CAPÍTULO 2: O destino ao meu favor

Aqui é a segunda parte.

◖◗

Acordei algumas horas depois, ainda insatisfeito, com dores e com sono mas ouvir pelo alto falante que já estávamos em Seul foi a minha primeira vitória do dia e por esse motivo ganhei forças para sair do aconchego em que estava.

— Com licença, poderia me informar está endereço? — questionei assim que coloquei os pés fora do vagão a uma pessoa qualquer que passava a minha frente.

Máscarei o sorriso mais gentil que eu era capaz de dar e seguidamente, ouvindo a voz docemente gentil da moça, sobre seus olhos amêndoados e lábios carnudos e roxos pelo frio a ouvi dizer;

— Ah, é a mansão Kim, não fica a mais de cinco quadras daqui, não tem erro é a maior casa da vizinhança. — e eu sequer imaginava que pessoas assim gostaria de viver em vizinhanças.

Pensei que pessoas com níveis tão alto de riqueza moravam sobre pedestais para que as pessoas podessem venera-los ou em locais isolados e nem chegavam a pisavam no chão. Mostrei os dentes em uma tentativa de sorriso muito estranha que estranhamente pareceu convencer — ou ela só estava fingindo, para a moça bonita de sorriso radiantemente pérolado.

— Muito obrigado. — e girei os calcanhares em sentido contrário sem antes receber um aceno de despedida muito meigo.

O resto do dia foi eu caminhando vários quarteirões procurando o número da casa, mas eu sequer precisava desse papel besta, uma vez que a... "Casa" era terminantemente inconfundível, sabia que ricos gostavam de exibir a riqueza, seja explicitamente ou não, mesmo que grande maioria preferisse explicitamente, mais especificamente físico.

Mas em anos da minha, — talvez nem tanto, monótona vivência, cheguei ao bel prazer de visualizar de perto o conjunto de esbanjamento, suntuosidade e concupiscência de grandezas bilionárias, sequer sabia que poderiam existir estruturas tão ginormicas quanto aquela e mesmo de perto, mal conseguia imaginar o quão grande poderia ser do lado de dentro. Deixei a minha admiração para depois e cuidei e procurar um jeito para entrar primeiramente dos portões.

Era uma organização bem ornamentada considerando oque eu podia ver além do portões, a mansão estava muito bem afastada, imaginei como poderia pular por aquelas lanças enormes de ferro e mesmo assim, com sangue nos olhos e já sentindo os ombros doloridos passei a escalar as lanças apoiando minhas mãos suadas em cada lado apertando-as com força e jogando meu peso contra a gravidade e quando finalmente consegui me esgueirar entre as plantas sabendo que poderia ser visto por funcionários e entrei meu queixo caíu.

Por dentro parecia ainda maior, assustadoramente larga e exageradamente espaçosa com escadas de longas extensões e separada em duas do qual se encontravam no meio do segundo andar, corrimão de madeira polida brilhando no reflexo dos lustres, o chão refletia meu rosto embasbacado com a quantidade de entradas que aquela única sala tinha, as janelas prismadas incidindo o arco de cores sobre os azulejos de cerâmica claro, era tudo um exagero luxuoso e extremamente caro.

Definitivamente o lugar mais rico que eu já coloquei os pés.

Engoli o espanto novamente, pela falta de experiências neste ramo, — eu não podia ser o mais habilidoso, mas era o mais esperto —, soltei o ar com força retirando a mochila das costas e quando eu estava prestes a abri-la e retirar de lá um pé de cabra mas antes que fizesse qualquer movimento um cheiro vindo de uma voz me assustou e sequer tive tempo de arrancar o pé de cabra.

Virei rápido, as pernas bambas demais.

— Nossa, finalmente em casa. — foi oque disse quando entrou, de costas para mim pousando sacolas de compras sobre o sofá caro. — Essa viagem não deveria ter acontecido, se eu soubesse que seria tão cruel comigo, teria cancelado desde antes, sabe oque aconteceu? Depois de visitar Hyunjo em Porteville, acabei voltando para a República Dominicana depois de um acidente com o cabelo de Tia Jobim e o fogo da churrasqueira, quem fica tomando chá tão perto de um negócio pegando fogo? — soltou um ruído de raiva e deboche. — Passei uma semana na casa de Emma e depois voltei para Califórnia, e a vida ainda não muito satisfeita com as minhas desgraças de viagem, tive que aguentar o humor ácido do meu filho durante esse tempo todo, foi um... Caos. — e finalmente me olhou percebendo que estava desabafando com um estranho. — Quem é você?

