44- Conclusão, meu pai é um cafajeste
Guk Saemi's point of view
—Pai, eu não acredito que você trouxe ela para cá!— O rapaz de cabelos castanhos disse.
—Seungmin, se acalme.— O loiro tentou fazer com que o outro se acalmasse.
Eu tinha irmãos, aparentemente dois irmãos quem eu nunca conheci na minha vida. Meus olhos se arregalaram enquanto Seungmin voltava a se sentar no sofá lentamente, Jinyoung suspirou e disse:
—Pode se sentar junto com eles, Saemi.
Balancei a cabeça levemente e me sentei ao lado do garoto loiro, ele parecia bem mais calmo que o meu outro irmão. Ele sorriu para mim, suas bochechas eram cheias de sardas e ele não se parecia nada nem com o meu pai, nem com Seungmin.
—Ele é assim as vezes, não se assusta.— Ele sussurrou em voz mansa.
—Eu sei que você deve estar bem confusa agora.— Jinyoung se sentou em uma poltrona na frente do sofá. —Mas eu vou te explicar tudo, gostaria de apresentar você aos meus outros filhos, esses são Seungmin e Yongbok.
Yongbok acenou para mim enquanto Seungmin apenas manteve uma expressão emburrada. Jinyoung se inclinou em minha direção enquanto as pontas de seus dedos se tocavam, parecia que ele estava prestes a me dizer algo muito importante mas eu não estava nem um pouco interessada.
—Você não sabe muito sobre mim já que não tivemos muito contato nos últimos anos.
Ele quis dizer que não tivemos contato nenhum nos últimos anos.
—Mas caso você não saiba, eu sou dono de uma grande corporação, eu recebi uma proposta interessante no último mês e eu preciso de sua ajuda com isso.
—Prossiga.
—O líder do grupo Yang, um grupo muito influente nessas redondezas tem um filho um ano mais novo que você e nós estávamos pensando em um acordo onde eu casaria uma filha minha com esse rapazinho, então como você é a minha única filha mulher...
Eu estava pronta para protestar, abri a minha boca para dizer algo, mas Jinyoung começou a falar antes que eu pudesse me manifestar.
—Estou ciente de que aquele rapaz que me atendeu a porta naquele dia é seu namorado, mas isso é muito importante e você não deveria desperdiçar uma oportunidade dessas por causa de um namorinho no colegial que nem vai durar tanto tempo.
Eu já tive o suficiente, me levantei em uma velocidade impressionante, uma mistura de ódio e choque com a audácia que aquele homem teve em simplesmente pedir para que eu me casasse com um garoto completamente desconhecido. Eu cerrei meus punhos e peguei a minha bolsa que tinha deixado no sofá, eu tinha de ir embora daquele lugar o mais rápido possível.
—Eu simplesmente não consigo acreditar que você abandonou a minha mãe, não tentou ser presente na minha vida, construiu uma família sem que nem eu nem a minha mãe soubéssemos e agora quer que eu aceite me casar com um garoto que eu nem ao menos sei o nome!— Eu praticamente gritei aquelas palavras enquanto Yongbok me olhava assustado. —E outra, eu não me importo se o meu namoro com o Minho não vai durar, eu amo ele e eu não vou deixá-lo de jeito nenhum por causa dessa proposta estúpida, passar bem.
Saí revoltada pela a porta da frente, nem ao menos exigi que meu pai —se é que posso chamá-lo assim— me levasse de volta para casa, eu sinceramente não queria ver aquele homem nunca mais. Eu andava pelas ruas daquele bairro rico revoltada, quando senti alguém agarrar meu braço.
—O que você tem com a cabeça? Não vê que já tá ficando escuro? Você não pode andar sozinha na rua a essas horas.— Seungmin disse com o cenho franzido.
—Por que se importa com isso?
—Porque compartilhamos o mesmo pai de merda.— Ele afirmou, não pude evitar rir desse comentário. —Vem, vou te acompanhar até em casa.
