☀ 21

Brian Littrell

Já eram sete e meia da noite e eu na sala pronto tomando um pouco de suco a espera da Nancy Carter ficar pronta.

— E aí, cara! — AJ brota do meu lado e dou um pulo do sofá, pondo a mão sobre o meu peito em seguida.

— Você quer me matar, McLean?! — Digo na tentativa de me recuperar o ar que perdi.

— Foi mal, garotão. — O moreno apertou o meu ombro. — Cadê a Carter?

— Bem atrás de vocês dois.

Me viro para vê-la e nossa, cadê as minhas estruturas? Essa garota um dia me mata do coração.

— Brian...? — Volto a realidade depois de ouvir o AJ me chamar.

— Estou pronta. — Sorriu, com um rubor em seu rosto. Eu não tava conseguindo deixar de ver ela. — Vamos?

— Vamos, se o seu namorado aqui conseguir sair do lugar. — McLean soltou uma risada sarcástica e fomos andando para o carro azulado do mesmo.

Howie já estava no banco do passageiro, penteando os seus cabelos um pouco longos e ondulados e a Helena no banco de trás mexendo em sua bolsa.

— Aí está o casalzão. — A latina deu um sorriso de canto para nós dois, enquanto eu sentava na janela direita, ao lado da minha namorada. — Prontos para arrasarem no baile?

— Claro né, querida?! — Nancy faz uma voz debochada. — Um Carter já nasceu pra brilhar.

— É, isso é de família mesmo. — Howie se pronunciou finalmente, fazendo o AJ e a Helena rirem imediato. — Sem ofensas, mas o seu irmão é muito convencido.

— É que vocês não viram o Nick no vestuário nos dias de treinamento. — Comento arrancando mais risadas da gangue.

— Vocês nunca viram ele com o cabelo ensopado de gel virado pra trás! — Nancy entrou no gargalhada. — E disse que qualquer garota poderia olhar pra ele.

— Quando foi essa pérola? — Howie perguntou olhando pra ela.

— No primeiro dia de aula do ano passado.

— Que droga! — AJ diz um pouco irritado, mas com um sorriso no rosto, o que foi um motivo do nosso silêncio. — Desse jeito não iremos conseguir chegar na escola!

Nós quatro olhamos para a cara dele e para a nossa, do nada começando a gargalhar. Por uns longos minutos chegamos na frente do escola e saímos, ouvindo uma música agitada e bem alta com outros alunos chegando para o baile de inverno.

— Quer dançar? Pretendo me divertir até a noite acabar. — Digo olhando fixamente em seus olhos, entrelaçando a minha mão na sua.

— Nunca vi você tão animado quanto hoje, hein? — A loira colocou uma mecha de seu cabelo atrás de sua orelha e apoiou a sua cabeça sobre o meu ombro. — Eu topo, Brian.

Entramos no ginásio e fomos se misturando no povo que estava pulando e fazendo uns passos loucos de dança, isso foi quando a nossa noite começou.

Nick Carter

— Chegamos, Debby. — Desligo o carro olhando para a morena do meu lado, lhe dando o melhor sorriso.

— Nick você não tem noção, estou tão nervosa. — Disse tirando o cinto com pouca dificuldade.

— Nervosa de quê, Debs? — Me viro para a mesma, cruzando os meus braços.

Já estou preocupado.

— Se eu for motivo de piada lá dentro? — Wright indaga fazendo um biquinho com os seus lábios que dá a maior vontade de beijar sem parar.

— É óbvio que não será motivo, amiga. — Pego em sua mão involuntariamente, olhando em seus olhos.

Tenho que seguir tudo com calma.

— Nick, da academia inteira a única pessoa que anda comigo é você. E a Gangue Backstreet. — Abaixou a cabeça, tentando tirar o cinto mais uma vez. — Sabe que existe aquele pessoal que me odeiam—

— Danem-se aqueles racistas de merda. – Digo chamando a sua atenção. — Ninguém vai mexer em você, não vou permitir isso nunca na minha vida. Eu jogarei eles no latão de lixo, o que você fez com a Ariel no mês passado.