Era uma Omega, o rosto jovem e preservado parecia uma menina de não menos de trinta anos mas os fios longos e lisos eram branquinhos feito neve, destoando do seu rosto jovem mas que era estranhamente bonito, ela tinha um sorriso pequeno nos lábios enquanto colocava com os dedos longos a franja para detrás da orelhas, eu a observei atentamente, eram movimentos delicados e uma beleza extraordinária.

— Eu fiz uma pergunta. — ela falou novamente, desta vez eu pude ouvir com mais clareza sem que esteja reparando na sua aparência quase angelical.

— Jeon... Me chamo Jeon Jeongguk. — respondi mesmo que ainda estivesse meio submerso na beleza sobre-humana naquela criatura.

— E oque você faz aqui?

Eu vim roubar uma parte do seu cofre bilionário, se não se importa.

— Encanador. — pensei rápido. E diante minha fala, a mulher apernas ergueu uma das perfeitas sobrancelhas escuras.

— Encanador? Hm, não fui avisada sobre isso, que bom que esta aqui, faça seu trabalho então. — ela sorriu, os lábios formando uma geometria perfeita retangular mostrando toda a arcada dentária.

Era um sorriso peculiar, diferente, brilhante, bonito. Talvez agora eu soubesse o porque dos Kim's serem... raros de se ver.

Mas concordei sem saber ao certo oque eu faria nos segundos seguintes.

Limpei a garganta caminhando sem muito oque fazer e a cozinha foi a minha salvação quando de fato, realmente tinha um cano com um grave gotejamento e nas horas seguintes eu fingi ser um profissional em encanamentos quebrados, oque quase não era mentira uma vez que usei meus costumes de arrumar coisas quebradas do meu moquifo.

— Eu tinha uma reunião agendada para hoje. — ouvi-a falar, a voz brevemente abafada pela distância entre mim e ela. — Minha visita ainda não chegou Soyon?

— Na verdade senhora... Ele ligou mais cedo e cancelou a reunião. — de soslaio, rumei meus olhos até seus rosto e a vi adquirir um tom mais avermelhado nas bochechas e os olhos agora raivosos.

Eu no entanto, ouvia a conversa atentamente onde a Kim — do qual eu só sabia o sobrenome, falava entredentes que odiavam quando faziam isso, e sobre a reunião ao que mais tarde eu soube que era para um cargo; de motorista particula e guarda costas de alguém.

— Eu realmente não acredito que saí de Porteville em vão.

— Sinto muito senhora Kim. — a empregada disse. — Mas temos um culpado.

A Kim jogou o cabelo grisalho para trás e os olhos castanhos atentos a fitaram.

— Quem? Não me diga que-

— Sim senhora, Taehyung é o responsável. — ouvi o tapa que a mulher deu na própria testa.

— Oque ele fez? — Kim segurava o arco do nariz entre os dedos com a outra mão contornando a cintura finíssima.

— Bem...

— Diga, rápido.

— Seu filho colocou dinheiro na conta dele e o mandou ir embora para longe. — a Kim enrrugou o nariz parecendo já esperar por aquilo, visto que sequer demonstrou muitas surpresa.

E eu estava prestando mais atenção na conversa do que propriamente concertando o encanamento, afinal de contas eu sequer sabia de quem elas estavam falando, mas ela não parecia nada feliz.

— Ele insiste nessa ideia. — então respira profundamente, gritando pelos poros e a expressão cansada. — Estou ficando sem opções Soso, Taehyung sabe ser muito infantil quando quer. — eu a olhei, erguendo a cabeça para expia-las melhor mas tudo que consegui foi acertar a pia com a testa, oque fez um barulho alto do bate entre minha cabeça e o metal.

Merda, essa doeu.

As mulheres que até estão estavam ocupadas demais reclamando me olharam, e a saliva ficou densa quando a engoli sobre o olhar na Kim seguro e sugestivo, por um momento eu senti que nem respirando eu estava, ela sorriu estranho e eu... De olhos arregalados a observei de volta.

— Talvez eu tenha uma solução desta vez Soso, — ela disse. — Este rapaz acabou de me dar uma ideia.

