☀ 11

Nancy Carter

Por apenas uma semana, aconteceu vários fatores com uma pessoa. Ou até mesmo tudo acontece em um dia só, mas eu não imaginaria de que eu descobriria tudo durante sete dias seguindo algumas pistas e falando com testemunhas que estavam no baile. Foi daí que cheguei a minha conclusão, uma semana depois o baile, a desconfiança que tive sobre o Brian ter ficado trancado no vestuário para não ir ao cinema, foi tudo uma revolta da Sophia Dodger.

Eu fiquei tão possessa quando descobri... resolvi não contar para o Brian, ao pessoal e muito menos ao meu irmão. Decidi resolver sozinha com aquela cadela descarada infeliz.

Durante a aula, fiquei pensando em como conversar com ela e qual momento devo conversar com ela. Tem que ser em particular.

— Nancy Carter. — A professora de biologia chama a minha atenção.

— Sim? — Olho para a mesma já na espera de sua pergunta.

— Me explique sobre o alelo letal. — Ordenou.

Pense direitinho como irá responder, Nancy. Surpreenda a professora que mais te odeia desta escola.

— São as mutações que ocorrem nos seres vivos que são totalmente aleatórias e, às vezes, surgem variedades genéticas que podem levar à morte do portador antes do nascimento ou, caso ele sobreviva, antes de atingir a maturidade sexual. — Respondo olhando para a mesma seriamente.

— Conceito agradável. — Disse depois de uns trinta segundos. — Nota oito.

— Oito? — Indaguei, sentindo uma pequena revolta nascer em mim. — Faltou alguma coisa para eu falar?

Não se assuste sobre a minha reação, ela é a mãe da Sophia. E é por isso que me odeia, simples assim. Tô ligando pra isso? Nem tô perdendo o meu tempo.

— Desembuche. — Cruzou os braços e vi a Helena me olhar preocupada.

— Em uma espécie de planta existe o gene "C", dominante, responsável pela coloração verde das folhas. O alelo recessivo "c" condiciona a ausência de coloração nas folhas, portanto o homozigoto recessivo "cc" morre ainda na fase jovem da planta, pois esta precisa do pigmento verde para produzir energia através da fotossíntese. — Completo e a turma me aplaude. — Tá bom pra você, Dodger?

O sinal toca e saio da sala, rumo a diretoria reclamar da professora mais uma vez. Assim que saí de lá, rumo a aula de educação física, Hellie me encontra no vestuário onde eu estava colocando o short da educação física.

— Arrasou com a cara da professora, Nancy! — A morena diz pondo de volta os seus tênis. — Eu tô tipo: NOOOOSSSAAA!

— Foi o mínimo que eu poderia fazer. Eu dei mais aula do que ela, sabe que ela só fica no pé das pessoas que mexem com a filhinha querida dela. — Digo fechando o meu armário.

Nós duas saímos do vestuário e fomos para a quadra. Nem tem mais as caveiras, os jogos de luzes, o meu globo... esse baile foi épico de alguma forma.

— Oi, meninas. — Deborah se aproxima da gente. — Vocês viram o Nick?

— Não. — Eu e Hellie falamos em uníssono sorrindo maliciosamente para a morena.

— O que foi, gente? Vocês ficam fazendo essa cara quando eu falo dele! — Disse um pouco confusa.

Nós duas levamos a mais nova até a arquibancada e nos sentamos, já que a aula ainda não começou.

— Nancy, é com você. — Dorough aponta pra mim e assinto.

— Deborah... você sente alguma coisa pelo meu irmão? — Cruzo os meus braços completamente curiosa.

— E-eu não sei... — Coçou a sua nuca. — Sei lá, o Nick é o meu melhor amigo.

— Ele me contou sobre a pizza estragada, sobre a Ariel...

Ela ficou vermelha. Ai ai, futura Carter que amor.

— Ariel, aquela louca. — Disse revoltada. — Nancy, ela fica dando em cima do teu irmão em várias aulas e almoço! Eu joguei ela no latão de lixo na segunda passada.

Eu comecei a gargalhar sobre esse ocorrido. Não vou mentir, mas a Ariel é muito louca e esquisita, sempre me disse de que era louca pra casar com o meu irmão e ele nunca deu a mínima pra ela — ainda bem — pois nunca foi o seu tipo.

— Foi merecido. — Sorri para a morena. — Aquela garota tem que ter ordem na mente e noção, porque o que ela tem é coragem.

— Com certeza, Nancy. — Debby respondeu sorrindo pra mim. — Eu acho que Nick pensa que eu sou maluca ou sinto ciúmes dele, mas...

— Me intrometendo aqui. — Helena diz e Debby dá atenção. — Deborah, ouça o seu coração. Toda a vez que você fala dele, você parece estar tão apaixonada por ele e acho isso tão fofo... fique calma que nós vamos te ajudar a ter certeza do que sente.

