CAPÍTULO 7: Um sorriso dado e um nariz quebrado.
Oi gente linda, voltei.
Demorei?
Enfim, eu retirei minha história por um tempo, não sei se vocês perceberam por conta de uns acontecimentos aí que eu prefiro não embasar.
Enfim, esse capítulo tá super longo então se tiver erro eu já peço desculpas.
Eu queria fazer um pedido sabe, o único jeito de saber que vocês estão gostando da minha história história e através dos comentários, e eu leio todos e muito muito muito obrigado xs meninxs que comentam aqui, eu leio todos, eu não sou muito de aparecer mas estou sempre de olho kkkk
Além de me deixar feliz com os comentários também me ajuda a saber se vocês estão gostando do que estão lendo, e se estiver ruim é um lembrete pra eu melhorar.😔
Então... Vocês podem comentar um pouquinho mais?👉👈
Parece egoísta eu sei, mas eu queria muito.
Muito obrigado pelos +1K, eu não tava botando fé, mas vocês sempre me surpreendem, eu amo muito vocês. ❤️❤️❤️
📖☕☔
Na corrida entre o tempo e a chegada do desespero, com certeza o desespero estava ganhando já que quanto mais eu dirigia mais devagar o tempo passava e era impossível não ficar agoniado com o limite que velocidade nas placas quando tudo oque eu queria mesmo era arrancar como se minha vida dependesse disso.
Me sentia angustiado e isso tudo piorava quando eu pensava na besteira que fiz mesmo que mais medíocre que fosse, precisei deixar Taehyung sozinho por alguns minutos e quando voltei, lá estava ele sendo escoltado enquanto dois policiais o guiavam para o carro de polícia e aparentemente foi por agressão a um empregado, é isso mesmo, quando Chaeyong disse para eu ficar de olho, ela não estava mentindo ou sendo exagerada.
ALGUMAS HORAS ANTES
Com a chegada dos irmãos de Taehyung, a mansão havia ficado mais movimentada do que normalmente era e por algum motivo eu sentia que a paz que eu já não tinha havia acabado que ficar ainda mais distante, ainda não tinha conhecidos os Kim's e tinha medo do que iriam pensar de mim.
Pela manhã no horário de café pediram para que eu fosse até lá e antes de descer encontrei Taehyung parado no início da escadaria bufando o ar com o rosto vermelho de tanta irritação.
- Você não vai tomar café? - perguntei quando estava perto, mas não tanto.
- Estava esperando por você. - ele respondeu bufando oque claramente era uma demonstração de que não estava ali por vontade própria. - Vamos conhecer meus irmãos, estão ansiosos para ver você, acho até que tomaram banho.
E o segui rindo internamente do que ele havia dito, mas quando encontrei dois homens altos fortes e ridiculamente bonitos me senti pequeno no meio deles.
- Ah! Olá Jeongguk querido, ainda bem que está aqui, conheça meus filhos Kim Nanjoon e Kim Seokjin. - e quando bufei o ar para os pulmões e o aroma forte de Vinho e mel tive certeza que ambos eram alfas.
Não sabia dizer qual a diferença, mas eu simplesmente sabia, como conseguir distinguir uma laranja podre para uma boa. Taehyung não perdeu tempo em sentar-se o mais longe possível de ambos, coisa que eu não entendia e não fazia questão de entender de qualquer forma, pedi licença e os cumprimentei com acenos logo então sentei-me perto de Taehyung.
E da mesma forma que conseguia diferenciar os alfas conseguia ver a diferença de estado do ômega Kim que parecia ridiculamente estressado e arisco, mais do que ele costumava ser e isso me deixava apreessivo com os efeitos que os irmãos tinham sobre Taehyung e não era preocupação com ele, era comigo, a ilusão de ser jogado por uma janela nunca pareceu tão real.
Queria entender porque Taehyung mudava sempre que mudavamos de um estado para outro parecendo uma pessoa diferente para ambientes diferentes e era óbvio que ele estava estressado, muito estressado.
- Então é esse o babá do nosso irmão. - um dos dois alfas de rosto novo falou, a voz um tanto leve e suave, cheirava a mel fortemente e sorria de orelha a orelha com os lábios carnudos contornando os dentes perfeitamente alinhados.
O cabelo o deixava ainda mais elegante com um corte bonito, totalmente negros e brilhosos, concordei com a cabeça após ouvir Taehyung bufar feito uma criança.
- Ele é meu segurança seu panaca! - ergueu o punho ameaçando bater no irmão de sorriso bonito, no entanto o outro ainda mais elegante, mais alto e mais sério interveio segurando Taehyung.
- Seokjin, deixe-o em paz. - o alfa que cheirava a vinho sorriu em minha direção tão simpático que meu coração doeu com o quão elegantes eles parecia ser até mesmo nós movimentos, Taehyung também era assim e me enraivecer com isso chegava a ser até uma idiotice considerando onde eles foram criados.
Por outro lado meu jeito era meio bruto, desajeitado e nada elegante mas não é como se eu me implorasse de qualquer forma.
- Vocês nunca vai deixar de me envergonhar na frente de visitas? - Chaeyong murmurou apesar do tom enrravecido, os braços pálidos feito uma estátua de mármore cruzados sobre a barriguinha saliente, que eu havia descoberto ser de cinco meses. - Estou tão feliz que estejam todos aqui, mas vocês não param de brigar nunca.
Sufoquei a risada quando Taehyung ignorou completamente a fala da mãe ameaçando enfiar a cara de Seokjin no prato de sopa que a empregada havia acabado de deixar sobre a mesa, Chaeyong bufou irritada e isso foi suficiente para chamar a atenção dos meninos.
- É ele mamãe! Sabe que o Seokjin nunca me deixa em paz. - o tom não era gritante, mas enrravecido a medida.
