Hope fica estática com toda aquela revelação sendo jogada na sua cara, por alguém que mal conhece, mas que tem um ótimo motivo, trazer de volta seu pai.

  - Então, por que todo esse show? Porque simplesmente não venho falar comigo invés de me trazer aqui contra a minha vontade? - Hope diz cruzando os braços.

   -  Você não iria me dar a atenção que eu precisava. Eu tinha que falar com você a sós, e sem interrupções de terceiros. - diz a mulher se virando novamente a pequena mesa.

      - Bom, então onde está meu celular? Eu preciso avisar a minha tia, ela deve estar muito preocupada. - a mulher vai até outra comoda e pega o aparelho e joga para Hope.

Imediatamente Hope pega o celular e vai para outro cômodo e faz a ligação. Após várias chamadas, finalmente Rebekah atende.

      - Hope? Onde você está? Freya está tentando te localizar com feitiço mas está impossível!!

    - Tia Rebekah! Como é bom ouvir sua voz novamente! Eu estou bem, eu estou com uma pessoa.. - ela é interrompida.

     - Que pessoa? Me diga? 

     - Eu não a conheço, mas ela diz que foi uma amiga do papai.. 

    - Que? Klaus não teve amizades, ele teve amantes, isso está com cara de cilada. Me diga onde você está, iremos agora ai! 

Hope fica um momento em silêncio dando uma pequena olhada para trás, até voltar a responder.

     - Tia, eu sei me virar, me virei até agora sem vocês. Deixa eu cuidar disso, eu ligo depois! - ela desliga.

     - Hope? Hope? Mas que droga! - a loira diz.

     - O que houve? Ela disse onde está? - pergunta Freya.

     - Ela não quis me dizer, parece que a teimosia foi herdada.

     - Como assim não quis lhe dizer? Ela está bem pelo menos? - continua a irmã bruxa.

     - Ela disse que está bem, e também disse que uma mulher que se diz ter sido "amiga" do nosso irmão está com ela.

      - E você conhece essa mulher? - pergunta agora Marcel.

       - Klaus teve e conheceu muitas mulheres, difícil saber quem é, o mais estranho é que essa mulher pode ter magia, só alguém com muita magia poderia dominar Hope. - fica pensativa Rebekah.

      - Uma bruxa talvez? - Freya continua.

      - Klaus teve uma paixão antiga por uma aqui em Nova Orleans, mas não era tão poderosa. Mas lembro de uma herege.. não me recordo o nome dela.. faz muitos anos. - Rebekah diz com a mão ao queixo.

     - Eu posso fazer uma magia e vasculhar essa lembrança da sua mente, o problema é que pode doer um pouco. - Freya dá uma ideia.

      - Faça o que for preciso, Hope pode estar em perigo, mesmo ela podendo saber se cuidar, a gente não sabe com quem estamos lidando. 

Enquanto isso Hope volta a sala sinistra e volta a observar a misteriosa mulher que parecia meditar em frente a um pequeno pote. Quando Hope decide quebrar o silêncio mórbido.

     - E então? Você é uma bruxa em que meu pai confiava? 

A mulher para com a meditação e diz sem se virar.

      - Sou uma bruxa e também sou uma vampira. 

      - Bruxa e vampira? Como.. como é possível?

      - Eu sou uma herege, a última, e mais antiga que existe. - diz a mulher morena se virando para olhar para Hope.

     - Meu pai realmente era cheio de surpresas. Você diz ser a última, existiu mais como você? - a mikealson continua.

      - Sim, em Mystic Falls, mas eu nunca tive contato com eles, logo depois fiquei sabendo que todos foram mortos. Portanto, continuo sendo a última. 

       - Isso é muito triste. Como você conheceu meu pai? Por favor me diga tudo antes de eu confiar em você.

A morena então se aproxima de Hope ficando cara a cara.

      - É melhor eu te mostrar. - Francine agarra a mão da moça e com a outra toca-lhe a testa. Uma dor latente é sentida e vultos são vistos seguido de uma escuridão.

Hope abre os olhos e estava em outro século, o século passado, enquanto isso escuta a voz de Francine relatando a visão em que Hope agora via com seus próprios olhos.

                              (.......)

New Orleans 1908.

Homens mal encarados se aproximavam de uma cabana que parecia abandonada, ao destrancar a porta eles entram, lá dentro havia uma mulher jogada ao chão muito maltrapilha, sua barriga estava cheia de sangue, a mulher parecia estar agonizando por dentro.

    - Oh aberração, acorda! - um deles diz.

Um homem de sobretudo e boina se aproxima e começa a observá-la.

     - Essa daí que matou meus homens? - ele perguntou, parecia ser o líder.

      - Não se engane senhor, ela é aquilo que te falei!

O homem de casaco se agacha próximo a mulher ao chão.

      - Bruxa, podemos fazer um acordo, eu sei quem criou essa adaga que está dentro de você e sei como acabar com esse sofrimento, só basta você aceitar nos servir. Você e seus dotes serão bem vindos. - o homem diz puxando a mecha de seu cabelo do rosto.

      - O que.. eu ganho… se eu acei..tar.. - ela diz com dificuldade.

