☀ 09
Nancy Carter
30 de outubro, quarta-feira
A arrecadação que as meninas que projetaram chegou a cem porcento e fomos para uma loja de decoração para festas comprar várias coisas e suplementos alimentícios para as cozinheiras que irão preparar amanhã.
E lá estava eu, no ginásio em cima de uma escada pregando teias falsas no topo das janelas e pregar em baixo. É cansativo? É. Mas é por uma boa causa.
— Oi, Nancy. — Helena e Ingrid falam ao mesmo tempo e olho pra ambas, sorrindo.
— Você vai querer ir ao fliperama depois da aula? — Helena diz super empolgada.
— Bem, se eu terminar grande parte da decoração a tempo, eu vou. — Respondo, descendo com o martelo da escada.
Agora que eu fui perceber de que já peguei todas as janelas, mas tenho que pendurar as caveiras e o globo de discoteca no centro da quadra.
— Agora que eu me lembrei! — Ingrid dá uns pulos e Helena já prevê pérola. — Qual é a sua fantasia, Nancy?
— Vocês vão ver amanhã à noite, não precisam ficar desse jeito, tem que tá pagando um sapo! — Digo pegando a escada e andando até o meio.
As garotas ficaram me seguindo até onde eu parei.
— Eu acho que vai ser de Sabrina Spellman! — Helena disse pensativa. — Você parece com ela.
— E Brian de Harvey Kinkle! — Ingrid completa, voltando a dar pulinhos novamente.
— A gente não vai do elenco de Sabrina, Aprendiz de Feiticeira. — Digo pegando o globo e subo as escadas. — E para completar, o Brian não parece com o Harvey!
— É, ela tem razão. — Helena concorda.
— Pra quê a Nancy precisa de fantasia?! — Ouço a voz da Sophia. — Ela já é uma baranga!
Alguém segura o globo para eu meter esse martelo na cabeça dela?!
— E você tá mais pra um filé estragado! — Retruco e as meninas começam a rir discretamente.
A morena sebosa olhou pra mim incrédula e foi embora. Preciso de algum plano para amanhã a noite, mas o problema é se der certo.
Depois que consegui com cuidado pendurar o globo e as caveiras, as meninas que estavam preparando as mesas, falaram que eu já poderia ir porque fiz muito... mas só falta uma coisa.
Nós três, fomos ao fliperama jogar PacMan, que foi um dos jogos que mais adorei na última década.
Ingrid, que nunca jogou isso porque preferiu brincar de Barbie, enterrou um dos botões do jogo e perdeu todas as vidas, pois os fantasmas pegaram o come-come.
— O que foi isso garota?! — Hellie surta puxando os seus cabelos ondulados. — Ficou panqueca do nada?!
— Dá um desconto pra mim! — A castanha grita desesperada.
— Nem de cinco porcento eu dou desconto nisso daí! — Helena cruza os braços surtando mais ainda.
O que eu faço para acalmar elas duas?
— Aí estão vocês três! — Debby nos dá um susto.
— VOCÊ TELETRANSPORTA, É? — Ingrid berra e saímos correndo de dentro do fliperama antes de sermos expulsas.
Até que nós quatro se encontrar com os garotos no final da rua. Deborah agradeceu por eu ter convencido o Gene para ir ao baile sem ela amanhã e nós entramos no carro do AJ.
— Por que eu tenho que ficar no porta malas?! — Nick indaga arrancando risadas do Howie, que sentava no passageiro.
— Se eu fosse você, calava a boca. O Alex anda meio estressado hoje. — Brian diz olhando para o loiro.
AJ batia as mãos no volante respirando fundo, ele vai responder em três, dois, um...
— PORQUE VOCÊ É CAFÉ COM LEITE, CRIANÇA! — Gritou alto o suficiente para o carro que estava do nosso lado buzinar por várias vezes. — E VOCÊ VAI CATAR COQUINHO!
— Hoje o AJ tá bode, hein? — Howie comenta baixo o suficiente para a gente que tava atrás ouvir nitidamente.
A situação do AJ se tornou motivo de gargalhadas de todo mundo que estava dentro do carro, que acabou contagiando McLean. Depois ele ligou o rádio, que começou tocar as músicas que a gente mais gostava no momento.
A gente cantava na gritaria tão grande, que eu poderia sentir as minhas cordas vocais descerem goela abaixo.
E foi assim que o AJ foi deixando cada um em casa, até deixar eu Nick e Debby na porta da minha residência.
— Bem, vejo vocês na semana que vem. — A morena me abraça e depois abraça bem apertado o meu irmão.
Ai, futura cunhada... tá deixando ele mais jamanta que já fica quando escuta o nome dela aleatoriamente na TV.
Esperamos ela dar a curva e entramos em casa.
