06
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Capítulo 06
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Antes
HOUVE UM TEMPO EM QUE VAENIR tinha um pai, uma mãe e uma irmã. Um tempo em que seu pai lhe contava como a história da galáxia, de heróis que buscavam a paz, e sobre a Força. Um tempo em que sua mãe trançava seu cabelo e lhe dizia que o cabelo da menina era quente como o fogo e que ela seria uma guerreira implacável. Um tempo em que Vaenir segurava a irmã mais nova no colo, segurava sua pequenina mão e sabia que um dia seria só elas duas contra o mundo.
Houve um tempo em que Vaenir sentia medo porquê o via nos olhos do pai e nos abraços da mãe. Eles não tinham um lar fixo, sempre fugiam. Mas Vaenir lembrava-se de uma fuga especifica no meio da noite em uma nave maltrapilha e não registrada, a mãe era uma boa piloto e guiava-os pela galáxia com a irmã menor em cima dos painéis de controle observando tudo. Chegaram em uma noite tempestuosa, o pai a cobriu com uma capa e desembarcou deixando a esposa e a caçula na nave.
Eles andaram por uma mata, ao menos hoje Vaenir não saberia descrever o local com clareza, estava escuro e chovia muito. O pai parou na porta de uma cabana e quando ela se abriu, havia um homem segurando uma lamparina. Os olhos pertubados e cansados olharam para o pai de Vaenir e então repousaram na garota.
— Não. — O homem disse simplesmente e aquilo deixou Vaenir mais gelada do que a chuva que os atingia no momento.
— Por favor, mestre Skywalker. — Pediu o pai de Vaenir. — Não temos mais para onde ir.
— Não estarão seguros comigo, principalmente as crianças. — O Jedi disse de uma maneira sombria.
— O que eu faço? — Perguntou o pai de Vaenir, e a nota de desespero em sua voz ressoou no peito da menina.
— Busque uma nova vida para elas em um lugar remoto. — Orientou Luke. — Que elas não saibam o próprio nome e que não cresçam com você. Você é um risco para elas, sabem que se te encontrarem chegarão até sua família.
— Mestre Skywalker… — O pai tentou novamente, o outro homem o cortou.
— Vá! — O Jedi olhou nos olhos de Vaenir. — Não posso treiná-la, nem salvá-la.
Ele apagou a lamparina e a sensação era que algo havia apagado dentro deles, e o pai de Vaenir saiu com ela no colo debaixo da chuva para voltar à nave. Ela nunca mais esqueceu de Luke Skywalker, o guerreiro havia apagado sua última chama de esperança naquela noite. Ela nunca esqueceu a primeira pessoa que lhe negou ajuda e o medo era mais gélido do que as gotas que caíam sobre si, a respiração ofegante de seu pai não era pela corrida que fazia em meio a floresta. Era porquê estava chorando.
Agora
GAEVR ESTAVA NO COMMAND SHUTTLE COM KYLO REN AO SEU LADO. Eles estavam próximos da órbita de Takodana olhando para a galáxia pela grande tela transparente da nave, os planetas em meio à imensidão orbitavam no reflexo do capacete de Ren quando ela o olhou. Em seguida ela encarou a Estrela da Morte que se erguia ameaçadora como se tivesse surgido no horizonte da galáxia para anunciar a destruição.
A nova Estrela da Morte fora construída a partir do núcleo de um planeta e usava a energia dele para gerar seu raio. Havia uma maneira de espelhar o seu raio e atingir mais de um alvo de uma vez, destruição em massa sempre fora o propósito daquela arma. Agora eles assistiam enquanto o horizonte ficava avermelhado, uma linha destruidora era desenhada atravessando a galáxia, a linha se tornou três, cada parte sendo direcionada aos principais planetas da Nova República.
Naquela imensidão escura que era a galáxia, vermelho era uma luz tenebrosa que abria um caminho de caos ao atingir o primeiro planeta. Gaevr sentiu a ponta dos dedos formigando, o coração palpitava alto enquanto ela assistia. O segundo e em seguida o terceiro planeta foram atingidos, o raio vermelho varria tudo pela frente e despedaçava mundos inteiros. Era alarmante e mais assustador ainda contemplar tudo aqui no silêncio do espaço.
