Capítulo 7: A Noite do MBAB
Junho de 2014
Nos seis meses que se seguiram as coisas fervilharam como que em uma montanha-russa, houvera duas visitas da assistência social, a audiência da guarda definitiva estava prestes a sair e Anelise chegava naquele final de primavera com uma nova melhor amiga e fazendo parte de um grupo. Agora que eram muito mais próximos, ela podia ver como se contrastava com seus colegas, e embora já estivesse muito tempo com os Mitchel, agora ela ainda não se sentia como um deles.
A evidente aversão a sua existência da parte de Samuel, não a assustava, mas, muita das vezes lhe deixava magoada e cabisbaixa, já Blanca, insistia que ela lhe chamasse de avó, mesmo o marido rosnando quando o pedido era feito a ela.
No entanto, havia um bom tempo que toda a família não se reunia, todos estavam bastante ansiosos para as férias de verão, e a casa Mitchel teria a presença do pequeno Sam, para fazer companhia por longas seis semanas.
Anelise e Alice, passavam a maior parte dos finais de semanas juntas, saiam para tomar sorvete, iam ao cinema, encontravam os amigos, muita das vezes se reuniam na casa dos Mitchel's ou na dos Cooper's. Infelizmente, Anelise acreditava que jamais deixaria de ser a órfã. Então ela se esforçava para se contentar em ter um grupo de amigos, mesmo a boa parte dos pais não a aceitando.
Para sua maior realização, ela havia se destacado no último semestre nas oficinas de arte, o que elevara muito sua habilidade a um convite inesperado. Mas, isso era a cereja do bolo, das boas notas que conseguira durante as provas, se sentia exausta na maior parte do tempo, mas, em outros momentos, ela sorria felicíssima por cumprir com suas programações.
Mas, nem tudo eram flores, a noite do que ela dizia a si mesma ser o segundo maior dia de sua vida, estava sendo diminuída pela chegada dos membros da família, o que dava ao senhor Mitchel o desejo de manter a maior atenção toda para ele, e seus filhos. O que embora fosse compreensível em partes, começava a soar para Anelise, como uma afronta, uma provocativa da qual a rixa era pessoal para com ela, qual tinha plena certeza de sempre ocupar seu devido lugar e chamar a menor atenção possível para causar a ele tamanho desdém. Contudo, não adiantava se questionar, Samuel na maior parte do tempo era desprezível com o genro, com a filha e até mesmo nos piores momentos sobrava para a esposa.
Havia ouvido uma vez, que quanto mais poder se obtém, mais arrogante a pessoa se torna. O que ela começava a considerar a maior verdade já existente. Pois assim que seus olhos bateram na presença de Samuel Mitchel, na mesa do café, na sala de jantar, naquela bonita manhã de primavera, ela compreendera toda a verdade por detrás daquelas palavras.
Embora a mesa estivesse posta para todos os membros que deveriam chegar antes mesmo do almoço, o senhor Mitchel, não aparentava nenhum comedimento a sua presença, qual agora era rotineira apenas aos fins de semanas.
— Anelise, minha querida— dissera Blanca, ao vê-la se juntar ao restante— sente-se.
— Como se sente nesta manhã?— indagou Genevieve, animada.
— Muito bem— respondera ela.— Bom dia a todos.
— Bom dia, minha garota prodígio— cantarolara Augusto, fazendo Samuel grunhir na beirada da mesa.
Blanca lançara ao marido um olhar gélido, e suspirara.
— Os trabalhos foram enviados ao museu ontem a tarde, e já estão sendo organizados pelos curadores do local— informou Genevieve com um largo sorriso, abandonando seu aparelho — a senhorita Perez, fez questão de me informar.
A senhorita Perez, era a professora de artes do Instituto St. Paul, que desenvolvera uma admiração enorme por Anelise, que desenvolvera desde seu primeiro momento ótimos projetos nas aulas, que só a fizera se destacar com o passar do tempo, levando-a ao momento excepcional daquele dia em questão, onde boa parte de seus trabalhos do semestre, seriam exibidos no museu de arte de Boston, um museu regional.
