Boa ação
"Segui o caminho errado, uma ou duas vezes
Cavei até conseguir sair, sangue e fogo
Decisões ruins, tudo bem,
Bem vindo á minha vida boba
Mal tratada, deslocada, mal compreendida
Sempre aceitei tudo na boa
Isso nunca me colocou pra baixo
Errada, sempre a segunda opção
Subestimada, olha, ainda estou por aqui
Linda, por favor,
Nunca se sinta como se fosse menos do que
Perfeita pra caralho
Você é tão má, quando você fala
Sobre si mesma, você está errada
Mude as vozes, na sua cabeça
Faça eles gostarem de você desta vez
Tão complicada, olha como estamos fazendo
Cheia de ódio, um jogo tão cansativ".
- Fuckin' Perfect – Pink
Seok Kyung estava aflita, não sabia o que deu nela para qurer dar uma de "boazinha" com Min Seol Ah, mas quando ela viu o rosto da garota, aquele cabelo todo torto e horrível, fez com que sentisse pena da menina e empatia, nunca havia sentido essas coisas antes em relação a outras garotas, ela mesma já cansou de humilhar meninas como Seol Ah e nunca sentiu pena, mas algo em Min Seol Ah mexia com Seok Kyung, a ex-tutora a desestabilizava.
No dia em que descobriu que Min Seol Ah era órfã, também sentiu o mesmo sentimento, se sentiu culpada pelas coisas que fez a ela, e não foi a primeira vez, no dia em que a prendeu no banheiro para agredi-la, aconteceu o mesmo, quando ela bateu no rosto da garota e viu o olhar de decepção de Seol Ah, aquilo a destruiu de uma forma que não conseguiu entender.
As aulas haviam terminado, seu grupinho saiu da sala, assim como todos os outros estavam saindo, seu irmão gêmeo a chamou.
- Não vai embora? – perguntou ele, olhando para a irmã.
- Tenho que levar Min Seol Ah a um lugar – respondeu com medo de ser julgada pelo irmão.
Seok Hoon suspirou. – Vai fazer algo contra ela?
- Não, irmãozinho, não se preocupe. Não vou fazer nada de ruim.
- Não sei o que essa garota tem que te deixa assim, mas eu prefiro que você não faça nada contra ela – respondeu Seok Hoon.
Seok Kyung riu de forma debochada. – Está gostando dela, irmãzinho?
- Não. Mas ela é a amiga de uma garota que eu gosto, e analisando a situação, as duas são parecidas, elas não merecem isso.
- Eu não gosto da Bae Ro Na e também não gosto muito da Seol Ah, mas...
- Seok Kyung – o irmão a interrompeu. – Se você realmente não gostasse da Seol Ah, não ficaria com pena dela e nem tentaria ajudá-la, seja como for, admita que gosta dela, você não vai morrer se admitir isso.
- Ela me lembra alguém... algo nela me incomoda, ao mesmo tempo em que me tranquiliza...
Seok Hoon sorriu. – Sim, esses dias eu notei que o olhar dela lembra muito o da mamãe, as duas são parecidas, não acha?
Seok Kyung cruzou os braços. Nunca havia feito essa ligação, mas o que seu irmão disse era verdade, as duas se lembravam, principalmente o olhar meigo.
- Eu me pareço com a mamãe, ninguém mais – respondeu de forma ríspida.
Seok Hoon riu. – Eu também sou o filho dela, ok? Para de ser tão ciumenta.
- Não enche, Seok Hoon!
O garoto riu e se retirou da sala, quando Min Seol Ah estava prestes a ir embora, a garota segurou na mão dela.
- Espera! Eu disse que era para me esperar – falou Seok Kyung, em um tom autoritário.
- O que você quer comigo? Tenho coisas importantes a fazer, não quero sofrer novamente com alguma...
- Eu dou a minha palavra de que não vou fazer nada de ruim contra você.
Seol Ah a olhou desconfiada, mas aceitou o convite, sabia que a garota não iria lhe deixar em paz se não aceitasse ir.
Seok Kyung ligou para sua mãe, pediu que as levassem e carro até o salão de beleza renomado que as duas frequentavam, depois de um tempo, o carro de Su Ryeon parou em frente ao colégio da filha, quando as duas meninas entraram no carro, a mulher mal acreditou no que via.
Seol Ah cumprimentou a mulher ao entrar. – Isso é uma surpresa para mim, fiquei feliz em saber que vocês duas estão conversando, sendo amigas... – a mulher falou ingenuamente.
- Não somos amigas mãe – respondeu Seok Kyung.
- Então...
- Estamos nos conhecendo melhor – mentiu Seol Ah.