Gaevr se sentia daquela forma, uma destruição implacável e silenciosa.
— O que você sente? — Kylo Ren perguntou quando não conseguiu absorver com clareza suas emoções.
— Nada. — Ela sussurrou. — É como se isso não fosse o bastante, como se nada pudesse me preencher.
Como ele permaneceu em silêncio, ela perguntou:
— O que você sente?
— Que não há como voltar atrás. — Ele murmurou, talvez até sabendo que não fazia sentido mentir. — É como se tudo o que restasse de mim, estivesse morrendo.
— Sempre dói. Mas não há outro caminho no Lado Escuro da Força. — Ela acrescentou. — É melhor ser temido do que viver sentindo medo.
Naquele momento, a presença um do outro era melhor do o nada. Eles assistiram os pedaços das ruínas da República se desfazerem em silêncio no vazio do espaço.
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O
Command Shuttle pousou em Takodana e abriu a entrada. No instante que Ren colocou seus pés no solo do planeta, ele imediatamente pode sentir tudo. Ele sentia o solo, o vento sobre as árvores e as águas de um rio que se movimentava ao longe. Em meio a tudo aquilo havia o som de tiros de blaster, lasers, bombas e gritos de comando. O mundo parecia desacelerar e Kylo Ren sabia muito bem em qual direção seguir, Gaevr o guiava instintivamente.
Ambos podiam sentir a energia sutil e tão óbvia, a presença de alguém além deles dois. Gaevr captava aquilo tão bem como um aplificador natural, com a certeza ela trazia o sentimento de familiaridade com aquilo. Ela caminhou na frente e Ren a seguiu.
Se afastaram do conflito principal entre stormtroopers e a Resistência, adentraram na floresta em um ritmo sem pressa. Estavam se aproximando cada vez mais até que entre folhas e galhos secos, Ren enxergou o droide. Uma unidade BB branco e laranja que deslizou pelo chão para longe dele assim que o viu.
Em um primeiro momento ele quis alcançar o droide, mas então percebeu Gaevr concentrada em outro ponto. Ao olhar para o lado viu uma garota, ele soube então que era a presença que Gaevr sentia. A garota tinha um blaster nas mãos e disparou na direção de Gaevr. O tiro parou no meio do caminho, Gaevr ergueu a mão e ao mesmo tempo em que desviava o laser para uma arma qualquer também desarmou a garota.
Ren sentiu Gaevr amplificar as emoções de Rey, ela estava resistindo e era forte. Era como se fosse uma barreira mais espessa, muito diferente de quando Poe estava resistindo. Ela piscava os olhos conzentos com o esforço que fazia, o corpo paralisado estava suspendido no ar por Gaevr. Kylo Ren conseguiu ver sua mente, ela conhecia o mapa, mas não conseguia acessar ou resgatar os detalhes.
Gaevr o impediu de continuar.
— Vamos pegar o droide. — Ela disse visivelmente incomodada sentindo as emoções da garota.
Rey.
A garota se chamava Rey, ele sentiu quando o nome ressoou com as emoções de Gaevr.
— A garota viu o mapa, esqueça o droide. — Ren se opôs. — Já temos o que precisamos.
Ela estalou os dedos no ouvido de Rey e a garota perdeu a consciência. Gaevr a manteve suspensa no ar até Kylo Ren pegar a garota no colo, durante o caminho rápido de volta para o Command Shuttle ele pode sentir que Gaevr não estava conseguindo parar as próprias emoções e algo naquela situação estava a deixando extremamente desconfortável.
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notas: queria deixar uma nota bonitinha, mas eu estou quase desmaiando de sono. mas eu precisava terminar o capítulo de hoje, estou muito feliz por estar batendo meu record de atualizações haha. até a próxima atualização. um beijo cheio de estrelas e que a Força esteja com você.
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