Um barulho oco ecoou pela mesa quando Nanjoon simplesmente acertou um tapa bem dado na nuca de Seokjin que virou irado de raiva quando Taehyung gargalhou, pelo que parecia Tae não tinha um relacionamento considerado bom com os irmãos apesar de ama-los, Seokjin só o enchia o saco mas eu tinha uma leve sensação de que não apenas isso, o mais simpático era Nanjoon e oque se dava melhor com Taehyung e o protegia das alfinetadas de Seok.
- Para com isso Jin, já chega, podemos simplesmente comer em paz?
A mesa ficou em silêncio até Chaeyong sorrir.
- Vou levá-los para a minha ultrassom hoje, vou saber o sexo do bebê. - ela disse animadinha. - Taehyung não quer ir então vou arrasta-los comigo, já que o pai de vocês não pode.
A coisa mais rara do mundo era eu conseguir ver quem era o pai de Taehyung, até agora ainda não tinha o encontrado, era um homem cheio de trabalho.
- E quem vai fazer o meu almoço? - Chaeyong, Nanjoon e Seokjin o olharam como se ele fosse uma criatura de outro mundo e o bico birrento de Taehyung só alimentou. - É domingo, as empregadas vão embora daqui a pouquinho mamãe.
- Meu filho, você tem dois braços perfeitamente funcionais.
A casa ficaria praticamente vazia depois do café da manhã apenas com os jardineiros do lado de fora - haviam muitos jardineiros, mais do que realmente era necessário, e apesar de todos os domingos todos os empregados irem embora depois do almoço hoje em específico senhorita Chae os deixou irem embora mais cedo devido a chegada dos filhos e a descoberta do sexo do bebê, e era um desejo estranho seu deixá-los irem mais cedo tudo porque se sentia dolorosamente carinhosa e carente dos filhos e imaginava que todos os outros também se sentia assim.
Diante disso, eu e Taehyung ficaríamos sozinhos na mansão. Olha, mais uma brincadeira idiota do destino.
- Você lembra a última vez que me deixou sozinho pra' fazer a minha própria comida? - olhou para a mãe com os olhos azuis escancarados e levemente amedrontados como se estivesse repassando o acontecimento na mente.
- Nossa nem me lembre. - Chaeyong respondeu passando a mão pálida no peito. - Eu achei que satanás tinha resolvido passar as férias na minha cozinha, era tanta fumaça.
Seokjin explodiu a sala com gargalhadas extremamente escândalosas e Nanjoon se limitou em repuxar elegantemente o canto do lábio em um riso.
Taehyung cruzou os braços o bico emburrado grande nós lábios quase me fez rir, os olhos feito duas piscinas cristalinas azuis brilhando como um cachorro pidão e me vi encarando aquele rosto bonito e emburrado por muita tempo, tanto que mal consegui ouvir o rumo da conversa seguinte e só ouvi quando Taehyung mudou de expressão, um afeto palpável na voz carregada de também saudade e me vi querendo ouvir a conversa, ou melhor, quem conseguia mudar a expressão de Taehyung desta forma.
- Jiminie? - Taehyung murmurou interessado com umas das poucas vezes que sua voz não parecia deboche ou escárnio, era apenas um garoto preocupado e melancólico no momento. - Sinto tanta falta.
- Ele também sente, mas prometeu vir visitar você e... - olhei Taehyung sem estar de fato escutando a conversa, não quando minha cabeça só gritava e zunia Jimin, não o conhecia e isso já estava me encomodando mais do que meu corpo aguenta.
- Ah isso é ótimo! - gritou me chamando atenção, tão animado que revirei os olhos encomodado com a animação repentina.
Taehyung sempre era muito irritante e maioria do tempo só ocupava minha cabeça com gritos e surtos extremamente exagerados vê-lo animado por algo que eu sequer sabia estava me deixando bravo, e não só eu, meu lobo rosnava por dentro com um instinto ameaçado que eu sequer entendia.
- Ele virá no finalzinho do mês que vem provavelmente, está ocupado com os desfiles. - Nanjoon murmurou limpando o canto dos lábios com o guardanapo.
Então ele é modelo?
- Não, é dono de uma grife. - abri a boca surpreso ao constatar que meus pensamentos haviam vazado pela boca alto demais e agora todos da mesa me estavam olhando para mim como se eu fosse um alienígena.
Me encolhi na cadeira.
- I-isso é muito legal. - murmurei extremamente tímido e quando virei o rosto para olhar a reação de Taehyung consegui ver a sombra minúscula de um sorriso que tão rapidamente sumiu quando percebeu que meus olhos estavam em si.
Me senti ainda mais tímido, Seokjin bufou uma risada mansa e mudou o rumo da conversa logo depois e foi como consegui relaxar os músculos e comer mesmo que muito intimidado com todos os Kim's compartilhando a mesma mesa.
E diante disso, tratei de sair logo depois que comi pelo menos a metade do café da manhã e corri para o jardim que até aquelas alturas eu ainda não havia o explorado como devia, era grande demais e os labirintos ao redor não facilitava em nada.
Olhei ao redor suspirando o ar puro misturado ao odor doce das flores, o chão orvalhado me fazia lembrar do primeiro dia que tudo havia saído extremamente errado e embora muitos dias já tivessem passado a sensação era a mesma, vergonha, era tudo oque eu sentia depois de lembrar daquele dia.
- Porque você tá com essa cara? Tá tendo uma visão do futuro ou algo assim? - pulei no lugar, um susto que quase vomitei o meu próprio coração, Taehyung me encarava de muito perto mas a falta de expressão me fez ficar ainda mais envergonhado, porque foi com aquela cara que ele me olhou depois que surtei. - Tá ficando vermelho agora, ei! Responde! Você vai vomitar? Se for caí fora, sai de perto das minhas plantas!
