Comportamento Estranho

Eu tive um sonho em que eu tinha sete anos

Escalando uma árvore

Eu vi um pedaço do céu

Esperando, pacientemente, por mim

E eu estava correndo para longe

Será que eu correrei para fora do mundo algum dia?

Ninguém sabe, ninguém sabe

Eu estava dançando na chuva

Eu me senti viva e não posso reclamar

Mas agora me leve para casa

Me leve para casa, onde é meu lugar

Eu não tenho outro lugar para onde ir

Agora me leve para casa

Me leve para casa, onde é meu lugar

Eu não tenho outro lugar para onde ir

Agora me leve para casa

Me leve para casa, onde é meu lugar

Eu não aguento mais

- Runaway - Aurora


Min Seol Ah não conseguiu acreditar nas desculpas de Seok Kyung, a jovem não entendeu o motivo de a menina ter se desculpado, ela amava tanto a mãe a ponto de fazer isso? Não duvidava que a amasse, mas jamais pensou que fosse se desculpar para poder agradar a mãe.

Por outro lado, estava aliviada em saber que Shim Su Ryeon não guardava mágoa, por ter mentido sobre sua identidade. Seol Ah sentia um carinho muito grande por aquela mulher, mas provavelmente não a veria mais, já que não era amiga de Seok Kyung e nunca seria.

Quando a garota estava esperando o elevador da cobertura, teve uma surpresa inesperada quando a porta se abriu e encontrou um homem e uma mulher se beijando, quando a jovem viu que a mulher era a diretora de seu colégio e mãe de Eun Byeol, seus olhos se esbugalharam, ela não sabia que aquele homem era o pai de Seok Kyung e Seok Hoon, mas notou pela forma como a mulher se assustou de que o homem ali não era seu marido.

De repente se lembrou do rosto do homem, ela esbarrou com ele um dia, o homem que fez pouco caso dela por suas roupas. – Você de novo... – o homem falou com soberba.

- Min Seol Ah... – a mulher falou assustada.

- Desculpa... não se preocupem, eu não vi nada – falou baixinho.

- O que você faz aqui? Você já não foi despedida? – perguntou o homem.

Naquele momento, Seol Ah percebeu que aquele homem era marido de Shim Su Ryeon.

- Como me conhece?

- Eu te vi um dia saindo da minha casa, imaginei que era a tal tutora.

- Então o senhor é marido da Shim Su Ryeon, mas está aos beijos com outra?

O homem a fuzilou com o olhar, Seo Jin puxou Seol Ah para dentro do elevador e subiu com ela até o terraço. – Para onde estão me levando? – a garota perguntou assustada.

- Só vamos conversar. Não se preocupe – respondeu a mulher em um tom nervoso.

Quando chegaram ao último andar, o homem puxou com força a mão da menina.

- Eu sempre soube que ter uma pobretona andando por aqui fosse trazer azar... – disse rispidamente, olhando com nojo para a garota.

- Eu não tenho culpa se vocês dois ficam se pegando pelos cantos, Su Ryeon não merece isso.

- Garotinha... sabe com quem está falando? Não ouse me desafiar e nem nos ameaçar, você vai sair perdendo, algo em você me incomoda... você me lembra alguém.

- Eu vou embora! – a menina anunciou, se virando, mas Seo Jin, segurou a mão dela.

- Min Seol Ah, não conte a ninguém o que você viu, Eun Byeol não pode saber, ela jamais me perdoaria – a mulher pediu, desesperada.

- Pode deixar, eu não vou contar nada para a sua filha, mas eu também não vou permitir que ela, Seok Kyung e seu grupinho continuem a me atormentar naquele colégio, na última vez que fomos te procurar, você fingiu que iria fazer algo, e não fez nada! Você protegeu a sua filha, eu não vou ser o capacho de alunos ricos – a garota falou em um tom firme.

Seo Jin apertou o punho com raiva da ousadia da garota. – Não tenho como controlar o bullying, não estarei por perto o tempo todo.

- Mas tem como você punir os envolvidos! Você sabe bem que sua filha e os outros me atormentaram, não só a mim, mas como a Ro Na! Acha mesmo que eu vou ficar calada, apanhando da sua filha? – Seol Ah estava revoltada, ela não iria permitir que as pessoas pisassem nela, estava cansada.

- Tudo bem, prometo que controlarei a minha filha, e farei o possível para que ninguém te incomode.

- Não só a mim, mas a Ro Na também precisa estar protegida.

Joo Dan Tae riu, ele estava tão furioso quanto Seo Jin, mas a mulher estava conseguindo se controlar mais.

- Como quiser.

- Sendo assim, o segredo sujo de vocês dois está protegido comigo, sinto pena da Su Ryeon...

Joo Dan Tae pegou no braço da garota com força, ele estava prestes a bater nela, quando Seo Jin o impediu. – Não é o momento – falou a mulher, o impedindo.

Seol Ah esboçou um sorriso fraco e o empurrou. – Iria me bater como bate em seus filhos? Encoste um dedo em mim, e você vai se arrepender.

