As terapias

"A minha última esperança está sendo em ter que ir nas terapias, torcendo para poder ter a minha família de volta". — Beatrice Hayes

Uma semana depois...

Já me encontrava na cozinha, tomando o café da manhã ao lado dos homens da minha vida. Hoje seria o primeiro dia de terapia com uma psicóloga no qual, o meu pai conseguiu marcar as sessões tanto para mim e tanto para eles também. Confesso que estava no tanto receosa sobre ir no consultório desta profissional, por achar que não seria possível ter a nossa família de volta como era antes. A mamãe ainda não recebeu alta e ela não tinha aceitado que nenhuma psicóloga de lá, a visitasse.

A única coisa que sabíamos era que, provavelmente, ela entrou em um quadro depressivo. Pelo menos foi isso que os médicos nos disseram após um psiquiatra fazer uma análise dela. E claro, ela não sabia que tinha sido um psiquiatra que tinha conversado com ela em um dia, ele entrou disfarçado de enfermeiro para que não corresse o risco dela de o rejeitá-lo de uma certa forma.

Ele teve que fazer isso, já que eles queriam entender também o motivo de ela não deixar que os seus próprios filhos a visitassem. E só deixasse o marido vê-la e alguns profissionais da área de saúde. Segundo este psiquiatra, ela não queria que nós a vissem daquela forma, presa em uma cama de hospital e que, estava com os movimentados limitados. Ele acredita também que ela precisava de um tempo para aceitar a sua nova realidade e mudar também a sua decisão de se afastar temporariamente de seus filhos.

E eu acreditando veementemente que a mamãe só está sendo extremamente orgulhosa e por não querer que seja algum tipo de estorvo na vida de seus filhos...

Bom, pelo menos é isso que prefiro acreditar e não, que ela passou a nos odiar ou algo do tipo. Após termos terminado de tomar o nosso café da manhã, nos levantamos da mesa e nos dirigimos em direção a porta que dava acesso à garagem de nossa casa. Entramos no carro prata de nosso pai, ele colocou uma de suas músicas antigas para poder dirigir mais relaxadamente. Enquanto isso, meu irmão e eu ficamos tentando não julgar o seu gosto musical que para nós, era no tanto duvidoso.

A maioria nem sabia de quem eram e as melodias eram horríveis demais para os meus pobres ouvidos. Mas teríamos que respeitá-lo até porque, o carro era dele e não o nosso. Apesar que eu notei que antigamente, ele nem colocava estas músicas para tocar com tanta frequência assim. Eu tenho uma teoria que ele passou à ouvi-los com mais frequência como uma forma de seus pensamentos mudarem um pouco do foco, que seria sobre a mamãe.

De nós três, acho que ele é o que mais tem dificuldade de aceitar o que aconteceu com ela. Eu ainda me sinto culpada por tudo que ela passou e não consigo, aceitar que ela não quer ver nem o meu irmão e eu, como uma forma de nos poupar de vê-la daquele jeito. E eu sinto que ele está sofrendo demais por conta de tudo que aconteceu e por não conseguir que a sua amada se reaproxime novamente de seus filhos.

Ele faz de tudo para que nós não perceba o quão está sofrendo sobre toda esta situação, ele sempre busca transparecer ser uma pessoa forte e positiva. Mas o conheço o suficiente para perceber que é tudo uma fachada, por isso que eu quero que ele seja o primeiro a ser atendido pela psicóloga e eu ser a última mesmo. Ele precisa mais do que eu ou o meu irmão.

Apesar que em todas as vezes que olho para o meu irmão, percebo que ele não é mais o mesmo, ele não foi para a Universidade de Stamford. Preferiu tentar a vaga para o segundo semestre deste ano, já que não estava com o psicológico ou com coragem de nos deixar sozinhos com a mamãe daquele jeito tão horrível. Ele raramente sorrir, mal sai de casa e passa a maior parte do tempo, trancado em seu quarto jogando horas e mais horas.

