Fim do Jogo


"Todas as coisas que ela disse, passando pela minha cabeça

Isso não é suficiente, eu posso tentar fingir, eu posso tentar esquecer

Mas isso está me deixando louca, estou perdendo a cabeça

Mãe olhe para mim, me diga: O que você vê?

Sim, eu enlouqueci

Papai olhe pra mim, algum dia serei livre?

Eu passei do limite?

Todas as coisas que ela disse, passando pela minha cabeça".

- All the things she said – t.A.T.u

Eun Byeol estava muito apaixonada por Seok Hoon, nutria sentimentos por ele desde os 12 anos, seu sonho sempre foi ficar com ele, e finalmente havia conseguido, mas ela sentia que ainda não era o suficiente, algo dentro dela dizia que ele não gostava tanto dela como ela gostava dele, a garota tentava esquecer estes pensamentos, mas simplesmente não conseguia.

Naquele dia que voltou para sua casa toda molhada, sua mãe apareceu com os braços cruzados, olhando-a com aquele olhar que Eun Byeol tinha tanto medo, sua mãe era assustadora quando ficava brava.

- Me deixa adivinhar... estava se pegando com o Seok Hoon na piscina da cobertura? – sua voz era acusatória, o olhar estava furioso.

- Como sabe?

Seo Jin gargalhou. – Eu sei tudo o que você faz Eun Byeol, como pode ter o descaramento de fazer coisas impuras com aquele garoto? No que você pensa, garota? – a mulher gritou se aproximando da filha, Eun Byeol se encolheu com medo da mãe.

- Agora está com medo de mim? Deveria ter pensado nisso antes de ter deixado aquele moleque te tocar! – gritou à mulher, segurando com força o braço da filha, as unhas de Seo Jin eram grandes e apertava com força na pele da filha, deixando marcas.

- Está doendo, mãe! Está doendo, para! Eu juro que não deixei ele me tocar, só nos beijamos! – a garota gritou em desespero, lágrimas escorriam pelo rosto dela.

- Eu vi as imagens na câmera de segurança, Eun Byeol! Para de ser mentirosa! Você permitiu que ele fizesse o que bem entendesse com você, até o seu biquíni ele tirou!

- Mas eu não deixei que ele visse nada! Eu pedi para ele amarrar de volta! – a garota gritou em prantos, tentando se soltar da mãe.

- Você acha que eu não sei que você gostou? Você é apaixonada naquele moleque desde nova! Eu tenho certeza que você esta doida para se entregar a ele! Mas eu não vou permitir que você estrague a sua vida por causa de um garoto, Eun Byeol! Não vou! – a mulher estava fora de controle, ela puxou a filha a força e a levou para dentro de uma sala escura de sua casa, a sala era como uma espécie de deposito, não tinha iluminação.

- Não, mãe! Por favor, não! Não me tranque aqui de novo, eu te imploro! – gritou à garota, a voz embargada, os olhos refletiam medo, lágrimas escorriam por todo seu rosto, também estava com frio, já que estava molhada.

- Cala a boca! É isso o que você merece depois do que fez, eu te proíbo de ficar com aquele garoto, está escutando? Eu te proíbo!

- Mãe, por favor! Eu estou com frio...

- Você não vai morrer! Esse é os eu castigo, quero que aprenda a não me desobedecer nunca mais! – ela disse, e empurrou a filha com força para dentro da sala escura, a garota caiu no chão e a mãe trancou a porta, Eun Byeol se levantou rapidamente e começou a bater na porta, suplicando para que a mãe abrisse, mas foi em vão, a mulher levou a chave e deixou a garota gritando lá dentro.

A sala era totalmente escura, não dava para enxergar nada, nem ao menos tinha uma janela, a garota sentou no chão frio e deitou à cabeça por cima do joelho, ela chorava alto e estava em pânico, tremia de frio e de medo, desde que a mãe começou a trancá-la naquela sala escura, Eun Byeol desenvolveu crises de ansiedade, e um pânico enorme do escuro.