Queria contar a ela sobre os sentimentos do meu irmão por ela, mas, Gene me mataria sem dó e nem piedade, pois disse que contaria a ela quando fosse se sentir pronto e vou respeitar isso.

Depois da aula, tomei um banho colocando de volta a minha roupa e rumo para o almoço. Comprei uma fatia de torta salga e um refrigerante de uva com uns chicletes que vieram de brinde.

Veio mais quatro aulas, Brian se despediu de mim assim que acabou para ajudar os seus pais e, é agora que o show vai começar.

Fui andando a procura dela, até a ver nem tão longe, fora da escola com as suas amiguinhas.

— Hey, Dodger. — A chamo seriamente.

A cachorra me olhou incrédula e falou para as amigas dela irem embora sem ela. Percebeu de que eu descobri tudo.

— O que você quer comigo agora, hein Carter?! — Indagou ficando vermelha, o que é provavelmente de medo.

É uma garota um tanto covarde.

— Eu sei o que você fez no baile. Depois que eu sem querer "querendo" derramei o ponche em você.

— Sabe?! Então fale agora, quero ouvir as suas palavras. — Sorriu ironicamente.

— Você trancou o Brian no vestuário na intenção dele se atrasar demais para sair e eu com o resto da turma ficar chateada ou desconfiada dele. — Cruzo os meus braços a espera de sua manifestação.

Ela riu. Olhou para dentro da academia, pois vinha alguém e se aproximou mais de mim.

— Não foi exatamente o que aconteceu. — Disse sorrindo de canto. — Depois que vocês dois tiveram aquela discussão idiota por causa daquele estagiário e que você entrou com raiva dele, fui conversar um pouco com ele. Foi daí que você derramou o ponche em mim, por questões de minutos após dessa conversa.

A morena se aproximou do meu ouvido e soltou uma risada sarcástica, maliciosa.

— Quando ele foi ao vestuário, eu estava lá esperando por ele. — Deu uma pausa. — Aconteceu tanta coisa boa, Nancy. O Brian sabe agradar uma garota-

Lhe dou um tapa em seu rosto e a empurro.

— Doeu, foi? — Disse passando a mão em seu rosto. — Iria doer mais se eu te dissesse que o seu namorado sempre te traiu em todas as situações. Ele nunca ajuda os pais dele no restaurante, sempre estará ficando com uma garota que não seja você. — Sorriu. — De nada, Carter. Te vejo amanhã na aula de geografia.

Ela deu meia volta e foi embora, me deixando sozinha ali por estantes. Se eu tô sentindo alguma coisa? Não sei. Se eu posso ter acreditado nela? Não tenho certeza. Só se eu juntar as peças, pois sei de que ela pode estar mentindo.

— Mana?! — Nick me chama, com a Debby em seu lado. — Vamos pra casa.

— Vamos. — Digo prendendo o meu cabelo que começou a crescer e fomos andando até a estação de metrô.

No meio do caminho, fui lembrando de alguns ocorridos suspeitos. Até o fato daquele bolo que Brian me deu meses atrás.

A ficha foi caindo aos poucos quando eu chegava em casa. Jantei tranquila, ajudei o meu irmão caçula com o seu trabalho sobre a chuva ácida e fiquei conversando um pouco com a minha mãe. Mas assim que eu entrei novamente em meu quarto e me arrumei para dormir, tudo de mim desmoronou.

Eu sei do que está pensando.

Como eu pude acreditar em uma garota que parece mais um serpente?

Porque o que ela falou faz realmente sentido! Naquele dia da ligação em que Nick atendeu, ele disse que tinha uma razão de não ter ligado. Agora ao ocorrido do vestuário tava na minha cara e não dei atenção, eu fui muito burra o tempo todo!

— Nancy, eu... — Ouço Nick entrar no meu quarto, trancando a porta. — Nancy?! O que houve?!

— Me deixa em paz, tá? — Digo cobrindo o meu rosto.

Mas como o Nick é daqueles que se preocupam com a maior rapidez do mundo, ele me sentou e pegou em meu rosto com calma, vendo o meu estado.

— Aconteceu alguma coisa na escola?

Digo que não com a cabeça, mas mesmo assim, ele me abraçou apertado na forma de me acalmar.

— Não importa o que tenha acontecido, eu sei muito bem de que vai passar…

— Você sempre diz isso! — Corto o mesmo e limpo o meu rosto. — Sempre com o seu otimismo dizendo que "vai passar", não vai! Nickolas, compreenda, eu não quero falar com você! Vá para o seu quarto e durma! Me deixe aqui sozinha, okay?

O loiro se levanta frustrado.

— Se é o que quer, tudo bem. — Disse chateado.

Ele fechou a porta e voltei ao que eu estava fazendo, até chegar ao ponto e perceber de que dormir e achar que isso tudo foi apenas um pesadelo.

Queria que as corujas estivessem na árvore ao lado para falarem que eu não deveria ficar assim do que está acreditando na pessoa que quer ver a sua vida ser destruída, mas eu fui muito idiota com as coisas.

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