Sinto que ele mal está se alimentando, porque ele emagreceu consideravelmente e eu não sei mais o que fazer. Por isso, estou torcendo que esta psicóloga consiga fazê-lo voltar com aquela essência que me irritava muito antigamente. Mas que agora, estou morrendo de saudades de vê-lo me enchendo o saco com as suas brincadeiras ridículas ou com o seu mau humor matutino. Já que atualmente, mal o vejo ou ouço a sua voz irritante.

Portanto, ele será atendido logo em seguida de nosso pai e eu, obviamente serei a última. Nestes últimos dias, prometi à mim mesma que serei forte por eles. Mesmo que em alguns momentos, eu acabe cedendo as minhas lágrimas e com os meus pensamentos de auto depreciação. Tenho quase certeza que esta profissional da área de saúde mental, terá muito trabalho comigo, já que tenho uma certa dificuldade de me abrir com pessoas que não tenho muita intimidade.

Vinte e cinco minutos depois...

E finalmente, chegamos ao consultório da psicóloga Amélie Swan que ficava praticamente no centro de Nova Iorque. Ele ficava em uma clínica, onde continham vários consultórios de todas as áreas possíveis e era um local de dois andares. A fachada era da cor branca e com as portas de vidros, com uma placa enorme escrito como "Health's Care".

Descemos do carro que estava estacionado próximo à porta da clínica, entramos rapidamente e paramos, quando não deparamos com o balcão onde se encontravam três recepcionistas. Uma estava ocupada, tentando explicar algumas coisas para uma senhora que aparentava está muito irritada por algum motivo desconhecido por mim. E também, não estava fazendo muita questão de saber, já que não vim para saber sobre os problemas de desconhecidos, mesmo que por alguns milésimos de segundos, a minha curiosidade bateu para saber o motivo de tanta irritação.

Enfim, uma das recepcionistas que se encontrava disponível no momento. A de cabelo cacheado, nos encarou por alguns segundos e depois, fez uma menção de que iria dizer alguma coisa:

— Bom dia, posso ajudá-los? — Nos indagou com um sorriso simpático estampado em seu rosto delicado.

— Bom dia, me chamo Patrick Hayes. E eu marquei três sessões com a psicóloga Amélie Swan para hoje. Nós três seremos atendidos por ela separadamente, pelo o que me explicaram da outra vez. Acho que normalmente, fazem isso mesmo, né? — Explicava todo atrapalhado por conta de seu nervosismo, já que era a sua primeira vez indo em uma na vida.

— Bom dia, senhor Hayes. As terapias em família só são necessárias se caso, o profissional achar que terá uma grande evolução no quadro dos integrantes, mas isso é um método raro e poucos, gostam de usá-lo. Enfim, vou ver os horários de vocês direitinho e ver, quem será o primeiro à ser atendido por ela. Por favor, aguarde alguns instantes e logo, retornarei para avisá-los. — Explicou, a recepcionista que não tirou nem por um segundo, o sorriso em seu rosto.

Por alguns milésimos de segundos, achei que ela estava dando em cima de nosso pai disfarçadamente, enquanto o explicava sobre à tal terapia em família...

Sem que eu perceba, eu já estava à encarando sem a menos piscar só aguardando se ela teria coragem de continuar a fazer este tipo de coisa na nossa frente. Sorte dela que a mamãe não consegue sair da cama para estar aqui conosco agora, porque se não, ela já estaria sem nenhum cachinho em sua cabeça. Meus pensamentos nada maduros foram interrompidos, quando ouço à voz daquela recepcionista nos chamando novamente para irmos até ao balcão no qual, ela se encontrava:

— Bom, senhor Hayes já pode se direcionar ao consultório da psicóloga Swan que fica no segundo andar no lado direito do corredor, o número da porta é 12. E ela já se encontra pronta para poder ajudá-lo seja lá o que for, que o senhor esteja passando. Os seus filhos serão atendidos, assim que terminar a sua sessão, por favor o esperem aqui até chegar à vez de cada um de vocês dois. E enquanto isso, podem tomar um café ou um chá e comer estes biscoitos amanteigados, fiquem à vontade. — Explicou direitinho de onde se localizava o consultório da profissional e com isso, meu irmão e eu, apenas fizemos o que ela nos pediu enquanto o nosso pai se dirigia em direção do local mencionado.

