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Capítulo 04

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O PILOTO DA RESISTÊNCIA FORA colocado em uma cela e preso à uma cadeira. Primeiro deixaram que os solfados começassem o interrogatório e como esperado, o piloto resistiu às ameaças, aos insultos e aos socos. Foi quando Ren e Gaevr entraram na sala, osnsoldadosbos deixaram sozinhos com o piloto que estava desacordado.

Gaevr se aproximou do homem e observou a pálpebra dos olhos dele tremerem, viu o suor e o sangue que escorria pela sua têmpora. Ela sentiu nele os mesmos sentimentos de antes, convicação e esperança, mas também uma pequena parcela de medo. Ela se concentrou no medo e deixou que as emoções do homem fluíssem pela cela.

Kylo Ren ergueu a mão, ele havia captado tudo que Gaevr estava conseguindo acessar. O piloto abriu os olhos acordando em um susto. Suabidentidade e seus anseios estavam expostos, Gaevr adentrava em sua mente procurando pelo mapa.

— Poe Dameron, o piloto mais rápido da Resistência,  braço direito de Leia Organa. Você viu o mapa, Poe? — Questionou Ren, sua voz ecoando rouca e robótica pela cela.

Poe ficou tenso, Gaevr sentiu a barreira crescer em sua mente.

— Não... — Dameron murmurou com o rosto avermelhado, o suor escorrendo pela sua têmpora, estava reunindo todas suas forças naquilo.

Ren moveu a mão e Poe se contorceu na cadeira com um grito.

— Não vou… entregar... — O piloto murmurou com todo o esforço que podia.

— Gaevr! — Ren a alertou, mas ela teria sentido mesmo que ele não avisasse. Poe Dameron não aguentou a dor e em meio ao sofrimento, Gaevr achou passagem na mente dele.

Em meio a esperança, sempre havia o medo. E naquele medo ela soube, ele não havia visto o mapa. Estava com um droide em Jakku.

Ren abaixou a mão e o corpo de Poe relaxou sobre a cadeira com ele perdendo a consciência. A porta da cela se abriu e Gaevr saiu com Ren a seguindo até o corredor onde o General Hux esperava por eles.

— O piloto deixou o mapa com um droide em Jakku. É uma unidade BB. — Gaevr informou o general.

Hux mantinha as mãos cruzadas nas costas e seu olhar avaliava a máscara de Gaevr.

— Vou pedir que preparem a nave para voltarem a Jakku. — Ele disse com os olhos azuis observando agora a postura tensa de Kylo Ren.

— Não. — Disse Kylo cortando Hux de repente. — Vamos deixar essa parte com você.

Gaevr pode sentir a raiva crescente de Hux, mas tudo o que ele fez foi acenar com a cabeça e se retirar. Ela e Ren continuaram a caminhar pelo corredor da estação, ela reparou que toda vez que um droide ou um soldado ceuzava o caminho deles, imediatamente paravam para dar passagem a Gaevr e Ren.

— Vejo que não sou a única que se dispôs a competir com você. — Ela murmurou. — General Hux parece bastante incomodado com sua autoridade.

— Ele não é um problema. — Ren murmurou.

Eles chegaram até uma intersecção de corredores escuros, agora era soldados de guarda que faziam vigia na área dos aposentos. A luz era mais fraca e somente droides de limpeza passavam vez ou outra pelo corredor.

— De qualquer maneira, fique esperto. Eu odiaria que Hux te ultrapassasse, por quê isso é o que eu vou fazer. — Gaevr continuou pelo corredor da esquerda na direção oposta de Kylo Ren.

Tendo em vista que a raiva de Ren era algo que o deixava instável e avaliando que ainda não possuíam o maldito mapa, era bom que ela tivesse um plano secundário. Caso as coisas continuassem desfavoráveis daquela maneira, ela não iria querer que a fúria do Supremo Líder recaísse sobre ela. Era bom que sua primeira tarefa em supervisionar a recriação de uma arma estivesse indo bem ao ponto de Snoke permitir que ela saísse da base principal.

O fato de Snoke tê-la colocado com Kylo Ren a deixava em parte irritada, ela já podia sentir que ele seria complexo. Talvez fosse exatamente por isso que Snoke a colocou tão perto dele, para deixar Kylo Ren vacilar. Mas a ideia também a deixava com raiva, os homens deveriam lidar com suas próprias fraquezas. Gaevr estava mais ocupada em seguir seu caminho para o poder.

