CAPÍTULO 15: Evidenciação.

Oi, voltei, espero que gostem do capítulo.

— Espero que você tenha conversado com ela. — o Bim gritou.

A mulher que estava presente consigo na sala, puxou os cabelos da frente, curvou o corpo e gritou de alguma forma ainda mais nervosa do que já estava e olhar para Hyumbim não estava melhorando a situação.

— Mina tinha razão, você é um homen odioso Hyumbim! — foi o suficiente para Hyumbim estalar um tapa na bochecha da mulher que por um tempo permaneceu imóvel e calada, mesmo sabendo como era o tipo daquele homem, não imaginava que chegaria a tanto.

Seus olhos eram duas lascas de gelo impenetráveis e sequer se comoveu com o corpo curvado da mulher no chão, segurando a bochecha vermelha e marcada pelo tapa, ele abaixou até a altura da mulher, juntou os cabelos lisos dela na mão em um tufo cheio e a puxou até que ela estivesse perto o suficiente para ouvir suas palavras.

— Eu quero que você a conversa, caso contrário, você sabe oque vai acontecer, não é? — e ela, com medo concordou saindo de perto daquele homem.

...

Desde que soube do envolvimento de Hyumbim e a minha família, não parei de procurar, seja por notícias na internet ou qualquer outra fonte que poderia me levar até uma pista, mas as minhas investigações não estavam me levando a lugar nenhum, nada que fizesse sentido para mim, tudo indicava que Hyumbim conhecia minha família e que eram próximos, mas nada sobre a posição no nosso meio.

Taehyung ainda dormia quanto eu desci as escadas e procurei um lugar silencioso suficiente para respirar um pouco, não era o momento oportuno para pensar naquele tipo de ocasião e mesmo assim, eu pensei, mesmo assim deixei oque não deveria rondar minha cabeça feita minhocas por um longo tempo.

Encontrei um escritório nós fundos, empoeirado mas bom suficiente para me dar um norte, sentei-me perto da mesa e quando percebi já haviam se passado horas e horas, Taehyung bateu na porta, os olhinhos azuis sonolentos me dizendo que havia acabado de acordar, ele sorriu preguiçosamente e caminhou até mim, até que estivesse sentado e confortável nós meus braços sentado nas minhas coxas, ele parecia relaxado, meigo e muito manhoso então não reclamei quando ele simplesmente me embalou em um abraço apertado.

— Queria ter acordado com você do meu lado. — ele disse entre um murmúrio e outro ainda meio dormindo e meio acordado. — Oque está fazendo aqui?

— Me desculpe. — beijei seus cabelos bagunçados e alisei as suas coxas com as suas mãos. — Só precisei pensar um pouco.

— Está mentindo. — neguei com os olhos fechados.

— Não estou.

— É algo relacionado a oque você pretende me contar? — ele levantou a cabeça e mirou os meus olhos com os seus.

Suspirei tamanha era a beleza daquele Omega, chegava a ser sufocante como ele conseguia ser lindo fazendo absolutamente nada de tão surpreendente, Taehyung era simplesmente a criatura mais perfeita que pisou na terra, sorri tocando sua bochecha de repente com uma ânsia no estômago e a garganta apertada em vontade de chorar.

— Disse que na hora certa contarei. — Taehyung não insistiu.

Viu meus olhos lacrimejandos e o fundo da minha alma quebrada e confusa, diante disso ele respeitou a minha decisão e deitou novamente a cabeça sobre o meu peito nu. Estávamos tão próximos do que nunca, oque eu sentia por Taehyung chegava a ser inimaginável, não cabia em palavras, não cabia no meu peito, eu não queria perde-lo, não queria deixá-lo.

Sem perceber, passei a transbordar tudo oque estava sentindo, aquela inundação horrível de emoções ruins e aquela maré de pensamentos incessantes e obsessivos todos girando e girando, chorei por não saber, chorei pelos meus pais mortos e meu irmão, chorei por não ser o orgulho deles, chorei por não ter dado ao menos tempo para ser um orgulho, chorei por Taehyung e pela provável futura decepção que o daria, chorei pelo meu coração quebrado que estava derramando amor pela primeira vez por alguém.

Solucei como um bebê no colo da mãe, Taehyung não se atreveu a levantar a cabeça, pelo contrário, ele me deixou ainda mais quente no abraço, beijou meu pescoço e liberou o próprio cheiro para acalmar meu alfa e a mim, mas isso só me fez chorar mais e aos berros.

Eu já não conseguia ver um futuro sem aquele ômega.

Já estava totalmente ferrado.

Então eu ouvi sua voz, narrando uma história aleatória da sua vida para me distrair dos meus próprios pensamentos.

