☀ 15

Brian Littrell

Uma enorme confusão rodava sobre a minha cabeça. Não tinha a certeza sobre o que aconteceu comigo e sonhava com os rapazes, incluindo a Helena e a Ingrid. Sentia a minha cabeça doer um pouco também, eu caí no vestuário. Eu preciso de respostas, tudo o que vejo é preto e há mais nada sobre ele, até que vejo branco e umas cores azuladas e avermelhadas na tentativa de distinguir aonde eu estava.

Sinto uma mão carinhosa passar sobre o meu cabelo e tento me mexer, mas sou impedido pela outra mão.

— Calma, filho. — Era a minha mãe e me senti mais calmo.

— Onde estou? Isso nem chega aos pés do meu quarto. — Digo finalmente, sentindo a garganta seca.

Provavelmente devo estar um pouco rouco.

— Você tá no hospital, Brian. — Ela diz, olhando pra mim. — Ainda bem que você acordou, estava com medo se poderia entrar em um coma definitivo.

— Como assim?

— Você passou muito mal na segunda e graças ao Nick, ele conseguiu encontrar o AJ e trouxeram você pra cá. Já se passaram três dias. — Ela explica, pegando na minha mão e assinto.

— E o que fizeram comigo? — Sinto uma pressão sobre o meu peito. — Tá incomodando aqui.

— Foi uma cirurgia que fizeram em você.

— De quê?! — Indago ficando mais confuso.

— Eu sabia que iria perguntar isso. — Fico séria, um pouco hesitada. — Brian, você tinha uma doença chamada sopro do coração e você nasceu com esse problema, mas os sintomas eram leves e agora começou a piorar. Eu e seu pai ficamos com medo de te perder.

— Então quer dizer que os médicos mentiram esse tempo todo pra mim?! Dizendo que eu estava com imunidade baixa?! Ou foi você que mandou eles jogarem essa mentira na minha cara?!

— Me desculpa.

Nego por um bom tempo fecho os meus olhos com força, para ver se era um sonho. Mas não era e nunca foi.

— Por que fez isso, mãe?! — Indago olhando para os olhos dela que brilhavam de lágrimas. — Por que não contou logo a verdade pra mim?! Eu poderia estar melhor desde cedo e só vim ficar agora?!

— Eu fiz isso para você não ficar como está, Brian. — Retrucou se levantando da cadeira. — Você não poderia ter esse tipo de nervosismo quando tinha! Entenda, eu fiz isso pelo seu bem.

— Não é o que parece! — Grito para a mesma e sinto os meus olhos se enxerem d'água. — Me deixe sozinho, por favor.

A minha mãe abaixou a cabeça e assentiu, saindo do quarto. Foi uma das piores coisas que eu já fiz em toda a minha vida, eu não queria ter sido rude com ela mas a raiva me consumiu.

Mais ou menos uma hora depois, Howie e AJ compareceram no meu quarto para me ver.

— É, você sabe como dar susto nas pessoas. — Howie se senta noutro lado da cama e AJ permanece em pé. — Está com mais cor do que na segunda.

— Como eu tava?

— Muito pálido, os lábios azulados e respirava muito devagar. Eu quase pensei que tinha morrido. — McLean diz tirando os seus óculos escuros. — Você deveria agradecer ao Nick, foi ele quem buscou ajuda para te salvar.

— Mas onde ele está para eu agradecer? — Indago olhando para o teto. — Tenho certeza de que nem me visitou por esses dias que estive desacordado.

— Cara, você não pode ficar assim. — Howard diz repreendendo a mim e reviro os meus olhos. — Cadê as suas considerações?

— Vocês não fazem a ideia do que estou sentindo! — Retruco completamente aborrecido. — Se fosse por mim, preferia continuar sem querer saber dessa merda de doença!

— Brian...

— Brian nada! — Grito novamente. — Eu passei dezessete anos da minha vida envolvido com essa mentira! Eu poderia infartar sem saber o que realmente era e achar que só foi um hambúrguer bem gorduroso do bairro!

— Cara, você mal acordou e já tá desse jeito. — AJ cruza os braços olhando seriamente pra mim. — Vamos, Howie. Temos que fazer o trabalho de matemática para amanhã.

