27- Tá bom, isso foi ridículo

Lee Minho's point of view

Aquela camiseta estava completamente arruinada. A cor branca era apenas uma lembrança sendo tomada por uma enorme mancha de cor amarronzada. Eu fui até ela enquanto tirava minha jaqueta, a camiseta estava um pouco transparente e eu gostaria de dar um jeito de fazer com que ela não tivesse que lidar com isso.

-Toma, se cobre com isso.- Eu entreguei a jaqueta para ela.

-Me cobrir?- A Guk parecia confusa.

-Bem... É porque sua camisa tá meio... Transparente.

-Ai meu Deus!- Ela murmurou deixando a jaqueta sobre a camisa.

-Oh querida!- Minha mãe se aproximou dela. -Você está bem?

-Eu tô bem sim, tia.- A Guk sorriu envergonhada.

-Ah, você tem que trocar essa roupa.- A mais velha mordeu seu lábio com preocupação em seus olhos. -Vem comigo, Sae. Tem algumas velhas roupas minhas lá em cima.

Saemi não disse nada, apenas aceitou ser arrastada por minha mãe escada a cima. Eu estava preocupado e não sabia dizer o porquê, andando de um lado para o outro em frente a escada, eu esperava o momento em que Saemi desceria aquelas escadas e ficaria tudo bem.

-Aí, Minho.- Changbin disse me dando um susto. -Vocês três me abandonaram, eu tô sozinho.

-Cadê a Kaeun e o Jisung?- Eu indaguei confuso.

-Eu acho que a Kaeun foi tentar flertar com o seu tio, e o Jisung, bem... Foi com ela.

-Ah, claro.- Voltei minha atenção a escada.

-Ei, que isso fique entre nós, tá bom?- O Seo sussurrou. -Eu acho que o Hanji gosta da Kaeun.

-O Jisung? Gosta da Kaeun?- Eu indaguei. -Explique.

-Viu a cara dele quando a Kaeun disse que queria ser a sua tia? Ele tava com ciúmes! Além do mais, ele tava com uma cara péssima quando foi atrás da Kaeun. Ele com certeza...- O rapaz foi interrompido por mim.

-Cacete.- Eu murmurei olhando para o topo da escada em choque.

Saemi estava descendo as escadas ao lado da minha mãe. Era como se o tempo estivesse passando em câmera lenta, ela estava tão... Incrível? Perfeita? Eu não sei dizer. Ela usava um vestido velho da minha mãe, que eu reconhecia de uma foto, era um vestido preto de alcinhas que batia até o meio de suas coxas, por cima do vestido ela estava usando a minha jaqueta, ou melhor, a jaqueta do Jiwoong. Eu estava completamente hipnotizado olhando ela descer as escadas em choque.

Há algumas semanas atrás eu poderia estar chamando ela de feia enquanto ela me dava alguns tapinhas e falava sobre como eu era mais feio ainda, mas agora... Eu não sei como consegui mentir por tanto tempo, talvez uma teimosia idiota e imatura? Imagino que sim, mas por que eu me sinto assim agora? Eu não tinha respostas.

-Nossa.- Foi a única palavra que eu consegui tirar da minha boca.

-Minho!- Changbin me chamou.

-O que foi?- Indaguei sem tirar os olhos dela.

-Caramba, eu te chamei cinco vezes e você...

-Cala a boca, ela tá vindo pra cá.

-Oi Minho, obrigada por me emprestar sua jaqueta.- Ela sorriu enquanto tirava a peça.

-Não! Pode ficar com a jaqueta.- Eu falei rapidamente fazendo com que Saemi a colocasse novamente. -Você está...

Olhei para Changbin de relance que mantinha um sorriso que eu conhecia bem, ele estava claramente adorando aquilo e eu tinha certeza de que ele zoaria até a minha décima geração se eu completasse aquela frase.

-Eu estou...

-Bonitinha.- Eu disse simples.

-Obrigada, eu acho.- Ela deu um sorriso sem graça.

O clima estava esquisito, para dizer o mínimo, Changbin continuava a me olhar com aquele sorriso questionável enquanto eu não tinha ideia do que dizer depois, meu coração acelerava enquanto mil ideias percorriam a minha mente. Depois de longos segundos de silêncio, eu finalmente pude pensar no que poderia fazer.

-O que vocês acham de jogar um UNO?

(...)

Discórdia, era o suficiente para resumir o que estava acontecendo.

-HAN JISUNG, VOCÊ ME BLOQUEOU?- Eu nunca vi Kaeun tão brava nos três meses que eu a conheci.