— A noite prometerà muito— dissera Blanca, que parecia bastante animada naquela manhã por ela.
— Espero que sim— dissera ela, receosa, começando a sentir as mãos soarem.
— Ah, a noite será minha querida— dissera Samuel, tirando a face do seu jornal impresso— já que toda a família irá para Cape Code.
Genevieve encarou o pai abismada com o anúncio, ela não se fazia de inocente ao ouvir aquilo, porque ela sabia que todos iam ao litoral no feriado de independência todos os anos. Mas, o feriado duraria vários dias, e aquela noite seria de Anelise.
—Como é?— indagou ela, sorrindo sarcástica.
— Eu acredito que você, tenha ouvido muito bem— respondeu Samuel, rispidamente, bebericando seu chá.
— Samuel— sibilou Blanca.
— Hoje é a exposição de Anelise e toda a turma da St.Paul papai, o senhor sabe disso a semanas—dissera Genevieve, exaltando-se.
— É, eu sei— respondera ele, com frieza— ainda assim, eu mantenho o que disse. Iremos todos a Cape Code.
Augusto soltou um risinho, sendo logo fuzilado pelo sogro, enquanto alguns ruídos de pessoas se aproximando soava pelo corredor que levava até a sala de jantar.
— Mas, nós, não iremos esta noite— rebateu ele, cruzando os braços, encarando-o.
— Ah, vocês irão sim— insistiu Samuel, entredentes— todos iremos para...
— Não, não iremos a Cape Code esse ano, e quer saber mais, faça bom proveito do seu egoísmo Samuel Mitchel, porque eu, meu marido e minha filha, vamos a exposição.
Genevieve empurrara a cadeira ruidosamente e saíra batendo os pés pela sala de jantar, passando bruscamente sobre os recém-chegados no corredor.
—Sua filha— resmungou Samuel, balançando a cabeça negativamente, encarando por fim a Anelise, que permanecia imóvel assistindo a toda a movimentação— mas, não é mesmo.
Um brilho maldoso surgiu nos olhos de Samuel que encarava a menina com nenhum pudor. Anelise que não só corara, esfregava uma mão sobre a outra, exatamente no momento em que Blanca pigarreou.
— Ah, como eu estava com saudades do café daqui— exclamou Carlo, entrando na sala de jantar.
— Meu filho— comemorou Blanca, levantando-se ao vê-lo— sente-se — ela apontou para a cadeira vazia ao lado de Anelise.
— Olá mamãe— ele depositou um beijo rápido na mãe, sem tirar os olhos da mesa— estou morto de fome.
— Grande novidade— reclamara sua esposa, com o nariz empinado, entrando na sala de jantar, logo depois de Sam.
— Vovó— gritou o pequeno, correndo até a mais velha, abraçando-a— prima Lise.
Samuel grunhiu insatisfeito com tamanha intimidade do menino para com ela.
— Vovô— ele gritou animado, indo até o avô que o recebera de braços abertos.
— Ah, meu garoto, venha cá— animou-se o carrancudo senhor sobre a ponta da mesa, que afastara sua cadeira para dar espaço ao menino.
— Este leite é de amêndoas?— indagara Teodora, a Augusto.
— Não— respondeu ele, esforçando-se para não rir.
— Que pena— e então ela abandonou a leiteira, para optar pelas uvas frescas.
Uma hora mais tarde, Gerda e George haviam se juntado a eles. Mas até mesmo durante o almoço, ninguém chegara a ver Genevive. Augusto usara a ligeira desculpa de uma enxaqueca que até o início da noite teria desaparecido, porém, a verdade era que ela se mantinha chateada por Anelise, e não seria a primeira, nem mesmo a última vez.
— É muito engraçado, porque eu não me lembro de muitas coisas da minha adolescência como a maioria das pessoas— disse Gerda, durante o chá.
