☀️ 01
Nancy Carter
Ah, verão...
Tudo se torna simplesmente perfeito para mim e ainda mais, acontece coisas surpreendentes durante o mês de junho, julho e agosto.
Amor de verão é um deles e é sobre isso que aconteceu comigo neste ano, no dia que eu conheci um garoto simplesmente perfeito.
O nome dele é Brian Littrell, um garoto que escreve poesias.
Sinceramente, eu tive a maior sorte de ter conhecido ele no festival da Conney Island. Graças a um certo idiota.
— Eu não vou nem morto, Nancy! — Nick, meu irmão um ano mais novo que eu, cruza os braços fechando a cara para o meu lado.
— Ah, Nickolas! — Reviro os meus olhos. — Você é muito covarde, até o Aaron que é bem menor que a gente quer ir!
— O que eu já falei tá feito. Não vou! — O loiro do cabelo de cuia, que é ridículo, nega mais uma vez.
— Tá, azar seu. Se divirta com o Aaron lá na xícara!
— Vamos, Nick! — O mais novo puxa o outro pela camisa.
— Quê?! Eu acabei de gastar três dólares por um cachorro quente! — Gene grita sendo puxado por ele, não pude conter as risadas. — Nancy! Eu mudei de ideia!
— O que você falou tá feito, maninho! — Grito sarcástica para o mesmo que me amostrou o dedo médio.
Entro na fila e dou o meu ingresso, indo para frente. Legal, vou ficar gritando pondo as mãos para o alto sozinha.
— Que belo irmão eu tenho. — Digo pondo a proteção sobre o meu busto.
— Bem, eu acho que ele ficou com medo de vomitar. — Um garoto se senta ao meu lado, sorrindo de uma forma simpática.
— Não, ele vomita toda vez que vai para a xícara. — Digo olhando para frente.
Oh droga, que garoto lindo. Okay Nancy, recompõe.
— Ah, coitado. — Disse com ar de riso.
O mesmo se ajusta na cadeira e coloca a proteção, começando a olhar para frente. Parecia estar tenso com o brinquedo.
— Você nunca andou na frente? — Olho para ele, evitando os seus olhos.
— Que eu me lembre, não. — Sorriu fracamente e olhou para trás. — Será que ainda tem vaga atrás?
Assim que ele perguntou, o brinquedo começou a andar devagar, começando a subir.
— Bem, a emoção é maior aqui. É legal. — Digo tranquila, quando a máquina chegou no topo.
— Wow... dá pra ver grande parte de New York! — Disse olhando para todos os lados, terminando em mim.
E assim começou a descer bem rápido pelos trilhos, então eu joguei os meus braços para o alto curtindo as curvas e os loopings. Quando chegamos em outro topo, vi o mesmo mais calmo, já se divertindo e foi assim que descemos mais uma vez por uns minutos, até chegarmos onde tudo começou.
— Como eu senti falta dessa adrenalina... — Digo saindo do carro depois do garoto.
— Isso foi demais! — Disse sorrindo pra mim. — Como eu nunca experimentei isso antes?!
— Eu não sei, mas vejo que passou pela melhor experiência da vida. — Retribuo o seu sorriso. O seu cabelo está todo arrepiado por conta do vento.
Fui andando até onde eu e os meus irmãos nos vimos pela última vez, até senti uma mão fria e macia segurar gentilmente o meu braço esquerdo.
— Você ia esquecendo disso. — O garoto da montanha russa entrega a minha bolsa que sem querer deixei no brinquedo.
— Ah... muito obrigada. — Sorri para ele. — Isso custou muito dinheiro.
— Tô ligado... — Ficou pensando. — Eu me chamo Brian.
Ele ofereceu a sua mão com um sorriso no rosto, do mesmo jeito que entrou no brinquedo.
— Sou Nancy. — Aperto a sua mão.
— Bem... você quer ir comigo tomar um sorvete? É perto da roda gigante. — Ai, ele tá me convidando!
— Eu adoraria, Brian.
— Ô Nancy! Nick vomitou de novo! — Aaron aparece atrás do Brian gargalhando.
Oh droga, porque eu tenho esse azar mas conhecido como os meus irmãos? Só pra atrapalhar os meus momentos e não é sempre que estarei conversando ou sendo convidada por um gato como o Brian!
— Nancy... — O loiro me tira da distração. — Não vai ver o seu irmão? Se quiser, eu posso te ajudar.
— Pra mim, tudo bem. — Digo indo até o caçula que pegou na minha mão, me guiando até onde Nick provavelmente estaria.
— Nancy! — Gene diz saindo do banheiro masculino. — Eu tô bem, sabe?
— Com licença, Brian. — Digo educadamente para o mesmo e pego no braço do Nick até um lugar onde ele não podia nos ver. — Eu te avisei!
— Mas eu disse que eu não queria sentar na frente!— Se explicou, ajeitando o seu cabelo. — Preciso de alguma coisa doce pra tirar o gosto ácido da boca...
— Nickolas, eu quase perdi a oportunidade de sair com o garoto dos meus sonhos por sua causa!
— Como assim?!
