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Capítulo 03

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Antes

GAEVR RECEBEU SEU NOVO NOME CEDO e passou boa parte de seu crescimento sem ter um rosto humano por perto. Não havia nenhuma figura que pudesse lhe aproximar de afeto ou de bondade, Gaevr conhecia apenas o rosto do Líder Supremo. Ela possuía algumas memórias de sua família, os pais eram covardes e a irmã insignificante. Ela nunca se deixaria ser subjugada por alguém como seus pais haviam feito, ela recorreria a qualquer coisa para nunca mais ser tomada como fraca.

O rancor do abandono crescia no âmago da garota. Ela tocou em um sabre de luz pela primeira vez só aos treze anos, antes disso o que treinava era como sentir o poder e como usá-lo. Ela aprendeu que existe uma energia e que ela não era boa ou má, mas que era possível usá-la. Gaevr achava que a Força fora a primeira coisa no universo que não havia a rejeitado e mais do que isso, lhe permitia usá-la e através dela ter poder. A Força foi a primeira coisa que Gaevr se permitiu manter em seu coração.

Mas esse mesmo coração já acumulava dor o bastante para suprimir qualquer resquício de luz. A Força era uma energia neutra, enquanto os propósitos e as motivações da garota de tornavam mais sombrios. O ambiente onde crescera lhe assegurava que não tivesse nenhum tipo de ligação com o mundo afora, para não desenvolver conexões emocionais.

Seus pais foram mortos e Gaevr que na época se chamava Vaenir, fora levada por um Caçador de Recompensas até o Capitão Namor que acompanhava seu desempenho de perto. Esporadicamente ela era levada até Snoke que se apresentava como seu Mestre. Inicialmente ela tentou fugir, acabou com cinco stormptroopers aos quinze anos. A arrastaram até a sala do Líder Supremo e em vez de lhe repreender, Snoke orientou que se ela usasse aquela raiva teria acesso a um poder ilimitado.

Snoke queria lealdade em troca de poder. Gaevr lhe daria enquanto fosse necessário.

Enquanto crescia ela entendia que sua mente e emoções fluíam através da Força com uma grande facilidade, se conectar a outras mentes, sussurrar em outras consciências era cada vez mais fácil e ainda mais prazeroso quando alguém se dobrava diante dela.

Aos dez anos em sua primeira meditação Vaenir fechou os olhos, aos quinze anos ela os abria como Gaevr.

A caverna úmida e escura onde crescera com uma tropa e um Capitão deixara de ser uma prisão para ser uma casa. Snoke lhe oferecera poder e ela não iria recusar.

Vaenir era ninguém, era uma garotinha que morrera com medo da escuridão que lhe a cercava. Gaevr abraçara a escuridão.

Agora

General Hux estava na sala principal com Gaevr e Kylo Ren, um holograma com a localização do planeta Jakku estava sobre a mesa. Gaevr observava com atenção.

— Mas a mensagem que interceptamos indicava uma localização diferente. — Ela relembrou.

— Suspeitamos que a mensagem tenha sido uma armadilha. Poderiam sentar nos mandar para outro local como distração. — Hux ressaltou e em silêncio Gaevr concordou com a possibilidade.

— Mas como chegamos a suposição de que o planeta correto é Jakku? — Gaevr ponderou.

— A suposição é minha. — Kylo Ren afirmou se aproximando um passo da mesa. — É um planeta que já tem um histórico com a Resistência. Rumores sobre oposições se fortalecendo em planetas remotos, não seria a primeira que Jakku estivesse de alguma forma atrelado a esconderijos de rebeldes.

— Já tivemos outras pistas referentes a Jakku, mas nenhuma que fosse uma ameaça forte o bastante para valer nosso tempo. — Hux moveu o holograma com o indicador aproximando o mapa da localização exata de onde realizariam o pouso.

— A tropa irá na frente para cercar a pequena tribo, pousaremos em seguida para averiguar os prisioneiros e identificar quais podem saber do mapa. — Concluiu Gaver. — Ordene à Capitã Phasma que não deixe nibguém escapar. Assim que conseguirmos o mapa, executem todos.

General Hux assentiu com a cabeça.

— É bom que os rebeldes saibam que não iremos tolerar oposições, mesmo que venha de uma pequena tribo. Vamos enterrar a esperança deles nas areias de Jakku. — Gaevr ergueu a mão e fez um gesto dispensando o General Hux, ele saiu da sala para passar as ordens para a Capitã e as tropas.

— Então é aqui que começamos. — Concluiu Ren quando só ele e Gaevr estavam na sala. — Tem certeza que quer fazer disso uma competição?

— Está inseguro, Kylo Ren? — Gaevr provocou. — Não há como evitar que caminhamos para isso. Mas pense nisso como um desafio. Vai ser divertido!

Ele não respondeu, mas ela conseguia sentir a raiva emanando dele. O sentimento de fúria pesava de uma maneira silencioso, Kylo Ren sempre parecia prestes a explodir.

As tropas pousaram orimeiro em seguido o Command Shuttle aterrisou em Jakku. A entrada da nave se abriu e Gaevr saiu com Kylo Ren ao seu lado. Assim que suas botas tocaram o solo areioso ela olhou ao redor observando os stormtroopers dominando os rebeldes. Era visível que houve uma fraca tentativa de defesa por parte dos aldeões, mas eles eram poucos, com armas fracas em comparação à Primeira Ordem.

Os stormtroopers ainda trocavam tiros com poucos que ainda resistiam, mas sua desvantagem deixavam claro que Gaevr e Ren já haviam ganhado a pequena batalha. Os aldeões foram colocados juntos em um pequeno grupo cercado pela tropa da Primeira Ordem. Eram mulheres e homens mais velhos, haviam poucas crianças e idosos. A Capitã Phamas jogou um senhor na direção de Ren e Gaevr.

