Garoto mau

Você é um garotinho rico, que teve que trabalhar pelos próprios brinquedos

Você tem todas as sensibilidades de um garoto de classe alta

Você só tem coisas ruins a dizer

Nunca poderia lhe dizer o que aconteceu no dia em que eu fiz dezessete

A ascensão de um rei e a queda de uma rainha

Dezessete

Bem, você não sabe porra nenhuma sobre a minha família.

- Seventeen – Marina

Seok Hoon estava pronto para ajudar sua irmã gêmea, quando o sinal tocou, impedindo que a confusão continuasse, ele estava farto de Minho, estava pensando em deixá-lo de lado, mas não suportou quando viu o garoto mexendo com sua irmã, Seok Hoon era super protetor com a irmã, como sempre a via apanhar de seu pai sem poder protegê-la, fora de casa o menino assumiu que nada e nem ninguém poderia machucá-la novamente.

Durante as aulas, o garoto não conseguiu tirar o olho da direção de Bae Ro Na, desde o dia em que ela o viu beijando Eun Byeol, a menina não voltou a falar com ele.

No horário da aula de canto clássico, o professor de música solicitou que cada aluno cantasse músicas clássicas para que ele escutasse a voz e saber o que poderia ser trabalhado para melhorar o talento de ambos, ele escolheu as músicas designadas a cada aluno. A primeira solicitada a ir à frente da turma cantar, foi Seok Kyung, a garota ficou feliz, e o irmão sorriu ao observar a alegria da garota em mostrar seu talento.

A música de ópera cantada por Seok Kyung foi "Je Veux Vivre" – Charles Gounod, a garota tinha uma linda voz, uma soprano jovem com muito potencial a ficar cada vez melhor, Seok Hoon estava orgulhoso da irmã, quando ela chegou ao fim da música, todos a aplaudiram, menos Minho, o garoto ficou impressionado com a voz da garota, mas não permitiu que ela percebesse.

A próxima a ser chamada foi Min Seol Ah, a garota cantou "Sempre Libera"- Maria Callas, outra jovem com uma voz poderosa e doce, todos ficaram surpresos com o grande talento da menina, principalmente Seok Kyung e Seok Hoon, os dois não imaginavam a quão talentosa aquela garota era.

Não foram todos que a aplaudiram no final, pois ela era uma bolsista, mas Bae Ro Na a aplaudiu com prazer e fez um elogio a garota. Seok Hoon ficou surpreso com a atitude de Ro Na, enquanto Seok Kyung e outras invejaram Seol Ah, Bae Ro Na ficou feliz com o talento de uma provável futura adversária no mundo da ópera.

- Essa menina é muito pura... – murmurou baixinho para si mesmo e sorriu ao perceber que gostava da pureza de Ro Na.

Na vez de Bae Ro Na, a música escolhida foi " La Capinera" – Julius Benedict, todos ficaram surpresos, mais uma garota com um talento impressionante para ópera, Eun Byeol passou a mão no cabelo nervosamente, repetidas vezes, se sentiu ameaçada por Ro Na, tanto em relação a Seok Hoon quanto em relação a seu talento musical.

Seok Hoon ficou fascinado com a voz da menina, não conseguiu tirar os olhos dela e em sua visão, tudo naquela garota era lindo, a personalidade, a voz, a forma como ela cantava com aquele brilho no olhar e cheia de confiança.

Seok Kyung bateu no ombro do irmão. – Menos, cuidado para a baba não escorrer... – resmungou a gêmea, olhando para ele com raiva e insegurança.

Seok Hoon suspirou. – Você também canta muito bem, Seok Kyung, não precisa se sentir ameaçada – falou o garoto baixinho.

- Já não basta a Min Seol Ah, agora tem essa Bae Ro Na também...

Yoo Jenny cantou muito bem e foi bem aplaudida, quando chegou na vez de Eun Byeol, a garota foi para a frente encolhida, Seok Hoon percebeu de longe que a menina estava nervosa.

A música designada a ela foi Quando me'n vo' – Giacomo Puccini, ela começou de forma tímida, e depois foi soltando sua voz, mas quando pousou os olhos em Ro Na, acabou dando uma desafinada na melodia, aquilo fez alguns alunos rirem, nervosa com a situação a menina parou de cantar e saiu da sala de aula correndo.

Seok Kyung riu com a situação e Seok Hoon suspirou e logo se levantou.

– Onde pensa que vai? – perguntou a irmã, com o olhar furioso.

- Atrás da Eun Byeol.

Seok Kyung soltou uma risada debochada. – Vocês dois não terminaram tudo? Se você for atrás dela, ela não vai desistir de você.