— Quando eu tinha 5 anos, me levaram para França, queriam que eu aprendesse francês então praticamente fui criado minha vida inteira lá, primeiro estudei no meu quarto com a Victoria uma das melhores amigas nesse período, um tempinho depois, fui transferido para a escola, nossa os alunos me odiavam… No meu primeiro dia roubaram meu caderno de pronúncias francesa por pura maldade.

Permaneci calada, e naquele momento só podia se ouvir os meus soluços baixos e a minha respiração, os meus braços totalmente presos em Taehyung.

— O professor queria que cada um tivesse sua vez, queria testar o nosso francês, e na minha eu estava sem o caderno ou o livro. — ele continuou.

— E então… — perguntei, minha voz rouca e meio embargada. Mas Taehyung sorriu, beijou meu ombro e continuou.

— Eles que eram os burros, eu já sabia todas as pronuncias sem precisar necessáriamemte do livro, contei tudo e deixei todo mundo de boca aberta. — o ômega deu uma risadinha e acabou por arrancar algumas minhas também. — Eu sempre gostei disso, de impressionar, desde então trabalho pra ser melhor.

— Você é o melhor. — ressaltei, Taehyung sorriu contra a curva no meu pescoço perfeitamente confortável ali.

— Não sou não, fiz coisas ruins quando era mais jovem.

— Ruins quanto?

— Hora, eu desafiei um dos meus amigos a fazer uma declaração de amor para uma das garçonetes do clube de chá, eu sou uma pessoa ruim. — ele disse rindo, uma história que valeria a pena ser contata depois.

— Não.

— Oque?

— Você não é uma pessoa ruim, não consigo ver maldade em você. — voltei e ressaltar, o ômega me olhou por baixo, um sorriso lindo entre os lábios roseas e brilhosos.

Aquela altura, eu já conseguia não pensar na minha vida de merda e dar total atenção em Taehyung, meus soluços eram apenas da garganta e mesmo assim, baixos e contidos.

— Você parecia ter uma boa vida na França, com bons amigos e boa família, porque quis vir pra Coreia? — perguntei, de alguma forma querendo prolongar o diálogo e o meu tempo perto dele.

— Bem… Era de fato uma boa vida, mas eu não queria passar o resto da vida bebericando Chá e vendo meus amigos falando sobre mulheres corpulentas, ou meus familiares discutindo o futuro melhor da empresa, ela seria minha de qualquer forma… Então eu, bem eu vim para cá. — ele disse. — Tinha que mudar aquela situação.

— E mudou? — perguntei.

— Sim, eu posso fazer oque quero agora, sem ser uma marionete. — ele disse, segurou minha bochecha. — Conheci você que colocou a minha vida chata e rotineira de cabeça para baixo.

Ri.

— Me desculpe. — mas ele negou, continuou me encarando como se podesse descobrir todos os meus segredos, mas estava simplesmente encarando cada pequeno detalhe dos meu rosto.

O tempo foi passando devagar enquanto eu descobria os detalhes de Taehyung, a pintinha no lábio e uma na pontinha do nariz, a pálpebra e a pele lisa, Taehyung era perfeito.

— E você? — encarei seus olhos, tão apaixonados quanto os meus. — Falamos muito de mim, você ainda não se pronunciou.

— Não tenho muito oque falar, eu não sou tão aventureira quanto você…

— Diga.

— Eu… Eu vivi grande parte da minha vida com meu irmão mais velho, meus pais… Eles partiram alguns mêses depois do meu nascimento, meu irmão morreu quando eu completei 17... — engoli saliva. — Então eu... Eu sou sozinho no mundo.

— Não é, você tem a mim agora. Você é minha família e eu sou a sua. — concordei com veemência concluindo que poderia chorar novamente.

— Obrigado Tae. — murmurei.

— Não agradeça. — ele deitou a cabeça em meu peito novamente, respirou a ar que podia. — Os meus irmãos diziam que eu era egoísta e que não pensava em outra pessoa que não fosse a mim mesmo, que era mimado e sem responsabilidades.

— Foi por isso que você quis administrar a empresa no lugar da sua mãe? — perguntei e ele concordou.

—  Eu queria provar que não era assim

— E você não é.

— Oque eu quero dizer é… A empresa sempre vai me comparar aos meus irmãos, Nanjoon é inteligente, íntegro e tem um namorado famoso, Seokjin é bonito e popular apesar de não trabalhar, em compensação, eu sou o problemático. — ele sussurrou.

— Sinto muito por isso. — murmurei de volta meio sem saber oque responder, não era uma situação que me envolvia ou que eu teria uma resposta na ponta da língua ao menos para conforta-lo.

