☀ 18

Brian Littrell

Passou-se duas semanas em que Nancy Carter ajudara a minha mãe quando voltava da escola. Tinha dias que nós dois estudávamos e conversávamos sobre várias coisas e tinha dias que nós brigávamos feito dois raivosos por causa de coisas pequenas. E o Alexander continua insistindo de que eu ainda estou apaixonado por essa louca da sopa, me poupe!

E finalmente, eu fui para o hospital fazer a revisão e tudo estava certo, o que isso significa é que irei retornar para a escola na próxima semana e ficar longe dessa chata. Assim que eu e minha mãe voltamos para casa, em torno das oito e meia da noite, Nancy estava lá nos esperando.

— Oi, senhora Littrell. — A loira se levanta apertando a mão dela e olhando feio pra mim. — É... eu trouxe o jantar de vocês dois lá do restaurante que o senhor Littrell deixou pronto.

— Muito obrigada, filha. Mas... por que ainda está aqui em casa?

Ela sorriu envergonhada para nós dois.

— É que... eu briguei com o meu pai e hoje está folgando do trabalho e... ele não quer me ver nem tão cedo. — Disse tristemente. — Mas eu já estava de saída, eu vou dormir na casa da Lena.

Nancy pega a sua bolsa e coloca em seu ombro pronta para ir embora. Já ia tarde.

— Não, você não vai dormir na casa da Lena. — Olho incompreendido para a minha mãe.

— O quê?! — Indago baixinho para ela que me beliscou em seguida.

— Tem o quarto de hóspedes ou o do Brian, ele pode muito bem dormir no de hóspedes.

— Me desculpe, mas eu não vou dormir no quarto de hóspedes! — Cruzo os meus braços fazendo bico.

— Olha, eu durmo no sofá ou no quintal, não tem problema. — Disse olhando rapidamente pra mim. — O seu filho está em primeiro lugar, né? Deixe-o aonde está.

— Ele já tá recuperado, graças a você que ficou no pé dele! — Retrucou a mesma, a deixando um pouco constrangida. — Brian, você vai ceder o seu quarto a ela por bem ou por mal!

A minha mãe nos deixa sozinhos, indo para a cozinha buscar o nosso jantar. Nancy ficou toda sem graça, se sentando no sofá olhando para o chão. É, eu tenho que falar com ela.

— Nancy, eu durmo no chão, sempre há um jeito. — Digo de uma forma educada para a mesma, sentando ao seu lado. — Ou eu durmo sentado na escrivaninha, acho que eu fiquei muito tempo deitado ali e ver você em pé, dava pra sentir o seu cansaço.

— Não precisa fazer isso, se quiser. — Olhou em meus olhos. Realmente, ela estava triste de algo. — Eu vou no quarto de hóspedes.

— Não, lá não. — A repreendo.
— Lá está muito empoeirado e às vezes aparece uns bicho asquerosos, dorme no meu quarto.

Percebi de que a mãe nos olhava da cozinha, acho que isso era um plano dela afinal. Ela quer juntar a gente de novo, só pode ser isso.

— Brian... o quarto é seu. Eu sei que não quer fazer isso, okay? — Carter tocou o meu ombro, me fazendo sentir algo eletrizante sobre o meu corpo com apenas o seu toque. — Eu não posso aceitar isso.

— Nancy, querida. Você jantou sem nós? — Ela indaga para a loira que negava com a cabeça. — Vem.

— Desculpa, senhora Littrell, eu... não sinto fome desde ontem. — Disse a deixando chateada. — Podem jantar sem mim, eu vou revisar um assunto de matemática lá em cima.

— A vontade, querida. — Ela me olha confusa depois que Nancy subiu. — Vamos, Brian.

Me levanto do sofá e fui para a cozinha, me sentando de frente a mesma. A comida estava ótima, o meu paladar agradecia e muito. Com tanta sopa que eu tomei, que acabei perdendo um pouco de peso. E o silêncio dentro daquela cozinha era proibida. Eu não estava mais aguentando isso.