- Nós terminamos sim, mas eu ainda me importo com ela, posso não gostar dela de forma romântica, mas sinto um carinho por ela.

- Não seja ridículo.

O garoto revirou os olhos e saiu de seu lugar, comunicou ao professor que iria atrás de sua colega de turma e trazê-la de volta.

Ele encontrou Eun Byeol sentada, encolhida na arquibancada da quadra, estava chorando com a cabeça apoiada no joelho. A garota não percebeu os passos do garoto, até ele falar algo. – Eun Byeol...

A menina levantou a cabeça surpresa, seu rosto estava todo vermelho e molhado.

- O que faz aqui?

- Eu vim ver como você está e o motivo de você ter ficado nervosa...

- Eu não preciso da sua pena, Seok Hoon! Vai embora daqui, me deixa em paz... – a garota pediu com raiva e mágoa.

- Eu não estou aqui por pena, estou aqui porque apesar de termos terminado, eu me importo com você, nos conhecemos faz muitos anos. Eun Byeol, moramos no mesmo prédio, somos da mesma turma há anos, mesmo que eu não goste de você de forma romântica, eu gosto de você como uma amiga – o garoto falou, passando a mão pelo cabelo da menina carinhosamente.

Eun Byeol e o empurrou. – Amigos? Nós dois nunca fomos amigos! Eu sempre fui apaixonada por você! E você só me aturava porque não tinha outra escolha, você só passou a me enxergar com outros olhos no final do ano passado... eu cresci, não é? Fui uma boa experiência para saciar os seus desejos? - a garota perguntou no fim, a voz embargada enquanto mais lágrimas rolavam por seu rosto.

Seok Hoon ficou chocado e se sentiu culpado, não fazia ideia de que era isso o que ela pensava. - Não é como você pensa, eu não andava com você por obrigação, é verdade que eu só te enxerguei diferente no final do ano passado, mas eu nunca estive perto de você por obrigação, quando ficamos juntos, apesar de ser só desejo, eu te conheci melhor, vi que você tem problemas assim como eu, mesmo que não sejam iguais, nós dois temos uma família complicada, crescemos em um meio complicado, isso foi motivo o suficiente para eu me afeiçoar mais a você. Eu sei que fui um idiota ao terminar tudo daquela forma aquele dia... eu devia ter conversado com mais educação, só que... eu sabia que se eu não te fizesse me odiar, você continuaria atrás de mim. Desculpa por ter te tratado daquele jeito, desculpa por eu ter sido um canalha, eu sinto muito, Eun Byeol. Será que não podemos apenas retomar a nossa amizade? - o garoto perguntou, olhou nos olhos escuros da garota que refletia medo e um resquício de esperança.

- Quer saber por que eu desafinei?

O garoto assentiu, mesmo que ela não tenha respondido a sua pergunta. - É simples Seok Hoon, eu vi a forma como você olhava e conversava com a bolsista, a Bae Ro Na.

- Por favor, Eun Byeol, não começa... - o garoto começou a se sentir desconfortável com o rumo da conversa.

- Você está interessado nela! Eu sei que está, você olhava para ela de um jeito que nunca olhou para mim... além daquela maldita te roubar de mim, ela também canta muito bem, até melhor do que eu... e a minha mãe é uma soprano muito famosa, ela é a dona desse colégio, ela vive em cima de mim! Ela diz que eu tenho que ser sempre a melhor, a melhor soprano do colégio e da Coréia do Sul, como eu posso ser a melhor soprano, com bolsistas que cantam maravilhosamente bem? Como se não bastasse eu ter tantas adversárias, apareceu mais duas, a Ro Na e a Min Seol Ah! Mas sabe de qual das duas eu sinto mais raiva?

- Chega, Eun Byeol...

- Eu sinto mais raiva da Bae Ro Na! Porque foie la que chamou a sua atenção! O que aquela garota tem que eu não tenho? E ela ainda é pobre! Você está me trocando por uma garota pobre... Ela não pode te dar o que eu posso, você me quer, não é? Seok Hoon, vamos voltar a ficar juntos, prometo que te dou tudo o que quiser... - a garota falou com desespero, o olhar descontrolado assustou o menino, a garota o envolveu pelo pescoço e o beijou, Seok Hoon tentou se afastar dela, mas a garota continuou a beijá-lo de forma descontrolada, até que ele a segurou com força e a afastou de si.

