Uma noite que jamais será esquecida (Parte 02)
"A minha relação que tinha com uma das pessoas mais importantes da minha vida, nunca foi mais a mesma desde o acidente e não estou conseguindo aceitar isso de jeito nenhum". — Beatrice Hayes
Na manhã seguinte...
Acordei com uma certa dificuldade, por conta que ainda estava sentindo algumas dores, leves, porém, o suficiente para me despertar. Assim que os meus olhos se abriram, vi que estava em um lugar super claro, por uns milésimos de segundos, achei que tinha morrido e estava no céu. Mas a realidade caiu sobre o meu colo, quando ouvi uma voz desconhecida me chamando:
— Bom dia, senhorita Beatrice Hayes. Vejo que conseguiu acordar, queria saber se você sabe onde está? — Perguntou, a voz masculina que ainda era desconhecida para mim.
— Não sei, mas tenho certeza que não estou no céu e não, isso não foi uma cantada, senhor... — Disse toda sem graça e pausei, torcendo que ele completasse a minha frase como uma forma de se apresentar à mim.
— Perdão pela minha falta de educação. Eu sou o Doutor Derek Müller e a senhorita está internada em um hospital desde ontem à noite. E não se preocupe, a sua mãe está se recuperando bem após passar por uma cirurgia de emergência. Ela só precisará se adaptar a sua nova realidade e... — Me comunicava com toda a destreza do mundo, mas acabei o interrompendo quando tentei levantar imediatamente da cama no qual, ele teve que me deter por conta de está toda enfaixada e cheia de aparelhos.
— Doutor, por favor me deixe ver aonde está a minha mãe. Eu preciso urgentemente vê-la para pedir desculpas por fazê-la parar neste lugar. Se eu... Não tivesse passado mal, ela não precisaria ter chamado aquele motorista de aplicativo que claramente estava bêbado e também, se eu não tivesse gritado de dor naquele momento... Aquele homem não teria olhado para trás e teria conseguido controlar o carro após desviar daquele bicho e voltado à dirigir normalmente. — Desabafava, enquanto lembrava de cada segundo daquele acidente e as lágrimas desciam sem parar do meu rosto.
— Não diga isso, senhorita Hayes. Você não teve culpa nenhuma nisso... Os acidentes simplesmente acontecem, muitas vezes não tem como evitá-las por mais que sejamos cautelosos nas estradas. E por favor, se acalme para que possa se recuperar de seus ferimentos. E só a permitirei que a veja, quando eu ver que o seu quadro teve uma melhora consideravelmente. A sua mãe ainda não acordou da anestesia por completo, ela ainda se encontra dormindo. Já o motorista, digamos que ele não teve muita sorte, ele acabou morrendo antes da ambulância chegar lá no local do acidente. — Me explicava com toda a paciência do mundo, enquanto me ajeitava na cama direito.
— Ok, mas eu quero vê-la logo e onde estão o meu irmão e o meu pai? Eu preciso vê-los, por favor. — Eu o pedi, já sentindo uma certa dificuldade para respirar como se tivesse gastado todo o meu oxigênio para dizer estas últimas palavras.
— Eu irei chamá-los, porém, eles não poderão ficar aqui por muito tempo já que o horário de visita acaba em menos de quarenta minutos. Tudo bem para você? — Ele me explicou e me propôs como se fosse um tipo de acordo.
— Pode ser, eu só quero vê-los e pedir desculpas por tudo que nos aconteceu ontem e... — Falava e as minhas lágrimas desciam em cada palavra que saía dos meus lábios.
Ele simplesmente apenas assentiu e se retirou do quarto, enquanto eu chorava copiosamente até chegar ao ponto que mais uma vez, fiquei com falta de ar. Não sei se eram por conta dos ferimentos ou dos medicamentos, só sei que me sinto extremamente cansada desde a hora que acordei. Espero que seja algo passageiro, porque estou odiando ficar assim.
Não demorou mais do que dez minutos até que os homens da minha vida, finalmente aparecerem no meu campo de visão. As minhas lágrimas se cessaram, quando os vi entrarem e se aproximarem com a intenção de me darem um abraço. Cada um me abraçou fortemente, só sei que os abraços deles me fizeram sentir muito segura e que, de uma certa forma, eles ficaram aliviados por me verem bem mesmo apesar de tudo.