— Mãe, o que pode ter acontecido com ela? — Indago baixinho.

— Eu não sei, ninguém sabe. — Respondeu terminando o seu café. — Mas acho que ela estava falando a verdade, de que brigou com o pai.

Disse no mesmo tom do que o meu. Realmente, me senti preocupado por ela depois que vi em seus olhos naquela hora.

— Será que tem haver comigo? — Indago e a mãe nega mais uma vez.

— Acredito que não, filho. Você é um ótimo rapaz, por que ele brigaria com ela por causa de você, anjo?

— Por que ela estava vindo pra cá todos os dias e chegando tarde? — Jogo a minha hipótese na mesa. — Mãe, a Nancy está exausta, como nunca tivesse dormindo desde então. Ou tem algo afetando ela.

— Você pode estar certo, mas não temos certeza do que ela está passando. — Disse preparando algo em uma caneca. — Leve isso pra ela, é chá para deixar mais relaxada. E deixa ela dormir no seu quarto, se não quiser ir no dos hóspedes, vai para o sofá.

— Tudo bem, mãe. — Assinto e pego a cabeca, saindo da cozinha.

Subi com calma as escadas e fui andando até o meu quarto na velocidade normal, até ouvir os soluços da mesma. Fiquei encostado na parede próximo a porta do meu cômodo, esperando por algo.

— Por favor, Nick... faça ele me entender. — Disse com a voz completamente embargada.

Ouvir ela assim me quebrava tanto por dentro.

— Porque você sempre foi o favorito dele! — Disse e fungou em seguida. — Diga a ele que eu só fiz isso porque eu tinha uma dívida ao Brian, que eu me sentia culpada de tudo que aconteceu depois do nosso término.

— VOCÊ É A PIOR FILHA QUE ALGUÉM PODERIA TER! — Ouço o pai dela noutro lado do telefone daqui do corredor. — DEVERIA ERA SE IMPORTAR PELA PRÓPRIA VIDA, A SUA SAÚDE! NÃO DE UM GAROTO QUE SÓ FAZIA TE MACHUCAR TODOS OS DIAS, SUA IDIOTA! ELE NUNCA TE AMOU, NANCY E EU JÁ TINHA TE AVISADO QUE ELE ERA UM GRANDE PROBLEMA.

Não aguentei e entrei no meu quarto de vez, deixando o chá em cima do porta copos e desliguei o telefone, tomando de sua mão. Nancy ficou sem entender, eu estava chorando junto com ela agora e a abracei bem apertado, a fazendo se acalmar aos poucos. Nos sentamos na cama e fiz questão de não soltar ela nem que o mundo acabasse, é, o meu lado raivoso expareceu.

— Eu ouvi o que ele falou. — Digo pegando suavemente o seu rosto. — Ele não me conhece dignamente. Você não é idiota, você não é a pior filha, você é a razão de eu ter recuperado o mais rápido possível. Você soube cuidar de mim, mesmo brigando todos os dias e eu cuidei de você quando você menos se deu conta.

Uma semana atrás

Tive uma tarde de febre e tomei o remédio, pois o médico disse que seria normal por conta da falta de algumas substâncias no corpo. Eu descansei por apenas trinta minutos, mas quando acordei já era noite. Vi no meu despertador que era sete da noite e na escrivaninha estava a Nancy dormindo como um anjo, apoiando a sua cabeça sobre os livros. Me levantei; peguei uma almofada minha e um cobertor; deixei a almofada por baixo de sua cabeça com cuidado e a cubri com o cobertor, lhe dando um beijo no topo de sua cabeça.

— Te amo. - Digo sorrindo para a mesma ressonava, respirando devagar.

Oitavo dia de recuperação

Desci com a ajuda da mesma para a sala assistir alguma programação que passava na TV e via a mesma que não parava de andar de um lado para o outro.

— Nancy, sente um pouco. Desse jeito vai pegar trombose.
- Digo me sentando no sofá, já que eu tinha ocupado tudo.
— Daqui a pouco tem que voltar pra casa e vai ficar em pé no metrô.