O encarei e foi impossível não gargalhar..
- Tá rindo de que palhaço? - sua postura ereta e firme não condizia com o seu olhar de gatinho manhoso, Taehyung brigava como se estivesse pedindo por um cafuné. - Para de rir!
Ouvi o estalo oco ecoar e logo depois a ardência na nuca, um tapa bem dado.
- Tá ficando maluco? - perguntei mesmo que ainda estivesse rindo e com a mão tentando aliviar a ardência.
- Eu? Você aí que fica com os olhos parecendo dois faróis de tão esbugalhados e depois vermelho como se fosse explodir. - ele ralhou gritando as palavras, apontando para mim exagerado e logo então cruzando os braços mais exagerado ainda e tudo oque eu fiz foi sufocar a risada temendo levar outro tapa.
- Eu tava pensando Taehyung. - falei sentando no batente, lugar que apesar de frio estava muito confortável.
O sol brincava no céu de esconder com as nuvens, mas estava ali quente e brilhante sorrindo para mim e banhando as planta.
Taehyung sentou-se ao meu lado.
- Com essa cara? - e riu. - Você fica muito feio pensando, já é feio naturalmente, pensando fica pior.
Revirei os olhos, porque comentários de terceiros sobre mim nunca me afetavam porque eu conhecia minha própria beleza e depois de ter o visual renovado só fiquei dez vezes mais confiante sobre ela.
- Cala a boca. - murmurei deitando a cabeça no ombro.
- Mas no que você tava pensando?
- No dia que você tava parecendo um monstrinho se lama e... Em quem é Jimin. - ele me observou com alguns minutos e o mesmo olhar de antes estava lá novamente, saudades melancólica mas soube disfarçar tudo com um sorriso de canto.
- Que interesse, tá com ciúmes? - gargalhei verdadeiramente humorado, porque eu não estava ao mesmo tempo que sentia que sim.
- Claro que não.
- Ele é um ex namorado. - disse apenas.- Mas que virou melhor amigo.
Juntei as sombrancelhas incerto do que pensar e sentir sobre aquilo.
- Isso é bem incomum.
- Só com quem não tem maturidade, mas claro que existe seus prós e contram. - concordei e olhei para o jardim sem vontade de continuar com aquele assunto porque era estranho o encomodo que eu sentia por motivo nenhum.
- O seu quintal é enorme, dá até pra andar a cavalo. - falei para dispensar o silêncio constrangedor Taehyung me encarou por um tempo e sorriu de uma forma doce demais para quem não me suportava.
- E justamente por isso que ele é grande. - Arregalei tanto os olhos a ponto de doer, meu queixo caiu.
- Você tem um cavalo?
- Um não, dois. - e o ar passou a ser insuficiente nós meus pulmões.
Ricos são estranhos, na verdade, isso é incrível.
- Caralho! - bufei atordoado. - Você é rico mesmo eim?
- Na verdade, eles foram herança dos meus avós. - sua postura relaxou um pouco e por mais que eu estivesse secretamente apreciando esse comportamento perto da mim, Taehyung ficou triste, eu conseguia ver. - Eles morreram ano passado, minha vó primeiro, infarto, e depois meu vô, morreu de tristeza.
Baixei a cabeça lentamente, eu não entendia bem como era perder alguém próximo porque quando perdi meus pais eu ainda era muito jovem e sequer tive tempo para viver o luto de quando meu irmão também morreu, então eu simplesmente não podia dizer que entendia, porque não, não entendia.
- Sinto muito por isso. - sussurrei, Taehyung levantou os olhos clarinhos para mim e levemente brilhosos como cristais devido as lágrimas.
Ele abriu um sorriso sincero para mim pela primeira vez.
- Tudo bem. - levantou batendo no traseiro para tirar a poeira. - Estou indo primeiro.
No segundo seguinte não respondi nada, apenas o observei entrar e fechar a porta.
...
Quando Chaeyong saiu para realizar a ultrassonografia acompanhada aos filhos como previsto eu havia ficado as sós com Taehyung, e não conseguir decidir oque sentir em relação a isso era desesperador, o ômega era uma caixinha de surpresas nunca se sabe quando ele vai querer te bater ou beijar suas feridas e eu sentia que estava sempre em uma corda bamba perto dele.
Mesmo assim passamos o resto da manhã sem contato, Taehyung havia simplesmente sumido da mansão - coisa que eu não reclamei, e eu simplesmente jogando uma bolinha de papel na parede totalmente entediado muito embora minha preferência fosse essa.
Mas no pouco tempo que fiquei sozinho na cozinha tomei um susto quando uma melodia baixa e suave começou a ecoar por todos os lados da mansão, primeiro achei que estivesse ficando louco por estar tanto tempo sozinho e depois que os anjos estivessem vindo me buscar, mas quando saí correndo procurando qualquer sinal de uma criatura celestial com asas me separei com algo que eu não estava esperando.
Taehyung no piano, a mansão estava fechada e com uma camada finíssima de sombras sobre os azulejos, tendo as única luzes da manhã que saía suavemente do das frestas refletindo no rosto dele, o silêncio e a calmaria sendo os únicos testemunhos do som calmo e gracioso em que saía de lá, parecia estar me chamando a medida que ficava a espreita, tentando não cortar a magia.
Ele estava lindo, era indescritível.
Os olhos estavam fechados, os dedos trabalhando sozinhos sem medo e sem errar uma tecla, a pele do ombro esquerdo suavemente exposto pela camisa de seda rosa pastel que usava, cabelos alinhados e brilhosos como sempre carregando aqueles cachinhos preciosos que ele tinha, Kim estava sereno, resmungando alguma coisa que devido a distância eu não conseguia ouvir, a respiração lenta e os ouvidos apreciando as próprias notas, inexpressivo e concentrado.