- Mãe, cortaram o cabelo dela, olha – a garota falou e tirou a peruca da menina com cuidado, Seol Ah não esperava que Seok Kyung fosse fazer isso para mostrar sua mãe, se sentiu envergonhada, mas quando a garota viu o olhar preocupado de Su Ryeon, sentiu que estava segura, era como se não estivesse sozinha no mundo.
- Minha nossa... quem fez esse absurdo com você? – perguntou a mulher, preocupada, seus olhos marejaram ao ver aquela menina tão indefesa passando por tantas injustiças e de repente pensou em sua filha biológica, se o DNA confirmasse que Hye In não fosse sua filha biológica, significava que a garota que carrega seu sangue estava perdida em algum lugar da Coréia do Sul, talvez, passando pelas mesmas coisas que Seol Ah, seu coração se apertou.
- Algumas garotas do orfanato... elas ficaram com ciúmes por eu estar estudando em uma escola de ricos.
- Mãe, é por isso que estou a levando para o cabeleireiro, ela está horrível, precisamos concertar esse cabelo... – Seok Kyung falou em um tom brincalhão, tirando todo o peso da situação.
- Que atitude linda, minha filha. Fico feliz por estar ajudando a sua colega – Su Ryeon elogiou a filha, com um sorriso sincero.
- Estou fazendo isso apenas pelo bem do cabelo dela e porque sei que ela não tem muito dinheiro para isso – respondeu de forma ríspida, fingindo não se importar.
- Tudo bem, seja como for, eu gosto de ver vocês duas juntas, se dando bem.
As garotas não falaram mais nada e Su Ryeon começou a dirigir, rumo ao salão de beleza. Quando chegaram, a mulher deixou as garotas sozinhas, precisava resolver uns problemas e se despediu, dizendo que voltaria para buscá-las.
Seol Ah ficou de boca aberta quando viu o tamanho do salão, era enorme e muito chique. – Não se intimide, se você está aqui, aproveita que vou pagar – se gabou a garota.
Min Seol Ah segurou a mão de Seok Kyung. – Por que está fazendo isso por mim? Não consigo te entender, você me odeia, me humilhou e me bateu aquele dia, por que está agindo como se fosse um anjo? – a garota perguntou, confusa e desconfiada de tudo.
Seok Kyung suspirou, estava um pouco irritada, nem mesmo ela sabia como responder aquela pergunta. – Fiquei com pena, você está horrorosa com esse cabelo, está parecendo personagem de filme de terror, não estou fazendo isso porque gosto de você, estou fazendo isso pelo bem do seu cabelo, e porque eu preciso de uma rival a minha altura, não tem graça mexer com uma garota assim com o cabelo assim... – debochou a garota, com uma voz elevada, ela precisou sair por cima, não queria mostrar a Seol Ah que no fundo se importava com ela, nem ela mesma entendia seus sentimentos.
Min Seol Ah esboçou um sorriso fraco. – Não faz sentido, mas quer saber? Vou aceitar a sua ajuda, você me deve depois de tudo o que me fez – a garota respondeu.
Seok Kyung revirou os olhos e levou Min Seol Ah até a cabeleireira. – Está vendo o estado do cabelo dela? Consegue arrumar?
A mulher que aparentava ter a faixa etária dos 40 anos sorriu, apesar de ter ficado assustada com o estado da menina. – Claro que eu consigo! Mas o que aconteceu com você, menina?
- Mas tem horário? – perguntou Seol Ah.
- Meu bem, eu nunca deixo minhas clientes favoritas na mão, se você é amiga de Seok Kyung, é claro que eu vou te encaixar neste momento! – a mulher anunciou com um sorriso convencido, Seol Ah apenas assentiu e deixou que a mulher tratasse de seu cabelo, Seok Kyung ficou sentada, esperando e acompanhando todo o processo.
Depois de lavar, cortar e secar, a mulher anunciou que havia terminado. Seol Ah nem estava acreditando no que via, nunca tivera o cabelo tão curto assim, estava assustada, mas havia achado lindo, estava diferente, mas muito bonita.
Seok Kyung se levantou satisfeita e ficou ao lado da menina, ambas olhando para o e enorme espelho. O cabelo de Seol Ah estava batendo um pouco abaixo de seu rosto, para concertar o estrago, foi preciso cortar mais curto do que já estava, e sua franja Chanel estava um pouco acima de sua sobrancelha, mas pouca coisa.
- Agora sim você está decente – falou Seok Kyung.
A garota pagou a mulher com seu cartão de crédito, as duas agradeceram e ambas saíram juntas do salão. – Minha mãe já deve estar chegando, eu tinha ligado para ela quando vi que estava terminando...
Seol Ah concordou. – Cabelo cresce, sabe... sei que você está um pouco assustada com o tamanho dele, mas logo você se acostuma – comentou Seok Kyung, sem jeito.