Sua respiração estava acelerada, e começou a passar mal, tampou os ouvidos em desespero e gritou tão alto que sua garganta doeu, por um milagre a porta se abriu, sua visão estava embaçada, só se deu conta de quem era quando ouviu sua voz e seu toque, era seu pai.

- Eun Byeol! Filha! – gritou o homem, envolvendo a filha em um abraço e a levantando dali, ele a puxou para fora da sala escura, quando chegaram ao corredor do apartamento, a menina caiu no chão, tentava a todo custo controlar sua respiração.

- Eun Byeol! Calma, você está bem, filha? Por favor, fala comigo! Chama uma ambulância, Seo Jin! – gritou o homem em desespero, ao perceber que a filha não falava e estava tendo dificuldades em respirar.

A mulher cruzou os braços, olhava para os dois com o olhar gélido, como se não tivesse culpa, medo o pena do que fez a filha.

- Não exagera! Essa garota está fazendo drama, você a mimou demais! Por isso ela é assim, fraca da cabeça... daqui a pouco ela volta ao normal – a mulher respondeu em um tom frio e irritante, Yoon Cheol ficou apavorado com a frieza de sua esposa, e com a atitude dela. – Você é um monstro, Seo Jin! Como foi capaz de trancar a própria filha naquele quarto escuro? Você não é humana – despejou o homem, em seguida, trouxe o corpo da filha para si e a envolveu em um abraço, como quando ela era pequena e ele a pegava em seu colo, a garota chorava muito, mas a respiração estava se acalmando, a mulher virou as costas e deixou o homem sozinho com a filha.

- Calma, querida, calma... vai ficar tudo bem, não vou permitir que sua mãe te machuque mais... eu sinto muito, meu anjo – disse o homem com a voz embargada.

- Pai... eu fiquei com tanto medo, do escuro... eu não suporto o escuro – disse ela com a voz fraca.

- Eu sei meu bem, acalme-se primeiro, mais tarde conversamos sobre o que aconteceu – o homem falou com pesar, não sabia o que tinha acontecido, só havia chegado em casa e escutado os gritos da filha, ele seguiu a voz e encontrou a menina no quarto que não era usado.

A garota se aninhou ao pai e os dois ficaram daquele jeito por uns minutos, no mesmo dia, só que um pouco mais tarde, o pai entrou no quarto da filha, a porta estava aberta, a garota estava deitada na cama, o olhar desanimado.

- Meu bem, está melhor?

- Sim...

- Podemos conversar?

A garota assentiu, e o pai entrou, a garota se levantou e ficou sentada, ele se sentou na cama, de frente a ela. – Filha, poderia me contar o que aconteceu?

Os olhos da garota estavam amedrontados, temia contar a verdade e a mãe fazer algo pior depois. – Querida, por favor, pode se abrir comigo, eu sou o seu pai, o que sua mãe fez com você foi muito errado, eu quero saber o que houve para poder te ajudar – a voz do homem era calma, mas ele estava com muita raiva de sua esposa Seo Jin.

- Papai, eu estava na piscina com o Seok Hoon, nós dois estamos juntos, e ela viu as imagens na câmera e ficou furiosa, ela acha que eu vou me entregar a ele, e me puniu por isso, ela me trancou naquele quarto escuro para me punir, ela acha que eu mereço por ter sido desobediente, ela me proibiu de ficar com ele, pai... eu tenho muito medo daquele quarto escuro, eu escuto vozes quando estou lá, eu não aguento mais ficar naquela escuridão

 – Eun Byeol falava com os olhos arregalados e uma expressão facial amedrontada, o homem sentiu como se tivesse falhado como pai, ele não fazia ideia que a mãe poderia fazer algo assim com a própria filha.

- Não é a primeira vez que ela te tranca naquela quarto, não é? – perguntou horrorizado.

- Tem acontecido com frequência, papai.

De repente ele notou o abajur do quarto aceso, ficava ao lado da cama da garota.

– Por isso você dorme com o abajur aceso todos os dias?

Uma lágrima escorreu pelo rosto da menina. – Sim... eu odeio a escuridão, odeio.