Observei em silêncio suas costas e a pele leitosa desprotegida pelo tecido frágil e finíssimo no frio que o manto do escuro abraçava, naquele estado ele parecia até quebrável e pequeno, arrisquei me aproximar mais, como se o som dentro das veias me conduzisse a não possuir controle sob meu próprio corpo, fiquei até que o som gostoso se dissipasse e finalmente recebesse o olhar felino sobre mim.
Revivi os curtos momentos da dança, os olhares outra vez como andava fazendo, mas direcionando meus pensamento passei a encarar demais a boca vermelhinho e levemente aberta de Taehyung, próximo demias, quente demais, desejoso demais.
Arriscar conviver com Taehyung foi de longe o trabalho mais perigoso que eu já aceitei em tempos, não porque ele era um omega forte e decidido, mas porque ele era totalmente amável, eu podia facilmente me render na tentação caso não soubesse o meu trabalho aqui, mesmo que eu estivesse com o pé na cova por estar demorando tanto.
Quase não dava atenção ao que eu deveria fazer e eu temia que isso me desse problemas.
- Oque você tá fazendo? - ele perguntou quando sentei ao seu lado, os olhos azuis bonitos me observando atentamente.
- Não sei, gostei do que você tava fazendo.
- Gostou é? - ele deu um risinho baixo enquanto conversava comigo seus dedos passeavam pelo dentes do piano como se fosse seda.
- Você canta também?
- Sim, tive aulas quando era menor. - era óbvio que sim, Taehyung não parecia o tipo de riquinho que ficava quieto na primeira oportunidade, não me surpreenderia se caso ele dissesse sabe mais de uma língua. - Junto com as de línguas.
Ah claro.
Quase revirei os olhos, no entanto seu olhar sobre o meu foi a única coisa que me impediu e eu não conseguia aceitar o quão bonito Taehyung era, os lábios roseas e doces, a pele imaculada tão brilhantes quanto uma piscina de mel, os olhos que suportavam me encarar o quanto quisesse quando que para mim era uma tarefa difícil.
- Você pode parar com isso? A sua beleza me ofende. - Taehyung pareceu tão surpreso quanto eu, mas simplesmente sorriu pequeno raspando os dedos pelo teclado.
- Você me acha bonito, Jeongguk? - observei seu rosto de perto, tão perigosamente perto que era possível sentir sua respiração batendo suave no meu rosto, ele não parou de me olhar assim como eu não conseguia desviar o meu.
- Acho, acho sim. - afirmei preso numa espécime de bolha mágica borboletas estranhas rasgando o meu interior com uma violência desnecessária, mas que eu não reclamaria de qualquer forma.
Mas diferente do que eu pensei que faria, Taehyung simplesmente ignorou a minha fala observando os próprios dedos apertando o piano com carinho, deixando a melodia quase sussurrar pelos corredores da mansão, suspirei estranhamente frustrado com a reação e ameaçando me afastar sentindo meu lobo lamúriar uma sensação desconfortável.
Mas Taehyung me segurou pelo pulso me mantendo no lugar ainda que não me olhasse ou retribuisse, ele não tinha obrigação de qualquer forma, e um elogio era apenas elogio.
- Estou com fome. - ele disse, mas ainda derramava sua atenção nas teclas do piano.
- Taehyung, eu não sei cozinhar.
- Nem eu. - e soltou uma risadinha gostosa. - Não quero explodir a cozinha da minha casa, vamos comer fora.
- Eu posso pedir alguma coisa.
- Eu quero sair. - concordei, porque se ele queria, não havia nada no mundo que o impedisse de fazer. - Pensando melhor, eu quero cozinhar! Vamos ao mercado.
Suspirei, clamando para deus misericórdia.
...
O caminho até o mercado não foi muito longe e Taehyung se manteve calado o caminho inteiro, confesso que eu estava morrendo de medo porque Taehyung quieto não era normal, era assustador.
Passamos no mercado mais próximo e Taehyung sequer esperou para abrir a porta, saiu saltitando feito uma criança.
- Para, parece que nunca veio num mercado. - falei assim que o puxei pela gola da camisa para que não fosse atropelado, mas seus olhos grandes direcionados a mim com inocência quase me fizeram revirar os olhos. - Você nunca veio num mercado.
Constantei baixando a cabeça por alguns segundos mas tendo que levantar com pressa para agarrar Taehyung outra vez o puxando para mim.
- Para com isso Taehyung! Quer morrer!?
- Ah, cala a boca Kong cu, eu sei oque tô fazendo. - revirei os olhos e o puxei pelo braço o impedindo de ser acertado por uma motocicleta.
- Não, você não sabe, vai ser atropelado nesse ritmo. - suspirei com forçar. - Não sabe nem olhar de um lado pro outro.
Bufei esperando os carros passarem para poder atravessar aquela criança no meu encalço, Taehyung novamente com os olhos azuis ainda maiores, abriu um sorriso e disse:
- Segura minha mão então. - engasguei com a saliva e o olhei rapidamente.
- Como é?
- Segura a minha mão, vamos andar de mãos dadas pra eu não correr risco de morrer atropelado, afinal de contas, não é isso que as babás fazem? - Suspirei quase trêmulo.
Agora ele vem falar que eu sou babá? Tsc, hipócrita.
Bufei agarrando sua mão e entrelaçando nossos dedos com firmeza, concordando com aquilo porque por um lado fazia até sentido, limpei a garganta vendo Taehyung sorrir animado e novamente aquelas borboletas filho da puta estavam batendo asas no meu estômago, todas com as asinhas azuis feito os olhos de Taehyung.