— Ah, muito, é mesmo uma pena— disse Teodora, chocada— minha adolescência foi excepcional.
— Acredito em você— respondera Blanca, assentindo, no intuito de calá-la.
— Era tudo muito maravilhoso, e eu sempre estava em um grupo de amigos, sabe... — os olhos de Teodora que sempre pareciam focados em si mesma, agora pousavam em Anelise, com precisão— você tem um grupo de amigos, não é mesmo?
— É... sim— exitara por um momento, pois assim como Blanca, ela se sentira confusa— tenho.
— Mas, não pode ser um grupo qualquer— prosseguira Teodora, fazendo Gerda encará-la com as sobrancelhas semicerradas— sempre é necessário andar com as pessoas certas, a popularidade e bons contatos pode levá-la...
— Levá-la onde mais?— indagou Carlo, confuso, enrugando a testa.
— A trilhar o próprio caminho querido— explicou Blanca ao filho— embora, eu tenha certeza Teodora, de que Anelise não precise muito disso tudo.
— Ah, não mesmo— resmungou George, sarcástico— precisaria nascer de novo para isso— continuara ele, infelizmente não baixo o suficiente para não ser ouvido por Blanca.
— O que foi que disse?— indagou ela, meramente por educação, porque os olhos daquela doce senhora, indicava o mais perigoso desejo de estrangulá-lo.
Anelise não conseguia unir todas as explicações possíveis para justificar a aversão do homem para com ela, mas, esperava que homens como ele fosse um pouco arrogantes. Mas, diante de toda a sua implicância, até mesmo a egocêntrica e vagamente relevante Teodora, estava aceitando-a aos poucos, enquanto George, assim como Samuel, parecia adicioná-la a lista de possíveis inimigos.
O que não deixava de ser notado por Blanca, Augusto ou Genevieve, que juravam que Gerda sempre estava atônita demais com suas lembranças embaralhadas, para poder compreender todas as asneiras ditas, pelo aparentemente perfeito marido.
— Anelise, creio eu que esteja na hora de se arrumar para o seu evento nesta noite— disse Blanca, consultando o relógio da sala.
— Oh, é mesmo— exclamou ela, checando as horas, com mais pressa do que costumava ter diante deles.
— Então é melhor se apressar— sugeriu a senhora.
— Bom, acho que poderíamos passar no Museu de Belas Artes, esta noite George— sugeriu Gerda— já faz muitos anos que não apareço no MBAB, creio que podemos rever a sala onde sua tia-avó fizera questão de deixar o nome registrado em sua homenagem por...
— Creio que não poderemos ir— rebateu ele, friamente, exibindo um meio sorriso— temos que acompanhar seus pais a Cape Code, com toda a família.
— Além disso estarão, preparando um jantar para nós e alguns amigos— informou Samuel, aprovação ao genro.
— Ah, que pena— lamentou Gerda— tenho certeza que será uma noite linda.
E foi exatamente o que os Mitchel Carling esperaram, o museu estava repleto de pais e alunos, além de ex-alunos e alguns nomes da arte nacional. Para Genevieve, ver a jovem Anelise tão empolgada e nervosa por exibir A Colina de Pérolas, Maresia, A Amoreira e Uma Estrada em Dezembro, era como estar realizada. Quando decidira assumir o papel de mãe da jovem, sabia que não corrigiria os erros cometidos pelo pai no passado, mas, que poderia colocar um pequeno curativo na ferida da menina, por adotá-la.
Agora, próximo de tê-la por definitivo, não sabia mais como viver sem a presença dela, os finais de semanas entre as meninas, os momentos em que aprendia muito mais do que os anos em que esteve na escola, porque a "filha", era muito melhor para ensinar que seus antigos e tediosos educadores. E não desejava de maneira alguma abrir mão, dos momentos em que ela entrava no quarto de Anelise aos finais do sábado a noite, para vê-la dormindo, pensando em como seria se em seu lugar fosse Gerda quem a visse, como quem de fato ela era.