Ela entrou em seus aposentos e quando a porta fechou atrás de si, ela tirou o capacete e respirou fundo. A liberdade com que o ar entrou em seus pulmões era aliviadora, a solidão do seu quarto sem olhos para a observar ou emoções para esmagá-la era como a liberdade que raramente sentia. Caminhando em direção ao banheiro ela foi se desfazendo das botas, da capa e do uniforme que usava tanto tempo que às vezes até parecia ser sua própria pele.

Ao chegar no banheiro ela evitou o próprio reflexo. Ela raramente se olhava, isso porquê sem o capacete que lhe cobria o dia todo sentia-se de novo uma criança frágil. Quando ligou o chuveiro e a água quente molhou seu corpo, deixou que lavasse também as lembranças de quem ela foi e as substituiu pela ganância de quem queria ser.

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Geralmente o sono dificilmente vinha, mas naquela noite Kylo Ren não conseguiu afastar o cansaço com sua fúria. Mais uma noite de sonhos turbulentos e ele estava cansado o bastante para aceitar mesmo os pesadelos, eram uma companhia incômoda, mas eram a única possibilidade no momento.

Quando fechou os olhos e sua mente desligou da realidade, ele ouviu um sussurro distante e convidativo. De repente ele sentia uma presença, como quando se está dormindo e sabe-se que há alguém do lado. Porém não era uma presença estranha e incômoda, era uma presença familiar que o preenchia. Ele relaxou e sua mente seguiu a energia ultrapassando barreiras facilmente como se fosse um rio seguindo seu curso natural.

Ele viu imagens fragmentadas de uma criança, cabelos ruivos e olhos azuis. Era como um quebra-cabeça que não conseguia ver por completo, como uma lente desfocada que embaçava em alguns pontos e não era possível ver com clareza. Mas ele sentia com clareza, sentia a dor da perda, o medo, sentia o gosto salgado das lágrimas como se fossem suas, como se o choro da criança fosse seu.

E então sentiu a fúria e algo em sua mente sussurrou o nome.

Vaenir.

Era o nome da criança que se afogava na dor. E depois quando o choro cessou, ele sentiu a distância aumentar como se houvesse um bloqueio. Havia uma raiva que o afastava para longe como se estivesse resistindo a ele.

Saia da minha cabeça.

Kylo Ren acordou, mas não se moveu ou abriu os olhos. Ele respirou fundo mantendo a concentração e percebendo que a presença ainda era forte como se estivesse ao seu lado, agora ele conseguia reconhecer quem era.

Gaevr continuava em silêncio, sua resistência à presença de Ren era palpável. Ele tentou se lembrar do rosto da criança, mas não a havia visto de fato. Ele conhecia Gaevr, sua energia, mas não o seu rosto. Entretanto, ele agora sabia o seu nome e sentia os seus pesadelos.

— Eu não estava tentando ver. — Ele murmurou com a voz grave e baixa. — Eu apenas vi. Parecia que estava me chamando.

Gaevr não respondeu. O cansaço veio novamento e Kylo Ren voltou a dormir, sem sonhos desta vez. Mas o vazio de antes não estava mais lá, a presença de Gaevr parecia encher o aposento com a energia da Força. Era uma ligação intensa que ele precisaria descobrir como desfazer o mais rápido possível. Poderia aprender a usar para explorar as fraquezas de Gaevr, mas era um caminho que também dava acesso a mente dele. E talvez esse fosse um risco que não valia a pena correr, por mais que a presença de Gaevr fosse melhor do que presença nenhuma.

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notas: olá, galaxies! espero que tenham gostado do capítulo, estou fazendo eles em um formato pequeno ( em torno de 1200 palavras). assim fica mais fácil de eu manter as atualizações diárias para finalizar o primeiro ato. eu amo a gaevr e quero explorar bem mais o passado dela. to apanhando pra escrever o kylo ren devidamente, ele é um personagem complexo e que não acho que foi bem desenvolvido no filme. vou tentar mais profundidade a ele também!

obrigada por dedicarem parte do seu tempo lendo esta fic.
que a Força esteja com você.