Eu tomei um chá de camomila e belisquei alguns biscoitos, já o meu irmão apenas ficou bebericando o seu café. Porém, notei que ele ainda se mantêm longe com os seus pensamentos nos quais, gostaria muito de saber o que ele anda pensando ultimamente. Mas mal estou conseguindo ter algum diálogo de verdade com ele, o mais velho só quer ficar em seu canto isolado, ainda me pergunto como que ele aceitou em vir pra cá, já que ele não acredita nenhum pouco em terapias.

Enfim, só sei que se eu sentir que posso confiar totalmente nesta psicóloga. A pedirei que me ajude a ter uma relação como tinha antigamente com o meu irmão, porque sinto muita falta dele. É muito estranho não tomar um café da manhã, com ele me perturbando ou resmungando por qualquer motivo bobo. Sinto falta de me divertir com ele em momentos raros que não estamos implicando um com o outro, eu só quero o meu irmão idiota de volta, será que é pedir muito?

Cerca de cinquenta minutos depois...

Quanto menos esperava, a sessão de terapia de nosso pai acabou e chegou a vez, do meu irmão de ir até às escadas e subir degrau por degrau, até chegar no segundo andar e terminar os seus passos, adentrando ao consultório da psicóloga. O meu pai andou em minha direção e aguardou que o seu filho mais velho, saísse do campo de sua visão para que, finalmente pudesse fazer algo que não fazia já há um tempinho. Ele me abraçou fortemente e pude sentir um líquido quente molhar o meu ombro esquerdo que estava coberto pelo tecido da minha camiseta azul bebê.

E foi quando pude ter a certeza de que ele estava chorando, acho que a psicóloga conseguiu derrubar a barreira que ele criou de seu emocional, para buscar ser sempre forte perante os seus filhos. Eu nunca o vi chorar tanto em toda à minha vida, não estava conseguindo saber o que fazer diante desta situação, não sou muito boa em acalmar alguém e simplesmente, dizer que tudo ficará bem. E quando tinha conseguido pensar em como começar a consolá-lo, ele se desvencilhou de nosso abraço e fez menção de que iria dizer alguma coisa:

— Perdão, minha filha. Eu tentei ser forte em todo este tempo, mas hoje depois de ter saído daquele consultório. Eu simplesmente, precisava abraçar alguém que não teve nem 1% de culpa do que aconteceu em nossa família e também, queria te pedir perdão por ter deixado que você carregasse este fardo sozinha. Eu deveria ter insistido mais em te explicar que nada daquilo foi a sua culpa, mas fui fraco demais. E achei que o certo seria deixar que uma profissional da área de saúde mental se encarregasse de te explicar sobre isso. — Desabafava, enquanto enxugava às suas lágrimas com as mangas compridas de sua blusa.

— Pai, por favor se acalme. O senhor não teve culpa em nada, só achou que seria melhor deixar que uma psicóloga me explicasse sobre algo que não consigo aceitar que não tenha nenhuma porcentagem de culpa. O senhor sempre buscou em fazer de tudo o melhor para a gente e agradeço por tudo que tenha nos feito. É o melhor pai que poderia ter pedido, pode ter certeza disso. A mamãe ficaria muito feliz por ver que está cuidando bem de seus filhos em sua ausência. — Falei, buscando ser a mais forte possível e segurando à vontade de chorar junto com ele.

Até que de repente, escuto alguém forçar uma tosse como uma forma de chamar a nossa atenção. Para a minha infelicidade, era nada mais e nada menos do que àquela recepcionista dos cabelos cacheados que, trazia consigo um copo de água e alguns lenços em sua mão:

— Peço desculpa por interrompê-los, mas vi que o senhor se encontra inconsolável e achei que um copo de água, poderia de uma certa forma acalmá-lo um pouco. — Disse, já entregando o copo e os lenços para o patriarca.

— Obrigado. — À agradeceu e a mesma, apenas se retirou rapidamente.

Sorte dela que não posso xingá-la aqui, já que este lugar se encontra cheia de pacientes, porque se não, ela estaria ferrada em minhas mãos...

Mas que sem vergonha, será que ela não sabe que ele é um homem casado e muito bem casado, por sinal?

