Capítulo 2
A tempestade finalmente passou, tudo ao redor está branco, pelo menos de sede eu não morro.
Arrisquei sair de minha toca e escolhi uma rota que eu nunca fiz antes, subir a montanha.
Sei que é arriscado, eu não sei o que tem lá em cima, mas de uma coisa eu sei, se eu conseguir chegar no topo, eu poderei ver se existe algo além destes terras de gelo e neve.
Comecei a subir, é meio difícil por causa da neve que me faz escorregar e acaba prendendo minhas patas, mas com um certo esforço eu tô conseguindo subir.
Faz um tempo que estou subindo e o sol já está se pondo, mas não vou arriscar descer nesse escuro, eu vou continuar subindo e rezando aos Espíritos que tenha um tipo de caverna lá no topo.
Depois de mais um tempo subindo, o vento começou a aumentar e encontrei uma parte plana que levava a um penhasco, mas ao olhar pra trás eu vi uma caverna vazia, entrei nela e me deitei, fiquei um tempo assim até que comecei a lembrar da letra de uma música que minha mãe me ensinou antes de morrer, todos na alcatéia tinham de saber essa música, um tipo de louvor.
Eu:
Quando a terra e o ar, sem nenhum pudor
Se deitavam sob o sol
Semeavam luz na imensidão
Com o brilho de um farol
Três irmãos ali, felizes viviam
Sempre unidos pelo amor
Ergueram as mãos fazendo uma prece
Para os céus, entoando um louvor
Espíritos, nossos ancestrais
Sejam nossos guias
Tragam sua luz e muito mais
Somos o seu povo
Todos tão iguais
Nessa irmandade a caminho da paz
Como irmãos e como iguais
E ensinem o bem verdadeiro
Com amor dessa união
Nossas decisões
Escolhas que são o futuro em nossas mãos
Seremos gratos
Por tudo que temos
Todos nós
Sempre juntos a sonhar
Cultivar nossa fé
Pra no fim da jornada
Compreender que outra vai começar
Espíritos, nossos ancestrais
Sejam nossos guias
Tragam sua luz e muito mais
Somos o seu povo
Todos tão iguais
Nessa irmandade a caminho da paz
Como irmãos e como iguais
Espíritos, nossos ancestrais
Sejam nossos guias
Tragam sua luz e muito mais
Somos o seu povo
Todos tão iguais
Nessa irmandade a caminho da paz
Como irmãos e como iguais
Todos são iguais
Quando eu terminei de cantar, uma forte luz invadiu a caverna e sai dela pra ver o que era, mas eu me surpreendi com o que vi.
Os Espíritos, mas todos chamam mais de Aurora Boreal.
Fui me aproximando mais até que chego a ponta do penhasco, vendo sua luz iluminando a floresta de coníferas lá em baixo.
Fiquei a olhando, apenas imaginando se meus pais estão me observando de lá de cima.
Eu quero muito saber se existem outros lobos neste reino gelado, mas também quero saber se os espíritos podem me responder.
Então eu respirei fundo e uivei o mais alto que pude.
Escutei o meu uivo ecoar pela montanha e esperei pra ver se alguém me respondia, nada, nadica de nada, nem um único som.
Olhei para os Espíritos e agradeci mentalmente por terem se mostrado, olhei para a floresta além e parece que a luz dos Espíritos ficou mais forte, porque eu consegui ver que mais para o Sul, não tem gelo. Tem uma floresta normal, já tenho meu curso, a partir de depois de manhã eu vou começar minha jornada para chegar lá.
Dei a volta e entrei na caverna para dormir, pois assim que o sol nascer, eu vou descer a montanha.
Sonho on
Eu estava dormindo na toca dos meus pais até que acordo escutando uivos, nosnados e outros sons. Minha mãe entrou correndo na toca, ela estava com alguns arranhões nas costas.
Mãe: vamos Kora. Temos que sair daqui.
Eu: o que está acontecendo mamãe?
Mae: estamos sendo atacados por uma alcatéia de lobos da montanha.
Eu me levantei rapidamente, saímos de toca, eu vi vários lobos da nossa alcatéia lutando com lobos bem maiores que eles e parece que meu pai está enfrentando o alfa, o alfa derrubou meu pai e mordeu o pescoço dele com força, minha mãe me empurrou para dentro da floresta e nos duas comecamos a correr pra longe do nosso território, escutamos uivos e passos rápidos atrás de nós e vimos dois lobos da montanha correndo atrás de nós.
Fomos nos esquivando de árvores e arbustos par confundi-los mas não ajudou muito, um deles estava quase me alcançando quando minha mãe pulou nele mordendo seu pescoço. Ela se colocou na minha frente e avançou no outro, eles começaram a brigar, ela já estava cheia de arranhões e marcas de mordida, até que o primeiro que ela derrubou chegou por trás dela e mordeu seu pescoço, ela caiu no chão sangrando muito e mal se mexia, o pior é que eu estava parada só observando sem poder fazer nada, até que aqueles dois me vêm e utilizando seus últimos minutos de vida minha mãe grita...
Mãe: CORRA, CORRA PRA LONGE E NAO OLHE PRA TRÁS!
Fiz o que ela mandou e comecei a correr o mais rápido possível, aqueles dois me perseguindo, até que uma forte tempestade de neve começou e eu me escondi no buraco de uma árvore, eles não me encontraram e foram embora.
Sonho off
Acordei ofegando, novamente acordei por causa de uma lembrança, um pesadelo.
Me levantei e sai da caverna, o sol está nascendo e ja posso descer a montanha.
Comecei a descer, o mesmo caminho que fiz para subir, mas quando eu me aproximo de uma árvore, eu escuto um baixo choro.
Sigo em direção a árvore de ondevem o choro e vejo um bichinho bem pequeno, tem asas transparentes e parece ser uma garota.
Eu: porque tá chorando?
Bichinha: AHHHHH*se esconde atrás de uma folha*
Eu: calma. Nao vo te machucar.
Bichinha: quem é você?
Eu: me chamo Kora. E você?
Bichinha: me chamo Sílex.
Eu: ok. Que tipo de inseto você é?
Sílex: não sou um inseto. Sou uma fada!
Eu: fada? Mas não são histórias para bebê dormir?
Sílex: as histórias contadas são verdadeiras, porém foram distorcidas com o tempo, se tornando muito fantasiosas.
Eu: o que faz aqui?
Sílex: o refúgio de fadas onde eu morava foi atacado por uma alcatéia, eu consegui fugir.
Eu: está com frio?
Sílex:*acena que sim*
Eu: pode subir. Meus pelos vão te manter aquecida.
Ela me olhou surpresa e voou com dificuldade se deitando na minha cabeça, ela ficou se aninhando e acariciando meus pelos.
Sílex: é quente e fofo.
Eu: tá. Mas se segure, eu vou terminar de descer a montanha.
Sílex: tá.
Eu voltei a andar só que com cuidado pra ela não cair, sério, ela é bem pequenininha, acho que deve ser um pouco menor que minha orelha.
Depois de um tempo andando o sol está quase se pondo e finalmente chego até minha toca.
Eu: chegamos Sílex.
Sílex: tá.
Eu me deitei no chão e a Sílex é aninhou em cima das minhas costas, eu coloquei a pinta da calda em cima dela para aquece-la e ela a abraçou, depois de um tempo ela pegou num sono e eu também.
Oi,
Eu sei, dois capítulos no mesmo dia, mas como o primeiro foi curto, eu resolvi postar logo esse. Bom, espero que estejam gostando.
Até o próximo capítulo.
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