Deborah abriu um sorriso ponta a ponta e abriu a porta do passageiro, saindo de lá e fiz a mesma coisa. Nós dois fomos andando até entrar no ginásio, que está o maior rebuliço.

— Será que eles já chegaram? — Indagou me puxando para o meio do salão.

— Com certeza, vi o carro do AJ do outro lado da rua. — Respondo começando a dançar com a mesma.

Ela estava tão linda, a Nancy tinha razão de que a De iria arrasar nesta noite.

Tomamos uns ponches que continham umas gotinhas de álcool, porém tudo bem, peguei uns brownies para ela e voltamos a dançar as músicas que nós gostávamos muito de ouvir juntos nós finais de semanas.

Até que o volume da música foi abaixando, até ficar sem som. Motivo de vaias? Sim!

— Boa noite, galera do ensino médio! — O diretor da escola sobe ao palco e reviro os olhos, fazendo a morena do meu lado rir um pouco. — Estou aqui para declarar a vocês a rainha e o rei do baile deste ano!

Comecei encarar a Deborah até me notar e ela sorriu timidamente.

"E se for recíproco?" — Me lembro da pergunta da minha irmã quando a revelei os meus sentimentos à ela.

— Você vai ser sorteada, sabia? — Indago, completamente otimista.

— Eu sei que não vou. — Respondeu um pouco frustrada. — Sempre serão os padrões. Tipo você pode ganhar.

— Eu não me importo com isso, eu me importo com você. — Digo entrelaçando a minha mão na sua. — Porque você é a rainha desta noite.

"Aja com calma, começa a demonstrar aos poucos." — Preciso me concentrar nos concelhos do Brian.

Debby sorriu mais uma vez timidamente com o meu comentário. Ela não faz ideia do quanto eu tenho medo de levar um tapão e um fora dela.

— O rei do baile é Nickolas Carter! — Abre uma roda em minha volta e procuro por um buraco para me enterrar.

— Desculpa. — Olho para a Debby e vou até o palco, recebendo uma faixa e uma coroa.

— E a rainha do baile é... — O diretor fazia suspense e vi a Nancy cruzar os dedos e fechar os seus olhos com força. — Deborah Wright!

Eu só via o resto do grupo pular e fazer a maior algazarra enquanto o resto do pessoal que estava presente aplaudia.

Debby ficou olhando pra mim sem entender nada e subiu ao palco, recebendo uma coroa e uma faixa.

— EU PENSEI QUE EU SERIA A RAINHA DESTE BAILE! — Ai, é a famosa Sophia Dogder.

— Garota?? — Hellie olha torto para a mesma. — Você merece é ser a rainha do esgoto, isso sim!

O diretor prendia o riso e depois olhou para nós dois.

— Agora com a dança deles dois no meio da quadra.

Ai meu Deus, não creio nisso não.

Começamos a dançar uma música lenta, You're Still The One da Shania Twain. Eu estava sendo delicado enquanto dançávamos, as minhas mãos pousavam na sua cintura e eu a apertava levemente e às vezes subia para as suas costas, mantendo o meu melhor sorriso no rosto e cada vez eu ficava hipnotizado por esses lindos olhos castanhos. Eu devo me declarar hoje, essa é a oportunidade de ouro.

— Nós quebramos padrões. — Me aproximo em seu ouvido e digo, o que fez ela assentir. — Me sinto satisfeito com isso.

— E eu me sinto mais segura com isso. — Respondeu, me fazendo sorrir mais uma vez. — Realizei o meu sonho de princesa.

— Eu tô mais feliz é por você estar se divertindo e sorrindo hoje. — Digo quando a música acabou.

— É... — Disse olhando para o chão, um pouco sem graça.

Howard Dorough

Depois desse momento épico, a festa voltou a rolar. Começou a tocar umas músicas divertidas, de uma boyband aí.

Como eu acabei ficando sozinho, já que a Helena me deixou porque foi convidada por um garoto da academia para dançar com ele, fui para a mesa de comida roubar uns salgadinhos.

Até eu sentir dois flashes me cegando no momento.

— Desculpa se eu te peguei de surpresa, eu sou tão doida! — Uma garota diz mexendo no seu Polaroid. — Você tá bem?

— Sim, eu estou. – Assinto, voltando a enxergar.