Eu sinto que eles estão me escondendo algo, espero que seja apenas mais uma paranóia que esteja afim de entrar na minha lista infinita de paranóias mesmo...
Assim que se passou este momento que não trocamos nenhuma palavra e sim, apenas ficamos nos encarando e esperando que um de nós, inicie a conversa. Decidi que seria eu, porque os conheço muito bem para saber que iríamos viver neste limbo silencioso para sempre:
— Pai, o médico não quis me contar o que realmente aconteceu com a mamãe. O que ela terá que aprender a lidar com a sua "nova realidade"? Por favor, não ominta nada sobre ela, é a única coisa que te peço. — O indaguei, já chorando só de lembrar do que ela deve ter passado por minha culpa.
— A... A sua mãe está bem, minha filha. Não se preocupe, ela só precisou passar por uma cirurgia de emergência e já se encontra bem, só estamos aguardando que ela acorde para podermos vê-la. Diz o médico que fez a cirurgia dela que, provavelmente ela acordará amanhã de manhã. Foi uma cirurgia bem-sucedida e logo, ela ficará bem e ser a pessoa que sempre foi, no qual amamos muito. — Me respondeu, com os olhos cheios de lágrimas e evitou ao máximo em me encarar.
E isso me fez suspeitar mais ainda de que, eles estejam me escondendo do que será da mamãe daqui pra frente. Então, fiz menção para que o meu irmão se aproximasse de mim. Com ele, eu já consigo arrancar mais informações do que com o papai, eu acho que ele não quis me contar tudo para me proteger ou algo do tipo. Assim que o Tony se aproximou, pedi para o patriarca que nos deixasse a sós só por alguns instantes e assim ele o fez. Estendi a mão para que o meu irmão o segurasse, ele relutou por alguns segundos, mas acabou a segurando no final:
— Tony, sei que temos as nossas diferenças. Mas sei que você não teria coragem de me esconder nada, certo? — Disse, enquanto o encarava diretamente o obrigando a fazer o mesmo.
— Certo. — Me respondeu simplesmente e soltou um suspiro de frustração no final.
— Então, por favor me conte o que será de nossa mãe daqui pra frente? Eu preciso saber de uma vez por todas, não estou aguentando em viver nesta agonia e incerteza de como será a vida dela por causa que, eu não consegui disfarçar o suficiente para ela não perceber que estava morrendo de dor de cabeça e... — O perguntei e acabei desabafando, porém, acabei sendo interrompida pelo mais velho.
— Cala a sua boca, Beatrice. O que aconteceu com a mamãe, não foi a sua culpa e sim, daquele maldito motorista que não deveria ter bebido muito antes de aceitar a corrida do aplicativo. Ele é o verdadeiro culpado disso tudo, se não fosse por ele!? Você não estaria aí, cheia de curativos e aparelhos. A nossa mãe não teria se tornado uma paraplégica, se os incompetentes daqueles médicos tivessem sido mais rápidos, para tomar a decisão de fazer a cirurgia dela... — Ele fez uma pausa como uma forma de tentar controlar os seus nervos.
Ele inspirou e expirou várias vezes até se sentir pronto para continuar no que estava me contando...
Ele olhou para cada canto do quarto por alguns instantes...
E depois voltou os seus olhos para mim...
— Eles demoraram cerca de meia hora para decidirem fazer a porcaria da cirurgia, se tivessem feito no exato minuto que pegaram o caso dela? Talvez, mas só um talvez, ela não teria terminado desta forma tão cruel de se fazer com alguém que é cheia de vontade de viver que nem ela. — Desabafava, enquanto que cada palavra que saía de sua boca, o seu rosto ficava mais vermelho e os seus olhos, estavam cheios de lágrimas que ele fazia de tudo para que não se derramassem em seu rosto novamente.
— O-O que??? Como assim??? A mãe ficou paraplégica??? Não, isso não pode ser verdade. E-Eu quero ver a mamãe imediatamente, preciso ver diante de meus olhos como ela está. Você está mentindo para mim, ela está bem e você só está dizendo estas coisas, para me assustar. Eu tenho certeza disso, seu idiota. — Vociferava de tão brava que fiquei ao saber de todas estas coisas que o Tony me contou.
