☀ 07

Brian Littrell

Sinto as mãos da Nancy darem leves tapas em meus ombros, talvez na tentativa de me acordar. Então abri os meus olhos, vendo a loira praticamente em cima de mim sorrindo ponta a ponta.

— Bom dia, dorminhoco. — Disse beijando a minha testa em seguida.

— Bom dia, sua louca. — Sorri acariciando o seu rosto. — Eu sonhei com você.

— Foi? — Indagou e assinto, me sentando. — Deve ser porque eu não te larguei de jeito nenhum nessa noite.

— Nossa. — Ri fracamente e cocei os meus olhos, sentindo os seus lábios colarem nos meus com carinho e fui retribuindo.

— Não tem como te largar é que... você é tão fofo, Brian. — Corou, se sentando no outro lado da cama. — Bem, só falta você se arrumar para você ir para a escola. São quase seis da manhã.

— Okay. — Assinto, saindo da cama em direção a minha bolsa, pegando as minhas coisas. — Você acha que, o seu pai vai acabar gostando de mim depois?

— Espero que sim. — Ela responde, pondo os seus tênis. — Às vezes ele paga de bravo com algumas pessoas, mas depois fica legal.

Assinto e a loira sai do quarto, me deixando sozinho ali. Pego o meu termômetro e ponho debaixo do meu braço, estava sentindo calafrios a noite inteira. Assim que eu tirei depois de uns dois minutos, o mercúrio apontou em 38°, estou com febre.

Tomei um banho gelado e vesti as minhas roupas, depois escovei os dentes. Arrumei a minha mochila e desci para a cozinha, recebendo o café da manhã da senhora Carter.

— Obrigado. — Sorri para a mesma e Nick me chama na porta principal.

Fomos andando para a estação de metrô pegar um expresso para Brooklyn. Ficamos conversando aleatoriamente e eu me deliciava no sanduíche bem recheado que a mãe dos irmãos fez pra mim.

— Nick, seu oxigenado! — Nós três viramos para trás, era a Deborah que corria até a gente. — Oi, gente... Você não me viu na estação não, foi?!

— Não, eu não te vi. — O loiro afirma, recebendo um empurrão da morena. — Debby, tinha muita gente lá esperando pelo expresso Q-B!

— Não diga mais nada. —  Ela puxou o mesmo para frente e ficaram conversando.

— Eles têm alguma coisa? — Pergunto, no ouvido da Nancy.

— Não que eu saiba, acho que... ainda não descobriram o clima. — Disse simples, entrelaçando a sua mão na minha.

Nós dois entramos na escola e fomos a procura dos rapazes e das garotas para conversar, porém, creio que ainda não chegaram.

— Por curiosidade, eu queria saber quem vai cantar no baile! — Sophia passa na nossa frente, provocando a minha namorada.

— Não ligue pra ela, Nancy. — Digo lhe dando um beijo no topo de sua cabeça. — Eu sei de que esse baile vai ser do balaco baco!

— Brian, ninguém fala mais isso. — Riu de mim.

— Eu sei, mas eu não quero ser ninguém. — Sorri de canto. — Que nem o AJ com o seu "épico".

— Sim, diferentão! Agora não fale mal de eu! — AJ brota com a Ingrid.

— Corta essa, Alex! — Carter retruca. — Vocês vão para o Baile?

— Claro que sim, irmã! Nós vamos te dar apoio. — Ingrid sorriu para a mesma que assentiu alegre. — Sempre conte com a gente.

— Obrigada.

O sinal tocou e ambas foram para um lado e eu com o AJ para o outro. Aula de matemática, só o próprio sabe como decifrar os códigos morse daquele professor!

McLean me explicou como se resolve as probabilidades e também disse que os primos Dorough tiveram que ficar aonde moram. Mas, eu via nele que havia algo para me contar ou perguntar. Preferi descartar isso e continuar tentando prestar atenção na aula.

— Brian, você anda se sentindo estranho? — AJ indaga durante o exercício. — Tipo, um dia tava suado, no outro com os lábios azulados e hoje está suspeito de fraqueza.

— Tô com febre. — Digo e o moreno me olhou tipo "sim, o que você faz aqui? Quer morrer, é?" — Eu realmente não sei o que tenho agora.

— Parece problema de coração. — Disse desconfiado. — Tem certeza de que não sabe?

— Não, o meu coração é saudável, AJ. Nunca senti um dor no peito referente a algum problema. — Retruco.