—Obrigada, eu acho.— Comecei a andar em um ritmo mais lento.
—Saiba que nem eu, nem Felix aprovamos esse comportamento do nosso pai.
—Felix?
—Yongbok, perdão.— Ele suspirou. —Se você já odeia o nosso pai, saiba que o buraco é bem mais fundo.
—Sério? Quão fundo?
—Você tem dezessete anos, né?
Fiz que sim com a cabeça.
—Eu também, e pelo o que meu pai disse, seu aniversário foi há alguns dias.
—E aonde quer chegar com isso?
—Eu nasci em setembro, do mesmo ano que você.
—Oi?— Fiquei em choque. —Como assim?
—Sua mãe não era a única namorada do nosso pai, minha mãe engravidou dele alguns meses antes da sua.
Aquilo foi um baque para mim, além de abandonada minha mãe também foi traída por aquele homem. Toda aquela história estava me fazendo sentir mais raiva daquele filho da puta.
—E quanto ao Yongbok? Vocês são filhos da mesma mãe?
—Aí que a história complica, preste bem atenção, meu pai já tinha essas duas namoradas: minha mãe e a sua mãe, mas quando ele viajou para a Austrália uma vez, ele acabou engravidando outra mulher.
—Puta merda.
—Pois é, e aí o Yongbok nasceu, a mãe dele ficou cuidando dele até ele fazer cinco anos, quando ela faleceu. Ele prefere ser chamado pelo seu nome ocidental, Felix e até hoje ele mantém o sobrenome da mãe, mas meu pai insiste em chamá-lo de Yongbok.
—Então ele teve três filhos praticamente ao mesmo tempo? E sua mãe? Como ela ficou?
—Quando ela soube do Felix, ela acabou perdoando o meu pai e acolhendo o menino, mas quando ela acidentalmente descobriu sobre você no ano passado, ela se divorciou dele.
—E por que não mora mais com a sua mãe?
—Ela praticamente me abandonou, falou que não queria saber de mais nada sobre nenhum de nós três.
—Uau...
Eu não sabia como reagir a aquela história toda, eu sabia que meu pai não era flor que se cheire, mas não sabia que ele era um cafajeste completo. Senti pena da minha mãe, da mãe do Seungmin e da mãe do Felix, as três acabaram sofrendo nas mãos desse nojento e agora nós estávamos ali, dividindo aquele pai de merda.
—Minha casa é ali.— Apontei para o meu prédio após alguns minutos de silêncio.
—Ah sim, o Felix disse que quer manter contato. Espero que não mude de ideia em relação a sua decisão, mas pelo menos o Yang Jeongin, o garoto que meu pai quer casar com você não é uma pessoa ruim.— Seungmin mostrou um sorriso de canto e me entregou um papelzinho. —Me liga assim que...
—Saemi!— Ouvi Minho gritar de longe antes de correr até nós dois. —Meu Deus Sae, aconteceu alguma coisa?— Ele disse, provavelmente sem perceber a presença de Seungmin ali.
—É o seu namorado?
—Oi?— O Lee pareceu estar confuso.
—É ele sim, Seungmin, esse é o Minho, Minho, esse é o Seungmin, a gente compartilha o mesmo pai merda.— Os apresentei um ao outro com um sorriso sem graça.
—Quer dizer que vocês são meio irmãos?— Minho arqueeou uma sobrancelha.
Fizemos que sim com a cabeça ao mesmo tempo.
—Prazer em te conhecer, irmão.— O Kim estendeu a mão e eles apertaram as mãos. —Tenho que ir agora, aliás, a Saemi disse que te ama e que não vai te deixar de jeito nenhum.
—Mas o que?— Senti minhas bochechas queimarem enquanto Seungmin dava as costas e ia embora.
—Você fica linda com as bochechas vermelhas, sabia?— Ele deu um beijo na minha bochecha. —O que aconteceu lá.
—É uma longa história.— Eu disse enquanto Minho me guiava até a parte de dentro do prédio.
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