— Enxerga, doente! — Sacudi o mesmo. — Aquele garoto lindo ali se sentou do meu lado na montanha russa e ainda me convidou para tomar um sorvete!
Ele revirou os olhos, cruzando os braços e me olhando incrédulo.
— Você mal conhece ele, e já tá toda derretida! — Disse entediado. — Agora se ele não for o que você pensa?! Tem a maior cara de babaca...
— Olha, toma cinquenta dólares! — Coloco a nota na sua mão.
— Pra?
— Vá brincar com o Aaron em um dos brinquedos e me deixem em paz, okay? — Digo ajeitando a minha postura.
— Se sobrar troco eu posso ficar?
— Pode e se for um troco com valor par, divida com o seu irmão! — Digo indo até o Brian.
— Isso é sacanagem! — Disse, vindo logo atrás.
Brian sorriu ao me ver e fomos andando, conversando várias coisas aleatórias até chegarmos na sorveteria. Eu escolhi uma banana split e ele escolheu um napolitano.
— O seu irmão caçula é engraçado. — Disse após receber o seu sorvete.
— O Aaron sempre foi uma graça. — Digo comendo uma cereja.
— Legal ter irmãos, sabe? Você é mais nova do que vomitou?
— Não, eu sou a primogênita. — Digo olhando para ele, que assentia se deliciando com a sua sobremesa. — Tem gente que pensa que eu e Nick somos gêmeos por ter praticamente a mesma idade, mas eu sou um ano mais velha que ele.
— Legal e quantos anos você tem? — Indagou, me fitando.
— Vou fazer dezessete em agosto. — Respondo sorrindo timidamente.
— Eu fiz em fevereiro. — Disse simples. — Do que achou do seu sorvete?
— É ótimo, Brian. — Ele assentiu.
Acho que estávamos ficando sem assunto para ser tratado, é coisa normal, mas eu não quero que a conversa morra ali mesmo.
— Brian... — Ele me olha atenciosamente, e sinto a minha mão suar aos poucos. — Quando a escola acabar, o que pretende fazer? Só por curiosidade.
— Ah, eu não sei. — Disse limpando a sua boca com guardanapo. — Eu tô entre letras e gastronomia.
— São ótimos cursos, até. — Digo assentindo. — Mas você se enquadra com os dois?
— Sim, eu ajudo os meus pais no restaurante em que eles trabalham lá no Brooklyn e escrevo. — Disse tirando uma nota de sua carteira.
— Não, deixa que eu pago. — Pego em sua mão, a abaixando devagar. — Eu tô devendo você.
— Tem certeza? Não quero que se arrependa quando sentir falta do seu dinheiro.
Eu já sinto falta dos meus cinquenta dólares!
— Não me importo com isso. — Ponho o dinheiro contado em cima do balcão.
Coisas que eu faço por um breve namorado...
— Já que insiste... — Disse convencido. — Na próxima, eu pago.
Ai meu Deus! Ele disse na próxima vez, que meigo!
— Okay... voltando ao assunto, eu acho que você tem potencial em letras, deveria tentar. — Digo como um palpite. — Acho que as suas escrituras são criativas e cheias de humor, eu adoraria se um dia, ler eles em um livro publicado. Mesmo eu não ter lido nada ainda.
Pera aí, Nancy! De onde está vindo essas palavras?! O garoto ficou sorrindo de nervosismo! O que faço?! O que ele vai fazer?! Socorro!
— Você leria?! — Indagou, feliz talvez. — Eu faria questão de te entregar com as minhas próprias mãos! — Ele pôs uma mão sua em seu peito.
— Claro que sim, Brian! — Sorri para o loiro. — Eu amo livros de vários gêneros, incluindo poesias.
— Sabe... não que isso pareça estranho, mas você é a primeira pessoa a falar isso pra mim. — Disse timidamente. — Que tem interesse no que eu gosto de fazer.
— Sério? — Indago e o mesmo assente. — Acredite em mim, eu faria questão de ler as suas palavras, suas expressões... seus sentimentos.
— Eu acredito em você, Nancy.
Olho para o lado de fora rapidamente e lá está Nick com o Aaron apontando para o seu relógio de pulso imaginário fazendo cara feia.
— Nossa, já são oito da noite! — Digo olhando para o relógio que tinha na parede.
— A hora passou rápido, não? Sabe, a gente pode se ver de novo, se você quiser...
— Claro que eu quero! — Grito chamando atenção dos outros clientes. — Digo... eu adoraria, Brian.
Pego a minha bolsa e tiro dela uma caneta e pego um guardanapo, anotando o número de casa.
— Me liga. — Lhe entrego o papel e vou andando.
— Nancy! — Brian me chama e olho pra ele. — Foi um prazer ter me sentado ao seu lado na montanha russa.
— Eu posso dizer o mesmo... — Como o loiro já estava junto de mim e um pouco corado, não pude hesitar em dar um beijo em seu rosto. — Até a vista!
— Até a vista. — Disse pondo a mão no rosto, onde eu beijei e sorria.
Saio do estabelecimento e fico entre Aaron e Nick, que começaram a andar assim que me aproximei.