- Garota abusada...

- Vocês não podem pisar em mim, eu não vou permitir – respondeu ela, e se afastou deles, quando Seol Ah chegou em frente ao elevador, ela suspirou aliviada, entrou e tentou acalmar sua respiração, estava morrendo de medo, não sabia como havia conseguido se defender daquela forma, com a sacola de presente de Su Ryeon em mãos, mais uma vez, ela se sentiu traindo aquela pobre mulher, não merecia aquele marido.

Saiu daquela cobertura com pressa, sempre que pisava naquele lugar, sentia calafrios. Ao chegar ao orfanato, e fazer suas obrigações de ajudar com a limpeza, Seol Ah pegou seu celular e foi para seu quarto, estava anoitecendo, que dividia com algumas garotas de idades parecidas.

Mandou mensagens para James. "James, como está?"

"Seol Ah, estava preocupado com você, não tem mandado muitas mensagens, o que tem acontecido?"

"Desculpa, eu tenho ficado muito ocupada recentemente com a escola, muitos problemas, além dos meus estudos..."

"Entendo, e a escola? Aquela garota tem te atormentado por lá?"

"Sim... desde que ela descobriu a minha verdadeira identidade, está fazendo bullying comigo, pior que dói sabe? Dói saber que é ela fazendo isso comigo".

"Você se apegou muito a ela, não é mesmo?"

"Um pouco, eu gostava dela, apesar de ter tido alguns problemas com ela, eu sentia pena dela, eu via que ela gostava de mim. Mas acho que se ela realmente gostasse, jamais teria me tratado dessa forma, ela me disse coisas horríveis, além de ter me batido e jogado água gelada em mim".

"Essa garota é um monstro, como ela foi capaz de fazer isso com uma pessoa? Com você? Uma garota tão boa, como eu queria estar aí te protegendo de tudo e todos".

"Você não disse que viria até mim quando completasse 18 anos? Após o fim do ensino médio? Estarei te esperando".

"Agora você quer que eu vá?"

"Sim, mas sei que se vier, seus pais nunca vão aceitar".

"Esquece os meus pais, eu gosto de você, farei de tudo para ficar com você".

"James, eu..."

Seol Ah não conseguiu digitar o restante das mensagens, uma garota que dormia no mesmo quarto que ela, da mesma idade, pegou o celular de sua mão.

- O que você está fazendo? Devolve o meu celular! – Min Seol Ah pediu.

- Não, deixa eu ver essas mensagens... – a garota de cabelo castanho, curto e alguns centímetros mais alta que ela, começou a ler as mensagens.

Seol Ah tentou pegar o celular de volta, mas outra garota chegou e empurrou a menina no chão, ajudando a de cabelo curto.

- Me deixem em paz! Por que estão fazendo isso comigo? Eu nunca fiz nada a vocês duas! – a voz de Seol Ah saiu em desespero, seus olhos estavam marejados.

A garota jogou o celular no chão com força e se aproximou de Min Seol Ah, pegando-a com brutalidade pelo braço. – Você está se achando desde que começou a estudar naquela escola de ricos! Está achando que é superior? Você é uma órfã como nós! Você nunca vai fazer parte daquele meio, acha mesmo que eles vão gostar de uma órfã imunda como você? E quem é esse tal de "James" que você está trocando mensagens românticas? Ele sabe o lixo imundo que você é? – a garota sacudiu Seol Ah com força e riu junto com a amiga.

- Está com medo, é? Pobre Seol Ah... – debochou a outra que observava.

Min Seol Ah empurrou com força as duas garotas que caíram no chão, mas logo elas se levantaram com mais raiva e juntas, pegaram as meninas, segurando-a pelos dois braços.

- Parem, por favor! Me deixem em paz! – gritava a menina, tentando se soltar a todo custo.

- É muito divertido de ter com medo assim, aqui dentro você é como nós, não é ninguém, nem sua família adotiva te quis, por isso foi devolvida! – a garota gritou e riu, jogando Seol ah no chão.

- Chega, não vale a pena, essa garota é muito fraca – disse a garota de cabelo curto, as duas riram do rosto amedrontado de Seol Ah e foram para suas camas.

A menina pegou o celular, estava com a tela toda trincada, começou a chorar baixinho enquanto se levantava e ia em direção à cama.

"Min Seol Ah, aconteceu alguma coisa? Você parou de responder de repente".

"Desculpa, amanhã eu te conto, preciso dormir agora".

Uma garota entrou no quarto, anunciando que a janta estava pronta, as meninas saíram do quarto rindo. Naquele início de noite, Seol Ah não desceu para jantar, ela ficou sozinha no quarto, chorando muito.

Não aguentava mais ser maltratada, até dentro do orfanato... por que as pessoas a odiavam tanto? Por que ela tinha que sofrer tanto? Nunca fez nada de ruim para ninguém na vida, mas sempre era retribuída da pior forma.