Depois do jantar, fui jogar a primeira parte de Resident Evil 2: Biohazard com o Aaron, porque Nick é baba de bode e um patife que resolveu fazer as lições de casa bem adiantado em seu quarto.
Quando eu e Aaron estávamos tentando detectar com os ouvidos se haveria algum zumbi ou um monstro, mamãe brota saindo da cozinha fazendo o maior barulho.
O caçula me agarrou na hora soltando um grito bem alto.
— Mãe, nunca mais faça isso quando a gente tiver aqui jogando R.E.2! — Digo trêmula. — Sai, Aaron.
— Nancy, é o bonitão do Brian no telefone. — Disse.
— Mãe... — A repreendo me levantando do chão. — Você não matou ele de vergonha não, né?
Pergunto assim que me aproximo dela, que ria sem graça.
Entro na cozinha e pego uma cadeira, me sentando perto do telefone que estava no balcão.
— Oi, gato. — Brinco. Agora sim ele tá vermelho. — O que te trouxe a ligar pra mim hoje nesta linda noite estrelada de lua cheia?
— Isso não tem graça, Nancy! — Disse no outro lado da linha. — Você adora me deixar assim com vergonha, né?
— É o meu hobby, Brian. — Sorri.
— Eu te liguei porque eu me esqueci de dizer a hora que vou chegar amanhã a noite. — Disse com suavidade, mesmo do outro lado do telefone, isso me arrepia tanto a minha espinha.
— Pode falar, estou ouvindo. — Digo toda bocó quase caindo da cadeira.
— É... eu vou chegar perto das oito, no mínimo sete e meia.
— Tudo bem. — Digo ainda me sentindo flutuante.
— Você tá bem, Nancy? Tava dormindo?
— Não, claro que não. — Sorri boba. — É porque a sua voz é tão carinhosa...
— Mas eu tô falando normal... — Disse confuso. — Bem era só isso que eu queria falar.
— Mas já? — Faço bico e ouço um "aham" dele. — Fala alguma coisa para eu dormir bem?
— Vamos ver... eu bebi lasanha e comi coca cola! — Começou a rir sozinho.
— QUER QUE EU CORTE O SEU…
— Calma, calma aí jovem! — Disse ainda rindo.
— Eu ia falar nariz no final!
— Você pensa que eu sou idiota, é? Eu entendi muito bem! — Retrucou. — Okay, se acalmou? Eu vou falar aqui, espera um minuto.
Literalmente foi um minuto.
— Agora vem! — Disse quase me assustando.
— Ô, coisa boa! — Digo e ouço a sua risada noutro lado.
— Desde o primeiro dia, que vi seu rosto sorridente... Nancy... eu soube que ficaríamos juntos pra sempre. — Disse suavemente de novo, me arrancando um suspiro profundo. — É... pra sempre, Nancy, mas conhecida como o amor de toda a minha vida. Eu realmente preferia morrer do que viver sem você, mas... como você tá aqui... do quê eu mais me importo além do nosso amor?
— Okay, você tá me matando do coração agora! — Digo fungando e enxugo as minhas lágrimas. — Poxa, Brian... você realmente sabe o meu ponto fraco.
— Por acaso esse ponto fraco se chama Brian Thomas Littrell?! — Brincou e ri fracamente. — Ou são as corujas que ficam na árvore do lado da sua janela?
— Sempre será você quem eu vou sentir. — Digo vendo o Nickolas entrar sem pensar duas vezes para beber água. — Não importa o que aconteça.
— Que coisa mais linda!
— É MENTIRA! — Gene berra e jogo a minha sandália nele.
— Cai fora, café com leite! — Grito com o meu irmão.
O loiro me olha feio e saí da cozinha.
— Ô MÃE, A NANCY TÁ ME CHAMANDO DE CAFÉ COM LEITE DE NOVO! — Ouço o mesmo gritar do primeiro andar e reviro os olhos.
— E ELA TÁ ERRADA?! — A mesma retrucou da sala no mesmo tom do meu irmão.
— Brian, coisas comuns de casa. — Digo ouvindo o mesmo gargalhar.
— Com certeza! Mas nunca vai superar o AJ hoje!
— É verdade! — Digo rindo com ele.
— Nancy, vou ter que desligar. — Disse bocejando. — Saiba que amanhã será a fantasia mais bonita que estará naquele baile, okay? Te amo.
— Eu te amo, Brian. — Desligo o telefone e subo para o quarto.
Me arrumo para dormir e me jogo na cama, indo embora na mesma hora.
Essa festa será melhor, pois ainda hoje, antes de eu sair com as garotas para o fliperama, liguei para a agência de um grupo ir apresentar no baile e isso será a parte épica do evento.
E foi assim que eu dormi, só pensando de como tudo isso vai acontecer e com várias expectativas de agradar a todos e tentar estragar a noite da Sophia, pra sentir o que é desmotivação na pele. Porém, tudo chega a ser imprevisível.
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