- Vamos. - passamos a caminhar até dentro do mercado grandíssimo, a movimentação não estava tão grande e eu pude caminhar livremente mostrando o local para Taehyung, já que estava óbvio que ele nunca havia precisado pisar em um. - Oque você quer comprar?
- Humm... Que tal doces?
- Você quer almoçar besteira? - ralhei.
- Ah... Vai Kong cu, me deixa comprar umas besteirinhas pra comer, só hoje. - revirei os olhos, não precisava nem olhar para saber que eu ia ceder de qualquer maneira.
- Onde você tirou essa de Kong cu?
Mostrei minha indignação por mais que fosse ignorada completamente visto que Taehyung estava ocupado demais maravilhado com o mercado todo colorido já que eu estava o levando procurando a ala de doces barra besteiras.
- É um apelido, gostou?
- Odiei. Muda.
- Ah não, não vou mudar.
- Então não vamos comprar doces. - desviei o caminho.
- Aish! Tudo bem. - soprou o ar pensando. - Que tal Sr. Grandes dentinhos.
- Que porra, claro que não! - caminhei até o caixa dentro do mercado, estava literalmente perdido ali dentro, puxava Taehyung que ainda estava com os dedos bem apertados aos meus.
- Porque não? Você tem os dentinhos bem grandinhos, parece um coelho. - revirei os olhos contendo o sorriso idiota. - Que tal Conejito então?
- Não Taehyung, que horror, e que língua é essa? - dessa vez eu ri, porque era engraçado ouvir Taehyung pronunciando outra língua além do coreano.
- Espanhol, Me gusta hablar español conejito. - franzi o cenho, rindo com gosto, não porque era engraçado e sim porque era fofo.
- Que?
- Eu disse que sou fluente em outras línguas? - concordei. - Você gostou de Conejito?
- Não, pula pra próxima. - falei.
- Nossa como você é chato!
Parei frente ao atendente que estava com cara de tédio e parecia dormir as pálpebras abertas, sorrindo mas que não foi retribuído.
- Oi, onde fica a ala dos doces? - perguntei, o atendente bocejou e me olhou.
- Na ala dois.
- E onde fica a ala dois?
- Naquela que tem um dois neon vibrante encima. - ele respondeu tediosamente contendo para não dormir ali.
Bufei, olhando para cima e lá estava a bendita placa com o dois em néon vibrante piscando, Taehyung me puxou até lá com animação.
- E que tal ranzinza? É bem a sua cara.
- Ainda com isso Tae?
- Tae? - perguntou sorrindo.
- Sim, gostou? É meu apelido pra você. - o ômega deu saltinhos ao meu lado.
- Adorei.
Bufei um riso o olhando, eu estava definitivamente ficando louco. Juntamos todos os doces e bateiras possíveis dentro de um carrinhos até a borda, incluindo guloseimas que eu também gostava de comer e durante o silêncio que se estabeleceu, meu coração pesou feito pedra gradativamente, porque era visível o quão próximos que estávamos e essa única questão me fazia pensar em outras milhões e em todas elas Taehyung saía de coração ferido e isso definitivamente não me agradou.
- Guk.
- Oque?
- Meu apelido pra você, vai ser Guk. - ele disse enquanto nos dirigiamos ao caixa, sorri de lado verdadeiramente satisfeito com o apelido, soava íntimo. - Gostou?
Tae me encarou com os olhos grandes e brilhantes em expectativa e quando eu sorri ele retribuiu feliz, empurrei o carrinho com uma das mãos já que a outra estava ocupado mantendo Taehyung seguro segurando sua mão, entramos na fila do caixa e posicionei o ômega na minha frente para que nenhum engraçadinho tentasse algo, mas ficamos próximos, ele um pouco menor e eu conseguia sentir seu cheiro perfeitamente misturado aos produtos de limpeza, suspirei outra vez afetado, Taehyung puxou o meu braço e eu o encarei com total atenção.
- Eu esqueci os pacotes de marshmallow, vai lá pegar? - concordei.
- Eu volto logo, e Taehyung, pelo amor de deus, se comporta. - e é claro que as minhas palavras não serviram de muita coisa, porque quando voltei Taehyung estava simplesmente grudado nos cabelos da balconista gritando com ela e eu estático sem saber oque fazer.
Joguei os doces nas sacolas já postas e ordenei que colocasse tudo no carro e quando voltei, fiquei ainda mais atordoado, tinha polícia, carro e Taehyung sendo escoltado por dois policiais ômegas.
E ele não perdeu tempo em soltas os braços e ergue-los, esticando os dedos do meio de ambas as mãos e direciona-los para a atendente, tive que rir da ação para me desesperar depois novamente, já que eles já estavam levando Taehyung para a delegacia.
- Não posso te deixar sozinho um minuto, que droga Taehyung. - e passei a dirigir atrás do carro da polícia. - Inacreditável Taehyung, inacreditável.
...
Estacionei o carro assim que chegamos a delegacia, corri até a entrada vendo um Taehyung quase latir para os policiais e eu queria muito rir mas estava com muita medo de ser despedido para isso.
- Taehyung! - gritei, Tae virou-se para mim e tentou se soltar mas sem sucesso.
- Guk, socorro, eles são loucos. - fui até eles fazendo reverência para os policiais.
- Oque foi que aconteceu?
- Ele agrediu uma atendente.
- Eu esgava me defendendo! Ela disse que eu ia ficar gordo comendo tanto doce, aquela baranga! - engasguei com a vontade de rir da situação, os policiais no entanto estavam impassíveis.
Suspirei.
- Olha, mil desculpas, mas ele é- - Taehyung não deixou com que eu terminasse me lançando uma reprovação com o olhar. - E-ele é doente, sabe, tem umas crises de raiva intensa as vezes, tenho que estar vinte e quatro horas de olho nele.