Que garota linda.

— Ah... um saiu distorcido.

— Pode tirar mais uma foto minha se quiser.

— Sério? — Juro que eu nunca vi tanta gratidão em alguém como o dela. — Cara, eu te ceguei por uns segundos e tem certeza que eu tire mais uma foto sua?!

Assinto pegando um brownie e me preparei para mais uma foto, assim foi feito.

— Eu nunca te vi por aqui. É novata? — Indago por curiosidade.

— Não, eu sou da academia. Terceiro ano e do clube de fotografia. — Respondeu com um sorriso no rosto. — E você deve ser desta escola, certo?

— Sim, também sou do terceiro ano. — Digo lhe oferecendo um brownie. — Eu me chamo Howie.

— Howie? — Assentiu aceitando o bolinho de chocolate. — Me chamo Natasha, mas prefiro que me chamem de Nath.

— Que louco! Eu também prefiro que me chamem de Howie do que de Howard. — Rimos juntos. — Você tem par?

— Não, por causa disso daqui. Eu me autoconvidei. — Disse rindo sozinha. — Bem, eu vou terminar de fotografar algumas pessoas e voltarei. Fique com a sua foto, espero que os brownies e os salgadinhos não acabem quando eu voltar.

— Não se preocupe, eu guardo pra você. — Digo lhe dando um sorriso.

Nath assentiu e foi andando em direção para as arquibancadas, daí eu voltei a curtir o som dessa boyband que eu nunca ouvi falar na minha vida, vou até perguntar a Hellie ou a Nancy pra saber quem são eles.

Nick Carter

Depois de tanta dança, nós sentamos na arquibancada, descansando os nossos pés. Uma garota que fazia parte do clube de fotografia da academia, pediu para tirar uma foto da gente com o seu Polaroid. Ela tirou duas e uma deu para a Deborah.

— Obrigada. — Debby sorriu para ela e a mesma retribuiu, andando para outra direção do salão.

— Nossa. — Digo olhando para a impressão nas suas mãos. — Como você tá linda, Debby.

— Quer parar com isso?! — Indagou incrédula e comecei a rir.

— Eu só estou falando a verdade. — A abraço de lado. — Já sei o que é... ninguém te disse isso antes, né?

— É e isso acaba sendo estranho pra mim, Nick. — Disse se afastando. — Eu penso que é mentira.

— Eu jamais mentiria para você, Debby. Sabe disso muito bem. — Acho que o clima tá ficando pesado.

— Vou tomar um ar. — Disse seriamente, pegando em sua bolsa e desceu as arquibancadas, andando para o lado de fora.

Eu fiz merda.

Fiquei sozinho pensando na minha vida, até que do nada brota a minha irmã e o meu cunhado.

— CADÊ A DEBBIE, NICKOLAS?! — Nancy dá um berro que até um surdo poderia ouvir.

— Calma, Nancy. — Brian tenta acalmar a loira que segurava um copo de ponche. — Você se declarou para ela?

— Ainda não, eu... tô com medo. — Digo começando a folgar a minha gravata. Tô nervoso.

— Nick! É agora ou nunca, cara! — Nancy apoia as suas mãos sobre os meus ombros, fixando o seu olhar no meu. — Se ficar adiando, cada vez mais você vai ter medo! Vá achar o amor da sua vida, se declara e depois voltem para curtir a festa.

— E o AJ convidou todo mundo para a pizzaria aqui perto e nós vamos daqui a pouco. — Brian complementou.

— Quero ver vocês de mãos dadas lá. — Ela apontou um dedo sobre o meu peito e foi andando na frente, Brian a seguiu para o meio do ginásio.

Soltei uma lufada de ar e percebi de que a Wright estava demorando um pouco. É o jeito.

Saí correndo para o lado de fora, procurando por ela e a vejo sentada no jardim da academia, que estava sendo iluminada pela luz da lua.

É agora ou nunca, Nick.

— Debby! — Me aproximo dela, que olhou pra mim imediatamente. — O que foi? O que eu te disse te chateou? Não se sente bem? — Indago ficando de frente a mesma.

— Eu tenho medo. — Disse olhando para mim — Tenho medo de que um dia isso se desfaça de vez.