- Chega Eun Byeol! Nós dois terminamos! É tão difícil de entender isso? Não terminei comv ocê por causa de nenhuma garota, foi porque eu nunca gostei de você da mesma forma que você gosta de mim! Não é certo eu ficar me aproveitando de você, sendo que você gosta bem mais de mim do que eu de você. Não quero ser um canalha com você, porque eu me importo com a sua amizade, mas se você não quer a minha amizade, então é melhor nós dois cortamos ligações. Você está completamente pirada, Eun Byeol, para o seu bem, talvez seja bom frquentar uma terapia - o menino falou, se levantando da arquibancada.

A garota começou a chorar alto, o menino suspirou cansado, não sabia o que fazer com Eun Byeol. - Chega, para de chorar, vai ficar tudo bem... - ele tentou a cosolar, a abraçando, a menina colocou os braços ao redor da cintura dele enquanto chorava alto.

Ele esperou alguns segundos até que a garota se acalmasse, quando enfim, ela parou de chorar, ele enxugou o rosto dela com as mãos e sorriu ao ver que ela estava mais calma.

- Viu? Você consegue se controlar, é só tentar... vamos voltar para a sala.

- Não! Todos vão rir de mim.

- É só não ligar.

- É fácil falar quando não foi você que passou aquela vergonha.

- Eun Byeol, todos daquela turma sabem que você canta bem, é normal desafinar, e não precisa comparar o seu talento ao talento de outras garotas, suas vozes são diferentes, é normal isso, e no mundo sempre existirá concorrência, você só não pode deixar que a pressão acabe com o seu psicológico.

- Você é tão bom para mim, Seok Hoon... - a garota falou, no fundo estava se sentindo especial por estar sendo mimada pelo garoto.

- É para isso que os amigos servem - ele falou com um sorriso ladino e em seguida beijou a testa dela.

- Vamos?

Eun Byeol sorriu satisfeita com o carinho e atenção que o garoto estava lhe dando.

- Vamos - respondeu, e seguiu caminhando ao lado dele.

Quando os dois chegaram na sala de aula, estava no final da aula de música, toda a sala olhou para os dois, Seok Hoon sentiu o olhar de Bae Ro Na sobre eles, algumas risadinhas ecoaram pela sala, mas logo foram abafadas com o barulho do sinal.

... ... ...

No intervalo, Seok Hoon e Min Hyeok foram juntos atrás de Minho, para a sorte dos garotos, Minho estava na sala onde tinha um ringue de luta, os alunos a utilizavam em aulas do esporte, mas também era utilizada para praticarem bullying, era ali que Seok Hoon e seus colegas costumavam bater nas vítimas escolhidas.

Mais três garotos chegaram para ajudar Seok Hoon e Min Hyeok caso precisassem, um dos garotos trancou a porta da sala, Minho se virou surpreso, não havia se dado conta da presença dos garotos.

- Sério isso? Vai me bater aqui? Quatro contra um? - Minho perguntou, de forma debochada.

Seok Hoon se aproximou com um sorriso perverso. - Pode ser só nós dois se preferir, eu me garanto - o garoto respondeu com firmeza, os olhos estavam tão perversos quanto seu sorriso.

Minho sorriu, jamais demonstraria medo para o garoto. - Ótimo, porque eu também me garanto - provocou Minho, com um sorriso ladino.

Seok Hoon ficou furioso com o atrevimento do garoto, ele foi o primeiro a não demonstrar medo, aquilo o irritava da mesma forma que o divertia.

Os dois entraram no ringue de luta, enquanto os outros garotos observavam a cena, um deles pegou o celular para filmar a luta.

Seok Hoon e Min Hyeok se encararam por alguns segundos antes de iniciarem a luta.

- Está esperando a sua irmãzinha gêmea? - provocou Minho, rindo.

Seok Hoon apertou o punho com raiva. - lave a boca antes de falar qualquer coisa da minha irmã!

- O irmãozinho ama tanto assim a irmãzinha? Vocês dois me enojam.

- Você causa o mesmo efeito em nós dois.

- Deixa eu adivinhar, o garotinho rico nunca recebeu amor o suficiente da mamãe? Ou será que foi do papai? Já sei, o papai bate em você? Por isso você faz o mesmo aqui na escola? - Minho provocou com diversão.

- Cala a sua boca! Você não sabe nada sobre a minha família! - gritou Seok Hoon ao dar o primeiro soco em Minho, que logo caiu no chão do ringue sorrindo.

- Então eu adivinhei? Tem problemas com o papai? Que garotinho clichê!

- Idiota! - Seok Hoon foi para cima dele com tudo e deu vários socos no rosto de Minho, até que o menino o empurrou com força e se voltou para cima dele, dando repetidos socos no rosto de Seok Hoon.

