☀ 17

Brian Littrell
quarta-feira

Terceiro dia em que a Nancy virá aqui em casa para ajudar a minha mãe. Felizmente ou infelizmente, até agora não tivemos contato nenhum. AJ me ligava toda vez em que ela estava vindo, na tentativa de tirar um suspiro meu... idiota, eu suspirava depois da ligação.

Bem, no estante vinte dias de recuperação passará, é rápido. Quem estou tentando enganar?! Eu quero que isso dure tanto tempo, mesmo a gente não havendo contato sequer.

— Olá, Brian. — Olho para o lado da porta que estava aberta e lá estava a Nancy, com a bolsa nas mãos. — Eu trouxe algumas atividades para você lá da escola. A senhora Littrell esteve lá de manhã cedo e os professores me entregaram isso para você entregar quando estiver recuperado.

— Obrigado, Nancy. — Digo normal e a loira tira uma pasta cheia de papéis. — É desta unidade?

— É, você vai estar mais adiantado do que todo mundo da nossa turma. — Sorriu ponto essa pasta em cima da minha escrivaninha. — Se você permitir que eu estude isso tudo com você...

— Sem problemas. — Assinto. — Teve alguma coisa legal na escola? Parece estar de bom humor hoje.

— Ah é que... — Sorriu timidamente. — O Kevin voltou a dar aula no clube de história hoje.

Ah, o Kevin. Que cara indeciso se vai dar aula ou não, e ainda beijou ela.

— Legal. — Digo seriamente. Calma, Brian. — E a Gangue Backstreet?

— Tudo normal. — Disse se sentando na cadeira da escrivaninha. — Por acaso, você se importa se eu fazer a minha atividade de inglês aqui? É para entregar amanhã.

Ai meu Deus, ela vai ficar do meu lado. Preciso me controlar, preciso me controlar, preciso me controlar!

— Pode. — Digo neutro. — Você pode ligar o rádio ou pegar um dos meus livros para te ajudar.

— Okay. — Se levantou. — Vou descer ler o recado que a sua mãe deixou na geladeira.

— Okay. — Me sento na beira da cama e ela desce.

O céu está se pondo e percebo de que eu não tomei um banho ainda. Daqui a pouco estou mofando aqui dentro deste quarto. Pego uma roupa leve para não incomodar a cicatriz e entro no banheiro.

Nancy Carter

Subo para o quarto do mesmo com o recado na minha mão. Ele não estava ali, até ouvir o som do chuveiro.

— Brian. — O chamo ficando perto da porta. — A sua mãe deixou dois pratos e você tem que escolher um para jantar.

— Escolher? O que tem no cardápio?

— Macarrão sem molho e sopa de legumes com um tempero maravilhoso de frango. — Digo esperando o loiro responder.

Passou uns trinta segundos de nada do Brian responder, eu já estava me preocupando.

— Brian? Você não morreu, né? — Indago cruzando os meus braços. — Brian?

— Nancy, socorro. — Disse cauteloso.

Ah, agora tá pedindo socorro?!

— O que foi? — Indago entediada.

— Eu peguei uma camisa pensando que era uma calça... e caí no chão.

— Claro, você não iria cair no teto. — Retruco pegando uma calça moletom para o mesmo e fico na frente da porta. — Vou entrar, okay?

— Espera, deixa eu... AI DROGA, MEU OLHO! — Do nada o doido berra. — Espera, eu me esqueci que eu derramei shampoo no chão e sem querer a minha não ficou em cima.

— Mas como você é burro!

— Parecia o Nick falando. — Disse rindo sozinho. —Abre a porta e joga a minha calça.

— Tá.

E assim fiz. Fui tirar os meus materiais para elaborar algo literário de inglês e uma parte do texto em que estava fazendo durante a aula do clube.

— Nancy... — Ouço a voz do mesmo entediado e olho pra trás vendo o mesmo com uma camisa vestida e de toalha. — Esse é o meu casaco.

— Desculpa, eu não vi. — Digo olhando incrédula para o mesmo. — Você não disse o que quer para o jantar e o seu olho tá vermelho.

— Não me diga? —  Debochou da minha cara. — Eu quero a sopa.

Deixo a minha bolsa e saio do quarto, indo dar uma esquentada o que o mesmo pediu.

Brian Littrell

Depois de eu estar completamente vestido, vi o seu caderno aberto no texto e fiz questão de ler pelas ordens da curiosidade. O que a Nancy andou aprontando, hein?

Me sento na cadeira e ligo a iluminária para ler melhor por conta da escuridão da noite que ainda se aproxima.

Tantas palavras para o coração partido
É difícil ver num amor ferido
Tão difícil respirar
Caminhe comigo, e talvez
Noites de luz muito em breve se tornem
Selvagens e livres, posso sentir o Sol
Cada desejo se realizará, eles dizem

Mostre-me o significado de ficar sozinho
É esse sentimento que preciso suportar
Me diz por que não posso estar onde você está
Tem algo faltando em meu coração

— Puts grilla... — Aqui doeu mais do que qualquer golpe que eu já vi nos filmes do Bruce Lee. — Se isso não é indireta...