Isso o quê?! — Fico um pouco confuso de suas palavras.

— A nossa amizade, Nick. — Disse e me aproximo mais um pouco, pegando nas minhas mãos e as acaricio.

— Essa é a coisa mais improvável de acontecer neste mundo! — Digo calmo. — Se até hoje não tivemos nenhum conflito, é que isso nunca vai acontecer até o fim de tudo. Você é a melhor pessoa que eu já conheci em toda a minha vida e não quero que seja substituída por qualquer um. Você é a única que me escuta, é a única que me faz sorrir por qualquer besteira, é a única pessoa que faz de tudo para que tudo dê certo, é a única a fazer a melhor sopa quando estive doente, é a única que me repreende quando passo dos limites e você é a única garota que me arrancou um suspiro profundo. Por que eu te deixaria? Eu seria muito idiota a fazer uma coisa dessas! — Exponho tudo o que eu sinto por ela. Ela riu, olhando para o gramado. — Debby. — Pego gentilmente em seu rosto, a fazendo olhar em meus olhos. — Até agora você não percebeu que eu falo isso de coração?

— Por incrível que pareça não. — Riu de nervoso.

— Deborah, esse tempo todo... eu queria te dizer isso, mas tinha certa insegurança. E agora eu vou dizer.
— Olho para o céu e volto a olhar em seus olhos. Os olhos dela é o céu e resto do universo pra mim. — Eu te—

Em fração de segundos, os lábios da Deborah colaram nos meus, me trazendo a sensação que eu esperava sentir, porém não imaginava que seria tão impactante pra mim.

— Amo. — Digo assustado, recuperando o meu fôlego de tão tenso que eu fiquei e a mesma ria da minha cara. — Nossa!

— Bobinho, eu também te amo. — Disse pegando no meu rosto e me beijou novamente.

Ai que vontade de soltar vários fogos no meio da rua agora!

Maaaaassss...

— NICK! NICK! — Do nada aparece o AJ com a câmera da Helena na sua mão, todo ofegante.

— O que foi?! — Indago, cruzando os meus braços.

— É a sua irmã! — Aquilo já me deu um nó no meu peito. — E a Dogder! A gente tá tentando separar elas duas, venha! Tá uma baixaria... parece a rua lá de casa.

Nós três corremos até o ginásio e AJ guiava a gente para dentro da escola, entrando no vestuário feminino.

— NANCY! — Grito na tentativa de fazer ela parar.

A minha irmã estava prestes a surrar a cabeça da Sophia na pia de porcelana. Corri até a mesma e a puxei para longe, que se esforçava para avançar novamente na sua inimiga.

— Você é uma desgraçada, Carter! — Sophia aponta para ela, que ainda relutava nos braços de McLean. — Não vejo o motivo de você ser tão perseguidora!

— EU?! ERA SÓ O QUE ME FALTAVA, SUA PALHAÇA! — Retrucou.

— Eu posso estar voando, mas tô amando isso. — Debby comenta e olho para ela prendendo a risada.

Até que entra Helena, Howie, Brian e a menina do clube de fotografia.

— O que está acontecendo?! — Hellie indaga prendendo a risada.

— Sabe de uma coisa?! Quem pode se explicar é o Littrell!! — Dodger grita e todos nós olhamos pra ele que virou uma estátua.

— EU?! — O loiro indagou de um jeito tão assustado para a do cabelo pintado de preto. — Que tem que se explicar é você que fica provocando a minha Nancy! Eu já disse a você que não é não.

— HAAAAAAA! — Nancy debocha da mesma e a seguro com um pouco mais de força. — QUERIDA, VOCÊ TEM QUE PERCEBER QUE SEMPRE ESTEVE ENCALHADA NO FUNDO DO POÇO! ESQUECE A GENTE, DODGER!

— NÃO POSSO, CARTER!

— Ué?! Tão simples assim. — Howie diz com uma expressão divertida no rosto.

— É porque eu... eu amo o Brian e eu não aceito ver vocês dois juntos, sendo felizes. Tudo o que eu queria era que você não existisse, Nancy!

— Garota, você tá se ouvindo?!  — Debby indaga incrédula. — Isso acabaria se tornando algo tóxico.