E estava silencioso, ainda chovia do lado de fora e eu esperava com veemência que algum dia fosse ensolarado, chuva nunca me trazia boas lembranças. Taehyung mirou meus olhos ainda que estivesse deitado sobre o meu peito nu, sorriu com a sombra dos olhos brilhando vívidamente, como se nunca houvesse nada naquele mundo que o machucasse enquanto estivesse agarrado a mim daquele jeito, mas tudo oque me prendeu foi a sensação de impotência queimando as veias, porque Taehyung era demais para alguém como eu.

Seus olhos diziam em palavras mudas que confiavam em mim mais que ninguém, como eu seria capaz de protegê-lo se sequer sei oque fazer? Eu não queria deixa-lo, mas não queria por sua vida em risco, como eu podia ficar com ele quando o medo derretia toda confiança que eu achei que tinha antes de encontrar Hyumbim?  Medo de deixá-lo, medo de ficar com ele, medo de decepciona-lo, medo de ser um fim na vida dele.

Engoli o bolo de choro que subiu na garganta e devolvi o sorriso da melhor maneira possível, ele beijou minha bochecha bem perto da boca.

— Eu vou fazer o café da manhã. — ele murmurou, foi quase um ronronado, seus olhos pincelados em um cinza brilhante e confortável combinando perfeitamente com o tempo.

Seu lobo estava presente e queria agradar meu alfa, mesmo não sabendo cozinhar nada.

— Quer que eu vá com você? — sussurrei sem vontade alguma de sair daquela posição, mas ele negou-se, esfregando o rosto em mim como um gatinho desejando carinho.

— Não precisa, mas se ficar horrível você vai comer mesmo assim, sem fazer careta. — pontuou e eu ri levemente.

— Claro que sim. — e ele se for porta a fora, lindo e brilhando mesmo na penumbra, feito o sol que ilumina os meus dias escuros e a lua das minhas noites sombrias.

Não me restava dúvidas, eu o amava, amava como nunca amei ninguém.

...

Ainda chovia fortemente, mergulhei em livros enquanto Taehyung não me chamava e só então fixo nas histórias e na sensação fantasma de estar pertinho do meu irmão, consegui acalmar minha cabeça, consegui ler tranquilamente, eu amava histórias, amava livros, amava aquela sensação morna de quando os personagens estavam se amando ou quando alguma aventura acontecia, me dei conta que já era tarde quando senti o cheiro de café fresco e ovos com bacon vindo da cozinha, era como caminhar em direção ao paraíso, ele estava de costas preparando fatias de pão de forma enquanto os ovos e o bacon fritava, lembrei imediatamente das cenas clichês dos filmes, mas que era gostosinho de ver.

Me aproximei até que seu cheiro estivesse forte e sua nuca colada no meu nariz, senti-o arrepiar quando deslizei tranquilamente minha mais pelos seus braços estendidos e abracei seu corpo no processo, ele usava apenas uma blusa larga até a metade das coxas, não estava frio dentro da casa, pelo contrário, estava quentinho e com o cheiro do Omega espalhado por toda parte, Taehyung arfou, jogando a cabeça lentamente para o lado e eu marquei beijos pelo seu pescoço até que ele estivesse mole nos meus braços, coladinho no meu peito nu.

Espalmei sua barriga lisa por cima da blusa e o apertei no abraço.

— Tae... — sussurrei bem rente ao seu ouvido.

— Humm... — ele responde, na verdade, gemeu. Sorri para ele com preguiça.

— Os ovos estão queimando. — então ele pulou como se sua vida dependesse disso.

Não estavam queimando, mas passava um pouco, ele imediatamente retirou do fogo aliviado por não ter acontecido nenhum estrago enquanto eu ria da situação com isso recebi um pano de prato na cara, mesmo assim eu não consegui parar de rir até ouvir a risadinha mansa do meu Omega.

— Seu abusado de uma figa. — ele reclamou, colocando os ovos e o bacon em pratos separados.

— Oque eu estava fazendo?

— Me seduzindo! — ele jogou outro pano de prato no meu rosto.

— horas, que mentira. — ele riu.

— Abusado, vem, está pronto. — e eu fui me sentindo tão satisfeito que poderia morrer ali e agora.

O resto do dia se foi assim, em um piscar de olhos, a casa silenciosa emitindo os sons da chuva e os sussuros carinhosos de Taehyung para mim.

Mais tarde, quase no jantar eu vasculhei aquele lugar enquanto Taehyung tomava banho, encontrei um lugar ainda mais afastado que o escritório e extremamente mais empoeirado, parecia que alguém não colocava os pés naquele lugar a muito tempo e mesmo assim entrei obstinado, vasculhando como se de alguma forma uma resposta fosse cair do céu.

Mas eu não esperava que fosse mesmo.

Encontrei um birô, sujo e gasto, dentro das gavetas, jornais e nos jornais informações com letras grandes e legíveis escrita:  *família Jeon morta após um acidente de carro, nenhum sobrevivente*

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