- Achou mesmo que eu ficaria apanhando sem me defender? - gritou Minho com fúria, batendo muito no menino que sangrava.

Seok Hoon cuspiu um pouco de sangue e derrubou Minho no chão novamente, voltando a bater no garoto, os dois começaram a se bater ao mesmo tempo, os outros meninos riam e gritavam eufóricos ao filmar a briga, a porta do ringue se abriu e Bae Ro Na olhou a cena assustada.

A garota correu próxima ao ringue e grirou desesperada. - Ei, garotos! Parem agora! Vocês dois vão se matar se continuarem assim!

Quando Seok Hoon escutou a voz de Bae Ro Na, ele a olhou assustado e vê-la ali olhando para aquilo com horror o desconcentrou, o garoto perdeu o foco e foi atingindo com tudo por Minho.

- Chega, Minho! Para! Você vai acabar matando ele! - Ro Na gritou em desespero.

Minho soltou Seok Hoon ao perceber que o garoto estava todo acabado, quase inconsciente. Os garotos que filmavam correram ao escutar que a direção estava chegando, Minho saiu da sala sangrando um pouco, cansado, mas estava melhor do que Seok Hoon.

Ro Na entrou dentro do ringue para ajudar Seok Hoon, ela segurou a cabeça dele com cuidado e começou a chorar ao ver tanto sangue. - Por que você estava brigando com ele? - ela perguntou.

Apesar de cansado, o garoto riu um pouco ao perceber que ela ainda não havia percebido o tipo de garoto que ele era.

- Vai embora daqui, me deixa sozinho...

- Não! Você precisa ir para a enfermaria da escola!

- Sai daqui, não precios da sua ajuda, não seja burra! - ele gritou, aquilo assustou Ro Na ao mesmo tempo que a fez sentir raiva pela forma grosseira que ele estava a tratando.

- Eu vou chamar alguém!

Seok Hoon segurou o pulso da menina. - Não, não chame ninguém, me deixa aqui, daqui a pouco eu me recupero, se a direção ficar sabendo sobre essa briga as coisas podem se complicar - falou com dificuldade.

O garoto percebeu o quanto Ro Na estava com medo só de olhar para seus olhos, aquilo o machucou e o irritou profundamente, não queria que a garota visse o tipo de cara que ele era, mas isso aconteceria mais cedo ou mais tarde, só não esperava que fosse naquele estado.

- Mas... ouvi os garotos falarem que a direção já estava sabendo e você precisa ir para a enfermaria! - a voz da garota saiu desesperada, Seok Hoon se levantou com dificuldade, respiração ofegante, tentou limpar um pouco do sangue que escorria por seu rosto, a menina estava com os olhos marejados.

- Deve ser mentira, ninguém chegou aqui ainda... olha, o intervalo vai terminar daqui a pouco, pode me deixar sozinho, eu vou a enfermaria.

- Não, eu não vou te deixar sozinha aqui! Você está machucado e não vai conseguir caminhar até lá...

- Chega, me deiza em paz! Não consegue enxergar o tipo de garoto que eu sou? Não está nítido?

- O que... eu não sei porque vocês brigaram, mas...

- Não tem mais, Ro Na! Eu briguei com o Minho porque eu quis, eu provoquei, eu queria fazer bullying com ele, por isso brigamos, eu sou esse tipo de garoto. Eu pratico bullying, eu bato nos mais fracos, mas dessa vez eu saí perdendo... Agora me deixa, vai embora e me esquece. Eu não sou um bom garoto - a voz de Seok Hoon saiu embargada, Ro Na não soube como reagir, ela ficou com os olhos esbugalhados, olhando para o menino como se lhe faltasse as palavras.

- Está chocada demais não é? Pois é isso mesmo, Ro Na. Eu sou um monstro, o da pior espécie, sou capaz de fazer coisas ruins com garotos que não sabem como se defender, eu sou um valentão.

Uma lágrima escorreu pelo rosto da jovem. - Não pode ser verdade... você está mentindo, não é? Para me afastar?

- Não, não estou mentindo, pergunte a quem você quiser, todos sabem o tipo de garoto que eu sou, agora sai logo daqui! Não preciso de garotas ingênuas perto de mim! - gritou ele, empurrando a menina para longe dele.

Ro Na não conseguiu controlar as lágrimas que desciam e simplesmente se levantou e saiu correndo para longe daquele lugar, Seok Hoon observou a garota partir sentindo uma angústia dentro de si, uma dor nunca sentida antes, pela primeira vez, o rapaz teve vergonha do tipo de pessoa que ele era.

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