— Desculpa, maninha. Mas infelizmente, esta é a nossa nova realidade no qual teremos que aceitar. Já que não teremos como ter a nossa justiça, já que o autor do acidente acabou falecendo no local. E a nossa mãe, terá que aceitar que não vai ter mais a sua tão amada independência em todas as áreas possíveis. Não sei se após a recuperação, a empresa irá querê-la de volta. E ela vai odiar em saber que não poderá fazer o que tanto amava, o que tanto batalhou para chegar à trabalhar naquela empresa. — Me dizia, enquanto me abraçava e não se desvencilhava, mesmo quando o batia e o xingava por ser um grande mentiroso.
— I-Isso é mentira! Você vai ver só, vou dizer tudo à ela que você teve a audácia de inventar uma mentira sobre ela e que, a cirurgia foi um sucesso e que, logo ela poderá ter a sua rotina de volta e... E ela vai te deixar de castigo até os seus trinta anos por conta disso, seu idiota. — O respondi, ainda me negando de acreditar na hipótese que a minha mãe não voltará a andar por minha causa.
— Sinto muito, mas tudo que eu disse é a verdade. E agora, tenho que ir antes que as enfermeiras me expulsem deste quarto. Amanhã, voltarei para te ver e espero que, esteja melhor e que tenha entendido que nada deste acidente, foi a sua culpa. Tchau, maninha e eu sei que você é muito chata, mimada e perfeccionista. Mas fiquei aliviado em saber que está bem, mesmo com este tanto de curativos e todas estas coisas aí. — Disse após se desvencilhar do nosso abraço e caminhou em direção à porta que o dava acesso à saída deste quarto.
Eu não consegui dizer nada a não ser em apenas vê-lo saindo diante de meus olhos. E quando me vi sozinha neste cômodo horrível que me fazia lembrar a todo instante do acidente no qual, me faz sentir que irei levar como um fardo para o resto dos meus dias. Só consegui chorar mais e mais ainda, ao ponto que chegou ao um determinado momento que fiquei com falta de ar, novamente. Eu tive que juntar todas as forças que ainda existiam dentro de mim e elevei a minha mão em direção ao pequeno botão vermelho ao lado da grade direita da minha cama que, estava um pouco elevada. O apertei com a intenção de que, alguma enfermeira entrasse lá.
E não demorou mais do que alguns segundos até aparecer uma, eu a pedi que me dê-se alguma coisa para dormir, porque não aguentava mais em chorar. A enfermeira que aparentava ter os seus quarenta anos, prontamente disse que iria pedir ao Doutor Müller que prescrevesse um medicamento próprio para isso. Cerca de alguns minutos, ela volta com um dentro de uma seringa e ela o injetou em uma bolsa de soro fisiológico que continha outros medicamentos e que, ficava pendurada em um negócio comprido que não me recordo o nome.
E quase que, magicamente, acabei entrando em um sono profundo. Acabei sonhando de como era a minha infância ao lado de todas as pessoas que sempre amei e que, ainda os amo muito. Queria muito não ter crescido, queria muito voltar no tempo, pena que é impossível cientificamente em fazer isso.
Dois meses depois...
Já tinha recebido alta e me encontrava em casa, me arrumando para visitar pela primeira vez, a minha mãe. Desde que saí daquele hospital há dois dias, não tive coragem de visitá-la ainda. Temia de ela não querer me ver, por ter a certeza que a sua vida terminou assim por minha causa. Sei que não deveria me culpar por aquele acidente, a psicóloga do hospital tentou me convencer disso. Mas lá no fundo do meu âmago, ainda diz que sou eu a verdadeira culpada disso tudo e não, aquele motorista bêbado.
Após ter terminado de me arrumar, saí do quarto indo em direção às escadas e no final dos degraus, estavam meu irmão e meu pai, me aguardando. E assim que desci o último degrau, os dois foram em direção à saída da frente de nossa casa já que, o carro prata do meu pai se encontrava estacionado na rua. Ele fez isso como uma forma de agilizar um pouco a nossa ida ao hospital e assim que entramos no carro, não trocamos nenhuma palavra e isso me fez crê que não era só eu que estava apreensiva para ver a mamãe, eles também estavam assim.