Mas, agora ali, diante de velhos conhecidos, segurando uma taça de um espumante, ela observava a menina de apenas quinze anos, conversando com um dos pintores convidados pela senhora Osborne.
— É maravilhoso ver o quanto ela está sendo elogiada — Comentou Augusto, sussurrando em seu ouvido.
— Realmente— concordou ela. — É só lamentável que mamãe tenha sido forçada por Samuel, a perder este evento tão bonito— Disparou ela, acidamente, tomando um gole de seu espumante.
Augusto suspirou. Sabia o quanto a esposa estava chateada. Estavam juntos a quase dezessete anos, casados a doze anos, e agora era pai de uma adolescente. Embora soubesse de toda a verdade, nutria o mesmo carinho pela menina, que Genevieve. E ser pai, vinha sendo desafiador, ainda mais com a forte oposição de Samuel Mitchel, seu sogro, que sempre fora detestável, mas, que pudera suportar nos longos anos de casado, agora ficando cada vez mais odioso.
E não a culpava por se ressentir, nem por deixar de chamá-lo de pai, ele travava uma guerra ferrenha contra a filha mais velha, porque ele sabia que Genevieve era geniosa e não temia nada, inclusive ele. E quando o desafiara adotando Anelise, trazendo o passado de volta a tona, e de frente a ele, fora a gota d'água para o fim de qualquer relação que eles ainda forçavam em construir.
As provocações, exclusões e ameaças veladas vinham crescendo, e os planos de mudança da mansão Mitchel, começavam finalmente surgir entre o casal. Mas, embora desejasse isso desde o dia em que se casaram, Augusto jamais pressionara a esposa a tomar este passo, o que fez com que passasse a viver nas sombras dentro da popular família a qual integrara. E sendo franco consigo mesmo, só sobrevivia a tudo aquilo, pelo mesmo motivo que a esposa, a doce Blanca, que era o pilar constante daquela conturbada relação entre pais e filhos.
— Eu lamento muito querida— respondeu ele, de forma branda, passando a mão por um dos ombros da esposa.
Anelise não se imaginava tão empolgada desde o dia de sua adoção, embora, ela se lembrasse de estar muito mais receosa do que alegre, naquele dia em questão. Então quando enfim se encerrara a conversa com o pintor famoso que insistia em enfatizar sobre seu talento, ela encontrou os olhos tímidos de Alice, que focavam em sua pessoa.
— Consegue imaginar o quão estranho isso pode ser?— indagou Anelise a amiga, sentindo suas mãos suarem.
— Eu sei, e estou muito feliz por você— respondeu ela, sincera. — Não aguento mais ouvir papai falar da minha maçã abstrata— reclamou ela, revirando os olhos — eu ainda nem consigo entender o que é que está pintura está fazendo aqui, eu só fiz pela nota— revelou, dando de ombros.
Sempre que olhava para Alice, sentia um certo desânimo, não sempre, nem mesmo do tipo que a fizesse desgostar da amiga. Mas, odiava ver que ela, sempre conseguia ser negativa quanto a si mesma.
— É muito óbvio que aquele monte de borrões, não pode ser nem mesmo considerado arte perto...
— Alice, a arte abstrata é dependente do público em si. Você pinta algo que parece sem forma, mas, aos olhos atentos do expectador ganha um formato existente na nossa realidade— explicou Anelise a interrompendo, em tom de repreensão— esteve em todas as aulas comigo, e ouviu exatamente o mesmo que eu. A senhorita Perez, jamais recomendaria sua obra se não tivesse sido feita de acordo com o padrão abstracionista.
Um sorriso tímido surgiu no rosto de Alice, e um tom avermelhado tomou conta de suas bochechas.
— Meus parabéns senhorita Carling— parabenizava-a a diretora pela sexta vez— é mesmo impressionante o seu dom, fico impressionada de ver que após anos um talento como o seu voltou a surgiu em meio a nossa instituição.
— Tenho que dizer que A Amoreira foi uma tela que me deixou bastante reflexivo— comentou o senhor Cooper.