Ontem

Lena chegou com ela para me ver e me entregou um presente. Nancy a observava incrédula, talvez sentindo ciúmes dela, mas a Nancy estava suja de lama e a curiosidade chama.

— O que houve contigo? Tá horrível.

— Seu pateta, um carro passou por cima da poça de lama quando estávamos a caminho pra cá e só a doida da Helena que se salvou!
- Disse completamente emburrada.

Esperei a Dorough ir embora para fazer algo a ela. Assim que ela desceu, peguei um casaco e uma calça moletom minha e do nada ela voltou.

— O que tá fazendo aí em pé no meio do quarto? - Indagou ainda irritada.

— Vai tomar banho e use isto, só para não ficar sujando a minha casa de lama. - Brinco levando um murro de leve no meu rosto. — É sério, eu sei que quando a lama secar será difícil de tirar mais tarde.

A loira ficou corada e assentiu segundos depois que eu falei. Depois de dez minutos de banho, Nancy saiu com a roupa que por incrível que pareça, ficou melhor nela do que em mim. Os seus cabelos ainda curtos estavam molhados e penteados para trás e um cheiro refrescante estava em seu corpo. O seu jeito era tímida e fofa, me arrancando um sorriso bobo meu.

— É... - Coçou a nuca. — Obrigada, Brian.

— O senhor Carter não sabe a filha incrível que tem. — Digo alisando os seus cabelos dourados. — Além de inteligente, protetora e teimosa, é linda, a mais linda que eu já vi em todos os meus dezessete anos e creio que até com mais de quarenta será a garota mais linda e a que eu me apaixonei loucamente por ela. Por mais que tenha sido um engano o motivo do nosso término, você não ficou devendo nada a mim. — Sorri enxugando o seu rosto com calma. — Você vai dormir hoje e por vários dias se quiser, comigo. E Nancy, tudo o que for meu, também é seu e os meus sentimentos aqui dentro do meu coração "recém reformado" é real, tão real que eu seria um idiota infeliz trocar você por outras garotas e ser um problema na sua vida. Eu erro, é natural, é humano, porém sempre vou correr atrás de corrigir isso e você fez isso, me ajudando. Eu poderia dizer que não precisava da sua ajuda, mas aqui dentro implorava por você o tempo todo mesmo eu sendo um teimoso! Os meus dias ganharam cores toda vez que você chegava aqui no meu quarto com o seu humor inigualável.

Consegui arrancar um sorriso sincero seu e ela olhava em meus olhos. Poderia ver de que a sua tristeza estava indo embora aos poucos.

— Nancy, você é especial pra mim. — Pego em seu rosto e a mesma enxugava o meu, era eu quem começou a chorar. — Você é o meu tudo, você é a minha inspiração, você é a única. A única com quem eu devo amar por vários anos luz, parece loucura, mas é o que eu sinto por você.

— Você fala demais, idiota! — Retrucou, colando os seus lábios nos meus com intensidade. — Eu senti muito a sua falta.

— Eu também senti muito. — Digo entrelaçando as nossas mãos.

Voltamos a nos beijar na mesma intensidade, sentindo muito mais do que sentíamos antes de tudo. Aquela mesma eletricidade corria sobre mim, me fazendo sentir mais vivo no momento.

— Pelo menos fechavam a porta, né?! — AJ brota na porta do quarto sorridente. — Eu sabia, vocês pensam que eu sou idiota para notar a tensão de vocês?!

— Cai fora! — Nancy o empurra para o lado de fora e fecha a porta, trancando em seguida. — Muito obrigada, Brian!

A loira me levantou e me puxou para um abraço apertado. Primeiramente me assustei na hora, mas ao sentir o seu cheiro e o seu calor me fez se tornar realizado, saciando toda a minha saudade que tive por ela e também percebendo de que estava se acalmando depois do esporro que recebeu do senhor Carter, aquele boçal que devo conversar assim que puder.

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