Para o clima não continuar tão melancólico, Tony pediu para ligar a rádio e deixar qualquer música aleatória tocando, só para tirar este "clima de velório", como ele acabou apelidando. E foi isso que o nosso pai fez, ligou e deixou tocando durante o percurso todo. Teve em um determinado momento que eu simplesmente parei de prestar atenção nas músicas que estavam tocando na rádio e comecei a viajar no meio de meus pensamentos.
E não demorou mais do que quarenta minutos para que, finalmente chegássemos ao nosso destino final, o hospital. Assim que o papai conseguiu estacionar o seu carro no estacionamento da Instituição de saúde, saímos rumo à entrada do lugar onde nos daríamos acesso à recepção. E após termos nos aproximado ao balcão onde se encontrava duas jovens recepcionistas, sendo que uma delas estava atendendo uma ligação e então, nos restou falar com a que se encontrava disponível:
— Bom dia, senhorita! Somos os familiares da paciente Megan Mary Hayes e gostaríamos de saber, se já podemos visitá-la agora ou não? — Perguntou, meu pai, com um sorriso gentil estampado em seus lábios e entregou o seu documento de identidade à ela.
— Bom dia, senhor Patrick Hayes, certo? Irei checar para ver os horários de visitas desta paciente. Aguarde uns instantes, por favor! — Respondeu, a recepcionista e rapidamente, ela pegou o telefone com a intenção de ligar para saber sobre isso e o meu pai, apenas assentiu e ficou aguardando desde então.
E enquanto isso, fiquei olhando para cada meio metro daquela recepção e só de pensar que, alguns dias atrás estava aqui internada também, o meu corpo fica todo arrepiado. Fui muito bem tratada neste hospital, mas não quero voltar a ficar aqui de jeito nenhum. Desde o acidente, comecei ver a vida com os outros olhos e a querer, aproveitar a cada oportunidade que surge em minha vida por mais boba que seja.
Para mim, seria uma forma de coletar novas experiências para poder contar para a mamãe. Bom, pelo menos foi isso que prometi à mim mesma...
Meus pensamentos foram interrompidos, quando ouço a voz do papai nos chamando para o acompanhar até o elevador que ficava à poucos metros de onde nos encontrávamos. E assim que adentramos na caixa metálica, começamos de uma certa forma à ficar um pouco inquietos e ansiosos também. Porque seria a minha primeira vez, me reencontrando com a mamãe e acho que eles estavam temerosos em como seria a minha reação ao vê-la. Bom, pelo menos era o que achava já que era esta a percepção que eu tinha em todas as vezes que eu os encarava.
Após as portas do elevador se abrirem, saímos e fomos em direção ao quarto do número 412. Segundo as regras de visita deste hospital, só podia entrar um por vez para não acabar estressando ou agitando muito o paciente. O primeiro a entrar, foi o nosso pai que entrou já deixando um sorriso tímido em seus lábios. A visita dele levou cerca de uns quinze minutos, depois entrou o meu irmão mais velho e ele entrou também, já adotando o mesmo sorriso que o primeiro fez.
A sua visita demorou uns cinco minutos e durante isso, fiquei tentando me acalmar já que estava começando a ficar relativamente nervosa. E principalmente, com medo de ela não querer me ver ou me acusar que tudo que lhe aconteceu foi a minha culpa. Não sei se estou preparada psicologicamente para vê-la naquela cama, tendo limitações de movimentos por conta de suas sequelas provocadas por aquele maldito acidente.
Não consegui sentar nem por um segundo, a minha ansiedade não permitia isso. Só consegui ficar andando de um lado para o outro, sinto que daqui a pouco vai acabar abrindo um buraco no chão se eu continuasse a fazer isso por mais tempo. O meu pai cansado de me ver fazendo isso, apenas foi em minha direção e me abraçou como uma forma de me acalmar. E confesso que isso, funcionou quase que em instantâneo e senti a minha respiração, os meus batimentos e pensamentos, voltarem aos seus ritmos considerados normais.
Porém, quando tinha conseguido me acalmar, tudo voltou a ficar um caos quando vi o meu irmão sair do quarto e cair a ficha de que era a minha vez agora de ir vê-la. Ele apenas olhou para mim com um olhar de compaixão e assentiu para que me direcionasse à entrada do cômodo de onde se encontrava a nossa tão amada, mamãe. Apenas inspirei e expirei várias vezes, até conseguir obter coragem o suficiente para encará-la. E feito isso, dei os primeiros passos até sobrar apenas um, para finalmente está dentro mesmo.