-Eu só tinha essa carta verde!- O Han se defendeu. -Ou você queria um mais quatro?

-E se eu quisesse?

-Reverti.- Saemi jogou uma carta de reverso. -É você Kaeun.

-Puxa quatro, Jisung.

-Puxa oito, Changbin.

-Ah, é? Puxa doze Minho.

-Puxa dezesseis, Saemi.

-Misericórdia, já chegou em mim?- A Guk cerrou os olhos parecendo focada em achar algo em seu baralho, o que eu achei muito fofo. -UNO! Puxa dezoito, Kaeun.

-ISSO NÃO VALE! Você tem que colocar um mais quatro!- A Yoo protestou.

-VALE SIM!

Uma discussão um tanto acalorada começou, Kaeun defendia sua ideia, sendo apoiada por Changbin, enquanto Jisung estava do lado de Saemi e eu apenas observava aquilo.

-O que você acha Minho?- Kaeun disse enquanto os quatro olhavam para mim.

-Eu?- Indaguei. -Eu acho que a Saemi tá certa.

-Você só tá dizendo isso porque gosta dela!- A Yoo protestou.

-Eu não gosto dela!- Retruquei.

-É Kaeun, que nojo!- A Guk disse arrumando o cabelo. -Vai, puxa os dezoito!

-Puxa vinte, Jisung.

-Puxa vinte e dois, Changbin.

-Quem foi o idiota que embaralhou isso? Puxa vinte e seis, Minho. A cor é amarelo.

Eu encarei o meu baralho, olhando especialmente para o mais quatro em minha mão direita. Olhei para Saemi ao meu lado que parecia um pouco desesperada me encarando, eu precisava fazer sacrifícios.

-Que merda.- Murmurei enquanto puxava as cartas.

-Vai Sae, é sua vez.- Kaeun apontou para Saemi.

-BATI!- Ela exclamou jogando sua última carta.

Saemi se levantou comemorando enquanto eu sentia um sorriso involuntário se propagar em meus lábios. Eu olhei para o chão sorrindo enquanto Kaeun reclamava profundamente.

-Poxa Minho, você só tinha um trabalho!- A Yoo reclamou.

-Eu aposto que ele só deixou passar porque era a Saemi.- Changbin afirmou. -Se fosse eu...

-Parem de falar besteira.- Foi a minha vez de reclamar. -Vocês não tem empatia com um pobre coitado que acabou de puxar vinte e seis cartas?

-É! Vocês só perderam porque são ruins mesmo.- Saemi se sentou jogando seus cabelos longos imaginários para trás. -Eu sou a rainha do UNO.

-Minho, vamos cantar o parabéns?

(...)

-Nós te amamos Lee Minho.- Todos cantavam em coro, ou quase isso. -Parabéns pra você.

Eu apaguei as velas com os números um e sete enquanto as pessoas aplaudiam. Em pouco tempo todos estavam juntos comendo bolo, os mais velhos estavam bebendo, eu estava olhando os meus presentes, mas não pretendia abri-los naquele momento.

-Você não vai abrir eles?- Jisung indagou enquanto comia bolo.

-Eu acho que vou...

-O Minho vai abrir os presentes!- Changbin disse fazendo com que Kaeun e Saemi fossem até nós.

-O que? Eu não...

Quando me dei conta, estávamos todos em uma rodinha com todos os meus presentes no meio. Uma camiseta questionável, meias, -quem dá meias de aniversário para alguém deveria ser preso- e qualquer coisa que um menino adolescente poderia receber de aniversário, nada fora do comum. Depois de um tempo só sobrava uma caixa.

-Só ficou faltando uma.- Kaeun afirmou.

-Ah droga.- Saemi começou a rir.

-Isso é o seu presente?- Perguntei olhando para ela. -O que é? Uma bomba ou algo do tipo?

-Abra, você vai descobrir.- A Guk riu mais um pouco.

Eu puxei a caixa, desfazendo o embrulho e finalmente a abrindo. Ah aquilo era ridículo. Agora eu penso, como diabos a Saemi ou mãe dela pensou que seria uma boa ideia comprar um chapéu com orelhinhas de gatinho para mim?

-Gostou?- Saemi perguntou em tom irônico.

-Eu acho que você vai ficar uma gracinha com isso.- O Seo disse com um sorriso de canto.

-Hum...- Coloquei aquela coisa na cabeça.

-Tá vendo? Não é tão ruim assim!- O Han afirmou.

-Isso é ridículo.

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