Como o Howie diz, isso é uma voadora do Chuck Norris.

— O que você tá fazendo aí lendo algo que não é seu?! — Me levanto ao ouvir a voz da Nancy e me sento na minha cama. — Pedia, né? Foi o que eu fiz há trinta minutos.

— Você estava longe e eu ainda não posso descer as escadas. — Retruco fazendo a mesma ficar vermelha. — Não fique zangada por causa de uma besteira... é só um texto!

— Eu tentei ser legal com você, Brian. — Começou a recolher as suas coisas. — Vou estudar longe de você hoje e outros dias, está bem?! Só me chame de estiver precisando realmente da minha ajuda.

— Eu já te disse que eu não precisaria da sua ajuda.

— E eu disse que ajudaria a sua mãe, inteligência! — Gritou comigo colocando a sua bolsa sobre o seu ombro. — Se quiser saber da escola, fale com o Howie ou o AJ.

— Nancy, chega tá bom?!

— Oi, gente. — A minha mãe aparece sorridente atrás da Nancy. — Brian se comportou?

— Claro que sim, senhora Littrell. — A loira sorriu para ela. — Eu vim entregar a sopa para ele e esperar a senhora chegar.

— Obrigada, filha. — A abraça rapidamente. — A sua mãe está lá na sala te esperando, parece que o seu irmão adoeceu com o almoço da academia.

— Ai, Nick nunca lê o rótulo das coisas! — Ela cobre o rosto. — Bem, eu já vou. Até amanhã, senhora Littrell. Tchau, Brian.

Ela falou com uma raiva o meu nome e saiu do quarto, indo embora. Porém, ela sente a minha falta e não quer demonstrar isso, é uma teimosa.

Nancy Carter

Assim que eu e a minha mãe chegamos em casa, fui ver o meu irmão. Tava com aquela cara de que nunca fez nada de errado na vida.

— Oi, Nancy. — Ele sorriu fracamente e me sento na beira da cama. — Como foi o seu terceiro dia na casa do bicho feio da Conney Island?

— Começou bem e terminou em discussão. — Digo de uma forma resumida e ele começou a rir. — Que foi, desgraça?

— Vocês dois brigando e daqui a alguns dias tão aí juntos de novo. — Disse. — E isso é uma verdade verídica.

— É uma verdade mentirosa. — Retruco fazendo o loiro do cabelo tigelinha gargalhar mais ainda da minha cara.

— Se as risadas curassem alguém com problemas no sistema digestório, eu estaria milhões de vezes...

— Oi, Nick. — Eita, é a Debby!

— Melhor... — Ele soltou um suspiro involuntário. — Oi, Debby. O que te traz aqui?

— Eu trouxe um pouco de sopa feito pela minha avó, ela disse que melhora qualquer tipos de males do corpo. — A morena diz e ele se senta, recebendo a tigela. — Não comeria agora, tá apimentado.

— Eu espero um pouco.

É, hoje é o dia da sopa.

— Debby, vem cá rapidinho. — Mãe a chama e a mais nova sai correndo para o térreo.

Sorri maliciosamente para Gene e lá vem o que eu quis falar na hora.

— Eu já sei o que vai te curar! — Comecei a rir dele.

— Eu te odeio. — Ficou corado. — Eu sei, você sabe... que a Debby é a única coisa que pode fazer você se sentir curado de qualquer coisa, até morrendo aí.

— Nancy, o Brian tá na linha. — Deborah diz e me levanto.

— Mate ele, amiga. — Digo no ouvido dela e ela começa a rir.

— Pode deixar. — Eu vi malícia vindo dela aí, hein? Cuidado não, Nickolas.

Fui para o meu quarto e tranquei a porta, pegando o meu telefone.

— Que foi, palhaço?! — Indago.

Desculpas por eu ter lido o seu texto, não sei o que deu em mim.

Alguém me belisca e me diz que isso tudo é apenas um sonho?!

Aliás, o seu texto, Nancy... estava lindo. Fiquei impressionado na realidade, é algo profundo que você escreveu e só foi uma parte.

Ele sabe de tudo agora. Oh droga!

— Obrigada, é que... sempre existe bons autores que acabam te influenciando, né? — Digo e ouço a sua risada fraca. — Era só isso?

Só, eu me senti péssimo por eu ter feito isso sem sua permissão. No que deu em mim?! — Riu de si mesmo. — Se você ainda quiser voltar a estudar na escrivaninha do meu quarto, fique a vontade.

— Tudo bem. — Comecei a sorrir e sinto as minhas bochechas queimarem. — Mas isso não significa que serei legal contigo, okay?

Okay. E diga ao Nick que eu desejo melhoras.

— Okay. — Assinto. — Boa noite.

Boa noite, Nancy.

Sabe, deu aquela vontade de novo de esperar ele desligar. Vai que... nunca se sabe, né?

Espero ver você amanhã me fazendo sorrir com os seus surtos de ódio.

E ouço uns bipes. Agora eu já saquei tudo! O Brian ainda me ama e agora surgiu uma dúvida se foi ele quem ligou para a Helena no último sábado. Esse lance da amiga de Los Angeles não peguei não.

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