Min Seol Ah olhou para a garota, ela não sabia quem era a menina, uma hora era legal e em outra uma megera. – E o seu cabelo? Ele é longo, alguma vez já teve o cabelo curto? – Seol Ah perguntou.
- Não. Eu gosto dele longo, minha mãe também ama o meu cabelo longo. Mas o seu está lindo, mesmo curto, não se preocupe.
- Tenho notado que você se importa muito com a opinião da sua mãe...
- Sim, ela é a minha mãe, algum problema? – respondeu a garota com grosseria.
Min Seol Ah riu fraco. – Seu ponto fraco é a sua mãe... bom, deve ser ótimo ter uma mãe.
Seok Kyung poderia ter se irritado quando a menina havia dito sobre seu ponto fraco ser sua mãe, mas ela sentiu pena, quando a menina falou sobre ser ótimo ter uma mãe, ela sabia que Min Seol Ah era órfã, nunca teve uma família, uma mãe, um pai e uma casa, aquilo mexeu com ela. Seok Kyung não conseguia se imaginar sem a sua mãe, sentia vontade de chorar só de pensar em algo assim.
A garota não soube o que responder, mas foi interrompida quando escutou a voz de Minho, a menina nem acreditou quando o viu ali, de frente a elas.
- Mas o que é isso? A agressora sendo amiga da vítima? É isso mesmo? – debochou o menino, rindo.
Seok Kyung revirou os olhos. – O que está fazendo aqui? – perguntou sem paciência.
- Moro por aqui, algum problema? – perguntou ele, se aproximando mais das duas.
- Que saco... – resmungou a menina.
- Seol Ah, ela está te mantendo presa aqui?
- Não, eu vim porque quis, ela se ofereceu para pagar o corte do meu cabelo, você ficou sabendo do ocorrido na escola mais cedo? Deve ter visto os vídeos...
Minho arqueou uma sobrancelha, surpreso. – Vi os vídeos, achei um absurdo o que fizeram você passar, mas vi que foi a Seok Kyung que puxou a sua peruca... e agora resolveu pagar o corte dela? Será que está se sentindo culpada, mocinha? Ou será que no fundo desse disfarce de garota má, você tem sentimentos bons? – provocou ele, ficando mais próximo a Seok Kyung, ele olhava para a menina com diversão.
- Não me provoque garoto, nos deixe em paz – a menina falou em um tom de ameaça.
Minho sorriu ao ver que tinha conseguido irritá-la. – Será que você não vai perder seguidores se eles descobrirem que você está se tornando amiguinha da bolsita?
O rosto de Minho estava bem próximo ao de Seok Kyung, os dois se olharam intensamente, o olhar da garota repleto de raiva e o dele de diversão.
Min Seol Ah quebrou o silêncio, fazendo-os se afastarem. – Minho, eu agradeço por ter me defendido aquele dia, mas acho melhor essa provocação terminar por aqui...
Minho suspirou e sorriu fraco. – Tenha cuidado com ela, Seol Ah, cobras não mudam – ele disse.
Seok Kyung o empurrou com força, não estava mais o aguentando. – Idiota! Você nãos abe nada sobre mim! Não se meta onde não foi chamado – exclamou, cheia de raiva.
Minho riu e segurou com força o pulso dela. – Então, me diga... me conte sobre sua vida, se eu não sei nada...
- Minho! Por favor, para – pediu Seol Ah.
O garoto soltou Seok Kyung. – Você é muito boazinha, Seol Ah... sinto que vai sofrer muito se confiar nessa megera.
Antes que Seok Kyung pudesse responder algo, o carro de Su Ryeon chegou.
- Sua mãe!
Minho olhou de relance para a mãe de Seok Kyung. – Que estranho... Min Seol Ah se parece mais com sua mãe do que você... – falou, enquanto olhava a mulher parar o carro.
- Idiota... – Seok Kyung falou com mais raiva e entrou no carro, em seguida Seol Ah fez o mesmo, Minho acenou um "tchau" para a mãe de Seok Kyung, que sorriu de volta para ele, mesmo sem conhecê-lo.
- Era um amigo? – perguntou Su Ryeon, assim que começou a dirigir.
- Um idiota da nossa turma – respondeu Seok Kyung, a mulher elogiou o cabelo de Seol Ah.
- Está linda. Esse corte combinou com você.
- Obrigada, senhora...
Seok Kyung estava brava, não conseguia parar de pensar nas palavras de Minho, "Min Seol Ah se parece mais com sua mãe do que você".
Seok Kyung começou a analisar as duas e procurar as semelhanças, apesar de não serem tão nítidas, era verdade que as duas se pareciam fisicamente um pouco, principalmente o olhar, acontece, existiam pessoas parecidas no mundo sem terem nenhum tipo de parentesco, pensava ela, enquanto tentava se acalmar.
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