— É. — Brian disse meio pensativo e com uma cara de nojo. — Sophia, você tem que entender que eu só sinto a Nancy desde que a vi pela primeira vez e que sou feliz com ela. Um dia vai aparecer alguém interessado por você, não precisa ter pressa.

— É assim que eu gosto! — A doida da minha irmã responde cantando.

— Hey, eu conheço essa! Tocou quase agora, quem canta?

A gangue inteira olhou repreendendo o latino que às vezes age um tanto aleatório no momento inapropriado.

— Depois eu te digo, Howiezinho. — Nancy diz assentindo pra ele.

Eu a soltei e a mesma abraçou o Littrell, que a acolheu imediatamente. AJ fez questão de não soltar a Sophia por qualquer coisa e nós ficamos perto dela.

— Esquece a gente, Dodger. Não vai adiantar ficar nos envenenando, a gente vai voltar do mesmo jeito. — Thomas deu de ombros. — Se está achando ruim, pede transferência para outra escola e vá perturbar outro casal.

McLean soltou ela, que saiu manca e deu uma leve trombada em mim, me dando uma piscadela.

— OLHA AQUI, FICA LONGE DO MEU NAMORADO! — Debby saiu correndo atrás da mesma e nós fomos atrás dela.

A morena puxou a Dodger pelo braço e a jogou dentro do latão de lixo, cuspindo na cara da outra.

— Faça isso de novo que te tranco aí dentro! — Disse e fechou a tampa do latão, batendo as suas mãos e deu meia volta, ficando paralisada.

— Então quer dizer que...? — AJ abaixa o seu óculos e olha para nós dois surpreso.

— Nick é o meu namorado! Qual é o problema?! — Eita, que tá vermelha de nervosa.

O resto da turma ficou sem entender e me aproximo da mesma, a abraçando de lado. E nos beijamos mais uma vez.

— É assim que eu gosto, rapaz! — Howie grita.

— VAMOS COMER PIZZA! — Helena gritou e nós fomos correndo até os carros.

Nancy Carter

Uns vinte minutos de nós oito termos locomovido até a pizzaria que aparentemente era chique e que o AJ pagaria a conta já que nos convidou. Fomos para a área da varanda, onde poderíamos ver o céu completamente estrelado e a brisa fresca batiam em nossas peles como seda.

Duas pizzas enormes do mesmo sabor e latas de refrigerante dos sabores que cada um escolheu. Que noite incrível, tirando a Sophia que tentou dar em cima do Brian e do meu irmão, tudo está perfeito.

Mas tudo se tornou mais perfeito quando:

— Boa noite, senhoras e senhores. — Uma voz um pouco rouca atrás de uma cortina que tinha do outro lado e ouço sons de alguns instrumentos.

Eu sei quem é, mas tô achando isso mentira. Não pode ser quem eu esteja pensando, não pode ser!

— Espero que eu não esteja estragando a noite de vocês, porque eu vim aqui para se tornar mais icônico.

As cortinas se levantaram e só faltou eu cair da cadeira. É verdade, meu Deus. O meu sonho tá se realizando.

E assim veio os aplausos, primeiramente de mim que foi de imediato.

— Quem é esse?! — Howie que estava de costas ao palco, fica tentando olhar pra trás.

— É Bryan Adams! —  Minha voz ficou um pouco aguda, falta só um fio pra eu surtar. — Meu amor todinho!

— Oi?

— Ih rapaz, já acabou tudo. — AJ brinca tirando mais uma fatia de pizza.

E assim começou a tocar (Everything I Do) I Do It for You, eu já estava com os braços levantados como estivesse em um show seu numa arena. Só faltou uma vela para entrar no clima.

— Como assim ele é o seu amor todinho?! — Ouço o Brian de longe e chio para ele se calar. — Por que ela disse isso?!

— Porque ele é o ídolo dela?! — Ouço o Nick falar de boca cheia. — Nancy vai ficar ceguinha, não adianta chamar a atenção dela.

— Ah mas o Bryan faz músicas legais. — Hellie diz e assinto.

— Eu concordo. — AJ e Howie falam em uníssono. — Hey, Nath. Tá muito caladinha. — McLean brincou mais uma vez.