Falei oque me veio a cabeça, os policiais me olharam nada convencidos e eu tive que apelar.
Baixei o olhar tentando parecer o mais triste possível.
- As vezes ele não consegue dormir a noite, e eu preciso tomar conta para que ele não tente nada, isso é tão difícil, ter meu irmãozinho nessa situação. - pisquei rapidamente e lágrimas começaram a surgir no meu rosto. - Meus pais morreram a um tempo, ele é tudo oque eu tenho.
Forcei a voz, deixando-a trêmula e chorando falsamente, os ômegas me olhavam com pena Taehyung por outro lado estava de boca aberta tentando não rir daquilo, os policiais soltaram as mãos do Kim pedindo desculpas por aquilo, e participando da minha peça Taehyung também fez a expressão mais sofrida que podia.
- Oh, eu sinto muito. - um dos ômegas dissera colocando as mãos na frente do rosto.
- Sentimos muito, vocês querem entrar pra comer alguma coisa? - ele se referia a delegacia e eu prontamente neguei.
- Preciso leva-lo para a consulta, muito obrigado. - Taehyung veio até mim quase se arrastando como se estivesse sentindo feridas nós ossos, segurei com toda a força para não rir.
- De nada, se cuidem. - eles se curvaram, repeti o movimento esperando eles irem para longe.
E então, Taehyung explodiu na gargalhada com a minha companhia.
- Meu irmãozinho? Qual é! - ele riu.
- Foi oque veio na minha cabeça. - falei limpando as lágrimas falsas e fungando. - Vamos embora, se sua mãe souber disso eu tô no olho da rua.
O ômega no entanto apenas soltou um risinho sapeca recebendo uma revirada de olhos.
Caminhamos até a esquina que eu havia deixado o carro mas para a minha profunda decepção, lá estava um carro guincho levando nosso carro.
- Ei! Oque é isso?
- Você estacionou na frente do hidrante senhor, estamos levando o carro. - o moço que carregava não mais de quarenta anos disse, juntando as sobrancelhas enquanto o carro estava apenas com a duas rodas no chão.
Mas ele sequer esperou que eu tentasse alguma coisa, me lançou uma careta feia e foi embora.
- Droga!
- Parece que não estamos com sorte hoje. - o ômega gargalhou parecendo se divertir com a situação, até porque imagino que no fim de tudo, essas coisas sejam uma parte realmente divertida já que é de costume que tudo dê certo para ele, sendo um riquinho que até mordomos tem.
- Você trouxe o celular?
- Não. - e riu ainda mais.
- Eu não acredito. Estamos a quilômetros da sua casa, não dá pra ir caminhando Taehyung! - bufei irritado.
- Não grita. - fez bico.
- Oque?...
- Não grita comigo.
E passou a soluçar chorando como se não estivesse se derramando de rir.
- T-taehyung. - engoli saliva. - Ei Tae, tudo bem, me desculpa, eu fiquei nervoso.
Abracei seu corpo aninhando sua cabeça entre meu ombro e meu pescoço, o ninando ali para que parasse de chorar.
- Shii, ei tudo bem, me descu-
- Saí! - me empurrou com uma certa brutalidade.
- Taehyung! - o encarei por um tempo, observando-o limpar as lágrimas lustrosas do rosto, cruzei os braços. - Vamos embora.
Estava quase anoitecendo, o sol estava estava sobre nossas cabeças mas dava-nos tchau enquanto se escondia lentamente no horizonte, um suspiro longo deixou meia lábios e formaram uma fumacinha fina e delicada diante do meu rosto e só depois disso que percebi que o tempo estava esfriando conforme o sol sumia, oque não era bom.
Virei até ter Taehyung diante da mim e a visão do corpo ainda menor encolhido feito um gatinho e miando de frio foi no máximo adorável, e eu estava definitivamente com medo das reações que o meu corpo tinha sempre que Taehyung mostrava ser só um menino dócil - quase sempre. No entanto eu não podia contar as vezes que as borboletas infernais carcomiam meu estômago sempre que ele me olhava como se decifrasse todas as minhas intenções ou soubesse dos meus pecados.
Não conseguia mais escapar daqueles olhos nem se quisesse e isso era um grande fato, no fundo sabia oque estava acontecendo, mas negaria até a morte, porque gostar de Taehyung era perigoso, tanto para mim quanto para ele.
Me movi até que estivesse ao seu lado, retirei meu blazer do terno e envolvi seu corpo encolhido e corado dentro da minha roupa acompanhado a um abraço um tanto desajeitado mas caloroso, Taehyung não disse nada e eu sequer o olhei, porque não queria, tinha medo de olha-lo e só ter a confirmação do que eu estava sentindo.
- Vamos procurar um lugar pra você tomar um chocolate quente, depois encontramos um jeito de ir embora. - se ele concordou eu acabei não vendo, estava pedido demais na minha própria cabeça juntando soluções pra esse problema, o único que encontrei foi negar, negar até acreditar.
Talvez fosse apenas um interesse superficial, porque Taehyung era um ômega absurdamente lindo, quem sabe até mais lindo do que todos os ômegas que eu já vi em toda a minha vida, era apenas isso, atração e nada mais.
Conseguimos encontrar uma cafeteria aberta, compramos um café e um chocolate quente que conseguiu deter uma parte do frio, nos sentamos diante a um pista de treinamento para skatistas.
Observamos as poucas crianças de um lado para o outro com skates e seus pais os ajudando.
- Eu nunca fiz isso. - lancei-lhe um olhar abismado mas não durou muito quando vi as íris cristalinas só transmitir melancolia.
Estava mais que óbvio que Taehyung havia sido privado de muitas coisas durante a infância e adolescência, e isso era típico, crianças da classe alta aprendiam outros idiomas enquanto as outras brincavam de lutinha nas aulas.