- Está tudo bem agora, querida, eu não vou permitir que sua mãe faça esse tipo de coisa com você, desculpa por não ter percebido... vou marcar uma consulta com uma psicóloga para você, você tem tido crises de ansiedade por isso e está com medo do escuro, as consultas vão te ajudar e vai te fazer bem.

- Não, papai! A mamãe diz que quem frequenta psicólogos são pessoas fracas, que não suportam os baques da vida, uma vez eu pedi e ela ficou furiosa comigo.

Yoon Cheol estava horrorizado, como ele havia se casado com uma mulher desse nível de monstruosidade?

- Não é verdade, Eun Byeol, sua mãe está errada, todos temos problemas na mente, é normal e saudável ir a um psicólogo, vou marcar a consulta e vou te acompanhar em todas as consultas, está bem?

- Tudo bem, obrigada papai, eu te amo muito – a garota falou com os marejados, Yoon Cheol sorriu e a abraçou.

- Eu te amo muito também, nunca se esqueça disso – falou, durante o abraço.

Naquela noite, Eun Byeol dormiu mais tranquila, na semana seguinte, durante a manhã do colégio, a garota escutou uma fofoca estranha pelo colégio, diziam que Seok Hoon estava andando com uma bolsista novata, ela não acreditou de inicio, mas quando o sinal tocou, e ela entrou na sala, encontrou Seok Hoon conversando todo sorridente com a garota nova.

Eun Byeol passou a mão nervosamente pelo cabelo, um hábito que havia surgido quando ficava com ciúmes e muito nervosa com alguma situação.

Os restantes dos alunos entraram em sala e ela viu Seok Hoon se despedindo da garota e indo para seu lugar, a menina encarou a garota nova por alguns segundos antes de ir para seu assento.

Eun Byeol ficou muito enciumada, a garota era mais baixa que ela, não tinha tanto corpo como ela, mas era linda.

- Pessoal! Gostaria de apresentar duas novas alunas que entraram hoje no colégio, as duas conseguiram passar nas provas da escola, ou seja, além de esforçadas, ambas são muito inteligentes e talentosas, Min Seol Ah passou em primeiro lugar, e Bae Ro Na em segundo, se levantem meninas, para que seus colegas a conheçam – anunciou a professora, sorridente, Ji – Eun era uma jovem professora, muito bonita, da matéria de língua coreana, os alunos costumavam gostar dela, mas era extremamente bondosa e algumas coisas naquele colégio a tiravam do sério.

Min Seol Ah e Bae Ro Na se levantaram e foram para frente da sala de aula, enquanto Seol Ah estava tímida com a exposição, Bae Ro Na estava sorrindo e com olhos alegres.

- Podem se apresentar – Ji- Eun pediu.

- Olá, eu sou a Min Seol Ah, e estou muito feliz em poder ter passado na prova, é um honra estar frequentando este colégio, espero que possamos ser bons amigos – a garota falou de forma tímida, estava evitando se expor, não queria que Seok Kyung ou Seok Hoon a reconhecessem, tentou mudar a voz também, mas não sabia se estava dando certo.

Alguns riram e outros a aplaudiram. – Olá, eu sou a Bae Ro Na, fiquei muito feliz de ter passado na prova, estar neste colégio sempre foi o meu sonho, espero que possamos ser bons amigos – comentou, sorrindo.

O mesmo processo se repetiu, alguns riram e outros aplaudiram. – Obrigada, meninas, podem se sentar, sejam bem vindas – Ji Eun comentou com doçura.

Eun Byeol estava roendo as unhas, se sentiu ameaçada por Bae Ro Na, a forma como ela era confiante de seu potencial e extrovertida a fez se comparar.

Quando o intervalo chegou, a garota foi até o assento de Seok Hoon e o abraçou, ela queria que Bae Ro Na visse que o garoto já tinha uma namorada.

- Você está lindo, amor – falou Eun Byeol e em seguida o beijou, o garoto a afastou depois de uns segundos de beijo.

- Vamos, aqui não é hora para isso – disse ele, pegando na mão da menina, Eun Byeol forçou um sorriso e percebeu que Bae Ro Na olhava para os dois, eles passaram por ela e foram para o intervalo.