— Eu só estou curtindo o momento, AJ. — A de cabelos avermelhados responde limpando a sua boca. — Deveria fazer a mesma coisa.

— É, Alex. — Howie concordou com a Nath, olhando para ela. — Você fala demais.

— Shh! — Chio de novo e volto a contemplar o cantor bem ali na minha frente.

Assim que ele terminou de cantar, todo mundo aplaudiu o mesmo e Adams só agradecia. Dei mais um gole no meu refrigerante de blueberry e olhei para o garoto do meu lado que aparentava estar nervoso e cabisbaixo, daí eu acariciei o seu rosto e o seu cabelo, o deixando corado.

— O Bryan pode ser o meu cantor favorito, mas nunca trocaria ele por você. — O mais velho olha pra mim com um sorriso tímido. — Agora que eu me lembrei, que surpresa você tinha que dar pra mim?

— Ah, eu...

— Antes de eu começar a cantar minha próxima música, tem alguém aqui que quer se declarar. — As mãos do Brian começou a suar e olhei torto para ele que desviava o olhar com vergonha. — O nome dele também é Brian... sentado ali com um grupo de amigos.

A luz caiu sobre o mesmo, pobre Brian.

Brian Littrell

Olho para o lado da Nancy e Nick fazia sinal para eu ir lá imediatamente.

Ele me paga!

Nancy Carter

Brian se levantou e comprimentou o outro Bryan, daí começaram a conversar rapidamente e o meu namorado amostrara uma folha para ele, que parecia concordar e ambos riram um pouco.

— Bem, o meu amigo aqui vai cantar para o amor de sua vida, Nancy. — Adams apontou pra mim e a vontade de ficar debaixo da mesa tá crescendo.

— E o Brian sabe cantar? — AJ cruzou os braços completamente encucado.

— Para de duvidar do seu amigo, doido! — Debby retruca.

— Bem, eu posso acreditar em tais milagres, mas o Brian cantando?! Nunca vi na minha vida. — Hellie diz se olhando no espelho.

— Calem a boca, se fosse com vocês não iriam gostar! — Retruco e eles ficam quietos.

Brian olhava pra mim completamente nervoso, como estivesse vendo pela primeira vez e todo esse momento parecia um sonho, pois na mesma hora em que ele pegou no microfone, começou a cair flocos de neve que pareciam açúcar.

— Essa é para você, Nancy. — Sorriu e assentiu para o artista ao seu lado, começando a tocar os primeiros acordes. — I don't know... what he does to make you cry, but I'll be there to make you smile—

— Porra... mais chocado do que uma galinha estou. — AJ olhava pra mim e pra ele de queixo caído.

— AJ, eu trouxe o silver tape de novo! — Helena lhe mostra a fita que estava dentro de sua bolsa e Nath prende o riso. — Cala a boca! — Disse e ri fracamente, retornando a dar atenção ao mesmo.

I don't care — Começou a ter ritmo a música e prendo o meu surto que está por vir. — If he buys you nice things, but his gifts come from your heart? I don't know, but if you were mine girl, I'd make it so we'd never been apart...

But my love is all — Bryan deu um auxílio para o meu namorado e já dei os meus gritinhos um pouco escandalosos.

I have to give — Ambos começaram a cantar juntos olhando pra mim. — Without you I don't think I can live

I wish I could give the world to you, lady — Meu Deus, que voz linda.

But love is all I have to give — Adams e seus backing vocals dão mais uma acrescentada.

To... — Littrell dá uma breve pausa, soltando um suspiro. — … you.

— E esse foi o meu chará, Brian. — Todo mundo começou a aplaudir para o mesmo e que retornava a nossa mesa. — Nancy, você é uma garota de sorte. E também uma ótima fã.

— Obrigada, Bryan! — Acenei para o mesmo que sorria.

— AI. MEU. DEUS! LITTRELL! PARECIA QUE VOCÊ TAVA NAQUELES PROGRAMAS DE TALENTOS! — Nick surtou do nada. — EU TE DISSE QUE IRIA DAR CERTO!


— Amor, tem muito açúcar no seu cérebro. — Debby sacode o mesmo com um sorriso no rosto, ajustando os seus óculos que tenho tanta inveja de tão bonitos que são. — Se recomponha.