Naquela mesma noite, a garota tomou um banho e se deitou, dormiu cedo, sem jantar. Quando amanheceu com o toque do despertador, sentiu que algo estava errado, quando caminhou em frente ao espelho, soltou um grito assustado.

- Meu cabelo... – murmurou e lágrimas escorreram por seu rosto, seu cabelo havia sido cortado de forma torta até seu pescoço, estava um horror, sua franja estava acima da sobrancelha, estava tudo horrível, ela escutou as risadas das meninas.

- Vocês fizeram isso comigo?

- Agora você estará linda, com um visual despojado na escola de riquinhos – debochou a garota.

Min Seol Ah não conseguia parar de chorar, mas se continuasse ali se olhando no espelho, chorando, se atrasaria para o colégio. A garota tentou engolir o choro e pegou sua peruca escura com mechas vermelhas, a mesma que usava para fingir ser a Da-Mi.

Ela colocou a peruca, não iria ir ao colégio com o cabelo daquele jeito. Quando chegou a escola, os alunos que eram de sua turma estranharam o cabelo novo, o cabelo original batia um pouco depois do ombro, não era muito grande, mas também não era exageradamente curto, mas a peruca era longa.

Para piorar tudo, a garota avistou Seok Kyung se aproximando com seu grupo.

- Por que está usando essa peruca ridícula? É uma brincadeira de muito mau gosto... – falou Seok Kyung em um tom bravo.

Min Seol Ah suspirou e deu as costas, mas Seok Kyung puxou a peruca dela, e quando todos viram o cabelo da meninas, um monte de risadas foi ouvidas, as pessoas se aproximaram ao redor para filmar e tirar fotos de Min Seol ah com o cabelo todo deformado.

Seok Kyung estava com os olhos esbugalhados, ela não esperava aquilo, Eun Byeol estava surpresa também e Yoo Jenny deu uma pequena risada.

Seol Ah saiu correndo com a peruca na mão, os alunos ainda riam e comentavam, Seok Kyung sentiu um sentimento estranho dentro de si, a garota expulsou todos eles dali.

- O show acabou! Podem ir embora! – gritou ela, furiosa. Os amigos não entenderam a reação dela.

- Ficou com pena da bolsista? – perguntou Eun Byeol.

- Não enche – respondeu Seok Kyung, saindo de perto dos colegas e de seu irmão.


Min Seol Ah estava no banheiro feminino, se olhando no espelho, quando Seok Kyung entrou e fechou a porta. – Vai embora, vai mesmo me atormentar agora? – a voz dela estava desanimada, Seok Kyung percebeu isso.

- Eu não vou te fazer nada.

- Então, por que veio?

- Quem fez isso com você?

Seol Ah esboçou um sorriso fraco. – Por que está interessada? Ficou preocupada de repente? Ou só veio rir de mim?

Seok Kyung suspirou, estava em conflito com seus próprios sentimentos. – Você está horrível, mas eu não vim até aqui para rir do seu estado deplorável. Não sabia que mais pessoas te odiavam, além de mim.

Min Seol Ah limpou as lágrimas com as mãos rapidamente, não queria que a garota a visse chorando. – Nem eu... mas pelo visto as garotas do orfanato não gostam de mim...

- Então, foram elas que te fizeram isso?

- Sim, enquanto eu estava dormindo.

Seok Kyung suspirou, pegou a peruca de Seol Ah e colocou na cabeça da garota, conferindo se estava certa. – Por que está fazendo isso? – Min Seol Ah não estava entendendo o motivo de Seok Kyung estar sendo legal, será que era um plano ruim em relação a ela?

A menina ficou desconfiada com as atitudes da garota, depois de tudo o que havia acontecido entre elas, não conseguia confiar mais nela.

- Pronto. Agora está melhor. Me espera no final da aula – Seok Kyung falou.

- Para que? O que quer de mim? Por que está sendo legal?

- Não faça perguntas, apenas me encontre. Vejo que está usando os tênis que minha mãe te deu... – falou ela, olhando para os pés da menina.

- Sim, algum problema?

- Nenhum, ficou bonito, se fingir bem, até que parece que você é uma de nós – falou a menina com soberba e um sorriso ladino.

Seol Ah revirou os olhos. – Eu prefiro não ser uma de vocês.

Seok Kyung sorriu. – Eu falei se "fingir bem", obviamente com as roupas de pobre, fica difícil de alguém acreditar, mas tudo bem, não se esqueça do nosso encontro, prometo que não vou fazer nada ruim – disse a menina, com um sorriso convencido, e saiu do banheiro, deixando Seol Ah sozinha novamente.

- Essa garota é louca – murmurou a si mesma.

Seol Ah não entendia as atitudes de Seok Kyung, mas sabia que precisava ficar em alerta o tempo todo. Não dava para confiar nela. Não queria encontrá-la depois da aula, mas sabia que a menina faria de tudo para isso acontecer, não adiantava fugir.

https://youtu.be/-3ItZxSerHM

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