Estavam todos reunidos juntos, de pé, quando Seok Kyung puxou assunto.

- Vocês viram aquela bolsista com o nome de Min Seol Ah? – perguntou ela.

- Sim, impossível não ter visto, sendo que a professora fez questão de anunciá-las – respondeu Yoo Jenny, rindo.

- Parece que eu a conheço de algum lugar... você nunca a viu, Seok Hoon?

Seok Hoon olhou para a irmã e deu de ombros. – Nunca a vi.

A gêmea revirou os olhos, impaciente. – Tenho certeza de que a vi antes!

Ninguém respondeu mais, mas aquela duvida ficou na cabeça da garota.

- Quando você vai dar aquela lição no Minho? – a irmã quis saber.

- Em breve Seok Kyung...

- Pessoal, vou conversar um pouco com o Seok Hoon, depois voltamos... – anunciou Eun Byeol, já puxando o garoto com ela.

Seok Kyung revirou os olhos. – Conversar... sei bem – resmungou sozinha.

Eun Byeol levou o garoto até a sala de música, era proibida a entrada nas salas durante o recreio, mas ela era a filha da dona do colégio, fazia o que queria sem se importar com as ordens.

- Te vi conversando com a bolsista, a tal da Bae Ro Na... o que você tanto conversava com ela? – a garota perguntou, olhando no fundo dos olhos do garoto.

- Eu estava sendo gentil com ela, estava perdida na escola e eu a ajudei.

A garota esboçou um sorriso maldoso. – E desde quando você é gentil com as pessoas? Ainda mais uma bolsista...

Foi a primeira vez que Seok Hoon se incomodou com alguém chamando outra pessoa de "pobre", a palavra bolsista para eles, significava pobre.

- Não enche Eun Byeol – o garoto resmungou, com raiva.

A menina ficou furiosa. – Como é? Cuidado com a forma como fala comigo, o que nós dois somos, Seok Hoon? Sou só o seu brinquedinho?

- Eu preciso ir – o garoto tentou fugir daquele assunto, mas ela o puxou para si e pegou no rosto dele, aproximando o rosto cada vez mais.

- Você quer perder isso? Quer me perder por causa daquela bolsista? Ela não tem metade do meu potencial – a menina falou e o beijou em seguida, a mão da garota entrou por de baixo da camisa de uniforme dele, Seok Hoon se arrepiou com o toque e queria mais daquilo, mas ele sabia que não estava certo e a afastou em seguida.

- Para, isso não é hora e nem lugar para esse tipo de coisa.

- Então me diz quando, eu estou pronta, Seok Hoon, eu quero você – os olhos da garota pareciam perdidos e um pouco "loucos", o garoto se sentiu culpado e suspirou fundo, não queria problemas, ele adorava ficar com ela e adoraria ir mais fundo com ela, mas a forma como a garota o olhava e agia, se ele fosse além, ficaria tudo pior, além dele não querer machucá-la mais, não queria uma garota louca o perturbando.

- Não somos namorados Eun Byeol.

- Tudo bem, está bom como estamos...

- Não somos namorados e não teremos mais nada um com o outro.

- Do que está falando, Seok Hoon?

- Acabou, Eun Byeol. Não quero mais continuar ficando com você, tenta me esquecer, eu nunca gostei de você, só queria aproveitar dos seus beijos e... bom, você sabe. Mas já ficou chato, você é pegajosa e chata, não vamos mais ficar juntos – ele falou com frieza, sabia que estava sendo egoísta e frio, mas precisava fazer com que ela o odiasse, para que o deixassem em paz.

Ele viu os olhos da menina encherem de lágrimas, mas apenas deu de costas e saiu da sala de música, deixando-a sozinha.

Eun Byeol caiu no chão e começou a chorar, ao mesmo tempo em que apertava os punhos com raiva. – Você me paga, Seok Hoon... como ousa me humilhar assim? Idiota... – murmurou e continuou chorando.

https://youtu.be/aXjF2AaA0EQ

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top