Levei alguns milésimos de segundos até ter a coragem de olhar diretamente de onde ela estava deitada naquela cama com os lençóis brancos e com as grades elevadas. Forcei os meus olhos para enfim, encará-la e me deparei com a pior expressão no qual nunca tinha a visto na minha vida. Uma no qual, parecia ter odiado por eu ter tido a coragem de entrar aqui, como se de uma certa forma, estivesse sido proibida de adentrar neste quarto sem a sua permissão.
Eu só posso está vendo coisas, são as minhas paranóias que estão me fazendo acreditar nisso...
Só pode ser isso, apenas respire e fale com a sua mãe e verá que foi tudo coisa de sua cabeça...
Mas para a minha infelicidade, quando fiquei por alguns instantes parada torcendo que tudo aquilo tinha sido fruto de minha imaginação fértil. Acabei percebendo que, o que eu estava vendo era realmente verdade. A minha mãe estava me olhando com um certo desprezo e desgosto mesmo. Quando estava pensando em como perguntar para entender o motivo dela ter reagido assim com a minha presença aqui. Ela fez uma menção de que iria dizer uma coisa:
— O-O que você está fazendo aqui? Já falei para o meu marido para não deixar que você e aquele seu irmão, entrarem aqui no meu quarto. Por favor, saía e nunca mais venha me visitar... Não quero que sejam obrigados à me verem deste jeito, só saía daqui antes que eu seja obrigada a gritar agora para que as enfermeiras à tirem daqui a força. — Ditou cada palavra duramente, com os olhos marejados e podia perceber que ficou com falta de ar, depois de ter dito tudo aquilo para mim.
— M-Mas mamãe, por que está agindo deste jeito? A senhora me culpa por causa daquele acidente, né? Pois, saiba que eu também me acho culpada disso tudo. Eu tenho esta cicatriz no ombro direito que me faz lembrar todo santo dia sobre aquela noite horrível. P-Por favor, mamãe, me perdoa... Eu deveria ter disfarçado melhor sobre as dores que estava sentindo lá naquele restaurante, senão, nada daquilo teria nos acontecido e... — Justificava, através de soluços e lágrimas, mal conseguia vê-la de tanto que estava chorando, porém, acabei sendo interrompida pela mais velha.
— Enfermeiras, tirem-a daqui imediatamente!!! — Gritava, Megan, sem parar e eu podia ver o seu rosto ficando vermelho à cada segundo.
Não demorou mais do que alguns minutos até aparecer duas que, prontamente fizeram o que ela tinha lhes pedido. E me tiraram à força dali, mas antes que conseguissem isso. Eu juntei o resto que sobrou da minha força e resolvi, tentar pedir desculpas mesmo sabendo que ela não iria aceitar facilmente:
— Mamãe, sei que a senhora deve está me odiando bastante. Mas quero que saiba que ainda a amo e peço que me perdoe, eu fui uma péssima filha para à senhora e... — A supliquei, enquanto ainda conseguia tê-la no campo de minha visão que estava um pouco embaçada por conta das lágrimas.
— Saía do meu quarto, agora. Não quero mais receber visitas dos meus filhos até que eu receba alta hospitalar. — Ordenava, se alterando e ficando mais vermelha ainda.
E após isso, já me encontrava do lado de fora do quarto e estava sendo amparada pelo meu irmão, enquanto eu chorava sem parar após ter sido expulsa pela nossa mãe daquela forma tão horrível e humilhante. Fomos embora do hospital com um clima desagradável, nunca imaginei em nenhum momento da minha vida que seria tratada desta forma, que nem fui com a pessoa que me gerou e me criou durante todos estes anos.
Hoje foi o segundo pior dia da minha vida, a pessoa que eu tanto amava e que também, me amou e me protegeu, agora me rejeita fervorosamente...
E depois desta visita à minha mãe no hospital, decidi que todos de nossa família passariam por frequentar terapias na psicóloga para podermos então, superar este acidente. Principalmente, minha mãe e eu, que fomos as maiores afetadas disso tudo. Espero que a profissional da área de saúde mental, possa fazer meio que um milagre de restaurar a nossa família novamente. Por mais que eu ache que seja quase impossível de fazer isso.
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