— E as suas saídas pra Miami? — Insistiu.

— É para um encontro de família. — Digo passando a borracha, que quase rasgou o papel do meu caderno.

— Calma, você tá suando. — Disse na tentativa de me repreender. — Brian, você tem que procurar saber o que tem. I-isso não é normal... pode ser algo que mal podemos imaginar.

O sinal tocou e peguei as minhas coisas, indo para a aula de inglês fazer o teste valendo a média da unidade.

AJ pode até ter razão, mas não é de hoje que eu sinto. Eu fui para o médico anos atrás e o diagnóstico dizia que não era nada demais para se preocupar.

Sobre isso acabou ficando na minha cabeça, e fui me acalmando, o que era melhor. As aulas foram passando e a hora de ir pra casa chegou. Me despeço dos meus amigos e da Nancy, indo para o restaurante ver se tenho algo para ajudar os meus pais.

— Filho, leve isso pra casa. É o seu jantar. — Mãe me entrega um pacote. — Nós vamos trabalhar até tarde hoje e precisamos que alguém cuide da casa.

— Pode deixar. — Beijo a sua mão e fui andando até em casa, acenando para alguns vizinhos.

Resolvi jantar logo e depois coloquei o meu moletom, para ganhar tempo antes de ligar para a Nancy. Fiquei assistindo alguns programas aleatoriamente e subi para o meu quarto, pegando no meu telefone.

Alô? — Era o Aaron.

— Aaron? Sou eu, o Brian. A sua irmã está por perto?

Oi Bri... ela tá no quarto, vou pedir para que o Nick avise a ela.

Okay. — Respondo, me sentando na minha escrivaninha vendo as coisas que eu escrevi ultimamente.

— Oi, meu amor. Tudo ótimo? — Era ela. Não tem como segurar um sorriso ao ouvir sua voz.

— Claro que sim, Nancy. — Digo olhando para a janela. — Como vão as corujas?

— Estão sobrevoando pelo Queens. — Disse rindo. — Queria que você estivesse aqui de novo comigo.

— Eu diria o mesmo. — Sorri timidamente. — Vai querer sair depois da escola na quinta?

— Claro que sim! Deveríamos ver qual fantasia deveríamos usar no baile, o que acha?

— É uma ótima ideia! — Digo, contagiado pela sua animação de sempre. — Tenho certeza de que será muito divertido fazer algo assim, tão diferente.

— Mas é claro! Com alguém como você do meu lado, como eu não poderia me divertir, hein?! — Disse e ri da mesma.

— Você me deixa tão idiota.

— E tu não?! — Indagou e começou a rir do nada. — Eu não sei do que seria de mim se eu não tivesse te conhecido lá na Conney Island, Brian! Cara, como eu te amo!

— Eu sei disso, a cada dia eu fico mais apaixonado por você, é impossível negar isso. — Digo e pego um papel já escrito. — Me esqueci de te dar uma coisa.

Pode levar amanhã?

— Eu levaria hoje se essas corujas não estivessem voando tão longe. — Brinco novamente. — Mas amanhã, sem falta, estarei te entregando. Você vai gostar muito.

— O que é? Tu tá me deixando muito curiosa!

— É surpresa, Carter! — Começo a rir, pegando na caixa de veludo azul. — Só amanhã lá na escola.

Okay, eu espero caladinha até amanhã.

De repente, começo a me sentir tonto e a minha visão parecia escurecer. Até eu apagar completamente.

Não consegui lhe dar um boa noite, mas tenho certeza de que ela ficou tentando falar comigo nesse intervalo de tempo. Até pensar que a ligação ter caído e desligar, não só um pouco chateada, mas preocupada.

E quando abri os meus olhos, estavam os meus pais olhando pra mim e eu tava na cama, já coberto. Não me lembro do que aconteceu totalmente.

— Descanse, Thomas. — Pai diz e o olho confuso.

— O que houve?

— Encontramos você desmaiado na escrivaninha e a Nancy perguntava por você direto, parecia estar chorando. — Mãe explicou, passando a sua mão leve sobre os meus cabelos.

— Ela disse algo?

— Disse que ouviu um sopro minutos depois que você desmaiou. Mas nós falamos que você estava com tanto sono que acabou dormindo. — Terminou de explicar e assinto, me sentindo fraco. — Se acordar amanhã e não se sentir bem, não vá para a escola, okay?

— Okay, mãe. — Digo me ajeitando para dormir.

— Durma bem, filho.

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