O homem olha para os demais e dá um riso de deboche.

      - Você ganha sua liberdade, caso contrário você irá agonizar  o resto da eternidade, e se caso tentar algo esse lugar está cheio de homens armados com balas benzidas. - os homens se entre olham rindo.

      - Prefiro.. agonizar..

O homem fecha a cara a decisão da mulher. 

     - Peguem ela e a queime na fogueira, ela quer sofrer, pois irá sofrer cem vezes mais. - o homem diz.

Ao sair para fora se depara com uma cena de terror do lado de fora. Haviam homens jogados pelo chão, alguns até sem a cabeça, sangue se via em meio ao chão rústico. Logo à frente uma pessoa solta um dos homens ao chão, ele se vira e seu rosto estava tomado por sangue e seus olhos amarelos se destacavam em meio a escuridão.

Os homens que acompanham o homem de casaco ficam sem reação a cena, um se prepara para pegar uma pistola do casaco mas o líder o toca em seu braço balançando a cabeça em negativo enquanto o homem de olhos amarelos a frente dá um pequeno riso.

     - Olha só parece que sua gangue não é mais tão grande assim, e me desculpe mas, eu estava faminto. - o homem de olhos amarelos diz sarcasticamente.

     - Eles eram uns inúteis mesmo, mas o que devo a honra senhor Mikealson? - os demais comparsas se entre olham sabendo agora que o sobrenome já é conhecido.

      - Ah sim, fiquei sabendo que você tem uma adaga abençoada com magia negra e que poderia até me derrubar, e vim ver com os meus próprios olhos e também, queria levá-la e colocá-la no meu acervo particular.

O homem rir segurando as mãos em frente ao corpo.

     - Senhor Mikealson, não dê ouvidos às fofocas, até porque somos aliados, você me ajuda e eu ajudo você. Sempre foi assim não? - o homem diz.

      - Hum. Algo me diz que você esconde algo nesse barraco aí atrás e é algo que poderia ser a seu favor contra mim, estou certo? 

Enquanto isso um dos comparsas se movimenta mas antes de tirar a pistola do casaco, uma mulher o agarra mordendo o seu pescoço, logo os demais são atacados por outra pessoa e o homem de olhos amarelos em velocidade esmaga o pescoço do último comparsa com a mão.

O líder fica sem reação com as mãos espalmadas em redenção em frente ao corpo.

      - E esse aqui Nick? - a mulher loira diz com a boca ensanguentada.

Com um meio sorriso Nicklaus Mikealson pega o homem pelo colarinho e o joga contra a porta do casebre abrindo o caminho a frente, ao adentrar o local a mulher maltrapilha permanecia intacta ao chão. Klaus se aproxima da mulher e a observa, a mesma o olha com sofrimento.

     - Quem será essa dai? - pergunta Rebekah

Elijah logo atrás observa tudo sem tirar a atenção do homem de casaco que se recuperava do baque anterior.

     - Ela não está morta, deve ser uma vampira, agora a pergunta que não quer calar por que uma vampira está sofrendo desta forma? - Klaus então vai em direção ao homem ao chão o levantando pelo pescoço.

      - Me responda? O que fizeram com ela? - diz em meio a gritos.

     - A adaga… a adaga com magia está dentro dela. - o homem diz em meio ao sufocamento.

Klaus o joga ao chão e retorna a mulher sôfrega e observa seu corpo, seu vestido ensanguentado na região da barriga. Elijah sem tirar o olho resolve falar.

     - Deve estar dentro da barriga, é um objeto que se instala causando dores contínuas..

Klaus se aproxima e se agacha próximo a moça e então enfia a mão no estômago dela que abre a boca em sofrimento com a dor causada pela ação. Ao localizar o objeto, Klaus retira a mão com o objeto em mãos que se assemelhava a uma faca de osso.

      - Então, esse o maldito objeto que pode paralisar qualquer ser sobrenatural.. até mesmo um original - pronúncia Rebekah.

      - Impressionante! Espero que não queira usar isso em seus irmãos Necklaus. - Elijah diz.

      - Quem sabe irmão, mas não por enquanto. - Klaus diz com um sorriso.

Klaus observa a mulher que agora se postava sentada, mas fraca.

     - Qual o seu nome amor? - ele pergunta a mulher que lhe olha com ar cansado.

      - É.. Francine… Francine Lavour. 

      - Lindo nome Francine, acho que você vai querer recuperar suas forças. - Klaus diz apontando para o homem de casaco que os olha em espanto. - Olha só, está até embalado, é um presente meu para você! 

O homem tenta se levantar para fugir, mas Elijah o pega pisando em seu joelho, um grito agudo é ouvido.

     - É, essa refeição está meio barulhenta! - Klaus diz com deboche.

Os irmãos saem de dentro do barraco deixando a mulher com o homem lá dentro que agora gritava de pavor.

      - E ela? Vamos deixá-la aqui? - pergunta Rebekah.

      - Ela parece ser diferente, talvez seja útil para mim! 

                             (.......)

Hope acorda do transe das memórias, voltando a si. A morena a observa.

      - Agora você já sabe como conheci seu pai e os irmãos Mikealson.