver que eu segurei em seu ombro.
Eu continuei a encarando. Não falamos nenhuma palavra, apenas deixamos rolar. Não forçamos nada. Lisa não forçou nada. Isso foi algo que me atraiu bastante.
— Jennie...
— Não. Eu não vou negar um beijo seu, Lalisa Manoban.
— O quê? — ela me encarou com as sobrancelhas arqueadas.
Me aproximei devagar, sem pressa e com a intenção de fazer daquele momento, o momento mais especial da minha vida.
Lisa estava imóvel, sem relar em mim, apenas esperando o tão esperado beijo. Algumas pessoas estavam passando e nos encarando. Provavelmente estavam pensando que somos pecadoras.
Não liguei para eles.
Encostei meus lábios nos dela, e, aquele toque fez com eu me arrepiasse. Eu sentí como se fosse explodir a qualquer momento. Minha barriga começou a ficar um pouco agitada, tendo a expressão de "borboletas no estômago". Aquela sensação era tão boa.
Me arrepiei quando Lisa colocou suas mãos em meu quadril, tentando ao máximo não abaixar elas para outro lugar.
Pedi passagem para a língua. Lisa demorou um pouco, porém cedeu. Ela começou a apertar minha cintura, e aquilo estava me deixando um pouco excitada. Principalmente quando ela puxava meu corpo para colar com seu.
Nossas língua dançavam em perfeita sintonia. Minhas mãos iam fazendo movimentos de vai e vem em seus fios loiros. As mãos de Lisa estavam cada vez mais baixas.
Cada apertada, cada sugada que ela deixava em meus lábios, cada puxada que ela insista em fazer enquanto nosso beijo rolava.
Enquanto nossos corpos se encaixavam, nossas cabeças entravam em sincronia, indo para lados opostos, deixando aquele beijo ainda mais perfeito, eu continuava de pé, colada no corpo de Lisa, aquilo estava me fazendo arrepiar. As puxadas dela estavam me fazendo arrepiar, pois, cada vez que ela me puxava para colar mais meu corpo no seu, eu podia sentir o volume entre suas pernas aumentando.
Paramos o beijo por falta de ar. Ficamos nos encarando com as pupilas dilatando. Lisa tinha um sorriso singelo no rosto, eu amava aquele sorriso.
— É melhor irmos pra sua casa — disse, baixando meu olhar para suas calças.
— Com certeza — ela deu um sorriso amarelo. — Só pra deixar claro, eu não controlo ele.
— Eu sei. Ele já deve ter ficado assim com outras garotas.
— Na verdade, você é a primeira com quem ele fica assim.
— Sou?
— Sim. Acho que o Manopau gostou de você.
— Manopau? — ela assentiu e eu ri. — Você batizou seu pau de Manopau?! — ela assentiu novamente.
— Na verdade, o Jimin começou a me chamar assim, daí eu comecei a chamar meu amiguinho assim.
— Meu Deus do céu! Você pensa como um homem, né?
— Eu? — assenti. — Óbvio que não. É que eu convivi só com homens, acho que peguei as manias deles.
— Vamos ou você tem que esperar mais? — perguntei sorrindo maliciosamente e ela corou.
— Ah, mas que casal lindo esse! — o Kai apareceu ao lado de Rosé, batendo palmas.
Lisa ficou de frente para eles, dando as costas para mim, porém, ela jogou seus braços para trás e me segurou firme. Aquilo fez com que eu percebesse que eu tinha alguém que cuidasse de verdade de mim.
— O que vocês querem?
— Você sabe que a Jennie vai ir chupar o pau de outro hoje a noite, né? — ele disse rindo e Lisa respirou fundo e me apertou contra seu corpo.
— Vai se foder, Kai!
— Tá bravinha, Lalisa? — Rosé se aproximou e passou a mão por entre os peitos da Lisa.
Aquilo fez com que o ciúmes dominasse todo o meu corpo.
Por que ela fez aquilo?
— Tira a mão de mim — Lisa ordenou, com a voz firme e o olhar morto para a garota em sua frente.
— Ah, Lali, você sabe que o Kai é completamente apaixonado na Jennie, certo? — ela negou. — Agora tá sabendo. A Jennie é do Kai e você é minha, Lalisa — ela disse em um tom mais alto, tentando desgrudar a Lalisa de mim.
— Saí daqui antes que eu arregasse a tua cara, Roseanne — ela gritou um pouco baixo.
Sentí que ela estava com raiva quando me apertou mais contra seu corpo. Eu estava começando a ficar com medo disso.
— Lisa, você é minha e de mais ninguém — ela puxou a Lisa pela a gola de seu suéter, isso fez com que Lisa me soltasse um pouco, porém não completamente.
Eu não vou falar nada. Não tenho nada aver com isso. E outra: nem andar eu consigo.
— Você é só minha, Manoban — Rosé sussurrou bem perto da boca da garota, que estava a todo custo, tentando se afastar de Rosé e não me soltar.
— SOLTA A JENNIE, LALISA! — Kai gritou, fazendo com que eu me assustasse e abraçasse a Lisa por trás.
Kai começou a tentar fazer com que eu soltasse Lisa, porém eu abracei-a mais forte e comecei a chorar, gritando para ele parar, porém, o homem não me ouvia.
— Solta ela, Lisa. Pra que você vai querer uma assassina sendo que tem eu?
— Cala a boca, sua vagabunda! Você que é uma assassina. Você quase matou a MINHA Jennie — ela gritou.
— Sua é meu pau, porra — Kai deu um soco em seu rosto, isso fez com que seu nariz começasse a sangrar.
— Kai, combinamos que não iríamos machucar nenhuma das duas — Rosé disse e Kai se desculpou. — Você vai soltar a Jennie ou não?
— Óbvio que não. Não vou permitir que vocês a tirem de mim.
— Se você não vai soltar ela por bem, vai soltar por mal — Kai tentou me puxar por trás. Ou melhor, ele estava tentando me estuprar disfarçadamente.
Comecei a chorar mais alto. Lisa se virou para mim e me pegou no colo, deixando uma perna de cada lado do seu quadril fino.
Feito isso, ela começou a correr de ambos, que obviamente correram atrás.
Ela deixou minha cadeira de rodas para trás, porém eu não liguei, apenas enterrei meu rosto nas curvas do seu pescoço, assim, eu pude sentir seu cheiro amadeirado, que tanto me acalmava.
— Eu não vou deixar que façam nada com você, Nini. Você é a minha prioridade e não permitirei que te tirem de mim — ela disse, um pouco ofegante, pois ainda estava correndo.
— Lisa, o Kai está armado — disse enquanto chorava e via Kai mirar a arma para nós.
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