O homem tropeçou, mas conseguiu se manter em pé. Seus cabelos eram branco e ralos, mas ele era alto e imponente, não demonstrou receios. Gaevr sentia fluir dele emoções que lhe incomodavam, eram sentimentos que há muito tempo ela não sentia por si só. Convicção e esperança fluíam do rebelde. Ele observou o capacete escuro e vermelho de Gaevr e em seguida encarou Ren.

— Você envelheceu. — Caçoou Ren.

— O que houve com você foi pior. — Retrucou o homem e aquela fala atingiu Kylo, Gaevr podia sentir uma vibração passar por ela. — Você não é isso. Você não é o Lado Obscuro.

— Eu vou te mostrar o que é escuridão. Me entregue o mapa. — Ele fez um esforço para manter a voz no tom grave e mais equilibrado.

— Você não é escuridão. Eu te conheci antes que se tornasse Kylo Ren. Eu sei que seus pais não criariam alguém assim, você nasceu na resistência. — O homem continuou a falar e cada palavra era como uma foice no peite de Ren.

Gaevr podia sentir a ponta dos dedos formigando, cada batida do coração era uma martelada. E toda a emoção não era dela, era de Kylo. Ele não aguentou o peso dos sentimentos, sua fúria falou mais rápido e assim ele ligou o sabre e com um golpe rápido atingiu o homem com um corte vertical.

Gaevr suspirou:

— Lá se vai nosso mapa…

— Não! — Uma voz masculina gritou do outro lado.

Gaevr sentiu no ar o pressebtimento de que o tiro estava se aproximando. Sua mão se ergueu antes que sua cabeça virasse na direção da voz, quando ela olhou viu o tiro de blaster que ela havia paralisado no ar. O tiro teria certado Kylo Ren, estava na altura de sua cabeça e quem havia disparado o tiro fora interceptado pelos stormtroopers.

Os soldadoa carregaram o homem até Gaver e Ren e o colocaram de joelhos na areia. Ao contrário do homem anterior, este era jovem. Mas os mesmo sentimentos fluíam dele, convicção, esperança e certamente este era mais audacioso. Em nenhum momento ele abaixou a cabeça e encarou Ren nos olhos.

Kylo se agachou para encarar o homem nos olhos. Gaevr reparou que ele estava com o uniforme de piloto e por mais que ele se mantivesse firme e convicto, o coração do jovem estava acelerado receando que descobrissem algo.

— Então, quem de nós fala primeiro? — Ele perguntou em um tom irônico depois de um longo período de silêncio.

— O velho entregou o mapa para ele. — Gaevr confirmou assim que conseguiu interpretar as emoções do piloto.

— Vamos levá-lo conosco. Coloquem ele na nave. — Ren declarou para os soldados.

O piloto da resistência foi algemado e arrastado em direção à nave. A Capitã Phasma se aproximou e perguntou:

— Quanto aos aldeões, continuamos com o plano?

Gaevr assentiu.

— Executem todos.

Os tiros dos blaster dos stormtroopers foram muitos, mas não o bastante para abafar os gritos dos aldeões que foram executados. Foi rápido, mas o gritos e as emoções dos aldeões ecoaram em Gaevr mesmo depois dela ter embarcado de volta na nave com Kylo Ren ao seu lado.

Ela tentou controlar as batidas aceleradas em seu peito, abaixou a cabeça e encarou as botas cheias de areia de Jakku. Ela odiava areia, estava em todo lugar, entrava em todo lugar e arranhava. Era um incômodo pequeno, mas constante. Era como o medo e os gritos dos aldeões dentro de si, arranhavam algo lá no fundo que ela quase esquecera que tinha.

Kylo Ren se virou para ela a observando em silêncio por um instante e então perguntou:

— Por quê se precipitou e parou o tiro do blaster antes de mim?

— Porquê você estava distraído com o velho. — Ela balançou a cabeça. — Foi uma questão de praticidade, nada mais. Entretanto, tente controlar sua raiva. Você garantiu que seus sentimentos não seriam um impecilho.

— Mantenho minha palavra. — Ele a observou um pouco mais. — Mas vejo que para você agora os sentimentos estão pesando mais.

Gaevr respirou fundo e endireitou a coluna batendo as botas no chão, sacundindo a areia junto com o pensamento sobre as mortes dos aldeões. Tirando de si tudo que restava de Jakku e falou:

— Não se preocupe comigo, afinal não sou que tenho um passado tão ligado à Resistência. — Ela deixou claro que estava prestando atenção no que o velho dissera a Kylo Ren, ela sabia mais dele do que ele sabia dela. Essa era uma vantagem que ela não ia deixar passar.

Gaevr tinha uma facilidade em ler e manipular emoções com a Força, mas por ter passado tanto tempo sem conexões humanas, todas as emoções sentidas em Jakku foram mais intensas do que o esperado. Mas ela não se permitia sentir remorço ou compaixão, suas emoções precisavam ser dominantes naquele momento. E em Gaevr só havia espaço para fúria e caos.
      

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notas: estou bastante insegura em alguns pontos, sinto que ainda não consegui encontrar um ritmo certo na narrativa. é a primeira vez que escrevo algo sobre star wars e por ser um universo complexo, acho que ainda não consegui traduzir bem em palavras algumas coisas. mas sigo tentando e espero de coração que estejam gostando. obrigada por estarem aqui acompanhando, significa muito pra mim.

até o próximo capítulo e que a Força esteja com vocês!

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