Ele prontamente apenas bebeu o copo que fora oferecido por aquela recepcionista sem escrúpulos e secou as suas lágrimas com os lenços que ela tinha o dado também. Depois, resolveu se sentar em um sofá acinzentado e passou à assistir um programa de variedades que se passava na televisão. E ficou calado desde então, ele parecia que estava totalmente perdido em seus pensamentos que torço muito que não sejam àquelas horríveis que fazem a gente querer dar um fim em nossas vidas.

Uma hora depois...

E quando estava quase perdendo a paciência de aguardar a volta do Tony, ele finalmente aparece e na minha percepção, sinto que ele está mais leve e com um semblante mais sereno. Ele já chegou me abraçando fortemente, eu já estou começando a suspeitar que hoje é o dia de abraço e só não tinha percebido isso antes. Mas enfim, abraços são sempre bem-vindos na minha vida.

As lágrimas começou a rolar sobre às minhas bochechas, porque confesso que estava morrendo de saudades de ser abraçada por ele. E por um breve momento, senti que o meu irmão mais velho estava voltando de como era antes. O abracei com mais força ainda, queria aproveitar à cada momento, pois, temia que isso não iria mais se repetir tão cedo assim. Ele começou à resmungar de uma forma que não estava conseguindo entender. Até que ele conseguiu dizer com mais clareza:

— Beatrice, eu não estou conseguindo respirar. Você pode por favor, me soltar antes que às minhas costelas sejam totalmente quebradas por este abraço exagerado!? — Me suplicou, todo agoniado.

— Desculpa, é que estava morrendo de saudades de te abraçar, irmãozinho. — O pedi, com um sorriso de alívio e passei à minha mão em seu cabelo o bagunçando de uma forma só para irritá-lo um pouco.

— Ei, você sabe que eu odeio que fazem isso com o meu cabelo. Sabe o trabalho que dar para deixá-lo do jeito que eu gosto... E pare de ser tão melosa, está me deixando enjoado aqui. — Reclamou, enquanto ajeitava as suas madeixas acastanhadas.

— Eu realmente estava com saudades até das suas reclamações. — Falei, ainda mantendo um sorriso em meus lábios.

— Talvez eu tenha sentido falta de suas melações, mas só um talvez mesmo. — Disse todo sem graça e olhava para qualquer canto, menos em meus olhos.

— Eu te amo, mesmo sendo um insuportável na maior parte do tempo. — Declarei e vi as suas bochechas ruborizarem levemente.

— Também, mas não precisava falar isso na frente de todo mundo, tá? Não faça mais isso novamente, se não, vou perder a minha reputação de durão. — Pediu, todo sem graça e depois, ficou com um semblante sério enquanto encarava as pessoas que se encontravam em disfarçar de que não estavam ouvindo toda à nossa conversa.

— Mas é um bobão mesmo, né? — Comentei e soltei uma risada, quando ele se encontrou inconformado por ter o chamado assim na frente de todo mundo.

E quando, ele estava prestes à me responder, fui salva quando a recepcionista dos cabelos louros me chamou para subir para o segundo andar, já que chegou à minha vez para ser atendida agora. Então, fui correndo em direção aos degraus e os subi ligeiramente. Andei alguns passos até parar em frente ao consultório da psicóloga que se encontrava aberta. Dei o primeiro passo para está totalmente dentro do cômodo que continham cores neutras e estranhamente aconchegantes.

As paredes eram da cor creme, os móveis eram de madeiras acinzentados bem claros. As demais coisas eram azuis claras ou rosas bebês, tinham vários quadros pregados nas paredes e tinha um pequeno abajur ao lado de seu computador preto. Ela se encontrava sentada em sua poltrona do mesmo tom do que as das paredes. A psicóloga era extremamente linda, parece que saiu de algum filme da Hollywood.