Os olhos amendoins dela me capturavam e eu sentia como estivesse algo áspero escorregando sobre minha pele, mas no segundo em que ouvi sua voz, o plano pareceu melhor do que eu esperava ser.

— Você acabou de ser minha carta na manga rapaz, vou precisar de você para tomar conta do meu maior tesouro. — foi inevitável não sorrir largamente.

Tomar conta de um tesouro é?

— Sim senhora.

— Precisamos conversar.

○○○

As coisas pareciam estarem mais certas do que um dia eu pensaria, observei as costas vestidas da mulher supreendentimente pálida, ombros largos e os cabelos longos parecia uma cachoeira lisa e calma escorregando sob a pele, contornei com os olhos a casa e andando por ali não parecia lá essas coisas, mas os detalhes eram quase infartes, claro, uma casa de rico com ricos mostrando que são ricos.

Ricos.

Eu tenho raiva.

No entanto, sob um torrente de pensamentos egoístas e raivosos sobre ricos a senhora Kim parou e eu quase fui de encontro com as suas costas se não estivesse prestado atenção, ela abriu a última porta do corredor extenso e entramos ambos em silêncio. Eu tive um tempo para pensar onde eu estava me metendo enquanto caminhava pela casa olhando para os próprios pés até chegar a conclusão que, esse era o plano perfeito, eu não poderia fugir da oportunidade que o destino finalmente estava me estendendo, era um acaso maldito, mas se eu não estivesse dançando na minha cova, não pensaria em fazer essas coisas.

Mas eram ricos, e eu teria o dinheiro para o filho da puta enrugado do Hyunbim.

— Peço desculpas, você deve estar confuso. — ela disse assim que eu sentei em uma das cadeiras.

Cadeiras que se um dia eu comprasse, empenharia.

— Um pouco.

— Me chamo Chaeyoung, é um prazer. — ela me estendeu a mão pálida e eu aceitei apertando-a com respeito, ela cheirava a leite fresco.

Fazia jus a sua aparência.

— Jeon-

— Eu sei, gostaria de ser rápida com isso, só preciso saber se você aceita trabalhar como chofer. — Chae disse rápido demais e eu mal pisquei.

— Eu...

— Me desculpe Jeon, é um pouco complicado, Taehyung esta gastando minha beleza.

— Eu imagino.

— A questão é, não preciso apenas de um chofer, você precisa tomar conta do Taehyung para mim, ele pode ser bem infantil e persuasivo quando quer.

— Então quer que eu seja baba.

— Isso.

— Não me dou muito bem com crianças senhora Kim. — ela no entanto respirou fundo e piscou duas vezes.

— Ele tem vinte e três anos. — os lábios róseas que destoava da sua pele pálida franziram ficando mais finos do que já eram e eu pisquei.

Eu teria que tomar conta de um cara mais velho que eu. Mesmo que fossem apenas um ano, mas ainda sim mais velho.

— Ah... E porque alguém de vinte e três anos precisaria de supervisão?

— Porque estou abdicando meu posto na empresa, preciso fazer coisas durante um tempo e ele é o meu sucessor.

— Então... Você quer que eu cuide dele para ele cuidar bem da empresa?

— Não, eu sei que Taehyung quer cuidar da empresa tanto quanto eu, mas... Taehyung é temperamental e eu não quero nenhum dos meus funcionários voando pela janela.

— E oque me garante que ele não vai fazer isso comigo?

— Eu, eu garanto. Eu só quero que você fique de olho nele, não posso deixar o Taehyung estragar uma coisa que eu passei anos construindo.

— Quer que eu cuide de um garoto de vinte e três anos que vai tomar as rédeas de uma empresa, temperamental e que pode supostamente me jogar pela janela?

— É, quase isso.

— Olha senhora-

— Taehyung tem uma influência muito grande na empresa também, isso incluí nossas contas e cofres e além de baba, quero que o proteja dos perigos, é difícil, eu sei, mas eu pago bem.

Conta bancária e cofre.

— Eu aceito o cargo. Quando começo?

— Segunda, venha na segunda, Taehyung esta de viagem com o pai, então segunda você começa.

Então era isso, o destino estava definitivamente ao meu favor.

....

Esse símbolo: ♧. Vai ser usado para uma quebra de tempo grande, tipo de um dia pro outro ou muitos dias.

Esse: ○○○. É pra quebra de tempo de algumas horas.

Obrigado é desculpa qualquer erro. 😁✊❤

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