43- Tava tudo dando tão certo

Guk Saemi's point of view

Eu sorria para o celular como uma idiota, Minho continuava mandando fotos do Soonie e falando como eu tinha a responsabilidade de uma mãe agora. Eu sei que parece besteira, mas eu achava aquilo a coisa mais fofa do mundo.

—Falando com o paquera Sae?— A minha mãe perguntou, eu rapidamente guardei o telefone.

—Que paquera?— Revirei os olhos fingindo revolta. —Tô indo pra a escola agora.

—Tchau filha, se cuida.

—Tchau mãe.

Saí de casa e fui até a porta ao lado, dando algumas batidas na porta. A porta se abriu, revelando um Minho usando a camisa da farda com a gravata mal colocada e uma bermuda que deduzi ser de um pijama. Seus cabelos estavam bagunçados e os olhinhos quase se fechando, ri baixinho, aquilo era a coisa mais fofa do mundo.

—Você tá uma bagunça.— Eu disse passando a mão nos cabelos dele.

—Eu não queria ir a escola hoje.— Ele reclamou.

—Eu percebi.— Sorri deixando um beijo na bochecha dele. —Você deveria vestir alguma coisa pra cobrir as pernas, tá ficando frio nessa época do ano.

—Você tá certa, vou trocar.— Ele sorriu. —Pode entrar.

Ele entrou em sua casa e eu o segui, me sentei no sofá enquanto ele caminhou lentamente até seu quarto. Soonie apareceu na sala de estar e subiu no sofá deitando sua cabecinha felina em minha coxa enquanto eu fazia carinho nele. Após um tempo, Minho saiu de seu quarto, agora vestindo a calça do uniforme, ele se aproximou de mim e se sentou ao meu lado envolvendo os braços em volta da minha cintura e deitando sua cabeça no meu ombro.

—Eu não quero ir para a escola.— Ele choramingou. —Eu quero ficar com você.

—Relaxa, a gente se senta um do lado do outro.— Passei minha mão nos cabelos dele. —Eu vou passar o dia inteiro com você.

—Até depois das aulas?

—Sim.

Minho se levantou.

—Você é a melhor mamãe que o Soonie poderia ter.

—É sério?— Me levantei também.

—Uh-huh, ele gosta bastante de você.

—Ah tá.— Revirei os olhos e cheguei mais perto dele. —Sua gravata tá uma bagunça.

Desfiz o nó ridículo que ele tinha tentado fazer e comecei a refaze-lo enquanto notava Minho olhando diretamente para mim. Puxei a ponta da gravata suavemente, mas antes que pudesse solta-la, ele se inclinou em minha direção e me deu um selinho.

—Você é um aproveitador, sabia?— Eu disse enquanto sorria.

—Me desculpa, é que você é tão linda que eu não pude resistir.

Eu fiquei vermelha quase que instantaneamente, ele apenas sorriu e pegou minha mão.

—Vamos, se não a gente vai se atrasar.

Nós saímos do apartamento de Minho e descemos as escadas do prédio junto, ele segurava minha mão e senti seu polegar acariciar a minha mão suavemente, eu não consegui conter um sorriso, aquela sensação era como estar no paraíso. Tudo aquilo foi quebrado quando me deparei com o meu pai me esperando na portaria.

—Saemi! Você está aqui.— Um sorriso apareceu em seus lábios.

Meu sorriso sumiu instantaneamente e pareceu que Minho entendeu toda a situação rapidamente, pois observei seu sorriso desaparecer junto com o meu. Eu segurei na mão dele mas forte enquanto via Kim Jinyoung se aproximar de mim. Merda, tava tudo dando tão certo.

—Eu sei que você ainda tá um pouco brava comigo, mas eu ainda preciso da sua ajuda.

—Saí daqui.— Eu disse baixinho.

—Saemi, é sério, eu...

—Saí daqui!— Minha voz soou quase como um grito.

—Certo.— O Kim bufou. —Mas se mudar de ideia, eu vou estar te esperando aqui fora no sábado a tarde, se arrume direitinho, preciso discutir algo importante com você, se você vier, eu nunca mais volto aqui.

Eu não disse mais nada, apenas saí de lá o mais rápido possível levando Minho comigo.

(...)

Era sábado de tarde e eu estava pensando, um lado meu dizia: aquele homem é um sequestrador maluco fique longe dele, enquanto o outro dizia: apesar de tudo ele é o seu pai, se ele está te procurando é porque é um assunto importante. Eu estava pintando qualquer coisa enquanto minha mente continuava extremamente conflitante, visitar o meu pai iria querer dizer simplesmente aceitar a proposta maluca de um homem que me abandonou pelos últimos dezessete anos, mas também queria dizer que esse cara ia sair da minha vida de uma vez e que eu nunca mais ia precisar vê-lo, isso me convenceu.

Me levantei e coloquei o vestido mais chique que encontrei —até porque minha mãe me falou que aquele homem era podre de rico—, coloquei sapatos confortáveis, penteei meu cabelo e me olhei no espelho, estava suficientemente decente. Peguei uma bolsa e saí do meu quarto.

—Aonde vai tão bonita assim?— Minha mãe perguntou.

Eu congelei, não sabia o que responder, o que eu poderia dizer? "Ah, estou indo entrar no carro do cafajeste que te abandonou no momento em que você mais precisava"?

—O Jinyoung te procurou, né?— Minha mãe suspirou, fiz que sim com a cabeça. —Filha, você é completamente livre pra visitar a família do seu pai se quiser, é escolha sua, mas saiba que aquele homem não é flor que se cheire, ok? Não caia na ladainha dele.

—Tá bom.— Respondi, ela me deu um beijo na testa.

—Se cuida meu amor.

—Tchau, mãe.

Saí de casa e dei de cara com Minho, parecia que ele estava tirando o lixo de casa.

—Resolveu visitar seu pai?

—É, quero me livrar dele de uma vez por todas.

—Toma cuidado, e vê se me liga se tiver dado algo de errado.

—Vai dar tudo certo, eu prometo.— Eu forço um sorriso e Minho beija a minha testa.

—Te vejo mais tarde, amor.

(...)

O tempo passou tão rápido que quando me dei conta, eu estava no carro do meu pai, ele dirigia mantendo um sorriso irritante enquanto eu olhava para a janela. Eu não queria conversar com aquele cara, na verdade eu nem queria ter saído de casa.

—Sabe Saemi, você é muito bonita, igual a sua mãe.

—Sei.— Respondi de forma seca.

O clima estava bem pesado e depois desse comentário, nós dois ficamos em completo silêncio, eu não queria falar com ele e o meu pai parecia não saber o que dizer. Depois de um tempo, ele estacionou na garagem de uma casa gigantesca, saiu do carro e abriu a porta para mim, então saí do carro também. Jinyoung me guiou até a porta da frente e a abriu, aquela sala de estar era gigantesca, assim como os outros cômodos que pude ver, aquela casa parecia mais que o dobro do meu apartamento.

Olhei em volta e notei dois rapazes que tinham mais ou menos a minha idade sentados no sofá, um loiro e um de cabelos castanhos. O de cabelos castanhos parecia impaciente e assim que ele me viu, ele se levantou do sofá com raiva, o outro segurou seu braço para tentar faze-lo se sentar.

—Pai, eu não acredito que você trouxe ela para cá!— Ele disse irritado.

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