— Foi mal a interrupção, mas você arrasou. — Nath diz de mãos dadas com o Howie.

Olha só para o latino.

— Obrigado.

— Cof cof, só falta uma pessoa falar, cof cof. — Lena e AJ falam em uníssono olhando pra mim, Brian levantou uma sobrancelha pra mim esperando.

Eita que pressão, todo mundo estava olhando pra mim agora. E Bryan lá com o seu Heaven sendo performado.

— Bem, eu... — Pego em suas mãos gélidas e encosto a minha testa na sua. — Amei muito, realmente eu mereci ter conhecido a melhor pessoa do mundo. Eu te amo.

— Eu também te amo, Nancy. — Ele me deu um selinho.

Nós dois levantamos e fomos para um canto, onde dava pra ver grande parte da imensa Nova Iorque. A neve caía sobre nós frequentemente e era uma sensação não nova, uma sensação de como nós estivéssemos em um desenho animado especial de natal, por mais que não esteja tão longe assim.

Depois do show de quinze minutos do meu ídolo maravilhosa, Bryan Adams veio até nós, me deu o 18 Til I Die autografado e tiramos uns três polaroids com o cantor, incluindo uma foto com toda a gangue com ele.

Nick e Debby se despediram da gente, dei uns parabéns para o meu irmão que conseguiu assumir todos os seus sentimentos por ela e a mesma me agradeceu novamente por ter realizado o sonho dela de ser a rainha do baile de inverno. Ambos foram embora com o carro do meu pai e eu e Brian resolvemos voltar com a Hellie e o AJ, já o Howie e a Nath...

Howard Dorough

Estávamos andando debaixo de toda a neve, as calçadas já estavam ficando brancas e o frio não tá tão incômodo, pra mim.

— Quer o meu casaco? Está tremendo. — Ofereço para a garota de cabelos avermelhados, que sorriu timidamente. — Eu não vou aceitar se você negar.

— Tudo bem, Howie. — Ela pegou da minha mão, o vestindo. Caía tão bem nela quanto a mim. — Você é muito gentil.

— Gracias. — Sorri pra ela. — Acho que todo mundo deveria ser assim, sabe. Mas tudo começa pelos pequenos atos de bondade.

— Ótimo ponto de vista. — Assentiu estendendo a sua mão para pegar nos flocos congelantes. — E eu aprecio isso de você. É uma pessoa bem honesta, Howie.

— Obrigado… de novo. — Rimos juntos olhando em volta da cidade.

Após uma longa conversa, descobrimos que somos vizinhos. A Natasha mora de esquina do cruzamento que tem no final da rua onde vivo. Nós paramos de andar em frente da minha casa, rindo de várias besteiras que contamos durante o caminho.

— Como eu não te conheci antes?! — Indago apreciando a sua beleza.

— Bem… — Ela riu fracamente. — Está me conhecendo agora, Howie.

Até o jeito que a Nath fala o meu nome soa diferente, e eu gosto disso.

Acho que estou enamorando por ela.

— Tem neve no seu cabelo. — A mesma se aproxima mais um pouco de mim, passando a sua mão sobre o meu cabelo.

A sua delicada mão quente descia sobre o meu rosto, acariciando. Que sensação boa, não quero que isso acabe tão cedo. De repente, sem mais nem menos, os seus lábios tocavam nos meus como os flocos de neve que caíam sobre nossas cabeças, bem suave e mágico.

— Boa noite, Howie. — Natasha se afasta acenando.

— Boa noite, Nath. — Digo sorrindo bobo.

Eu nunca me senti desde jeito na minha vida inteira. Fiquei vendo a mesma ir embora até entrar em sua casa, daí eu entrei na minha residência, vi o meu pai dormir no sofá, a minha mãe e a minha tia conversarem na cozinha e provavelmente a Lena estaria se arrumando para dormir, então subi para o meu quarto, onde da janela dava pra ver Nova Iorque sendo presenteada pela neve.

— Ai, Nath… — Solto um longo suspiro, lembrando daquele beijo que ganhei dela minutos atrás. — Te metiste con un corazón latino.*

*Você mexeu com um coração latino.

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