— Quando melhorar o seu humor avise, okay? — O latino diz sério e ambos saem do quarto.

Eu só queria ficar em um lugar longe de tudo e chorar de raiva sozinho para ninguém ver como eu me sinto sofrido por dentro.

Consegui dar uns cochilos ao passar do dia e só acordei em torno das oito da noite. Fico olhando para a televisão que estava desligada e tentando me lembrar qual era a programação daquele dia, até que ouço a porta ser aberta. Era uma enfermeira e desfez o curativo em meu peito, revelando a sutura, deu uma aflição quando eu vi a linha preta costurada.

— Se fosse você, nem olharia. — A mulher de uns cinquenta anos diz pondo a agulha dentro da minha veia do braço esquerdo. — Você não vai dormir, só não vai sentir a dor da sutura.

Olho para um ponto específico e fecho os meus olhos esperando algo vir a tona. Fazia cócegas de leve, achei que era nada demais, até eu ver a linha que estava me costurando sendo colocada dentro de um recipiente.

Ai que nojo, pensei. Mas eu iria vomitar o quê, né?

Olho para o meu peito e a cicatriz era discreta, menos mal. A enfermeira passa um remédio que deu um pouco de ardência na hora e pôs gaze com esparadrapo para eu não mexer, tenho certeza.

Ela refez o nó do lado da roupa que eu estava usando e foi embora levando as suas coisas. Fiquei lembrando de uma música aleatória que gosto de ouvir e fico olhando para o teto, me lembrando de uns versos de uma canção aleatória e fiquei cantarolando pra ver se o tempo passava.

— Brian? - Uma voz cautelosa e feminina invade o quarto e me esqueço de qual música eu estava ouvindo mentalmente.

Era quem eu menos esperaria ver naquela noite. Era a Nancy que usava um vestido no tom leve de laranja e usava um casaco jeans com um par de sapatilhas pretas. Ela parecia não ter dormido por dias, ao contrário de mim.

— Oi... — Disse um pouco receiosa.

A loira permanecia na porta, com as mãos entrelaçadas para frente de seu corpo.

— Oi, Nancy. — Digo neutro.

— O Nick me contou o que houve e... acho que eu deveria saber se você estava bem pessoalmente. — Sorriu fracamente. — Acredito que se sente bem melhor.

— É, até que eu me sinto melhor mesmo. — Assinto. — Você veio só pra acreditar pessoalmente no que através do seu irmão?

— Não, é que... eu conversei com a senhora Littrell e... — Ela vai tentar me convencer, lá vem. — Me ofereci em ajudar ela e você.

— Por que?! — Olho incrédulo para Nancy. — Quando eu estiver em casa, vou poder fazer o que eu faço.

— Você não vai poder fazer esforço por um mês, já que foi no coração. — Disse a sabe tudo. — Olhe, eu não quero nada, okay? Só estou fazendo como um favor para a sua mãe.

— Então só ajude ela, porque eu não preciso da sua ajuda, Nancy. — Dou uma pausa, respirando fundo. — Você já fez o suficiente no passado, além de destruir tudo o que eu sentia por você.

A loira paralisou por alguns segundos, olhando para o teto e voltou pra mim inexpressiva.

— Brian, eu sei que tá zangado. — Disse passando as mãos sobre os seus cabelos. — Com raiva de tudo e de mim. Eu sei o que fiz e foi um bom engano!

— E lá vamos nós. — Reviro os olhos. — Nancy. Eu já disse que não, me deixe sozinho. Nunca precisei de você, tá bom? Nunca. Diga ao Nick que sinto agradecido por ele ter me salvado.

— Tudo bem, Brian. — Disse sorrindo tristemente e abriu a porta. Parecia aliviada.

Carter ficou cabisbaixa de repente e saiu do quarto. Eu também fiquei, aquelas palavras que pronunciei foi horrível, faltava pouco para eu ficar confuso e não saber mais o motivo da minha raiva.

Mas é melhor assim, sei de que se voltarmos, os nossos corações serão partidos mais uma vez.

Ou era eu destruindo o meu coração, mais do que a doença que tinha? Eu não sei e não quero saber.

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top