Poxa, simplesmente hoje foi o melhor dia da minha vida todinha!
— Valeu, Nickolas! — Abraço o meu irmão, beijando o seu rosto.
— Valeu?! Sério?! O Aaron ficou com troco inteiro porque me esqueci como se divide cinco dólares!
— Você é muito burro, cabelo horroroso! — O mais novo retruca ficando na nossa frente.
— Não fale do meu cabelo, ô pirralho! — Nick empurra o mesmo. — Você tem o mesmo corte, burro!
— Não fale assim com ele, Nick. — Digo avistando o carro com os nossos pais dentro. — Você fala e ele é a metade do seu tamanho, então... cala a boca.
Abri a porta do banco de trás e fomos entrando com calma no automóvel.
— Okay, Nancy. — Disse ficando no meio. — Aliás, qual é a metade de cinco dólares?
O loiro pergunta, no meu ouvido e cubro o meu rosto. Nunca vi alguém se esquecer ou trocar as coisas pelas outras como o meu irmão, misericórdia!
— É dois e cinquenta, Nick.
— Bem, foi melhor do que rasgar a cédula no meio.
— Você precisa ser estudado pela NASA!
Assim que chegamos em casa, no bairro do Queens, fui logo para o meu quarto tomando um rápido banho e pondo o meu pijama, a espera de um telefonema do Brian.
— Nancy, você vem jantar? — Mãe aparece tirando o avental.
— Eu comi tanto no festival que estou sem fome, mãe.
— Está radiante... conheceu alguém no festival? — Ela se senta ao meu lado na cama, essa pergunta me deu um frio na barriga.
— Sim, um garoto lindo! — Digo me lembrando do sorriso dele. — Ele foi tão gentil, atencioso e simpático...
— Qual é o nome dele?
— Brian.
— Brian… espero que tudo dê certo entre vocês. — Disse me abraçando de lado e saindo de meu quarto.
— Valeu, mãe. — Sorri timidamente.
Sabe, eu não esperava de que eu conheceria alguém mais lindo do que o DiCaprio no meio da enorme cidade de New York. Eu escrevi o meu dia em meu diário e desci para bater uma boquinha, antes que eu dormisse. Nick jogava sozinho no seu Nintendo, pois o Aaron já estava no oitavo sono no sofá. Então eu desliguei a TV para ele ir dormir, vai terminar virando um sedentário desse jeito e acordei o meu irmão para ir ao seu quarto. E assim, eu voltei para o meu quarto, sentindo o cansaço do dia dominar completamente o meu corpo, me jogando na cama caindo no sono completamente pesado.
Até que ouço o meu telefone tocar.
— Alô? — Atendo, ficando na mesma posição.
— Nancy? Oi, é o Brian.
— Brian? — Indago e dou um salto da cama, caindo no chão. — Oi Brian! Como vai voando as corujas?
— Ah... elas vão voando bem. — Respondeu com uma risada gostosa do outro lado. — Eu acho que atrapalhei o seu sono, são quase meia noite.
— Quem te disse isso? — Digo voltando para a cama, sentindo a minha bunda latejar assim que me levantei. — Você ligou na hora certa.
— Certeza? A sua voz demonstra cansaço. — Além de lindo é esperto, nossa.
— Você venceu, Brian. — Ouço a sua risada novamente. — Eu já estava sonhando sobre voc... sobre as corujas que ficam de vez em quando na árvore que tem aqui do lado da minha janela.
— Por isso que perguntou sobre elas. — Disse calmo. — Sabia que as corujas significam sabedoria? São aves bem espertas e com uma ótima visão.
— Essa é nova pra mim. — Digo abraçando uma de minhas almofadas.
— Me desculpe se eu atrapalhei o seu sono, acabei indo para o restaurante ajudar os meus pais.
— Tá perdoado. — Respondi soltando um suspiro involuntário.
— Nancy, a gente poderia se ver no museu de história natural aqui no Brooklyn e eu poderia te apresentar uma de minhas escrituras.
— Você é do Brooklyn? — Pergunto prendendo um bocejo.
— Sou. Tem algum problema?
— É que eu moro no Queens, mas dá pra eu ir de metrô.
— Ir de metrô? Isso é bom. Senão eu faria alguma forma para te ver.
Ele viria para outro bairro só para me ver, aaaaaaa.
— Que fofo, Brian. — Me repreendo tampando a minha boca grande. — Quer dizer, que consideração.
— Bem, a gente combina a hora amanhã ainda cedo. Eu te ligo, okay?
— Como quiser. — Sorri boba.
— Até amanhã, Nancy. Tenha uma ótima noite. — Disse e parecia sorrir.
— Eu desejo o mesmo para você, Brian. Até amanhã. — Fico esperando o mesmo desligar.
— Espero sonhar com você nesta noite, Nancy... — Ouvi um murmúrio seu e assim a ligação acabou.
Quase foi um grito, mas me lembrei de que todos estão dormindo. Acho que ele pensou que eu já tinha desligado! Ai que tudo, meu Deus!
Ponho o meu telefone de volta no gancho e me cubro com o cobertor, dormindo mais contente por ter o dia completo.
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