Os seus cabelos eram tão negros como uma noite, pele clara, olhos castanhos escuros, lábios canudos que estavam cobertos por um batom vermelho queimado. Usava uma camisa social branca, calça cinza claro, um par de saltos pretos e um óculos de armação bem simples. Ela estava distraída com o computador, digitava constantemente e com isso, fui obrigada à bater na porta como uma forma de chamar à sua atenção:

— Com licença, desculpa lhe interromper. Mas eu gostaria de saber se posso entrar? Eu sou a filha mais nova do senhor Patrick Hayes e sou a última da família que será atendida pela senhora hoje. Eu me chamo Beatrice Mary Hayes. — A pedi, extremamente envergonhada por a ter interrompida desta forma.

— Não precisa pedir perdão por me interromper, eu que deveria te pedir por não ter percebido que já se encontrava aqui dentro de meu consultório. Então, por favor, pode entrar e se sentar aqui na cadeira. — Me respondeu prontamente e com um sorriso simpático em seu rosto angelical, enquanto apontava em direção à cadeira mencionada.

— Tudo bem, espero não tomar muito de seu tempo que nem o meu pai e o meu irmão fizeram e... — Dizia, mas acabei sendo interrompida pela morena.

— Relaxa, as sessões costumam durar por volta de cinquenta à sessenta minutos. E eles estavam precisando botar tudo pra fora, eu já consegui coletar algumas informações deles e com isso, irá me ajudar à arrumar uma forma de fazê-los derrotar os seus demônios internos. — Me explicava, enquanto ajeitava os seus óculos.

— Entendi, espero que consiga me ajudar também... Fiquei muito feliz por vê-los tão aliviados, como se precisassem de ter passado por uma sessão de terapia com a senhora e... — Dizia, mas acabei sendo interrompida mais uma vez pela a mais velha.

— Senhora não e sim, Amélie, quero criar laço com você e me chamar desta forma tão formalmente, irá acabar meio que criando uma barreira entre nós duas. E eu não quero que isso aconteça, então sem formalidade aqui, pode ser? — Me pediu pacientemente.

— Está bem, senh... Perdão, forças do hábito. Amélie é um nome muito bonito, eu não sei como começar a falar sobre à minha vida. Porque eu tenho uma certa dificuldade de desabafar com alguém que acabei de conhecer, perdão. — Falei toda sem graça e passei à encarar em cada canto daquele consultório, menos nela de tão envergonhada que me encontrava neste exato momento.

— Tudo bem, cada um tem o seu tempo. Mas primeiramente, preciso te conhecer um pouco para que possamos nos conectar de uma certa forma. Se não quiser me contar o que tanto te perturba? Tudo bem, teremos várias sessões até que uma delas!? Você se sinta confortável o suficiente para finalmente, me contar sobre tudo. Podemos fazer assim? — Me propôs numa espécie de acordo e como sempre, mantinha um sorriso simpático estampado em seus lábios.

— Pode ser, acho que será melhor fazer desta forma mesmo. Eu vou me apresentar rapidamente aqui, me chamo Beatrice Mary Hayes, tenho dezesseis anos e estou no segundo ano do Ensino Médio. Sonho em ser uma arquiteta muito famosa e ser um orgulho para à minha família. Eu tenho uma melhor amiga que se chama Maggie e à conheço desde o jardim de infância, ela é como uma irmã para mim. — Me apresentava toda insegura e por temer em estar falando demais, com isso, à fazendo ficar no tanto entendiada.

— Você tem um nome lindo, sabia? E me conte mais sobre a sua melhor amiga, como que se conheceram? — Elogiou o meu nome e depois, soltou uma nova pergunta para mim.

E eu comecei à contar com os mínimos detalhes de como foi a primeira vez que vi a Maggie. Só sei que contei toda animada, deixando a vergonha de lado em cada palavra que saíra da minha boca de tão empolgada que estava em contá-la. Quanto menos percebia, já me sentia consideravelmente mais confortável de dizer sobre as coisas que aconteceram na minha infância e os primeiros anos da minha adolescência. Só não tive coragem de contá-la sobre o acidente ainda, mas sinto que não irá demorar para isso acontecer.

Mesmo que não tenha contado sobre o pior dia da minha vida, sinto que estou começando à me sentir mais leve por ter alguém que não seja do meu ciclo que eu possa de uma certa forma, desabafar sem medo de ser julgada...

Bạn đang đọc truyện trên: AzTruyen.Top