Suspirei alto.
- Você tá brincando comigo né? - no enquanto ele só me lançou um olhar triste e negou jogando a franjinha lisa e clara de um lado para o outro, ato que eu achei adorável. - Eu não aceito isso.
Levantei de uma vez capiturando pela visão periférica o momento em que ele levou um leve sustinho da minha ação repentina.
- Onde você vai?
Não o respondi, sequer o olhei enquanto caminhava determinado para dentro do estabelecimento ganhando uma coragem que eu nunca soube que possuía e em passadas largas retornei rindo baixinho quando os olhos expressivos do ômega triplicaram de tamanho.
- Oque? Não! Nem pensar. - ele recusou quando levantou se afastando de mim. - Rosa, Jeongguk?
Gargalhei com os patins erguidos diante do corpo nos meus braços esticados dois pares de patins rosa choque chamativos, com fitinhas também roseas e roxas penduradas e brilhantes deixando aquele negócio cada vez mais ridículo.
Mas eu faria por ele, porque Taehyung ficava mais bonito sorrindo, mesmo que fosse de vergonha.
- Você me fez usar aquela fantasia ridícula, vai usar patins rosa choque com fitinhas sim, e ah! - mostrei. - Para nossa segurança, capacetes rosa bebê da My little Pony.
Falei como se estivesse apresentando algo genial, que naquele momento para mim era sim, Taehyung passou a rir colocando a mão de dendos finos sobre a boca, cobrindo o sorriso lindo - que logo tratei de retirar sua mão dali. As bochechas coradas, mas ele estava feliz, e nunca em milhões de anos senti tanta agonia na minha vida.
E não era no sentido ruim, porque vê Taehyung feliz acelerou tanto meu coração a ponto de doer, mas eu simplesmente não conseguia tirar o sorriso do rosto, porque era lindo demais.
Meu coração rápido, socando o meu peito violentamente e as borboletas infernais roendo meu estômago, mas por mais incrível que parecesse, era uma boa sensação.
Eu me sentia vivo, porque definitivamente eu não era o único ladrãozinho alí, ele não era o único que estava tendo algo precioso tomado.
- Jeonggukie... - ele miou feito um gato, mas eu gargalhei colocando mesmo que fosse a força o capacete ridículo em sua cabeça para logo depois colocar na minha.
Estávamos ridículos, mas nenhum dos dois parecia se importar.
- Nem vem com apelidinho pra cá agora. - ele choramingou se encolhendo de vergonha. - Vem.
- Conejito...
- Não. - repreendi.
Ele riu quando me agachei para enfiar os seus pés nos patins, couberam perfeitamente mas ele apenas resmungava.
Era uma pista de skatistas amadores, mas que era perfeita para ele tentar no momento, não tinha ninguém ali devido as horas a não ser algumas criancinhas com os pais, levei Taehyung até uma certa altura e quando o vi mais confiante para tentar sozinho o soltei, ele escorregou sobre as rodas por dois ou três metros e num segundo ele estava de pé indo muito bem e no outro estava com a cara enfiada no chão.
Tentei correr para ajuda-lo mas sempre que dava um passo eu nunca saía do lugar correndo no lugar feito um personagem de desenho e quando finalmente consegui escorregar sobre as rodas tropecei nos meus próprios pés e caí de cara, infelizmente a bunda do Taehyung não estava ali para amortecer a minha queda, só cai na real quando passou a doer feito o inferno que eu havia enterrado o meu nariz no concreto.
Meus olhos imediatamente transbordaram lágrimas e fechei-os colocando a mão no nariz como se aquilo fosse diminuir a dor, oque obviamente não estava funcionando.
- Jeongguk! - ouvi também, de uma maneira meio abafada e distante mas consegui ouvir e então suas mãos estavam tentando tirar minha mão dali para ver, mas estava doendo demais. - Sangue? Meu deus Guk, você tá sagrando.
Foi quando percebi que a coisa tava seria mesmo, e não me preocupei com o sangue jorrando de mim já que lágrimas estavam brotando nós olhos de Taehyung.
- Jeongguk, me desculpa, eu não deveria-
- Não foi sua culpa, Tae. - falei colocando a para estancar o sangue, mas estava me sujando inteiro, Taehyung retirou o meu blazer e empurrou contra meu nariz provavelmente quebrado tentando me ajudar, mas a afobação acabou fazendo fazer com força, e eu gemi de dor.
- Espera Tae, devagar. - segurei suas mãos.
Não era a melhor oportunidade ou o melhor momento, mas quando nossos olhos se conectaram foi como se foda a dor descansasse sobre aquele mar azul, me dando trégua, o cheiro de Chocolate e caramelo estava tão forte a ponto de me fazer suspirar e fechar os olhos aproveitando daquele sentimento caloroso no coração, aproveitando do calor da sua mão sob a minha e no momento eu não sentia dor, porque Taehyung me olhava e liberava seu odor que me calmava mesmo inconscientemente.
- P-precisamos ir no hospital, vê se a fratura é grave. - concordei afetado demais para falar, pedindo por carinho enquanto sua mão ainda estava no meu rosto.
E o resto da noite se passou em um Jeongguk choramingando enquanto médicos mexiam no meu nariz como as fosse gelatina e doía demais no enquanto a fratura não foi grave e daqui a algumas semanas já estaria melhor, me coloram um curativo charmoso e remédios para dor, porque iria inchar e doer, por enquanto eu ainda não parecia um tomate.
- Essa noite foi um desastre, desculpe. - falei enquanto caminhavamos um ao lado do outro, faltava pouco até que estivéssemos finalmente em casa, as pessoas caminhavam de um lado para o outro como se não existissemos.