— Eu tenho a nítida impressão que aquela tela tem alguma ligação com sua vida, certo?— Supôs a senhora Cooper.
— Sim— Admitiu Anelise— havia uma amoreira no orfanato onde eu cresci — revelou então— e amoras eram sempre as minhas referências para a chegada do inverno, porque as melhores vinham no final do outono, e todos os anos eu costumava colhê-las— Um flash de memórias passou pela mente da jovem, naquele exato instante. — Eu sei que uma das minhas primeiras memórias é daquela árvore, e ela estava exatamente da maneira como pintei.
— Por isso, a impressão de que está de baixo para cima— disse a senhora Cooper, em comemoração— você devia ser bem pequena, não?
— Não me recordo a minha idade, mas, com certeza eu tinha muita pouca idade.
— Ah, sim— concordou a senhora Osborne e todos os adultos riram.
— Um artigo meu foi publicado e você expondo suas telas— comentou Gabe, admirado— terminamos o ano em um ótimo ritmo, Mitchel.
— É Mitchel-Carling— corrigiu-o Elene, surgindo entre os presentes.
— Eu estou morto de fome— reclamou Liu, abraçando os três.
— Se fosse uma novidade, o senhor Cooper noticiava— zombou Elene.
— Acho que meu pai dá mais atenção a fontes que chamam atenção do público de forma a agregar valores, não fofoca— corrigira Gabe, em tom de brincadeira— embora, eu saiba que haverá um grande jantar na casa de praia dos Mitchel.
— Soube disso também— assentiu, Elene— minha família está toda lá, é por isso que estou aqui apenas com o chato do Leopold— grunhiu ela, revirando os olhos ao falar do irmão.
— O pentelho passou trinta minutos importunando o filho do senador que está em Yale, contando sobre uma das pinturas aqui do museu e sobre seus reais motivos.
— Gosto das teorias de conspirações dele— confessou Anelise.
— Você... é um caso muito a parte— concluiu Liu.
— Qual a programação?— indagou Alice, aproximando-se.
— Jantar nos Mitchel e duas horas de teorias do Leopold, ou Churrasco na praia com os calouros de Harvard— popôs Elene.
— Como é que você sabe disso?— indagou Alice.
— Do que?
— O churrasco.
— Ah...
— O rito deles todo final do primeiro ano— interrompeu Gabe — meu primo é veterano, está no segundo ano, mas, o primo dela, é do primeiro e a avisou antes da exposição iniciar, e chamou todo mundo.
Anelise assentiu a explicação, mas, olhou de soslaio para onde bem distante localizava os pais.
— Acredito que eu não posso...
— Ah que isso— interrompeu Elene— você é uma Bessie, tem direito de entrar em festas dos antigos membros, além disso, hoje você meio que... merece, não é mesmo?— ousou Elene, tentando convencê-la.
— É próximo a casa de praia dos Mitchel, o que acredito que seja o destino de vocês, assim que tudo por aqui acabar— disse Gabe — pode ir comigo, e na ida para casa, eu mesmo deixarei você em casa.
— Acho que poderemos ficar juntas— supôs Alice, pensando alto— não terei nada amanhã e...
— Se Augusto e Genevieve permitirem, eu não irei me importar— respondeu Anelise, se dando por vencida.
— Pois bem, eu mesma vou falar com eles— disse Elene, evidenciando a dose de álcool consumida, provavelmente sobre a surdina em alguma sala vazia do museu.
— Quantas doses acha que Liu tomou?— indagou Alice.
— O mesmo que Elene, ou menos, não sei. O que importa, é que ele não está transparecendo.
— É— concordou ela, desanimada.
Era evidente que Alice tinha um apego sentimental maior do que Anelise já viera a conhecer por Liu Yang, que apesar de toda sua inteligência, sempre que possível, jogava sua vida toda fora sobre um vidro de uísque.
Uma péssima escolha, lembrasse ela.
Sorrio para a amiga, assentiu, e seguiu logo atrás de gabe.
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