- Tá brincando comigo? Foi a melhor noite que eu tive em anos, bem fora da minha rotina monótona e sem graça. - o ômega respondeu. - Estou bem fora da minha agenda depois que você apareceu.
- E isso é ruim?
- Claro que não, eu estava rezando pra alguma coisa acontecer. - e sorriu.
Mas meu sorriso foi forçado.
- Que bom. - chutei uma pedrinha e Taehyung a chutou mais a frente.
E lá estávamos nós mais uma vez brigando.
- Eu consigo jogar mais longe!
- Eu duvido! Com esses bracinhos de frango, não consegue jogar nem um metro! - respondi mostrando a língua, Taehyung abriu a boca pegou a maior pedra que viu e jogou sem direção.
E foi o pior erro.
O som de vidros estilhaçando congelou o meu corpo inteiro e Taehyung não pareceu diferente já que estava tão pálido quanto eu.
- T-taehyung...
- Eu sei... - e foi tudo muito rápido, a senhorinha da casa veio correndo. - Jeongguk ela vai pegar a gente, pensa em alguma coisa! Rápido. - disse aos sussurros.
- Finge desmaio.
- Oque?
- Desmaia Taehyung! - ele deu de ombros mas em desespero e agonia se jogou nos meus braços com se realmente estivesse passando mal e então minha segunda encenação do dia começou. - Oh meu deus! Ele desmaiou.
Em poucos minutos um grupo de pessoas se agrupavam ao nosso redor formando um esconderijo perfeito, a senhorinha apenas olhou para os lados quando passou pelos portões e para o tumulto perto mas voltou para dentro resmungando e xingando, pude respirar corretamente depois.
- Ela já foi? - Taehyung sussurrou perto do meu ouvido com apenas um dos olhos abertos.
- Sim.
- Graças a Deus. Tudo bem galera, foi só uma dor de barriga. - as pessoas obviamente se assustaram com a melhora brusca, umas resmungavam e outras respiravam aliviadas, lentamente elas foram se separando e seguindo seus caminhos novamente.
- Oque dor de barriga tem haver com desmaio? - perguntei quando voltamos a caminhar como se nada estivesse acontecido.
- Sei lá, só falei o me veio na cabeça. - ri lembrando do acontecimento mais cedo.
Quando chegamos nós portões da mansão eram quase onze da noite, estava cada vez mais frio e todos estavam dormindo obviamente, suspirei cansado sentindo meu nariz latejar mas assim que passamos pelos portões para encerrar a noite com chave de ouro os regadores cronometrados foram acionados, passou chover e eu já não me importava com nada só olhei para Taehyung com cara de tédio mas ele estava rindo gostosamente tentando se esquivar inútilmente da água.
Empurrei Taehyung e ele caiu na lama sujando ainda mais suas roupas e não se demorou em me puxar, vê-lo naquele estado me lembrou o primeiro dia em que o vi.
Descansei no chão mesmo que estivesse sujo e molhado, Taehyung deitou ao meu lado rindo baixinho piscando inocentemente.
- Obrigado. - sussurrou no meio da penumbra, debaixo das estrelas, confortável embora estivesse naquela situação. - Obrigado por hoje Guk, obrigado mesmo, nunca me diverti tanto.
E riu da uma forma gostosa, uma criatura linda me observando com uma ternura quase palpável, e eu estaria orgulhoso se o acaso não me lembrasse sempre.
- Não foi nada. - respondi fechando os olhos. - Me desculpa.
- Pelo que? - Taehyung questionou de cenho franzido quando eu o olhei de perto.
- Por ter sido um idiota com você na primeira vez que não vimos.
- Mas isso já faz tanto tempo Guk.
- Nunca é tarde pra se desculpar, antes tarde do que nunca. - sorri. - Eu acho que te devia isso.
- Está perdoado. - riu. - O destino cuidou disso de qualquer forma, olha você aí com o nariz sequelado.
Bufei uma risada.
- Cala a boca. - o empurrei rindo e o observando, a distância estava quase mínima entre nós dois, seu cheiro misturado a terra molhada era ótimo demais.
Meus olhos percorreram todo seu rosto, nos mínimos e raros defeitos, até parar em sua boca, vermelha naturalmente, beijavel, cheinha de uma forma não exagerada em um formato de coração escondendo a fileira perfeita de dentes, Taehyung ousou passar a língua ali por cima, molhando o local, me vi preso e movi meu corpo tentando chegar até seus lábios.
Mas Taehyung se afastou minimamente e eu percebi que estava fazendo besteira, levantei disposto a sair dali no entanto, Taehyung puxou meu pulso suspirou e tocou meus dedos sob os seus, pressionando-os contra seu peito onde o coração batia acelerado, de início não entendi sua atitude e quando então capiturei seus olhos desesperados compreendi, no mar dos olhos um pingo pequeno que dizia "eu não sei como fazer isso, me desculpe" então apenas mostrei o meu melhor sorriso, porque eu queria mostra-lo, queria ensina-lo.
Taehyung também sorriu e depositei um beijo cálido no dorso da sua mão.
- Vamos entrar.
Caminhamos até a casa, até sermos separados pelas escadas e sumimos em direções diferentes, mas eu pude jurar ouvir meu coração pulsar em todo o corpo e Taehyung alegre, porque eu quase podia sentir oque ele estava sentindo, e era tão gostoso quanto os meus.
📘😻
🍒Tentativa de interação:
Qual vocês acham que seja o papel dos meninos nessa história? (Os que ainda não apareceram) Digam oque vocês acham que seja a profissão e a classificação alfa/beta/ômega.
Yoongi:
Hoseok:
•••
⭐Me gusta hablar español: Eu gosto de falar espanhol.
⭐Conejito: Coelhinho
Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top